quinta-feira, 14 de abril de 2022

A quem entregar os fuzileiros navais capturados? Opções para Zelensky

# Traduzido em português do Brasil

Slavisha Batko Milacic* | One World

Em Mariupol, mais de 1.000 fuzileiros navais se renderam em um dia - os restos de uma brigada de fuzileiros navais abandonada e derrotada. Mesmo a comitiva de Zelensky, que não reagiu de forma particularmente dolorosa à perda de vidas durante a operação especial das tropas russas, ficou bem ciente de que os prisioneiros precisavam ser retirados.

12 de abril foi um dia negro para as Forças Armadas da Ucrânia. Em Mariupol, mais de 1.000 fuzileiros navais se renderam em um dia - os restos de uma brigada de fuzileiros navais abandonada e derrotada. Mesmo a comitiva de Zelensky, que não reagiu de forma particularmente dolorosa à perda de vidas durante a operação especial das tropas russas, ficou bem ciente de que os prisioneiros precisavam ser retirados. No entanto, o presidente ucraniano tem um trunfo na manga, mas se ele será capaz de jogá-lo.

Lembre-se, tendo silenciado uma grande rendição dos militares ucranianos no campo de informação ucraniano, Zelensky em 12 de abril demonstrou ao mundo inteiro o desonrado oligarca Viktor Medvedchuk, capturado pelo SBU, que havia escapado da prisão domiciliar no início da campanha militar na Ucrânia. Medvedchuk, um grande empresário, líder do maior partido de oposição da Ucrânia ``For Life``, agora banido pelas autoridades ucranianas. Como outros políticos que defendiam o diálogo com Moscou e se opunham à guerra, ele foi acusado de traição em 2020. No entanto, o ponto aqui não está apenas nas opiniões políticas de um político. Medvedchuk é considerado um amigo próximo do líder russo Vladimir Putin, com o qual o Kremlin queria democratizar a Ucrânia e libertá-la do fascismo. Imagine alguém prendendo o líder do segundo partido mais forte da Alemanha, França ou algum outro país europeu? É nesta base que podemos ver que tipo de Estado é a Ucrânia e que a Ucrânia precisa de desnazificação.

O Lado Ignominioso da História e o Galo Mulato -- Artur Xavier

Artur Queiroz*, Luanda

A revolução em Portugal, Abril de 1974, vai fazer 48 anos, chegou a Angola num momento particularmente difícil para as forças nacionalistas e particularmente as progressistas e revolucionárias. A FNLA de Holden Roberto estava paralisada mas nunca o velho líder nacionalista se vendeu aos colonialistas como fez Jonas Savimbi. O MPLA sofreu um ataque brutal dois anos antes, com a chamada Revolta do Leste e a situação agravou-se com o surgimento da Revolta Activa logo após o triunfo dos revolucionários portugueses, comandados por Otelo Saraiva de Carvalho.

As divisões internas no MPLA duraram pouco tempo. Manuel Pedro Pacavira, Hermínio Escórcio e Aristides Van-Dúnem refundaram o movimento no interior e a liderança de Agostinho Neto foi confirmada por esmagadora maioria dos militantes. Mas eram poucos na defesa dos valores revolucionários que davam suporte à Independência Nacional “total e completa”. Norberto de Castro era um dos mais competentes radialistas angolanos (para mim era de longe o melhor) mas foi perseguido por oportunistas e invejosos. Acabou por aderir à UNITA. Nunca lhe pedi satisfações mas ele explicou-me por que tomou tal decisão, sendo um homem do MPLA desde o início dos anos 60.  

Raimundo Sotomaior foi um dos maiores jornalistas angolanos com quem trabalhei. O trabalho feito no Diário de Luanda até meados de 1976 teve a sua marca, o seu empenho, o seu sacrifício. Um dia aderiu à UNITA. Para mim foi um choque tremendo. Quando trabalhava num jornal de Lisboa ele procurou-me, sem aviso prévio. Recebi-o de braços abertos. Não me informou que ia ao meu encontro porque temia que não o recebesse. Quis explicar-me por que motivo aderiu à UNITA, depois de prestar valiosos serviços como militante do MPLA. Disse-lhe que para mim seria o “Souto” de sempre, amigo e companheiro de profissão.

Xavier Figueiredo é um grande jornalista angolano. Colaborei com ele e com o Moutinho Pereira no projecto mediático “O Huambo”. Um dia o Chico Simons disse-me que ele estava na base militar para apanhar o avião da “ponte aérea”. Pedi ao motorista para me levar lá. Procurei-o entre a multidão de refugiados e quando o encontrei dei-lhe um abraço de despedida. A guerra nas ruas de Luanda estava no auge e as pessoas normais fogem das guerras. Um dia soube que ele se entregou à UNITA. Um camarada do MPLA, com quem trabalhei num projecto jornalístico descentralizado, importantíssimo, mudou de campo. Continuo a ser amigo dele. E penso que ele é meu amigo.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS

O menino que Regressou do Mundo dos Mortos

Seke La Bindo

Limbundi fez dez anos e os pais levaram-no para a circuncisão. Na aldeia de Mussamba, abraçada pelo rio Panda, nas terras férteis do Kuvango, os rapazes estavam ansiosos pela dia do vamba. Mas antes tinham que se esconder no mato até que as feridas curassem e os tambores fizessem ecoar até ao infinito a alegria de todos. Mamã Intumba viu partir o seu filho com nostalgia. Quando regressasse, era homem.

A tradição manda que enquanto as feridas da circuncisão estiverem abertas, ninguém pode ver os rapazes. E era Lingembwe, o pai de Limbundi, que lhe levava todos os dias a comida. Mais nenhuns olhos penetravam naquele esconderijo onde a noite era muito escura e povoada de sons assustadores.

Quando Lingembwe regressava a casa, Intumba perguntava ansiosa pelo filho. E o pai apenas dizia:

 - Ele está bem. 

Nada mais podia dizer porque era expressamente proibido contar às mulheres o que se passava no vamba.

As feridas de Limbundi infectaram e o menino morreu. Um dia o pai chegou com a comida esmeradamente preparada por Intumba, mas o corpo do filho estava frio e a boca aberta de espanto.

- Como está o nosso Limbundi? – perguntou Intumba quando Lingembwe chegou a casa:

- Ele está muito bem. E assim foi respondendo até ao grande dia em que os rapazes regressaram do seu esconderijo e foram recebidos com as danças de tchinganjis. Mas Limbundi não vinha no grupo dos que eram os novos homens da aldeia. Só então se soube da sua morte.

SITA E MARABUNDA AS HEROÍNAS SUPREMAS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O comboio cheio de gente saiu de Luanda e foi parando no caminho. Gente desce, gente sobe e a viagem continua. No Zenza do Itombe uma paragem mais longa. Nos meus tempos de rapaz era naquela estação que apanhava a automotora para o Golungo Alto. Também klhe chamavam grazina mas nunca soube porquê. Esse era o comboio malandro que António Jacinto condenou ao castigo. 

Naquele dia o comboio parou, passageiros desceram, passageiros subiram, adeus de despedida, abraços de alegria pela chegada e de repente a grande explosão. Os sicários da UNITA mataram centenas de pessoas. Outras tantas ficaram gravemente queimadas. A União Europeia não mandou nem uma bisnaga de pomada para aliviar o sofrimento dos queimados. Ainda hoje os países ocidentais manifestam a sua olímpica indiferença pelos sobreviventes. Imaginem se fossem ucranianos! Já tinham oferecido milhões de euros e pago operações plásticas às vítimas.

Os sicários da UNITA perderam as eleições e dispararam contra os eleitores. Até mataram os que lhes confiaram o voto. Em 1994, cercaram a cidade do Cuito durante 28 dias. Em cada dia bombardeavam cegamente. Fizeram 7.000 mortos civis. Familiares e amigos enterravam os corpos nos quintais, jardins e até nas cacimbas. O Governo Angolano ergueu o Cemitério Memorial dos Mártires do Cuito. Os países da União Europeia nem um tijolo ofereceram para o monumento.

Enquanto durou o cerco à cidade do Cuito, os países ocidentais, com o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) à cabeça forneceram os canhões e os obuses à UNITA. Ucranianos foram os mais destacados no armamento do Galo Negro. Se os angolanos fossem nazis e Angola uma base da OTAN (ou NATO) tinham chuva de milhões, armas para se defenderem propaganda em todos os Media ocidentais. 

Blinken ignora aniversário do genocídio em Ruanda por um bom motivo

Ocidente está repetindo seus mesmos erros na Ucrânia

# Traduzido em português do Brasil

Martin Jay* | Strategic Culture Foudation

Se o papel da América (EUA) é continuar financiando soldados ucranianos sem genuinamente querer negociar a paz, então todas as conversas de paz são tolices.

Anthony Blinken está desconfortável no pódio enquanto faz um longo discurso na OTAN enquanto a guerra na Ucrânia continua e a resposta do Ocidente continua a confundir não apenas o líder ucraniano, mas também a maioria das pessoas que estão lutando para entender como a guerra chegou onde está. hoje, com os últimos massacres chocando o mundo.

O que Blinken não mencionou foi o que aconteceu no mesmo dia em 1994, que foi o início do genocídio de Ruanda – um fracasso colossal tanto da ONU quanto da OTAN. Blinken falou sobre a decisão da ONU de suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos dos EUA.

O genocídio de Ruanda é importante lembrar, pois as semelhanças das atividades do Ocidente na Ucrânia hoje podem ser comparadas, em que gigantes da ONU e da OTAN, como os EUA, permanecem tão pusilânimes como sempre em realmente lutar uma guerra real pelos direitos e princípios que eles supostamente representam.

Em Ruanda, os tutsis de língua inglesa apoiados pela CIA entraram no norte do país com uma campanha de desinformação que instalou o terror nos corações dos camponeses hutus que começaram a massacrar centenas de milhares de tutsis com uma ferramenta comum de fazenda. Realmente não há um exemplo de como a informação ou a desinformação podem desempenhar um papel tão decisivo em uma guerra que vai de um jeito ou de outro além de Ruanda, pela qual o Ocidente é inteiramente responsável.

Quando a verdadeira matança começou em grande número, os americanos não estavam à vista. Clinton, após o desastre de relações públicas da Somália apenas alguns meses antes, desistiu de se envolver em Ruanda e a ONU e a OTAN o seguiram. A ONU tinha tropas em Ruanda, mas o papel de seus soldados é polêmico e ineficaz.

DE MOSSUL A RAQQA E A MARIUPOL, MATAR CIVIS É CRIME

# Traduzido em português do Brasil

Medea Benjamin e Nicolas JS Davies

Global Research, 12 de abril de 2022

Nos EUA ficaram chocados com a morte e a destruição da invasão russa da Ucrânia, enchendo nossas telas com prédios bombardeados e cadáveres caídos nas ruas. Mas os Estados Unidos e seus aliados travam guerras país após país há décadas, esculpindo faixas de destruição através de cidades, vilas e aldeias em uma escala muito maior do que até agora desfigurou a Ucrânia.

Como informamos recentemente, os EUA e seus aliados lançaram mais de 337.000 bombas e mísseis, ou 46 por dia, em nove países somente desde 2001. Oficiais seniores da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA disseram à Newsweek que os primeiros 24 dias do bombardeio da Rússia na Ucrânia foram menos destrutivos do que o primeiro dia do bombardeio dos EUA no Iraque em 2003.

A campanha liderada pelos EUA contra o ISIS no Iraque e na Síria bombardeou esses países com mais de 120.000 bombas e mísseis, o bombardeio mais pesado em décadas. Oficiais militares dos EUA disseram à Anistia Internacional que o ataque dos EUA a Raqqa na Síria também foi o bombardeio de artilharia mais pesado desde a Guerra do Vietnã.

Mossul no Iraque foi a maior cidade que os Estados Unidos e seus aliados reduziram a escombros naquela campanha, com uma população pré-ataque de 1,5 milhão. Cerca de 138.000 casas foram danificadas ou destruídas por bombardeios e artilharia, e um relatório da inteligência curda iraquiana contava pelo menos 40.000 civis mortos.

Raqqa, que tinha uma população de 300.000 habitantes, foi ainda mais destruída. Uma missão de avaliação da ONU relatou que 70-80% dos edifícios foram destruídos ou danificados. As forças sírias e curdas em Raqqa relataram a contagem de 4.118 corpos civis. Muitas outras mortes permanecem incontáveis ​​nos escombros de Mosul e Raqqa. Sem pesquisas abrangentes de mortalidade, talvez nunca saibamos que fração do número real de mortes esses números representam.

O Pentágono prometeu revisar suas políticas sobre vítimas civis após esses massacres e encomendou à Rand Corporation um estudo intitulado “Entendendo os danos civis em Raqqa e suas implicações para conflitos futuros”, que agora foi tornado público.

Mesmo que o mundo recue da violência chocante na Ucrânia, a premissa do estudo da Rand Corp é que as forças dos EUA continuarão a travar guerras que envolvem bombardeios devastadores de cidades e áreas povoadas, e que devem, portanto, tentar entender como podem fazer assim sem matar tantos civis.

O estudo tem mais de 100 páginas, mas nunca aborda o problema central, que são os impactos inevitavelmente devastadores e mortais do disparo de armas explosivas em áreas urbanas habitadas como Mosul no Iraque, Raqqa na Síria, Mariupol na Ucrânia, Sanaa no Iêmen ou Gaza na Palestina.

O desenvolvimento de “armas de precisão” falhou comprovadamente na prevenção desses massacres. Os Estados Unidos revelaram suas novas “bombas inteligentes” durante a Primeira Guerra do Golfo em 1990-1991. Mas, na verdade, eles compreendiam apenas 7% das 88.000 toneladas de bombas lançadas no Iraque, reduzindo “uma sociedade altamente urbanizada e mecanizada” a “uma nação da era pré-industrial”, de acordo com uma pesquisa da ONU .

Ler: Guerra Renegada da América. Os EUA são culpados de genocídio

Em vez de publicar dados reais sobre a precisão dessas armas, o Pentágono manteve uma sofisticada campanha de propaganda para transmitir a impressão de que elas são 100% precisas e podem atingir um alvo como uma casa ou prédio de apartamentos sem prejudicar civis na área circundante.

No entanto, durante a invasão do Iraque pelos EUA em 2003, Rob Hewson, editor de um jornal de comércio de armas que analisa o desempenho de armas lançadas do ar, estimou que 20 a 25% das armas de “precisão” dos EUA erraram seus alvos.

A FUGA DOS JORNALISTAS PARA ESCRITURÁRIOS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Cândida Pinto é um nome entre muitos que estão a assassinar o Jornalismo em directo na Ucrânia. Revelo-o porque ela levou o crime a um nível repugnante que ninguém ainda tinha atingido. Entrevistou duas crianças de sete anos e estas foram dizendo que viram os russos fazer muitas maldades na cidade onde vivem, nos arredores de Kiev. Isto aconteceu na RTP, canal público português. Quando uma jornalista considera credível o depoimento de uma criança e faz dessa conversa uma notícia, já não é possível ir mais além na falsificação, no embuste e na aldrabice. 

Karl Kraus, o jornalista maldito da “Die Fackel” dizia que os jornalistas da época (início do século XX) tinham desaparecido das redacções porque foram todos para escriturários. Esta Cândida Pinto fez um percurso inverso. Saiu de empregada da limpeza, perita em Sonasol limpa tudo, esfregonas, gotas de fayri lavam mais loiça e foi para o jornalismo. Mais dia, menos dia, havia de mostrar a sua face assassina. É mau. Muito mau. E na RTP não há jornalistas? Se há, como admitem semelhantes crimes contra o jornalismo? É isso, não há.

Uma “jornalista” da CNN Portugal foi a uma cidade nos arredores de Kiev e com ar de vendedora de caixões apontou para dois desgraçados que cavavam e disse: “Ali está enterrado um civil morto pelos soldados russos. Os tanques russos desceram esta rua e aqui dispararam contra um civil. Ali dispararam e feriram uma menina num braço que acabou por morrer. Os russos cometeram aqui muitos crimes de guerra”. Viu? Não viu. Fontes? Não são reveladas. 

Um “jornalista” da revista Visão disse na SIC Notícias: “O presidente Zelensky falou aos deputados gregos com um membro do Batalhão de Azov a seu lado por ser de origem grega. O militar disse que não podia ser nazi porque o seu avô lutou contra os nazis. Logo, o Batalhão de Azov não tem nada a ver com os nazis”. Não estou a fazer ficção, isto aconteceu mesmo. O meu avô era milionário, logo eu sou milionário. O problema é que o velho tinha quatro filhas e um montão de netos. A mim tocou-me ser o pobre por erros meus, má fortuna e amor ardente. Estás a ver a matemática, rapaz?

Um rapaz com barba e orelhas de burro, ajaezado com um letreiro onde diz “press” está em Odessa e contou tudo aos telespectadores do canal português SIC: “Hoje os habitantes queriam comemorar a libertação, pelas forças ucranianas, da cidade ocupada pelos nazis, mas não puderam por causa dos bombardeamentos russos. O rapazola não sabe que foi o Exército Vermelho, da União Soviética, que libertou Odessa e esmagou as tropas nazis na Frente Oriental. Nessa altura, os ucranianos estavam entretidos a servir os nazis.

A CNN Portugal deu esta notícia, em directo: Os serviços secretos ucranianos gravaram uma comunicação via rádio onde um chefe militar mandou matar civis. Mais crimes de guerra! A assassina do jornalismo em directo nem se incomodou a avisar os telespectadores que aquela era a versão de serviços secretos ucranianos, interessados em falsificar, mentir, deturpar. A versão da “secreta” passou a ser uma verdade indiscutível, confirmada e reconfirmada por fontes independentes. Na CNN Portugal não há jornalistas? Pelos vistos foram todos para escriturários. Caso contrário exigiam que o jornalismo não fosse assassinado em directo. 

Uma empregada da limpeza ao serviço da CNN Portugal foi a Vorzel, nos arredores de Kiev. Vieram de lá os russos e mataram um jovem. A avó conta como foi. Aquela senhora foi atacada. Salvou-se porque tinha com ela a pedra do Santo Sepulcro. Uma explosão muito grande. 

Kharkiv foi atacada. Há registo de dez mortos entre eles, uma criança. Quem diz isto está em Odessa mas afirma, confirma, reafirma. Como se tivesse testemunhado o acontecimento. Os russos deixaram aqui toda a crueldade. Ai os russos! Uma batalha intensa, olho por olho, dente por dente. Várias vítimas mortais. Os russos já foram embora.

Uma empregada da limpeza da CNN Portugal viu isto em Hostomel: “Os russos chegaram e roubaram tudo. Deixaram os seus telemóveis podres e levaram os bons telemóveis dos ucranianos. Roubaram tudo. 

Um tipo com ar de bandido está em Odessa e conta em directo tudo o que vê a 350 quilómetros de distância: “Atacaram a estação dos comboios conde estavam quatro mil refugiados. Foi o inferno”. A SIC tem jornalistas? Claro que não. Foram todos para traficantes de droga ou proxenetas de prostitutas ucranianas. Se existisse um que fosse, protestava contra o assassinato do jornalismo em directo. E dava a cara, para não ser confundido com traficantes e chulos.

José Luís Mendonça diz que a UNITA tem sido ostracizada por aqueles com quem assinou a paz, leia-se o MPLA. Tu foste director do jornal “Cultura” vários anos. Vais fazer o favor de revelar quantas e quantos membros da UNITA ligados às artes e letras, às ciências sociais, à intelectualidade angolana colaboraram no teu jornal. Nenhum? Essa agora é que está muito boa. Então tu também ostracizaste o Galo Negro (olha que não há Galo Mulato) e ignoraste a produção artística e literária dos seus membros.

Brincadeira, não me leves a mal. Eu sei que a UNITA não tem gente à altura para colaborar num jornal cultural. É só porrada, destruições, assassinatos, atentados, aldrabices. Se tu nunca tiveste quem da área da UNITA colaborasse no teu jornal, faz um esforço e pensa. Se calhar na política o vazio é o mesmo. Eles não são ostracizados mas ostracizam a democracia. Sabes que puxar o gatilho e dizer umas aldrabices é fácil. Mas fazer política é uma actividade nobre, não está ao alcance de sicários e mentirosos compulsivos. Segura o meio campo que eu trato da defesa, nem que seja à canelada.

* Jornalista

DIREITA FAZ QUE LADRA CONTRA O ORÇAMENTO... MAS SE PUDESSE FARIA PIOR


AS DESIGUALDADES, A POBREZA, OS SALÁRIOS DE MISÉRIA E A FOME ESTÃO SEMPRE RESERVADOS PARA OS TRABALHADORES. A DECISÃO SEMPRE FOI POR INICIATIVA DAS ELITES POLÍTICAS, CORRUPTAS E EM CONLUIO COM O GRANDE EMPRESARIADO NACIONAL E MULTINACIONAL EXPLORADOR E ESCLAVAGISTA. SEMPRE ASSIM FOI DESDE QUE O MUNDO É MUNDO. ESCUSAM DE MAIS DESCULPAS ESFARRAPADAS, DE TANTAS MENTIRAS, DE TANTA DESUMANIDADE E FALSIDADES. OS TRABALHADORES E OS POVOS NÃO SÃO COMPLETAMENTE PARVOS. PENA É QUE TANTO SE SUJEITAM.

Redação PG

Subida da inflação. Fesap e CGTP defendem aumento de salários da função pública

PORTUGAL

À TSF, José Abraão explica que está em causa a "desvalorização dos salários". No entanto, o líder da Fesap tem esperança nas negociações com o Governo para melhorar o Orçamento do Estado e evitar a agitação social. Já Isabel Camarinha diz ser "inaceitável" que os trabalhadores estejam a "empobrecer" cada vez mais.

A Federação dos Sindicatos da Administração Publica (Fesap) defende, perante a subida da inflação, que os salários dos funcionários públicos têm de ser aumentados. Em declarações à TSF, o líder da FesapJosé Abraão, mostra-se preocupado com a decisão do Governo.

"Sempre dissemos que o aumento de 0,9% era manifestamente insuficiente num quadro de uma inflação, em 2021, que foi superior aos 0,9. Sempre tínhamos alguma expectativa de que fosse eventualmente corrigido. Esta situação da inflação dos últimos meses deixa-nos naturalmente muito preocupados, na justa medida em que é a desvalorização dos salários que está em causa. Como já no passado recente havíamos dito, não compreendemos porque é que nem sequer o subsídio de refeição é aumentado", afirma.

O secretário-geral do sindicato mantém, contudo, esperança nas negociações com o Governo e na melhoria do Orçamento do Estado.

"Vamos ter uma reunião no próximo dia 20 com o Ministério de quem depende a administração pública, que é a presidência do Conselho de Ministros. Vamos também procurar junto do Parlamento que este Orçamento do Estado, que é para metade do ano, possa ser melhorado. Dentro deste ambiente difícil, temos expectativas de respostas com o objetivo de que os trabalhadores da administração pública, ao fim de 13 anos, não continuem a perder o seu poder de compra por mais que se tome medidas excecionais e adicionais para uma situação que dizem que é temporária", considera.

Se, apesar de tudo, o Executivo não se mostrar disposto a ceder, José Abraão considera natural que haja agitação social.

"Há desconforto social, insatisfação dos trabalhadores, os problemas dos trabalhadores da administração pública já não existem só de agora, já existem há muito tempo, e com certeza não irão ser empurrados para debaixo do tapete. Daremos voz ao desconforto e ao descontentamento dos trabalhadores da administração pública", acrescenta.

Portugal | Do "erro capital" ao "corte real nos salários": as reações dos partidos

PSD, Chega, Bloco de Esquerda e Livre deixam críticas ao Orçamento do Estado apresentado por Fernando Medina

O PSD acusou esta quarta-feira o Governo de cometer "o erro capital" de não responder ao aumento da inflação nem ao "desafio principal do país", o crescimento económico, reiterando que o Orçamento do Estado traz "austeridade encapotada".

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o vice-coordenador do PSD na Comissão de Orçamento e Finanças Jorge Paulo Oliveira não quis antecipar ainda o sentido de voto do partido na proposta orçamental do Governo para 2022.

"Hoje não é o momento para fazer esse anúncio", defendeu.

Numa "breve análise" ao documento, que foi entregue na Assembleia da República ao início da tarde, o deputado social-democrata considerou, em primeiro lugar, que "não responde a uma necessidade do país, que é o fenómeno da inflação".

"Estamos a assistir a um aumento muito considerável dos preços, claramente superior ao aumento expectável dos salários, à atualização do salário mínimo nacional, das pensões e dos salários da função pública", afirmou.

Tal como já tinha defendido o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, na apresentação das linhas gerais do OE, Jorge Paulo Oliveira defendeu que esta opção do executivo liderado por António Costa conduzirá "a uma perda do poder de poder".

"Este orçamento traduz-se numa austeridade encapotada", reiterou.

Em segundo lugar, o PSD aponta ao documento o "erro capital" de não responder ao que considera ser o principal desafio estrutural do país: o crescimento económico, a produtividade e a competitividade.

"O Governo continua a recusar que o fraco crescimento económico em Portugal é o principal problema estrutural do país", afirmou, avisando que se este Orçamento "repete as mesmas fórmulas, não é expectável que tenha resultados diferentes".

O deputado referiu que o PIB 'per capita' português caiu em relação à média europeia nos últimos anos e que o país tem sido ultrapassado por outros membros mais recentes da UE.

"Nós estamos efetivamente a empobrecer em termos relativos. Hoje somos o sétimo país mais pobre da Europa e, a breve trecho, seremos rapidamente ultrapassados pela Roménia que em 2002 era o país mais pobre da Europa", lamentou.

Questionado sobre a disponibilidade do ministro das Finanças, Fernando Medina, para no futuro fazer uma reforma no IRC, o deputado do PSD respondeu que os sociais-democratas estão "disponíveis para as reformas todas que equivalham a um alívio fiscal".

"O que é expectável é que haja uma redução muito significativa dos impostos, não apenas sobre as famílias, mas também sobre as empresas. É importante que paremos de bater sucessivos recordes de carga fiscal", apelou Jorge Paulo Oliveira.

Portugal | Traseiro escarafunchado sem usarem vaselina. Está bonito está!

Medina. Economia abranda para 4,9%, inflação quadruplica em 2022

No Orçamento chumbado em outubro foi estimada em apenas 0,9%, o que acabou por limitar e muito a atualização dos salários dos funcionários públicos (está a ser 0,9% desde janeiro). Agora diz que vai ser 4%.

Resumo em Diário de Notícias, completo em Dinheiro Vivo

A economia portuguesa deve abrandar ligeiramente face à projeção da primeira versão do Orçamento do Estado deste ano (OE2022), que foi chumbada: assim, deve crescer 4,9% este ano, o que em si continua a ser uma marca "histórica", disse o ministro das Finanças, Fernando Medina, na apresentação da nova e segunda proposta de Orçamento de Estado para este ano (OE2022).

Na versão do OE de outubro a previsão de retoma estava nos 5,5%, no Programa de Estabilidade (final do mês passado) baixou para 5%.

Leia mais no Dinheiro Vivo

* Título PG | Imagem: EPA / José Sena Goulão

DESNAZIFICAÇÃO DA UCRÂNIA CONTINUA. CONTRA NATO, EUA, UNIÃO EUROPEIA

Autarquia de Mariupol teme que número de mortos possa chegar aos 35 mil nos próximos dias. "A morte está em toda a parte"

No 50º dia de guerra, o ministério da Defesa ucraniano diz que a Rússia está a mobilizar 70 mil pessoas para a região de Donetsk e que as forças de Kiev travaram oito ataques russos em Donbass. Moscovo confirma que cruzador de mísseis no mar Negro ficou "gravemente danificado".

Resumo do dia no Diário de Notícias, por Susete Henriques / Lusa

Rússia faz novo aviso sobre uma possível adesão da Finlândia e Suécia à NATO

Dmitry Medvedev, ex-presidente e antigo primeiro-ministro russo afirmou, esta quinta-feira, que caso a Suécia e a Finlândia optem pela adesão à NATO, a Rússia terá de fortalecer as suas forças terrestres, navais e aéreas no Mar Báltico para restaurar o equilíbrio militar, avança a Reuters.

Vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Medvedev referiu que com a adesão destes dois países à Aliança Atlântica já não se pode falar de um Báltico "livre de armas nucleares".

"O equilíbrio deve ser restaurado", considerou Medvedev.

Uma possível adesão da Suécia e Finlândia à NATO irá significar que a Rússia "terá mais adversários registados oficialmente" e "tomará medidas" na região, disse ainda Medvedev, citado pela Sky News.

De referir que a primeira-ministra da Finlância, Sanna Marin, disse na quarta-feira que a decisão de avançar com um processo de adesão à NATO será tomada "dentro de semanas".

Mariupol. Autarquia teme que número de mortos possa chegar aos 35 mil nos próximos dias. "A morte está em toda a parte"

A autarquia de Mariupol repetiu esta quinta-feira que cerca de 20.000 civis já morreram nos ataques russos à cidade portuária, adiantando temer que o número de vítimas mortais possa chegar a 35.000 nos próximos dias.

"Há quatro dias demos um número otimista de 10.000 mortos. Com o aumento da intensidade dos combates, é preciso dizer que, mesmo que o cerco terminasse agora, o número de mortos seria em torno de 20.000", disse o assessor do autarca da cidade, Petro Andryushchenko, a meios de comunicação locais.

O responsável acrescentou que, se os combates continuarem com a mesma intensidade, o número de vítimas mortais civis poderá chegar a 35.000.

"Os corpos estão a ser enterrados em todos os lugares: nos quintais e nas ruas", afirmou Andryushchenko.

"Devido à intensidade dos bombardeamentos, as pessoas não podem sequer sair para enterrar os seus entes queridos. Os serviços municipais não funcionam, o cemitério está localizado num território controlado pelo exército russo. A morte está em toda a parte, é visível", acrescentou o assessor.

Ucrânia prevê abrir nove corredores humanitários

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, informa que para esta quinta-feira estão previstos nove corredores humanitários para retirar civis em segurança de cidades em zonas de conflito.

Nas rotas estabelecidas para hoje, inclui-se a cidade portuária de Mariupol, cercada pelas tropas russas há várias semanas e sem acesso a bens essenciais.

Está prevista uma rota de Mariupol, Berdyansk, Tokmak e Energodar para Zaporozhye com recurso a "transporte próprio", refere Iryna Vereshchuk.

Ucranianos podem continuar a morrer: NATO admite que não quer a paz

A Aliança Atlântica deixou claro que, para defender os seus interesses geopolíticos e debilitar a Rússia, está disposta «a lutar até ao último ucraniano». O WaPo foi explícito e o jornalista Ben Norton também.

De uma forma que Norton considera «escandalosamente franca», The Washington Post (WaPo) reconheceu que alguns estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) querem que «os ucranianos continuem a lutar e a morrer» para evitar que a Rússia obtenha ganhos políticos.

Numa peça publicada a 5 de Abril último sobre as conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia, o jornal norte-americano revelou que a NATO teme que Kiev ceda a algumas das exigências de Moscovo.

O jornal escreveu: «Para alguns na NATO, é melhor que os ucranianos continuem a lutar e a morrer do que alcançar uma paz que chega demasiado cedo ou a um custo demasiado alto para Kiev e o resto da Europa.»

Tendo em conta «as questões mais importantes de segurança global em jogo», os que apoiam a Ucrânia no Ocidente sublinharam que «há limites para o número de compromissos que alguns na NATO irão apoiar para ganhar a paz», escreveu o jornal, acrescentando que estão dispostos a prolongar a guerra para evitar que as preocupações da Rússia com a segurança sejam satisfeitas.

De acordo com o jornal, que se refere a fontes da aliança militar, alguns membros são «particularmente cautelosos» no que respeita a dar «ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualquer aparência de vitória».

Neste sentido, comenta o jornalista Ben Norton, num artigo agora publicado em english.almayadeen.net, para alcançar os seus objectivos a NATO está mais que disposta a manter os ucranianos na «picadora».

Ainda sobre as negociações, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, referiu que a equipa de Zelensky mantinha uma estreita coordenação com Washington e que estava em «contacto quase diário» com funcionários da Casa Branca. Para Norton, isto deixa bem claro quem é que de facto manda.

ATÉ ONDE AS POTÊNCIAS NUCLEARES LEVARÃO A GUERRA?

# Publicado em português do Brasil

Para se isentar da responsabilidade por provocar o conflito na Ucrânia, EUA e UE usam a mídia e pintam Putin como louco. Parecem dispostos a tudo pela hegemonia no próximo século. Mas o que esperam ao fustigar seguidamente Rússia e China?

Luís Antonio Paulino | Outras Palavras

A Guerra na Ucrânia já completou um mês e a pergunta que todos gostariam de ver respondida é quando e como vai acabar. Apesar da ampla cobertura da guerra nos meios de comunicação ocidentais, faltam informações para que se tenha uma ideia mais clara, tanto da evolução do conflito, quanto das possibilidades de seu encerramento. A retirada das forças russas dos arredores de Kiev e a concentração de esforços na região leste do país, que antes da guerra já era palco de sangrento conflito entre forças do governo ucraniano e movimentos separatistas de etnia russa, que já havia deixado mais de14 mil mortos, sugere que a intenção de Putin é impedir que, no caso de a Ucrânia realmente aderir à Otan ou à União Europeia, leve consigo a parte leste do país, habitada majoritariamente por população de etnia russa e que era parcela do território russo no passado recente.

Tudo indica que a intenção de Putin é criar no leste do país um corredor terrestre que una as repúblicas separatistas de Luhansk e Donetsk com a Crimeia, incorporada ao território russo em 2014. Com isso, a Rússia estabeleceria uma ligação por terra com a Crimeia e controlaria todo o acesso ao Mar de Azov, como se vê no mapa abaixo.

Apesar da litania diária dos meios de comunicação pró-Estados Unidos e pró-Otan de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, independentemente do que venha a ocorrer no campo de batalha, “já perdeu a guerra”, em razão do isolamento a que Rússia foi submetida, o fato é que ela não está tão isolada como se quer fazer crer. Apesar do bloqueio econômico sem precedentes imposto pelos Estados Unidos e seus aliados dentro e fora da Otan, a Rússia conta com muitos aliados entre os quais o mais importante, mas não o único, é a China. A Índia, que muitos supunham totalmente alinhada com os Estados Unidos em decorrência de serem estes “inimigos do seu inimigo”, tem se recusado, ao lado dos demais países dos BRICS, a condenar ou cortar laços com a Rússia. O Vietnã também não se posicionou contra a Rússia. Mesmo na Europa Ocidental, apesar da aparente unidade dos membros da Otan em torno dos Estados Unidos, não é possível afirmar que todas as grandes potências europeias tenham exatamente a mesma posição em relação à Rússia.

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