terça-feira, 26 de abril de 2022

A PEDRA NO DESERTO FEITO ÁGUA FRESCA

Caro Otelo

A esta hora estás na capela da Academia Militar. Ainda pensei juntar uns cobres, comprar a passagem e ir despedir-me, mas lembrei-me que estou de relações cortadas com o dono da casa, a viagem seria inútil. Em igrejas não entro desde que acompanhava o José Rodrigues (Zeca Bailundo) à Sé de Luanda, onde ele ia desenhar sua madrinha, Nossa Senhora dos Remédios. Aqueles vitrais, aquela luz coada, deixavam-me com vontade de ser pássaro. Um perigo tremendo, porque me faltavam as asas robustas que hoje tenho.

Otelo, vê a merda que fizeste! Os portugueses, 47 anos depois do 25 de Abril, são guiados pelo beijoqueiro insanável. Antes de ti, eram alegremente servis. Hoje os senhores estão a castrá-los e eles gostam. Vão voluntariamente à castração. E quando ouvem falar de liberdade vão logo a correr para as igrejas batendo com a mão no peito enquanto pedem perdão, pela sua máxima culpa. 

Conheci-te em Julho de 1974, pedi-te ajuda. Os esquadrões da morte dos mentores da Independência Branca matavam todas as noites dezenas de angolanas e angolanos nos musseques de Luanda. Arranjámos uns quantos camaradas especializados em guerrilha urbana que tu tornaste imprestáveis com o 25 de Abril e ajudaste a levá-los para Angola, sem ninguém dar por isso, embarcaram e desembarcaram em bases aéreas militares. Alguns tiveram um papel decisivo no sinuoso percurso até à Independência Nacional.

Voltámos a encontrar-nos em Alvor, no Hotel da Penina. Tu apareceste de surpresa, pedi-te para ires ao estúdio da Emissora Oficial de Angola no Hotel D. João II e aceitaste. Foste entrevistado pelo Aquino de Bragança, Francisco Simons, Horácio da Fonseca e por mim. Até Humberto Jorge, o homem dos botões, te fez perguntas. O Aquino era nosso comentador e teu velho amigo. Depois da entrevista, quiseste sair logo do local, porque foste assediado por todos os jornalistas presentes. Tu, o Aquino de Bragança e eu fomos no teu carro para local mais arejado, uma taberna e casa de pasto, perto dos luxuosos hotéis.

O 25 DE ABRIL E A CRIAÇÃO DOS PALOP

Comemora-se hoje (ontem) o 25 de Abril, uma data histórica não só para Portugal, pois a “Revolução dos Cravos” pôs fim à ditadura, mas também para os países dos PALOP, pois sem esse momento histórico, a história da independência das “colónias portuguesas” poderia ter sido bem diferente.

A História da colonização portuguesa em África começou a escrever-se há perto de 600 anos com a conquista de Ceuta a 22 de Agosto de 1415 e terminou com a independência de Angola a 11 de Novembro de 1975.

A razão de Angola ter sido o último país africano a ganhar a independência, não foi um acaso, na realidade foi o fechar de um círculo, pois a história da “Revolução dos Cravos” ocorrida a25 de Abril de 1974, começa-se a escrever com o início da guerra armada em África, mais precisamente em Angola a 4 de Fevereiro de 1961.

O princípio do fim

Portugal foi a primeira Superpotência Global e manteve o controle férreo das suas províncias ultramarinas, durante séculos. Até que um dia, no já longinco ano de 1961, se dá o início da revolução armada em Angola, com o ataque, efectuado pelo Movimento Popular e Libertação de Angola (MPLA), a 4 de Fevereiro, à prisão de São Paulo, em Luanda, e a uma esquadra da polícia, onde foram mortos sete polícias.

Pouco tempo depois, no norte de Angola, a União das Populações de Angola (UPA), que se dedicava sobretudo à guerrilha rural, desencadeou vários ataques contra a população. Angola foi assim, a primeira região ultramarina, onde se iniciou a luta armada organizada contra o domínio português.

Este movimento revolucionário em África, começa a ganhar reconhecimento internacional. Quando sob os auspícios do rei Hassan II, foi realizada a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP).

Esta conferencia surge por iniciativa do MPLA, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da Liga de Goa, tendo-se reunido pela primeira vez em Casablanca (Marrocos), de 18 a 20 de Abril de 1961.

O seu objetivo da conferencia era o de:

“COORDENAR OS ESFORÇOS DOS MOVIMENTOS NACIONALISTAS E ESTABELECER OS MEIOS EFECTIVOS PARA INICIAR A LUTA CONTRA O COLONIALISMO PORTUGUÊS”.

Estimulados pelos eventos em África, em Portugal, no mês de Abril (um prenuncio do futuro 25 de Abril), dá-se uma primeira tentativa, falhada, de Golpe de Estado, a “Abrilada”, liderada por Botelho Moniz, o então, ministro da Defesa.

Em Junho de 1961, dá-se outro evento importante para a luta de libertação em África. Foi a fuga de um grupo de 60 estudantes de Angola, Moçambique, Cabo Verde entre outros, cujo objectivo era o de se juntarem à luta de libertação

Esta fuga clandestina mudou o futuro dos futuros países africanos de expressão portuguesa, já que entre estes estudantes estavam futuros presidentes, ministros, generais e médicos que viriam a ter um papel importante na condução do destino dos seus países.

Dos mais célebres estavam os ex-Presidentes de Cabo Verde, Pedro Pires e de Moçambique Joaquim Chissano. A fuga que partiu de Lisboa, Coimbra e Porto, passou por Espanha, França e Alemanha, antes de conseguirem chegar a África.

O caminho em direção ao 25 de Abril continua com o início da luta armada na Guiné-Bissau, a 23 de Janeiro de 1963, com o ataque ao quartel de Tite, no sul do país, seguindo-se o inicio da luta armada em Moçambique, com o ataque a Chai, em Cabo Delgado a 25 de Setembro de 1964.

REVOLUÇÃO DE ABRIL COM MÁFIAS DE LESTE E NAZIS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda, em 25 de Abril de 2022

Hoje, dia 25 de Abril de 2022, 48 anos após um movimento revolucionário liderado por Otelo Saraiva de Carvalho derrubar o regime colonialista e fascista, nazis ucranianos, activistas das máfias de Leste e traficantes de seres humanos  desfilaram na Avenida da Liberdade, em Lisboa, sob o chapéu de vários partidos portugueses, representados na Assembleia da República e com o aplauso entusiasmado de Marcelo Rebelo de Sousa. 

Políticos portugueses que disfarçam a sua queda para o nazismo com colarinhos brancos e cheirando a desodorizante do Pingo Doce, apoiam sem reservas o presidente Zelensky e sua camarilha nazi, sem se importarem com a realidade na Ucrânia e que passo a expor.

O presidente Zelensky mandou a sua PIDE colocar uma mordaça sobre 11 partidos da Oposição e que representam todo o especto político, da extrema-direita à extrema-esquerda. Antes, quando o golpe nazi de 2014 triunfou, foram aprovadas “leis anticomunistas” e dai resultou a ilegalização do Partido Comunista da Ucrânia. 

Mas vamos ver quem foi agora amordaçado:

Bloco de Oposição. Partido Shariy, fundado pelo jornalista Anatoly Shariy, conhecido por duras críticas ao governo Zelensky no seu blogue. Assume uma orientação libertária. Partido Nashi (Nosso) liderado por Yevheniy Murayev, um opositor implacável ao regime nascido do golpe de estado nazi em 2014.

Oposição de Esquerda, União das Forças de Esquerda, Partido do Estado, Partido Socialista Progressista Ucraniano, Partido Socialista da Ucrânia, Partido dos Socialistas (plataforma de vários partidos) e Bloco Vladimir Saldo. Leram bem, entre os partidos silenciados estão os “irmãos” do Partido Socialista Português, liderado pelo chupista António Costa, filho adoptivo de Jonas Savimbi.

Também foi silenciada a Plataforma de Oposição Pela Vida (OPZZh), anti OTAN (ou NATO) e União Europeia. É o maior partido da Oposição na Ucrânia. Resultou da união de várias organizações políticas opositoras ao regime saído do golpe de estado nazi de 2014. É liderado pelo deputado e advogado Viktor Medvedchuk, preso pela PIDE do presidente Zelensky, acusado de espionagem!

Os partidos banidos protestaram mas os seus protestos não tiveram eco no Ocidente. Dirigentes e militantes desses partidos estão a ser presos e torturados pela PIDE de Zelensky mas isso não incomoda os democratas da União Europeia, da OTAN (ou NATO) e do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). Tenho informações ainda não confirmadas que muitos mortos mostrados em Bucha eram políticos ligados aos partidos “suspensos” por Zelensky. Foram mortos, como foi morto em Kiev um homem do regime, Denis Kireiev, negociador com a Federação Russa, integrando a primeira equipa ucraniana.

Um tiro na cabeça para a economia europeia: Será possível uma proibição total…

… dos fornecimentos energéticos russos?

Especialistas e funcionários de diferentes países alertam cada vez mais para a proibição dos fornecimentos energéticos russos à União Europeia, algo que seria “fisicamente impossível” e afectaria gravemente o mercado da Energia na Europa.

No passado dia 21 de Abril, a secretária do Tesouro dos E.U.A., Janet Yellen, avisou os seus parceiros europeus sobre a tomada de acções precipitadas. “A médio prazo, fica claro que a Europa precisa de reduzir a sua dependência da Rússia em relação com a energia. Mas há que ter cuidado na hora de avaliar uma proibição total por parte da Europa das importações do petróleo, por exemplo”, disse Yellen numa conferência de imprensa.

De acordo com a alta funcionária estado-unidense, a tentativa do Ocidente em “prejudicar a Rússia” através da proibição dos seus fornecimentos energéticos, “poderá ter pouco impacto negativo” no país, capaz de exportar menos energia ao aumentar os preços dos fornecimentos. “Isso, sem dúvida, aumentará os preços mundiais do petróleo e terá um efeito negativo na Europa e outras partes do mundo”, acrescentou.

Racionar a energia

Num artigo publicado em 24 de Abril, a Bloomberg assinala que o fim dos fornecimentos de gás russo também afectaria “de imediato” o mercado europeu e poderia obrigar a UE a racionar a energia pela primeira vez desde a década de 1970. Ao mesmo tempo, este cenário teria eco noutros países do mundo como o Paquistão ou Argentina. “As nações emergentes seriam pressionadas pela sede de energia da Europa, sobretudo pelo gás liquefeito, enquanto se esforçavam por competir pelo preço”, escreve a Bloomberg.

Por sua vez, Alexander Frolov, sub-director do Instituto Nacional de Energia da Rússia, explicou ao portal BMF.ru que a UE continua sob os efeitos da crise energética de 2021, pelo que uma proibição das importações energéticas russas seria com “um tiro na cabeça” para a economia do bloco comunitário.

“Em condições de crise energética global, o problema de substituir o actor dominante no mercado torna-se fisicamente impossível, porque é impossível conseguir cerca de 150 mil milhões de metros cúbicos de gás de algum outro fornecedor, por exemplo”, destacou Frolov, ao afirmar que uma situação semelhante regista-se também no mercado petrolífero.

Justiça só para outros | EUA rejeitam TPI, mas querem que acusem russos

# Traduzido em português do Brasil

Marjorie Cohn  investiga o  duplo  padrão dos EUA ao usar um tribunal internacional para processar crimes de guerra. 

Marjorie Cohn* | Truthout | em Consortium News

Embora os Estados Unidos tenham tentado fortemente minar o Tribunal Penal Internacional desde que se tornou operacional em 2002, o governo dos EUA está agora pressionando para que o TPI processe líderes russos por crimes de guerra na Ucrânia. Aparentemente, Washington acha que o TPI é confiável o suficiente para julgar russos, mas não para levar à justiça autoridades americanas ou israelenses.

Em 15 de março, o Senado aprovou por unanimidade a  S. Res 546 , que “incentiva os Estados membros a solicitar ao TPI ou outro tribunal internacional apropriado que tome as medidas apropriadas para investigar crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pelas Forças Armadas Russas”.

Quando ele apresentou a resolução, o senador Lindsey Graham (R-Carolina do Sul)  disse : “Este é um exercício adequado de jurisdição. Foi para isso que o tribunal foi criado”.

Os Estados Unidos se recusaram a ingressar no TPI e tentam consistentemente minar o tribunal. No entanto, um Senado americano unânime votou pela utilização do TPI no conflito na Ucrânia.

Desde 24 de fevereiro, quando a Federação Russa lançou um ataque armado contra a Ucrânia, imagens horríveis de destruição são onipresentes. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos  documentou  3.455 vítimas civis, incluindo 1.417 mortos e 2.038 feridos em 3 de abril.

A maioria dessas baixas foi causada por armas explosivas com uma ampla área de impacto, que inclui artilharia pesada e múltiplos sistemas de lançamento, bem como ataques aéreos e de mísseis.

Em 28 de fevereiro, Karim Khan, promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, abriu uma  investigação  sobre a situação na Ucrânia. Ele disse que seu  exame preliminar  encontrou uma base razoável para acreditar que supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade foram cometidos na Ucrânia. A investigação formal de Khan “também abrangerá quaisquer novos supostos crimes . . . que são cometidos por qualquer parte do conflito em qualquer parte do território da Ucrânia”.

Como  expliquei  em colunas anteriores do  Truthout  , apesar da provocação da OTAN liderada pelos EUA à Rússia nos últimos anos, a invasão russa da Ucrânia constitui  uma agressão ilegal .

No entanto, o TPI não tem jurisdição para processar líderes russos pelo crime de agressão.

CASO DE AMOR DA BIG TECH – ‘CANCELAR A CULTURA’

Pepe Escobar, in Consortium News, Tradução Estátua de Sal

A cultura do cancelamento está embutida no projeto tecno-feudalista: ou estás conforme a narrativa hegemónica, ou então… Jornalismo que não se conforme deve ser derrubado.

Este mês, vários de nós –  Scott Ritter , eu,  ASB Military News , entre outros – fomos banidos do Twitter. A razão – não declarada: estávamos a desmascarar a narrativa oficialmente aprovada da guerra Rússia/OTAN/Ucrânia.

Tal como acontece com todas as coisas de Big Tech, isso era previsível. A minha permanência no Twitter durou apenas sete meses. E isso foi tempo suficiente. Alguns contatos na Califórnia disseram-me que eu estava no radar deles porque a conta cresceu muito depressa e teve um alcance enorme, especialmente após o início da Operação Z.

Celebrei o cancelamento da conta experimentando uma iluminação estética em frente ao mar Egeu, na casa de Heródoto, o Pai da História. Além disso, foi comovente ser reconhecido pelo grande George Galloway em sua  comovente homenagem  aos alvos do novo macarthismo.

Paralelamente, o alívio cómico da variedade “Ataques de Marte” foi fornecido pelas expectativas de que a liberdade de expressão no Twitter fosse salva pela intervenção benigna de Elon Musk.

O tecnofeudalismo  é um dos temas abrangentes do meu último livro,  Raging Twenties  – publicado no início de 2021 e  revisto  aqui de maneira muito cuidadosa e meticulosa.

A cultura do cancelamento está embutida no projeto tecno-feudalista: ou segues a narrativa hegemónica, ou então. No meu caso em relação ao Twitter e Facebook – dois dos guardiões da internet, ao lado do Google – eu sabia que um dia o acerto de contas seria inevitável, pois como outros inúmeros usuários eu já havia sido previamente despachado para aquelas notórias “prisões”.

Portugal | A VIOLAÇÃO SISTEMÁTICA DA CONSTITUIÇÃO

Luís Menezes Leitão* | Jornal i | opinião

O isolamento profiláctico imposto a cidadãos de países terceiros por uma autoridade administrativa, sem qualquer controlo judicial, mesmo quando possuem teste negativo ao SARS-CoV-2, constitui uma medida que já foi declarada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional.

Na passada quinta-feira foi publicada a Resolução do Conselho de Ministros 41-A/2022, de 21 de Abril, a aplicar pela enésima vez a Lei de Bases de Protecção Civil, declarando “na sequência da situação epidemiológica da doença COVID-19, até às 23:59 h do dia 5 de maio de 2022, a situação de alerta em todo o território nacional continental”. Nessa Resolução são mais uma vez suspensos parcialmente ou fortemente restringidos os direitos fundamentais dos cidadãos, sendo de salientar o disposto no art. 6º, nº1, f) do seu anexo que estabelece que “os passageiros dos voos com origem em países considerados de risco no âmbito da situação pandémica provocada pela doença COVID-19, os quais são definidos pelo mesmo despacho, devem cumprir, após a entrada em Portugal continental, um período de isolamento profilático de 14 dias, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde, podendo ser previstas situações de dispensa de obrigatoriedade de isolamento profilático caso seja garantido, pelos passageiros, o cumprimento de um conjunto de medidas de saúde pública definidas pela DGS”.

O isolamento profiláctico imposto a cidadãos de países terceiros por uma autoridade administrativa, sem qualquer controlo judicial, mesmo quando estes possuem teste negativo ao vírus SARS-CoV-2, constitui uma medida que já foi declarada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional no Acórdão 90/2022, de 1 de Fevereiro. Nesse acórdão o Tribunal Constitucional considerou inconstitucional norma idêntica de anterior Resolução do Conselho de Ministros, que estabeleceu que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras poderia determinar a privação da liberdade pelo período de 14 dias e sem controlo judicial, de qualquer cidadão nacional ou estrangeiro que, sendo ou não residente em território nacional, desse entrada em Portugal em voo com origem em país constante de lista determinada pelos membros do Governo responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros, da defesa nacional, da administração interna, da saúde e da aviação civil, por violação do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 165.º, por referência ao artigo 27.º, da Constituição da República Portuguesa.

Portugal | O CRAVO


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Moscovo acusa Kiev de impedir a saída de civis de Azovstal em Mariupol

A Rússia acusou a Ucrânia de impedir a saída de civis do complexo industrial de Azovstal, em Mariupol, acusando Kiev de rejeitar "deliberadamente todas as iniciativas humanitárias do lado russo", segundo uma declaração do Ministério da Defesa.

“Apesar da iniciativa humanitária da Federação Russa de retirar civis da área da fábrica metalúrgica Azovstal, as autoridades de Kiev voltaram hoje a perturbar esta operação humanitária. Até às 20h00 (hora de Moscovo, 17h00 TMG) de 25 de Abril de 2022, ninguém utilizou o corredor humanitário proposto", escreve o ministério russo na nota publicada no seu portal na internet.

Por um lado, acusa ainda Moscovo, "as autoridades de Kiev declaram constante e publicamente que trabalhadores, mulheres e crianças da fábrica estão alegadamente nas estruturas subterrâneas da Azovstal e, por outro lado, rejeitam deliberadamente todas as iniciativas humanitárias do lado russo e não tomam quaisquer medidas práticas para retirar estas pessoas".

A Rússia anunciou hoje um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal, onde está o último bastião de resistência da cidade sitiada há várias semanas.

Rússia alerta para "perigo real" de conflito degenerar na III Guerra Mundial

A Rússia garantiu que deseja continuar as negociações de paz com a Ucrânia, alertando para o "perigo real" de o conflito se transformar na III Guerra Mundial, um dia após a visita dos ministros norte-americanos a Kiev.

No dia em que o exército russo anunciou ter atingido cerca de cem alvos na Ucrânia, incluindo instalações ferroviárias no centro do país, o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, acusou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de "fingir" para discutir com Moscovo.

"É um bom ator (...), se olhar com atenção e ler atentamente o que ele diz, encontrará mil contradições", afirmou Lavrov, citado pelas agências de notícias russas.

"Mas, continuamos a conduzir negociações com a equipa [ucraniana] e esses contactos continuarão", disse.

No meio de tensões sem precedentes entre Moscovo e o Ocidente, devido à guerra na Ucrânia, Lavrov alertou para o risco de uma III Guerra Mundial.

"O perigo é sério, é real, não podemos subestimá-lo", considerou.

Estas declarações foram feitas um dia depois da visita a Kiev do Secretário da Defesa, Lloyd Austin, e do Secretário de Estado, Antony Blinken, dos Estados Unidos, onde se reuniram com Zelensky. A visita foi a primeira de governantes norte-americanos depois do início do conflito, em 24 de fevereiro.

ASSIM VAI A GUERRA NA UCRÂNIA (verdade? propaganda?)

Guterres visita hoje Moscovo à procura de paz. Kiev diz que começaram ataques de guerrilha na Rússia

Secretário-geral da ONU visita hoje Moscovo onde irá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, e com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.

Reino Unido diz que forças russas tomaram cidade de Kreminna

O Ministério da Defesa do Reino Unido avançou hoje que as forças russas tomaram a pequena cidade de Kreminna, na região de Lugansk, no leste da Ucrânia.

Numa publicação na rede social Twitter, os militares britânicos disseram que Kreminna "caiu e combates pesados são relatados ao sul de Izium, enquanto as forças russas tentam avançar para as cidades de Sloviansk e Kramatorsk, do norte e do leste".

Há mais de uma semana que a cidade estava sob ataque, com intensos combates rua a rua que tornaram impossível a retirada de civis.

"Várias pessoas queriam fugir" de Kreminna, revelou em 18 de abril o governador regional Serhiy Haidai, na plataforma Telegram, acrescentando que quatro pessoas morreram num ataque contra um carro.

Lusa

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