quarta-feira, 11 de maio de 2022

OS BONS MORTOS E OS MAUS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Jenin é uma cidade da Palestina espraiada no Vale do Jordão. Tem poucos habitantes mas os especialistas dizem que ali existiu uma aldeia citada na Bíblia Sagrada. Ao lado fica o campo de refugiados criado pela ONU, em 1953. Hoje estão lá 20.000 palestinos dos quais metade tem menos de 15 anos. Já os seus pais nasceram naquele inferno. Se quiserem saber o que é pobreza, vão lá. Se quiserem saber o que é miséria revoltante, Jenin é uma excelente amostra. Se quiserem ver, ao vivo, o sinónimo de precariedade, desumanidade, desprezo pela vida humana, o confisco do futuro, vão ao campo, velho de 73 anos.

As tropas israelitas, sempre que há um novo governo, mostram o seu ódio aos palestinos, invadindo o campo de refugiados de Janin e prendendo ou matando quem lhes apetece. É lá que praticam tiro ao alvo. O que valem 20.000 palestinos refugiados, descendentes de compatriotas ali enclausurados pela ONU? Nada. Provam todos os dias, ao longo de 73 anos, o que é um campo de concentração.  Mas ninguém os liberta, ninguém fecha a prisão, ninguém lhes dá atenção. Não existem. O presidente da Autoridade Nacional Palestiniana não aparece todos os dias nos Media ocidentais. Não tem voz de kaporrotista, não é aliado idolatrado do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e seus vassalos da União Europeia.

Em 2002, quando as Forças Armadas Angolanas ofereceram ao Povo Angolano o seu Dia da Vitória, derrotando os bandidos armados de Jonas Savimbi, o governo de Ariel Sharon ordenou uma prova de ódio aos palestinos e mandou invadir o campo de refugiados de Jenin.  Foi a Operação Escudo Defensivo. Por força dos Acordos de Oslo, a cidade passou para a administração da Autoridade Palestiniana, em 1996. Mas isso foi só fachada. As tropas de Israel entram lá quando lhes apetece matar.

A “operação” das Forças de Defesa de Israel, na verdade, foi um massacre hediondo. Fez este Abril, 20 anos. Primeiro foram bombardeamentos aéreos e depois a invasão de forças terrestres. Imaginem um espaço com o tamanho de quatro campos de futebol, casas precárias, umas em cima das outras, bombas a caírem em cima. Depois os “rambos” disparando sobre tudo o que mexia. Uma mortandade desumana. Mas todo o ano de 2002 foi de massacres e prisões arbitrárias. Em novembro de 2002, Ian Hook, funcionário da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente, foi assassinado pelos invasores.

Os massacres no campo de concentração da ONU em Jenin intensificaram-se até 11 de Abril de 2002. Depois vieram buldózeres derrubar as casas que ainda estavam em pé. E por baixo dos escombros foram escondidos os mortos. As ocultações de provas dos massacres terminaram em 24 de Abril. Nesse dia, os “rambos” nazis retiraram para Telavive.

Durante o período de 4 a 15 de Abril, as Forças de Defesa de Israel proibiram o acesso ao campo de refugiados de Jenin a israelitas e palestinos médicos e enfermeiros, ambulâncias, serviços de ajuda humanitária, organizações internacionais de direitos humanos e humanitárias, diplomatas e jornalistas. As ambulâncias do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) e as do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) só foram autorizadas a entrar em Jenin a 15 de Abril. Os observadores internacionais só foram admitidos em 16 de Abril. 

Uma missão chefiada por Mary Robinson, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, não foi autorizada a entrar em Israel para tratar com as autoridades de Telavive o fim dos massacres. Uma missão de alto nível acordada entre o ministro dos Negócios Estrangeiros Shimon Peres e o Secretário-Geral da ONU Kofi Annan e reforçada pelo voto unânime do Conselho de Segurança, não foi autorizada a entrar em Israel, durante os massacres de Jenin. Foi dissolvida após semanas de negociações sem sucesso.

Após a retirada dos “rambos” nazis, a ONU enviou o seu pessoal. Encontraram sob os escombros, 52 mortos. Mais tarde foram encontrados mais. Ariel Sharon (nazi encartado) disse aos Media internacionais que no campo de refugiados de Jenin só morreram terroristas.

Yvonne Ridley, jornalista norte-americana que entrou no campo com funcionários da ONU, denunciou esta “campanha de mistificação”. E escreveu: “Eu vi os corpos dos mortos serem arrancados dos escombros, incluindo crianças, mulheres e um homem numa cadeira de rodas”.  E mais esta denúncia: “ Na sua tentativa de encobrir o massacre, os israelitas enterraram muitos dos corpos por baixo de edifícios demolidos por um buldózer. Alguns ainda estavam vivos quando o buldózer avançou”.

Jacques Chirac, presidente francês, não foi à Palestina. Não telefonou a Ariel Sharon, pedindo-lhe o fim dos massacres. Tony Blair, primeiro-ministro britânico, não mandou armas para os palestinos se defenderem. Pelo contrário, remeteu-se a um silêncio cúmplice. Durão Barroso primeiro-ministro português e hoje presidente do Banco Goldman Sachs, não mandou milhares de milhões para os refugiados de Jenin, do Líbano, da Jordânia. Nem espingardas G3 para se defenderem dos nazis.  George W. Bush, presidente dos EUA, apoiou Ariel Sharon e o seu governo.

Naftali Bennett o nazi que faz de primeiro-ministro em Israel, já fez a sua prova de vida, mandando as tropas especiais massacrar palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Um dia destes, atacaram o campo de refugiados de Jenin e mataram um palestino, ferindo gravemente outros 15. Desculpa para o massacre: Eram terroristas! O primeiro-ministro de Israel deu “liberdade total” às forças invasoras. 

Nas duas últimas semanas, as tropas de Israel fizeram violentas incursões em Jenin, no campo de refugiados e nas localidades vizinhas de Al Yamoun, Kafa Dan e Faqqua. Para além de dezenas de feridos e detidos, mataram os jovens (rapazinhos entre os 15 e os 17 anos) Ahmad Saadi, Mohammad Zakarneh, Shas Kamamji, Mustafa Abu-Arub, Shawkat Kamal Abed, Lutfi Ibrahim Labadi e Hanan Khadour.

Os massacres tiveram hoje um episódio retumbante. Tropas especiais assassinaram em Jenin a jornalista do canal de televisão Al Jazeera, Shireen Abu Akleh. Tinha um capacete de protecçáo e colete à prova de balas, com a inscrição “PRESS”. Um atirador especial apontou à parte da cabeça desprotegida e matou-a. O canal do Catar afirma que ela “foi assassinada deliberadamente e a sangue frio pelas forças de Israel”.  O nazi Naftali Bennett veio logo dizer que "provavelmente a correspondente foi morta pelos palestinos. Pelas informações que reunimos, parece provável que palestinos armados, que abriram fogo sem discernimento, são responsáveis pela morte infeliz da jornalista”.

Outro jornalista da Al Jazeera, Ali Al Samudi, ficou ferido no mesmo ataque. Um repórtyr fotográfico que estava no local afirmou que “a jornalista “hireen Abu Akleh usava o colete de imprensa quando foi atingida. As forças israelitas disparavam. Não havia palestinos armados no local”. O jornalista  li Samoadi al-Quds, foi baleado nas costas, mas sobreviveu. 

Úrsula von der Leyen já foi a Jenin ver os efeitos dos massacres? Falou das vítimas? António Guterres já abriu a boca? Macron falou de crimes de guerra?  Biden já anunciou o envio de milhares de milhões para os refugiados palestinos? Marcelo Revelo de Sousa já disse que “somos todos palestinos”? Borrell já propôs o confisco dos fundos soberanos de Israel? Antony Blinken já propôs o confisco das fortunas dos milionários israelitas para reconstruir a Palestina? Nada de nada. A Internacional Nazi já mostrou exuberantemente o que quer. E quer mesmo submeter o mundo à vontade do fhurer de serviço na Casa Branca.

Nos EUA a inflação sobe desalmadamente na mesma medida que Biden anuncia milhares de milhões para a Ucrânia. Na Alemanha a inflação sobe em flecha na exacta trajectória dos mundos e fundos que mandam para a Ucrânia. Em Portugal soaram as campainhas de todos os alarmes. A inflação em Abril foi aquase de oito por cento. O povo sem cheta, kumbu está malé malé, malé e o governo manda milhares de milhões para a Ucrânia. Mais uns blindados do tempo da guerra colonial. Não sabiam o que fazer à sucata. Em Espanha, a inflação mete medo. Com o massacre de propaganda a partir da Ucrânia escondem a realidade. E a verdade é esta: Os antigos escravocratas e colonialistas, estão falidos. Torraram a massa toda, acumulada durante séculos de escravatura, colonialismo e latrocínio.

Graças a  Heróis da Humanidade da dimensão de Agostinho Neto, agora já não roubam  os recursos de África coma mesma desfaçatez de antes da Independência de Anglola e da vitória dos ango,anos sobre o regime nazi e racista de Pretória. Há quem ainda não tenha compreendido, mas a nova ordem mundial que se desenha, começou a ser criada por Agostinho Neto e seus companheiros de luta. 

*Jornalista

VENEZUELA CONTINUA A SER O MODELO DE DEMOCRACIA NAS AMÉRICAS

#Traduzido em português do Brasil

Jacqueline Luqman* | Toward Freedom

De 11 a 13 de abril, a República Bolivariana da Venezuela sediou a “Cúpula Internacional Contra o Fascismo” em Caracas. Duzentos jornalistas e ativistas dos cinco continentes estiveram presentes na cúpula, onde foi comemorado o 20º aniversário do golpe de Estado contra Hugo Chávez, no contexto da importância da mídia nos movimentos e como um marco na luta contínua contra a a consolidação global das forças políticas de direita e do fascismo crescente.

O evento de três dias contou com painéis de discussão sobre as forças de direita que o povo da Venezuela derrotou em 2002 em comparação com os elementos fascistas que operam em países do Sul Global e agora na Ucrânia, bem como a emergência relevante do fascismo nos Estados Unidos. Estados que emana de ambos os partidos políticos para apoiar ditadores e estados policiais.

A comunicação popular e o papel da mídia foram amplamente discutidos, pois a cumplicidade da mídia venezuelana foi lembrada em vários painéis. A coordenação de todos os principais meios de comunicação venezuelanos para difundir a mentira de que o ex-presidente Hugo Chávez havia renunciado à presidência em 2002 foi relatada não apenas como parte da cronologia dos acontecimentos do golpe derrubado, mas também comparada à atual consolidação da mídia estadunidense e daqueles dos seus aliados relativamente à guerra por procuração na Ucrânia. A disposição dos CEOs da mídia e âncoras de notícias de mentir para o povo da Venezuela em 2002 parecia ser um presságio para o que foi descrito como a ditadura da mídia que está girando uma narrativa igualmente falsa sobre a Ucrânia agora.

A mídia venezuelana não foi o único tema no exame da tentativa de golpe de 2002. O apoio do governo dos Estados Unidos à direita violenta e antidemocrática no país também foi um tema comum levantado por muitos apresentadores. O papel de membros da equipe de política externa dos EUA, como o então secretário de Estado Colin Powell e o diretor da CIA, George Tenet, cuja demonização de Chávez em audiências no Congresso preparou o terreno para a intervenção dos EUA na Venezuela. Chávez – que era presidente há apenas dois anos na época do golpe – havia cometido duas ofensas imperdoáveis:

1 - Ele manteve reuniões com os líderes dos inimigos jurados dos EUA: Cuba, Irã e Líbia, e

2 - Ele criticou a resposta dos EUA ao 11 de setembro no Afeganistão

Sequestrado pelos conspiradores fascistas do governo e facilitado pela mídia, Chávez foi escondido e mantido em cativeiro por dois dias, enquanto o povo venezuelano era informado de que havia um novo presidente na cidade. Mas se esse fosse o fim da história, não haveria necessidade desta conferência.

Enquanto o passo a passo do golpe revelou detalhes que a maioria dos americanos certamente nunca tinha ouvido antes – como todos os meios de comunicação declararam que havia um novo governo na manhã, mas não passavam nada além de desenhos animados em todas as estações para o resto do dia enquanto o governo golpista se legitimava às pressas. Os aspectos mais fascinantes e importantes deste importante evento histórico foi o papel da comunicação entre o povo para devolver Chávez ao poder e restaurar a democracia constitucional que o povo moldou sob ele.

REGIMENTO IMORTAL EM ÁFRICA!

Martinho Júnior, Luanda

HÁ QUE LEMBRAR OS CAÍDOS QUE SE BATERAM DE ARMAS NA MÃO PELA LIBERTAÇÃO DO CONTINENTE, DO COLONIALISMO, DO FASCISMO, DO “APARTHEID”, DO NAZISMO E DE TODAS AS SUAS RESPECTIVAS SEQUELAS, DE ARGEL AO CABO!

O Dia da Vitória é um marco-memória da história da humanidade, um marco-memória para todos os povos e em especial os que tiveram de arrancar a sua liberdade por via duma épica luta de armas na mão!

O Dia da Vitória é também um marco-memória para todos os que levam por diante a legitimamente justa mudança de paradigma, dando oportunidade à descolonização mental de todas as nações, estados e povos que compõem a humanidade!

DIA DA VITÓRIA EM MARIUPOL E KHERSON

No preciso momento em que em Moscovo desfilavam os soldados que representam a vitória de todos os povos sobre o fascismo e o nazismo das potências do Eixo, realizaram-se cerimónias nas zonas libertadas das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, no Donbass em luta…

A sanha neonazi tentou impedir as cerimónias em em Kherson, lançando 8 mísseis contra as cidade, mísseis esses interceptados e abatidos pelas forças libertadoras do Donbass…

O Embaixador russo na Polónia sofreu uma investida de neonazis polacos e ucranianos que o agrediram, insultaram e o atingiram com tinta no momento solene de depositar uma coroa de flores no local que marca a libertação da Polónia do nazismo do IIIº Reich…

As cargas de ódio são visíveis, estão já disseminadas e os seus incentivadores-mor estão no outro lado do Atlântico, movidos pela sua irredutível arrogância imperial, imbuídos eles próprios, em desespero de causa, da ideologia neonazi, em pleno século XXI!

Os povos das cidades libertadas reuniram-se nas cerimónias honrando o nexo da libertação de há 77 anos, com as batalhas do presente, como se fosse uma só batalha envolvendo a comoção libertária geração após geração!

Há oito anos que os neonazis implantados na Ucrânia com o golpe de estado em Kiev por força do império da hegemonia unipolar, não só impedem as comemorações do Dia da Vitória, mas todas as legítimas manifestações que honram o passado, a história e a vitória comum dos povos europeus e de todo o mundo, sobre a barbárie nazi e fascista!

Em Mariupol e Kherson o Regimento Imortal vai um dia desfilar misturando as fotografias dos que morreram pela sobrevivência da civilização na IIª Guerra Mundial, com as fotos dos que morreram em 2022 pela dignidade e a civilização em nome da Segurança Vital Global que tarda, quando todas as nações, estados e povos deveriam respeitar em uníssono a Carta das Nações Unidas que a hegemonia unipolar rejeita a favor das regras de seu domínio feudal com doses neonazis!..

A UNIÃO EUROPEIA E OS "OUTROS" REFUGIADOS

jose marques dos santos -- em Twitter

A FEBRE DO DINHEIRO E O ESPECTÁCULO DA GUERRA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A sociedade do espectáculo ganhou uma dimensão cósmica quando aviões de passageiros foram atirados contra as Torres Gémeas, em Nova Iorque. Foi uma espécie de triunfo dos porcos em todas as suas dimensões. Desde então as televisões tornaram-se uma religião e quem não aparece nos ecrãs, não existe. Deus é um Big Brother que decide quem existe. Escolhe as mãos que podem mexer nos botões e transmitir som e imagens. Determina que matérias fazem parte dos bombardeamentos informativos. Ordena quem deve expor a sua intimidade, até ao mais profundo dos seus jardins secretos.

Este mundo foi construído por políticos da dimensão de Ronald Reagan, um actor do nível de Zelensky, Marghareth Tatcher, José Maria Aznar, Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e outros filhotes de fascistas sempre prontos a disparar contra o coração da democracia, tenham ou não tempo de antena. Portugal, como sempre, é o melhor do mundo neste concurso televisivo. O audiovisual exige uma dicção perfeita e boa colocação de voz. As grande estrelas televisivas portuguesas são ”dopinha de mada” (sopinha de massa), belfos, tartamudos. Falam como se tivessem uma batata quente na boca, comem sílabas inteiras. 

Cavaco Silva fala devorando a dentadura. Marcelo Rebelo de Sousa é incapaz de pronunciar uma palavra sem sibilar. Embrulha a língua nos dentes e cospe palavras salivadas. Na TVI teve dois parceiros ainda piores, Juca Magalhães e a impagável Judite de Sousa. A grande estrela da RTP era uma tal Sandra Felgueiras, devoradora de erres e sílabas inteiras. Enfim, há poucas excepções. Mas isso é o menos. Gravíssimo é o assassinato do jornalismo que os Media portugueses iniciaram em 24 de Fevereiro passado.

Um tal Nuno Rogeiro, “comentador” da SIC, entrevistou o ministro dos negócios estrangeiros da Ucrânia, por encomenda da CIA e do Pentágono. Entrevista exclusiva! Não pode. Só os jornalistas estão autorizados a produzir notícias, reportagens e entrevistas. Ninguém põe um talhante a fazer cirurgias no bloco operatório de um hospital. Ou põe um lunático a pilotar aviões. Mas em Portugal, mais falso jornalista menos falso jornalista, é igual ao hectolitro. 

A sociedade do espectáculo exige muita mão-de-obra descabeçada e obediente. Por isso, vai tudo à frente. Até agentes das secretas fazem de jornalistas. Os primeiros capítulos começaram na Guerra do Golfo, com jornalistas “embebidos” nas tropas invasoras. Os donos perceberam que era barato “cobrir” as guerras e nunca mais pararam. A operação da Federação Russa na Ucrânia tem sido um verdadeiro maná. Estão a facturar milhões! Mandam serventes para “a linha da frente” e aí vai disto. Propaganda abjecta, rastejante, insultuosa. 

Os prémios Pulitzer distinguiam o bom jornalismo. Este ano, foram premiados uns quantos agentes da PIDE do Zelensky, apelidados de jornalistas. Dezenas de estrelas! Que sirva de exemplo para as e os intrépidos repórteres portugueses. Ninguém recebeu uma esmolinha. Nem a Ana Sofia Cardoso que viu uma bomba a arder no capim e deu a notícia do século. Disse ela, com aquela voz de carrascão do Cartaxo: “O comandante Russo acordou morto”. E a pequena não teve direito a Pulitzer. Grandes sacanas, estes agentes da CIA e do Pentágono.

A Ucrânia atingiu o climax da sociedade do espectáculo. Só não mostram em directo os nazis do Batalhão de Azov encurralados na fábrica de Mariupol. Nem o laboratório de armas biológicas, instalado nas profundezas de Azovstal. O grande espectáculo da guerra passa de manhã à noite, nas CNN e todos os Media do Ocidente. Zelensky, sempre no palco! Levou o país para a destruição e causou milhões de refugiados. Mais os milhares de mortos. É o herói do estado terrorista mais perigoso do nundo (EUA) e da União Europeia.

As instituições que têm o dever de zelar pelo respeito escrupulosa das regras do jornalismo fecharam portas e foi todo o mundo para a Ucrânia, assistir ao espectáculo. A SIC de Pinto Balsemão levou a cena a um nível elevadíssimo. Uma apresentadora da casa adoeceu e foi-lhe diagnosticado um cancro no estômago. Uma jumenta cacarejante apresenta o programa Júlia. Apareceu triunfante dizendo que consegui uma entrevista em exclusivo com a colega. E a doente apresentou-se, sorridente, bem-disposta, orgulhosa do seu cancro. As duas ficaram ali numa amena cavaqueira, rindo, às vezes chorando (a enferma) e as audiências bateram recordes. Querem este mundo? Querem esta sociedade? Sirvam-se à vontade.

Guerra no Iraque. A coligação internacional roubou os fundos soberanos do país. Milhares de milhões. Guerra na Líbia. Os países da OTAN (ou NATO) roubaram os fundos soberanos do país. França, Reino Unido e Itália foram os grandes beneficiários. Fundos soberanos da Venezuela roubados pelos EUA e vários países da Europa. Milhares de milhões roubados. Em nome do “presidente Guaidó”. Portugal abarbatou uns milhares de milhões! Entretanto o Guaidó foi à vida. Um dia destes tem a companhia do Zelensky. Já faltou mais.

Ontem o senhor Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia fez uma proposta ousada: Os 300 mil milhões de euros dos fundos soberanos da Federação Russa nos bancos europeus devem ser confiscados e oferecidos à Ucrânia. Claro que os nazis levam uns trocos e o resto fica para os falidos dos EUA e da Europa. O presidente Biden deu o mote. A semana passada propôs que os milhares de milhões confiscados aos milionários russos, devem ser destinados “à reconstrução da Ucrânia”. Já se percebeu por que apostam tanto nas armas, armas, armas, guerra, guerra, guerra. Não lhes vai faltar. Pobres ucranianos e os que se seguem.

Reino Unido, EUA, Canadá e a União Europeia em peso garantem que a Ucrânia já ganhou a guerra. Têm razão. Está ganha. Entretanto a operação militar especial da Federação Russa para desarmar e desnazificar a Ucrânia continuam com todos os cuidados, porque a população ucraniana é em grande percentagem russa ou russófona. O meu consultor para os assuntos militares diz que já só faltam os acertos finais. Os nazis armados estão em vias de extinção. Já é bom. A Internacional Nazi, que tomou de assalto a cúpula da União Europeia tem de ser travada. E isso só é possível com uma nova ordem mundial. 

*Jornalista

SE OS EUA QUISESSEM PAZ NA UCRÂNIA... - Caitlin Johnstone

Washington poderia ter ajudado Zelensky a buscar a paz com a Rússia – como foi eleito para fazer – e impedido essa guerra. Mas é claro que isso não aconteceu. 

#Traduzido em português do Brasil

Caitlin Johnston* | Consortium News

À medida que navegamos em direção à  beira do armageddon nuclear  enquanto Bono e The Edge  tocam músicas do U2 em Kiev , provavelmente vale a pena tirar um momento para destacar como essa guerra poderia ter sido evitada. Os EUA poderiam simplesmente ter prometido proteção militar para Volodymyr Zelensky contra os extremistas de extrema direita que ameaçavam linchá-lo se ele adotasse as políticas de pacificação que ele foi eleito presidente para adotar.

Para ser claro, o que estamos fazendo aqui é inteiramente um ato de fantasia. Estamos imaginando o que teria acontecido se os EUA tivessem prometido proteger o governo ucraniano de uma derrubada violenta e antidemocrática nas mãos de fascistas, em vez de travar uma horrível guerra por procuração. Nisso, também estamos imaginando um mundo em que o governo dos EUA atua no mais alto interesse de todos, em vez de trabalhar continuamente para dominar o planeta, não importa quanta loucura e crueldade inflija à humanidade. Esse seria um mundo em que os EUA não estariam dando os passos que deram  há muitos anos para orquestrar essa guerra por procuração.

Com isso fora do caminho, é apenas um fato simples que, por uma fração do poder de fogo militar que os EUA estão despejando na Ucrânia agora, eles poderiam ter evitado toda a guerra simplesmente protegendo a democracia ucraniana dos impulsos antidemocráticos das piores pessoas do mundo. aquele país.

Quando  perguntado  por Katrina vanden Heuvel, do The Nation, no mês passado, o que ele acha que está impedindo Kiev de assinar um acordo de paz com a Rússia, John Mearsheimer, cuja análise desse conflito  foi profética  por muitos anos, respondeu o seguinte:

“Acho que quando Zelensky concorreu à presidência, ele deixou muito claro que queria fazer um acordo com a Rússia que acabasse com a crise na Ucrânia, e ele ganhou. E o que ele então tentou fazer foi avançar para a implementação do acordo de Minsk II. Se você quisesse encerrar o conflito na Ucrânia, teria que implementar Minsk II. E Minsk II significava dar à população de língua russa e de etnia russa na parte mais oriental da Ucrânia, a região de Donbas, uma quantidade significativa de autonomia, e você tinha que tornar a língua russa uma língua oficial da Ucrânia.

Acho que Zelensky descobriu muito rapidamente que, por causa da direita ucraniana, era impossível implementar Minsk II. Portanto, embora os franceses e os alemães e, claro, os russos estivessem muito interessados ​​em fazer Minsk II funcionar, porque queriam encerrar a crise, não conseguiram. Em outras palavras, a direita ucraniana foi capaz de bloquear Zelensky nessa frente.”

Quando Mearsheimer diz que a direita ucraniana foi capaz de frustrar Zelensky, ele não quer dizer com votos ou processos democráticos, ele quer dizer com ameaças e violência. Em um artigo no mês passado intitulado “ Tornando-se ao lado da extrema-direita da Ucrânia, os EUA sabotaram o mandato de paz de Zelensky ”, o jornalista Aaron Maté escreveu o seguinte:

“Em abril de 2019, Zelensky foi eleito com esmagadores 73% dos votos em uma promessa de virar a maré. No dele  discurso de posse no mês seguinte , Zelensky declarou que 'não tinha medo de perder minha própria popularidade, meus índices' e estava 'preparado para desistir de minha própria posição – enquanto a paz chegasse'.

Mas as poderosas milícias neonazistas e de extrema-direita da Ucrânia deixaram claro para Zelensky que alcançar a paz no Donbas teria um custo muito maior.

"Não, ele perderia a vida",  respondeu o cofundador do Setor Direita, Dmytro Anatoliyovych Yarosh, então comandante do Exército Voluntário Ucraniano, uma semana após o discurso de posse de Zelensky . 'Ele vai ficar pendurado em alguma árvore em Khreshchatyk – se ele trair a Ucrânia e aquelas pessoas que morreram na Revolução e na Guerra.' “

Portugal | NÃO HÁ PERSEGUIÇÃO AO COMUNA?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Uma associação de ucranianos denunciou que em Setúbal (presidência CDU), Aveiro (PSD), Gondomar (PS) e Albufeira (PSD) os refugiados da guerra na Ucrânia estavam a ser recebidos por, cito as palavras que Pavlo Sadokha usou na RTP, a 29 de abril, "russos e ucranianos pro-Moscovo".

Este presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal afirmou que avisou essas autarquias do facto e que, nessa data, apenas a algarvia alterara a situação.

Nessa manhã o jornal Expresso titulara, em manchete, "Ucranianos recebidos em Câmara CDU por russos Pró-Putin".

O comentador Marques Mendes, no dia 1 de maio, na SIC, afirmou que "o que se passou em Setúbal é parecido com espionagem de guerra" por, supostamente, estarem a ser passados dados pessoais dos refugiados à Rússia. Mendes acrescentou que a autarquia da CDU é "culpada" por não ter retirado os russos do processo de receção aos refugiados ucranianos.

O comentador, e praticamente todos os analistas e cronistas, que nos dias seguintes arrasaram a Câmara de Setúbal, não analisaram, porém, as denúncias similares sobre as câmaras PS e PSD.

No dia 5 de maio a CNN noticiava que a câmara de Portimão (PS) envolvera na receção a refugiados ucranianos a "Associação Capela", indicada pelo mesmo Pavlo Sadokha aos serviços secretos portugueses (SIRP). A Câmara de Portimão anunciou que, apesar dessa informação, manteria ativo o trabalho com essa associação. Não li mais nada sobre isso.

A mesma notícia especificava que nessa lista de denúncias entregue ao SIRP constava, em Aveiro, a Associação de Apoio ao Imigrante. O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, tinha negado a 29 de abril o trabalho da edilidade com essa associação. A cidadã ucraniana que lidera essa entidade garantira entretanto, ao Diário de Aveiro de 3 de maio, não ter ligações com a embaixada russa e que encaminhava pessoas para o Alto Comissariado para as Migrações (ACM).

Na câmara da Guarda, segundo o jornal digital Observador de 5 de maio, um grupo de refugiadas ucranianas foi repentinamente transferido daquela cidade para Fornos de Algodres, por ordem do ACM. Elas acusam a câmara de lhes não ter fornecido comida suficiente, de lhes ter retirado os documentos durante muitos dias e de "uma mulher da Rússia", com quem se desentenderam, estar envolvida no acompanhamento do seu caso. Toda esta conflituosa descrição, negada ou contextualizada pela câmara nesse mesmo artigo, não teve impacto político relevante. A câmara é gerida pelo grupo de cidadãos "Pela Guarda".

No seu comentário de 8 de maio Marques Mendes, que aqui serve meramente de exemplo sobre o tom geral da análise política a este caso, voltou a criticar na SIC a câmara de Setúbal, acrescentou-lhe governo, PS e António Costa, mas não falou das polémicas nas outras câmaras.

O jornal Público de ontem voltou ao caso de Setúbal e noticia que a Associação dos Imigrantes dos Países do Leste, posta sob suspeita de enviar dados de refugiados à Rússia, recebeu, de 2013 a 2019, mais de 126 mil euros entregues pelo ACM e, a seguir, nos últimos três anos, mais de 29 mil euros anuais da autarquia de Setúbal. Esse subsídio foi aprovado por todos os partidos, incluindo aqueles que agora querem a demissão do presidente da Câmara, André Martins.

Note-se que, até ontem, citado pelo mesmo jornal, o ACM, que é quem controla nacionalmente a receção aos refugiados, afirmava que "não tem conhecimento de que a atuação das associações reconhecidas tenha envolvimento ou ligação política ao governo russo".

Entretanto, a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu funções de apoio aos refugiados ucranianos à associação de Pavlo Sadokha, o denunciante dos pró-russos, por indicação da Embaixada da Ucrânia, o que levou o PCP a levantar o problema: e quem protege os refugiados que não gostam do governo ucraniano?...

Olho para esta descrição e pergunto: Porque carga de água é que só o PCP e a CDU levam pancada, são investigados, são criticados, são acusados pelos processos de receção aos refugiados ucranianos? Porque é que as outras autarquias, com procedimentos similares ou também controversos, são poupadas a esse escrutínio? Porque é que as instituições nacionais com responsabilidades nesta operação são esquecidas?

Isto não é perseguição ao comuna?... Não?... É democracia?...Ah!

*Jornalista

Portugal covidado | VEM AÍ A SEXTA VAGA - MAIS CASOS E MAIS MORTES

Covid-19. Portugal com transmissibilidade de 1,17 e sexta vaga "a começar a desenhar-se", diz relatório

Relatório do Instituto Superior Técnico indica que a incidência média a sete dias aumentou de 8.763 para 14.267 casos desde 19 de abril, o que se deve "à retirada abrupta do uso de máscara em quase todos os contextos e à nova linhagem BA.5 da variante Ómicron que começa a instalar-se" no país.

"A possibilidade de uma sexta vaga está a desenhar-se de forma muito intensa", avança o relatório do grupo de trabalho do Instituto Superior Técnico (IST) que acompanha a evolução da covid-19 em Portugal e a que a Lusa teve hoje acesso.

Segundo esta avaliação de risco da pandemia elaborada por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem este grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço, "a atual situação é de aumento do perigo pandémico face ao anterior relatório" de 19 de abril.

De acordo com o documento, a eliminação do uso de máscaras "parece ter tido um efeito muito acentuado na subida de casos atual", uma medida que os especialistas do IST consideram ter sido "acertada" nas escolas, mas que está a provocar um "excesso de contágios" em ambiente laboral.

"A sua eliminação em contexto laboral e a não recomendação de teletrabalho quando este é possível, provoca um excesso de contágios que, segundo os nossos modelos, está a contribuir fortemente para a subida presente" de infeções, sublinha ainda o relatório do IST.

O uso generalizado de máscaras deixou de ser obrigatório a partir de 22 de abril, com exceção dos estabelecimentos de saúde, incluindo farmácias comunitárias, assim como nos lares de idosos, serviços de apoio domiciliário, unidades de cuidados continuados e transportes coletivos de passageiros.

Subida de casos positivos "provavelmente contribuirá" para o aumento da mortalidade nos próximos 30 dias

O grupo de trabalho do Técnico considera também que os dados existentes indicam que as novas linhagens da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 podem estar a contribuir para o aumento do número de casos.

Face à "tendência de agravamento significativo" da pandemia em Portugal, os especialistas admitem que a recente subida de casos positivos de SARS-CoV-2 "provavelmente contribuirá" para o aumento da mortalidade nos próximos 30 dias.

O pico deste indicador na recente vaga da Ómicron foi registado em 6 de fevereiro e os óbitos diários em média a sete dias passaram de 20.9 para os atuais 20.3.

De acordo com o relatório do IST, a incidência média a sete dias aumentou de 8.763 para 14.267 casos desde 19 de abril, o que se deve "à retirada abrupta do uso de máscara em quase todos os contextos e à nova linhagem BA.5 da variante Ómicron que começa a instalar-se" no país.

Com dados de 9 de maio, o grupo de trabalho adianta que o Indicador de Avaliação da Pandemia (IAP) do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos está agora nos 83.8 pontos, com tendência de subida e acima do "nível de alarme".

O IAP combina a incidência, a transmissibilidade, a letalidade e a hospitalização em enfermaria e em cuidados intensivos, apresentando dois limiares: o nível de alarme, quando atinge os 80 pontos, e o nível crítico, quando chega aos 100 pontos.

"Aconselhamos o reforço da monitorização e passar a mensagem de que o perigo pandémico ainda não terminou", destaca ainda o relatório, que acrescenta que a "monitorização dos números da pandemia deve ser feita de forma rigorosa e transparente até a declaração de fim da pandemia" pela Organização Mundial da Saúde.

"Para efeitos de análise, previsão e de comunicação, o facto de a Direção-Geral da Saúde apresentar os dados dos internamentos à sexta-feira com dados relativos à segunda-feira anterior constitui um défice de informação devida ao público e à comunidade médica e científica que evita a prevenção e a tomada de medidas por parte dos serviços", alerta ainda o relatório.

Diário de Notícias | Lusa

... MAS MESMO ASSIM OS IMPÉRIOS CAEM. AINDA BEM

Bom dia no Curto do Expresso

Cristina Peres, jornalista de internacional do jornal Expresso, o tal do Bilderberg do Estado Profundo Global - tendo por papa o tio Balsemão, tem hoje no Expresso Curto as novidades já previstas de mais alargamento da NATO. 

Diz a jornalista que a “Bússola nórdica vira para a NATO”. O optimismo das quatro ou cinco penadas que tratam do assunto referem que com a Suécia e a Finlândia a aderirem à NATO a Rússia ficará “rodeada de países da NATO no Mar Báltico e no Ártico”. Ora, no Leste Europeu está quase rodeada de países NATO. Dir-se-ia que assim a Rússia está tramada…

Para quem viu algumas feras cercadas com o poder bruto de seres da chamada inteligência superior – ponham-se sérias dúvidas em “superior”, também designadas por homens – é primário saber-se que essa situação aguça o engenho, a tenacidade e muitas vezes a derrota das forças de cerco, sendo que a matança atinge com imensa selvajaria ambas as partes da contenda. A humanidade global dispensa tais soluções de hecatombe. Dos decisores destas táticas para o fim de milhões de vidas haverá algum, alguém, que saiba o que significa PAZ? E diálogo? E negociações? E…

Há tantos e bons caminhos para se evitarem as guerras e a aniquilação de milhões de seres da humanidade, da fauna e da flora… Só não enveredam por esses caminhos porque não querem. Habitualmente, é histórico, os impérios acabam por cair exatamente devido a cederem às ganâncias, aos prazeres e lucros da dominância… Mas mesmo assim eles (os impérios) caem. Ainda bem.

Do Curto do Expresso balsemista e anatado até aos ossos leia a seguir a trampa que também países nórdicos estão a conjeturar. O arauto é Cristina Peres.

Bom dia, se conseguirem. Leiam a seguir a "novidade nórdica" que é mais um rastilho para um grande BUM!

MM | PG


Bússola nórdica vira para a NATO

A adesão da Finlândia à NATO está nas mãos dos deputados finlandeses que discutem o assunto numa semana que deverá culminar com a mudança tectónica na segurança nórdica que será a decisão de se candidatar à adesão da Finlândia e da Suécia. Todos menos apenas um dos 17 membros do comité de Defesa do parlamento finlandês recomendaram a medida numa decisão tomada ontem, terça-feira 10, citando a agressão russa.

“Ser membro da NATO é a melhor solução para a segurança da Finlândia”, declarou Petteri Orpo, declararam o presidente daquele comité e o líder de um partido da oposição aos órgãos de comunicação social finlandeses. “Fortalece a capacidade de defesa nacional da Finlândia com as capacidades militares significativas que a Aliança tem”. Uma sondagem de opinião da última segunda-feira feita pelo canal YLE apurou que 76% dos finlandeses apoiam a adesão do país à NATO, percentagem que em março era de 53%, escreve o EUobserver.

Segundo o ministro sueco da Defesa, a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO beneficiaria a defesa na Europa do Norte. O ministro Peter Hultqvist declarou à rádio sueca que se os dois países decidirem aderir à NATO e, com isso, incluir-se no planeamento da defesa comum no contexto da Aliança, fortaleceria as capacidades militares conjuntas do Norte. Isto somado ao controlo do Mar Báltico reduziria o risco “de alguma coisa acontecer à volta do Báltico”, bem como na estratégica ilha de Gotland. O social-democrata Hultqvist opôs-se sempre à adesão até agora. Porém, as coisas mudam: “Há uma antes de 24 de fevereiro e uma depois”, rematou, referindo-se à Rússia, citado pela revista “Der Spiegel”. Já agora, na última sondagem, 51% dos suecos são a favor da adesão à NATO.

Uma tal expansão da Aliança militar ocidental deixaria a Rússia rodeada de países da NATO no Mar Báltico e no Ártico e representaria uma séria desvantagem para o Presidente Vladimir Putin, que citou a expansão prévia da NATO na Europa de Leste e a possibilidade de a Ucrânia também aderir como razões para invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Pertencer à NATO seria um desenvolvimento histórico para os dois países nórdicos. A Suécia vem a evitar alianças militares há 200 anos e a Finlândia adotou a neutralidade depois de ter sido derrotada pela União Soviética na II Guerra Mundial.

Cristina Peres, jornalista de internacional do jornal Expresso

Querer dos EUA: A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL ESTÁ MAIS PRÓXIMA QUE NUNCA

“A Terceira Guerra Mundial está mais próxima do que nunca”: máquina de guerra dos EUA aumentará a ajuda militar letal enviando “drones suicidas” para a Ucrânia

#Traduzido em português do Brasil

Timothy Alexander Guzmán* | Global Research, 07 de maio de 2022

Apesar do declínio econômico dos EUA, o regime de Biden está enviando outros US$ 33 bilhões para apoiar os esforços de guerra da Ucrânia contra a Rússia. Biden pediu ao congresso dos EUA com a maioria que está nos bolsos do Complexo Industrial-Militar para fornecer à Ucrânia a assistência necessária para derrotar a Rússia. Uma reportagem da CBS intitulada  'Biden pede ao Congresso US$ 33 bilhões em ajuda à Ucrânia para aumentar a pressão sobre a Rússia' sobre os comentários recentes de Biden sobre o projeto de lei proposto, disse ele:  

“É por isso que hoje, para sustentar a Ucrânia enquanto continua lutando, estou enviando ao Congresso um pedido de orçamento suplementar”, disse ele. “Vai manter o fluxo de armas e munições sem interrupção para os bravos combatentes ucranianos e continuar fornecendo assistência econômica e humanitária ao povo ucraniano.”

A maior parte dos US$ 33 bilhões, cerca de US$ 20 bilhões da guerra financiada pelos contribuintes dos EUA, será usada para “artilharia, veículos blindados e capacidades antiblindagem e antiaérea, segundo a Casa Branca”.

Washington e o Complexo Militar-Industrial continuarão a instigar a guerra com a Rússia, continuando a enviar aos militares ucranianos e seus batalhões nazistas mais drones suicidas. Em um relatório do Military.com  'The Phoenix Ghost, um 'drone suicida' secreto desenvolvido na Califórnia, está indo para a Ucrânia'  disse que "os militares ucranianos em breve começarão a rastrear e atacar as forças russas com um novo "drone suicida" secreto produzido pela Aevex Aerospace, uma empresa pouco conhecida de Solana Beach que tem uma experiência considerável com sistemas aéreos não tripulados.” O regime de Biden deve enviar mais de 121 dos drones Phoenix Ghost para a Ucrânia:

Analistas de defesa dizem que parece que o Phoenix Ghost vai vagar no céu, silenciosamente procurando por alvos. Uma vez que encontra um, o drone mergulha e atinge o objeto, desencadeando sua ogiva explosiva. Analistas especulam que é uma arma comparativamente pequena que pode ser difícil de ver contra a cobertura de nuvens que envolve grande parte da Ucrânia no final de abril e em maio.

O Pentágono vem desenvolvendo os drones Phoenix Ghost desde fevereiro passado, “não podemos falar sobre detalhes”, disse Brian Raduenz, tenente-coronel aposentado da Força Aérea que atua como diretor executivo da Aevex Aerospace. "Eu tenho que encaminhá-lo para as observações que John Kirby fez sobre isso." John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono e porta-voz do Departamento de Estado de Barack Obama, recentemente teve uma coletiva de imprensa e mencionou o drone Phoenix Ghost e disse que ela “estava em desenvolvimento antes da invasão, claramente. A Força Aérea estava trabalhando nisso. E em discussões com os ucranianos, mais uma vez, sobre seus requisitos,  acreditamos que esse sistema específico atenderia muito bem às suas necessidades, principalmente no leste da Ucrânia”  e mais tarde concluímos que “Este sistema aéreo não tripulado foi projetado para operações táticas. Em outras palavras, em grande parte, mas não exclusivamente, para atacar alvos. … Ele também pode ser usado para fornecer uma imagem do site do que está vendo, é claro. Mas seu foco principal é o ataque… seu propósito é semelhante ao do Switchblade, do qual falamos no passado, que é basicamente um drone de mão única e um drone de ataque. E isso é essencialmente o que isso é projetado para fazer.” (enfase adicionada).

A lâmina do interruptor é descrita como um “drone silencioso, leve e totalmente elétrico feito pela AeroVironment.” A AeroVironment também produz outro drone que é uma “versão de 5,5 libras e 300 do Switchblade que pode ser transportada na mochila de um soldado e lançada rapidamente – tornando-o altamente útil para soldados ucranianos que estão tentando manobrar em torno de tropas e veículos russos. A versão 600 maior do Switchblade está sendo usada para destruir tanques e veículos blindados russos, muitos que sujam estradas na região de Donbas, na Ucrânia.”  

Militay.com disse que o regime de Biden enviou mais de 1.000 canivetes para a Ucrânia até agora, um movimento que certamente irritou Moscou.

A Rússia alertou os EUA e seus aliados da OTAN que eles estavam  “adicionando combustível”  ao conflito e que pode haver  “consequências imprevisíveis”.  Washington e seus aliados da OTAN não estão ouvindo, eles deveriam saber que a Rússia não está blefando. O que acontecerá se isso continuar?

Acredito que a Terceira Guerra Mundial está mais próxima do que nunca, então por que Washington quer essa guerra em primeiro lugar?

Bem, desde que a economia dos EUA está entrando em colapso com o aumento das tensões entre liberais e conservadores e um aumento de crimes violentos que está varrendo o país seguido por um influxo de imigração ilegal em suas fronteiras ao sul, Washington falhou em todos os níveis.

Isso leva ao que Gerald Celente, do  Trends Journal  , disse:  “quando tudo mais falha, eles o levam para a guerra!”  Dado o rápido declínio do império dos EUA, a citação de Celente não deve ser tomada de ânimo leve durante esses tempos perigosos. A guerra está chegando em breve; os tempos serão muito diferentes, então prepare-se para o pior.

Na imagem: Um fuzileiro naval dos EUA lança um sistema de mísseis aéreos em miniatura letal durante um exercício no Marine Corps Base Camp Pendleton, Califórnia, em 2 de setembro de 2020. De acordo com relatos no sábado, 30 de abril de 2022, o novo drone Phoenix Ghost, recentemente desenvolvido e disse para funcionar de forma semelhante ao drone Switchblade, está sendo enviado para a Ucrânia. (Jennessa Davey/Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA) 

*Timothy Alexander Guzman  escreve em seu próprio blog, Silent Crow News, onde este artigo  foi publicado originalmente. Ele é um colaborador regular da Global Research.

Global Research  PO Box 55019 - 11 Notre-Dame-Ouest - Montreal, Qc H2Y 4A7, Canada

Ucrânia | Reino Unido e os EUA são os principais obstáculos às negociações de paz

#Traduzido em português do Brasil

Relatos recentes da mídia indicam que o Ocidente pressionou a Ucrânia a interromper as negociações em andamento com a Rússia, o que levou ao colapso das negociações realizadas em Istambul.

Abdul Rahman | Peoples Dispatch, 9 de maio de 2022 | em Global Research, 11 de maio de 2022

Uma reportagem recente na agência de notícias ucraniana Ukrayinska Pravda, citando funcionários do gabinete do presidente ucraniano, afirmou que as negociações entre a Ucrânia e a Rússia foram interrompidas devido à pressão exercida pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson durante sua visita não anunciada a Kiev em 9 de abril. 

De acordo com o relatório, Johnson veio a Kiev em uma visita surpresa aparentemente para “expressar solidariedade” e anunciar ajuda financeira e militar à Ucrânia em sua luta contra a agressão russa. No entanto, durante seu encontro com Zelensky, Johnson pediu que ele não continuasse com as negociações que estavam acontecendo na Turquia, afirmando que Putin precisa ser derrotado.

A posição pública de Zelensky sobre as negociações com a Rússia mudou drasticamente após esta visita. Apenas alguns dias antes da visita, Zelensky havia proclamado que não havia alternativa às negociações com a Rússia. Ele havia declarado a necessidade das negociações mesmo em meio ao clamor internacional sobre os supostos assassinatos em massa em Bucha.

Durante a última rodada física de negociações entre os dois países em Istambul no final de março, a Rússia afirmou que a Ucrânia estava pronta para considerar sua exigência de neutralidade ucraniana. Os russos também disseram que havia conversas sobre um possível encontro entre Zelensky e o presidente russo Vladimir Putin.

A Rússia havia alegado anteriormente que as negociações estavam paralisadas devido à pressão ocidental. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov , alegou no final de abril que a Ucrânia havia tomado a decisão de paralisar as negociações por conselho de "colegas americanos e britânicos". Putin havia anunciado “impasse” nas negociações e disse que o Ocidente, em vez de encontrar uma solução para o conflito, está ajudando a guerra com o objetivo de prolongá-la às custas do povo ucraniano.

O apoio consistente da OTAN por meio de suprimentos de armas também levou ao endurecimento da posição pública de Zelensky nas negociações. Na sexta-feira, ele proclamou que as negociações com a Rússia só serão retomadas depois que as tropas russas se retirarem completamente da Ucrânia e “devolverem” todos os ucranianos que foram evacuados para a Rússia.

A Rússia afirma ter evacuado mais de 19.800 pessoas das repúblicas de Donbass. Também alegou que as forças ucranianas tentaram bloquear a evacuação. A Rússia evacuou mais de 1,1 milhão de pessoas da Ucrânia desde o início de sua “operação especial” em 24 de fevereiro, informou a Tass .

A Rússia já anunciou que não interromperá sua ofensiva para as negociações e que o compromisso ucraniano de neutralidade será necessário para quaisquer negociações significativas.

Uma guerra por procuração 

As alegações russas de uma guerra por procuração foram ecoadas por vários grupos antiguerra. Em 7 de maio, a Campanha Stop the War, com sede no Reino Unido, observou um “dia internacional de ação pela paz na Ucrânia”, exigindo a retomada imediata das negociações entre as partes.

Em um comunicado na sexta-feira, o organizador da campanha, Lindsey German, afirmou que “o governo britânico se tornou um obstáculo à paz na Ucrânia, incentivando a continuação da guerra por meio de enormes carregamentos de armas e retórica incendiária”. Ela disse que o conflito na Ucrânia está “se transformando em uma guerra por procuração entre a Rússia e a OTAN”, o que terá implicações para o povo ucraniano, informou a Common Dreams .

Posições semelhantes também foram tomadas pelo grupo antiguerra CODEPINK nos EUA, que questionou o financiamento do governo Biden à Ucrânia e a falta de iniciativas para a paz. Também chamou a guerra na Ucrânia de “guerra por procuração”.

Os EUA e seus aliados da OTAN expressaram que o objetivo por trás de sua ajuda militar e financeira à Ucrânia é fazer com que a Rússia seja derrotada. Em uma videoconferência com Zelensky no domingo, 8 de maio, os países do G7 – todos membros da OTAN, exceto o Japão – prometeram “sanções coordenadas” contra a Rússia. Eles também falaram sobre a eliminação gradual de sua dependência da energia russa e a quebra de todos os vínculos globais existentes dos bancos russos.

Em uma declaração conjunta após a reunião, os países do G7 prometeram nunca deixar a Rússia “ganhar a guerra contra a Ucrânia” e prometeram mais ajuda militar a ela. Eles alegaram que 24 bilhões de dólares já foram fornecidos/prometidos à Ucrânia pela comunidade internacional.

O Reino Unido prometeu uma nova ajuda de US$ 1,6 bilhão no sábado, elevando sua ajuda total para mais de US$ 3 bilhões. Johnson havia anunciado bilhões de dólares em ajuda durante sua visita de 9 de abril.

Somente os EUA forneceram armas no valor de US$ 4 bilhões à Ucrânia. O governo Biden está buscando uma ajuda adicional de US$ 33 bilhões para a Ucrânia no Congresso dos EUA, dos quais US$ 20 bilhões seriam para armas e ajuda militar.

Os EUA e seus aliados da OTAN já impuseram várias rodadas de sanções políticas e econômicas à Rússia. No domingo, os EUA anunciaram sanções adicionais à mídia e bancos russos. Os membros da OTAN prometeram mais sanções contra a Rússia no futuro.

De acordo com um relatório da Xinhua , em vez de encorajar os dois lados a superar as dificuldades e manter as negociações em andamento para trazer “resultados pacíficos”, os EUA e seus aliados passaram “a atiçar as chamas, ampliar o conflito regional e pescar em águas turbulentas”. , arriscando a vida de milhões por seus próprios interesses mesquinhos.

Imagem em destaque: Boris Johnson fez uma visita surpresa à Ucrânia em abril, durante a qual ele supostamente desencorajou Zelensky a prosseguir as negociações de paz na Turquia. Foto: Boris Johnson

A fonte original deste artigo é Peoples Dispatch

Copyright © Abdul Rahman , Peoples Dispatch , 2022

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