sexta-feira, 15 de julho de 2022

O QUE É A HEGEMONIA DOS EUA, COMO COMEÇOU E QUANDO

#Traduzido em português do Brasil

EricZuesse* | South Front

Uma suposição inquestionável entre o establishment da América é que o domínio global que os EUA herdaram por ter sido a última das grandes potências mundiais a entrar na Segunda Guerra Mundial e por ter sofrido (de longe) o menor dano dessa guerra precisa continuar em perpetuidade, e que precisa se tornar  o domínio total  dos EUA sobre todo o planeta, e especialmente o domínio sobre a maior nação do mundo, a  Rússia, que é 1,77 vezes maior do que os EUA (o terceiro maior país do mundo).

(A Rússia é 1,74 vezes maior que o Canadá, o segundo maior país do mundo; e é 1,78 vezes maior que a China, que é o quarto maior do mundo. É 2,01 vezes maior que o 5º maior, o Brasil; e é 2,20 vezes maior do que o 6º maior, a Austrália. É 5,20 vezes maior do que o 7º maior, a Índia. Portanto, existem apenas 6 países gigantes: Rússia, Canadá, América, China, Brasil e Austrália.) O termo que muitos estudiosos costumam se referir a essa crença – esse objetivo, de que o domínio da América sobre o mundo inteiro seria bom em vez de ruim – é  “hegemonia” . Aqui, essa crença será  explicada .

Historicamente, o establishment de qualquer nação (sua aristocracia e seus funcionários e outros agentes) procura controlar o máximo possível dos recursos naturais do mundo, e esse desejo por eles é a principal causa das guerras. A Rússia, como a maior nação do mundo, é também a mais rica do mundo em recursos naturais. Essa é a principal razão pela qual as cerca de mil pessoas  que controlam a América (que são principalmente os bilionários da América, os indivíduos mais ricos e mais bem conectados da América)  querem, mais do que qualquer outra coisa, controlar a Rússia, que eles AINDA não controlam. Seu topo  compartilhado mutuamente A suposição (praticamente unânime, se não 100% unânime) é que, seja como for que isso seja feito, os Estados Unidos precisam alcançar o controle sobre a Rússia – que é um objetivo bom, em vez de ruim, a ser perseguido. Se algum membro do Estabelecimento da América NÃO cumprir esse objetivo, essa pessoa seria evitada por todos os seus colegas e, consequentemente, seria alvo de derrota ou conquista por todos eles, destruindo a reputação e/ou empresas dessa pessoa. Consequentemente, nenhum se manifesta publicamente em oposição a esse objetivo, que é chamado de “hegemonia dos EUA” quando não está sendo rotulado por termos ou frases ideológicas que soam benignas como “democracia”, “liberdade”, “modo americano”, “a ordem internacional liberal” ou “a ordem internacional baseada em regras, ajudar , em vez de atrapalhar, esses supostos “valores” – que  na verdade  são conquistas globais, seja lá como for. Assim, o público se junta: eles (como trabalhadores para, ou outros agentes desses indivíduos extremamente ricos), também favorecem a hegemonia mundial continuada e aumentada dos EUA. Esse objetivo é aceito pelo público americano, como se fosse o próprio significado de  ser  um 'patriota' americano, e se opor a ele é, portanto, 'antipatriótico'. Essa crença, na virtude de estender ainda mais o império americano, é também a razão pela qual  a mais respeitada de todas as instituições na América é “os militares”.

A GUERRA IMAGINÁRIA – Patrick Lawrence

#Traduzido em português do Brasil

Tudo começou quando o regime de Biden e a imprensa deturparam os objetivos russos na Ucrânia. Todo o resto fluiu dele.

Patrick Lawrence | Especial para o Consortium News

O que as panelinhas políticas, “a comunidade de inteligência” e a imprensa que serve a ambos iriam fazer quando o tipo de guerra na Ucrânia sobre o qual eles falavam incessantemente se tornasse imaginário, uma Marvel Comics de um conflito com pouco fundamento na realidade? Tenho me perguntado sobre isso desde que a intervenção russa começou em 24 de fevereiro. Eu sabia que a resposta seria interessante quando finalmente tivéssemos uma.

Agora temos um. Tomando como guia o New York Times , supervisionado pelo governo , o resultado é uma variante do que vimos quando o fiasco do Russiagate se desfez: aqueles que fabricam ortodoxias e consentimento estão rastejando pela porta lateral.

Posso dizer que não pretendo destacar o Times nessa chicana selvagem, exceto que o faço. O jornal de registro de uma vez, mas não mais, continua a ser singularmente perverso em seus enganos e decepções, pois impõe a versão oficial, mas imaginária, da guerra a leitores desavisados.

Como os leitores devidamente suspeitos do Consortium News se lembrarão, Vladimir Putin foi claro quando disse ao mundo as intenções da Rússia quando começou sua intervenção. Estes foram dois: as forças russas entraram na Ucrânia para “desmilitarizar e desnazificar”, um par de objetivos limitados e definidos.

Um leitor astuto desses comentários apontou em um recente tópico de comentários que o presidente russo mais uma vez provou, seja o que for que se possa pensar dele, um estadista focado com uma excelente compreensão da história. Na Conferência de Potsdam em julho de 1945, o Conselho de Controle Aliado declarou seu propósito pós-guerra na Alemanha como “os quatro D's”. Estas foram a desnazificação, a desmilitarização, a democratização e a descentralização.

Vamos dar a David Thompson, que trouxe esta referência histórica à minha atenção, uma assinatura merecida aqui:

“A reiteração de Putin dos princípios de desnazificação e desmilitarização estabelecidos a partir da Conferência de Potsdam não é apenas uma pitoresca ponta do chapéu para a história. Ele estava dando um sinal aos Estados Unidos e ao Reino Unido de que o acordo alcançado em Potsdam em 1945 ainda é relevante e válido…”

O presidente russo, cujo argumento com o Ocidente é que uma ordem justa e estável na Europa deve servir aos interesses de segurança de todos os lados, estava simplesmente reafirmando os objetivos que a aliança transatlântica havia assinado para realizar. Em outras palavras, ele estava apontando a hipocrisia grosseira dessa aliança, uma vez que arma os descendentes ideológicos dos nazistas alemães.

Detenho-me neste assunto porque a guerra imaginária começou com as deturpações bastante irresponsáveis ​​do regime de Biden e da imprensa sobre os objetivos da Federação Russa na Ucrânia. Todo o resto fluiu dele.

Você se lembra: as forças russas iriam “conquistar” toda a nação, acabar com o regime de Kiev, instalar um governo fantoche e depois seguir para a Polônia, os estados bálticos, a Transnístria e o resto da Moldávia, e quem poderia imaginar o que depois disso. A desnazificação, podemos ler agora, é uma fraude do Kremlin.

A GUERRA DA UCRÂNIA E O EURO AOS TRAMBOLHÕES -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Federação Russa caiu por terra. O rublo nunca valeu tanto. A operação de desnazificar a Ucrânia foi um fracasso porque os nazis foram todos para os governos dos países da União Europeia. Desmilitarizar a Ucrânia deu para o torto porque Zelenski agora tem mais um milhão de soldados para esmagar as tropas russas. Ainda estão no caldeirão da recruta mas qualquer dia estão prontos para levar com mísseis em cima. Como estava previsto, os russos derrubaram o Presidente Putin e agora é o senhor Biden que manda chuva em Moscovo. Os mortos do golpe de estado vão para o negócio das ossadas do Francisco Queiroz. Angola também vai ganhar alguma coisa com o colapso da Federação Russa. 

Na União Europeia está tudo a correr como previsto. Vitória esmagadora sobre os russos. O euro, sem ninguém dar por isso, caiu estrondosamente e já vale tanto como o dólar. Façanha notável, se tivermos em conta que os EUA estão falidos, têm uma inflação igual à do México nos anos 30 e já só produzem prostitutas e golpes de estado. A União Europeia pensava que ia comprar petróleo e gás dos norte-americanos ao preço da chuva! Tão ingénuos!

A inflação na Zona Euro está a galopar como um cavalo louco para o abismo. O crescimento da economia alemã este ano, foi hoje revelado, vai ser um ou zero. Motor gripado não puxa camião. Pergunta que se impõe: Onde vão os falidos buscar 700 mil milhões de euros para reconstruir a Ucrânia que ainda está a ser destruída pelo Zelenski e seus aliados? Resposta: África, Ásia, América Latina. Os europeus, atirados para o pântano da pobreza, depois de serem derrubados da classe média, também vão pagar. E têm muita sorte, não serem mobilizados como carne para canhão da Ucrânia. 

A diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, lançou um alerta aos mentores e financiadores da guerra contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia: “Há um agravamento significativo da economia global desde Abril”.  Não se assustem. É só um aperitivo, coisa leve. O pior é este aviso: “Não excluo a possibilidade de uma recessão global no próximo ano, tendo em conta os riscos atualmente enfrentados”. O golpe final. A directora-geral do FMI diz que se a Federação Russa fechar a torneira do gás e do petróleo à União Europeia, “vai ser uma catástrofe”. Entretanto os europeus estão com os lombos ao sol até final de Agosto e não dão por nada.

Querem mais? O FMI fez uma previsão de crescimento global verdadeiramente esquálido para este ano, apenas 3,5 por cento. Mas Kristalina Georgieva avisou que essa previsão está longe de se concretizar. Vai ser ainda mais baixa!

O Presidente Biden anda no Médio Oriente arregimentando aliados para Israel e garante que o seu apoio aos matadores de jornalistas é inquebrável. Todos unidos contra o Irão. O problema é que o Presidente Putin vai a Teerão declarar apoio àquele país. Não lhes chega a festa da Ucrânia. Querem ir além. Quanto mais guerra, melhor para a indústria bélica dos EUA e das grandes potências europeias. A maka é se as armas que estão a vender à Ucrânia se viram contra eles. O mundo está mais perigoso do que nunca.

Os países que bancaram a guerra da Ucrânia contra a Federação Russa estão em situação um tanto arriscada. O governo de Londres foi à vida. Agora andam à procura de alguém que ocupe o lugar de Boris Johnson. É fácil. Põem o Zelenski a soltar grunhidos em Londres e acumula com o governo de Kiev. O homem é gigantesco. Mário Draghi, primeiro-ministro de Itália, apresentou hoje a demissão porque já não tem maioria no Parlamento. O Presidente da República, Sérgio Mattarella, não aceitou a demissão. Vai ficar em morte lenta. Um dia destes as ossadas do seu gabinete vão para o negócio do Francisco Queiroz. Muito dinheiro! O senhor Macron tem o mesmo problema. Sem maioria parlamentar está nas mãos do acaso. Qualquer dia pede asilo político à Ucrânia. Já faltou mais.

A União Europeia baixou a grimpa e deu ordens aos nazis da Lituânia para deixarem passar os comboios com destino a Kaliningrado. Mais una humilhação por conta dos senhores da guerra da OTAN (ou NATO) e do Pentágono. 

O senhor Presidente Zelenski prometeu aos ucranianos que se ganhasse as eleições ia acabar com a guerra no Donbass. Ganhou e cumpriu. A guerra nas repúblicas separatistas está mesmo quase a acabar. Mas continua noutras paragens. No final vamos ver se ainda existe Ucrânia. Caso tenha o mesmo destino do euro, que está a níveis rastejantes e a aproximar-se muito da rupia do Butão, pouco fica digna de registo universal.

Kurta: CARTEL CRIMINOSO, UM CRIMINOSO DE GUERRA MADE IN EUA, E MAIS...

Paula Santos, diretora adjunta do Expresso trata hoje do Curto do Expresso em forma de newsletter. Paula, boa publicista, até junta imagens correspondentes ao que aborda. Foto de capa sobre a entrevista ao PR Marcelo da autoria de Francisco Pinto Balsemão. Amigos para sempre. Conhecem-se quase desde bebés. Marcelo também pertence ao Bilderberg? Que importa isso? Já tivemos nos governos e na Presidência quem recebesse “mimos” da CIA e de outras organizações terroristas. Foram outros tempos, é certo. Agora são estes tempos e é tudo muito mais secreto e alegadamente muito democrático. Qualquer coisa é sempre de desconfiar apesar de ficar tudo na mesma. O povinho papalvo só tem de trabalhar, trabalhar, trabalhar. Deve também de pagar impostos, pagar, impostos, pagar impostos. E sorrir, fazer de conta que é feliz e ignorar que a Pátria Madrasta só assim é corretamente definida porque além de pagar e não bufar também é vítima de esclavagismo, de mentiras, ocultações, chulice, de corrupção e roubos a que chamam “desvios” que voam para os Paraísos Fiscais e etc. E como acabaram com a sigla PIDE-DGS tudo disso foi para a prateleira SIS e congéneres. Oh tás quietinho ou levas no focinho. É canção e destino. Como assim é também o Oh Tempo Volta P’ra Trás. Rica democracia, Pobre povinho. E os desavergonhados nos poderes a lixar o mexilhão mesmo quando o mar não bate nas rochas, substituem isso com despejos das casas de pobres  famílias que não conseguem pagar as rendas e prestações aos bancos… Democracia, não é? Povo livre, não é? Caramba. Seus desavergonhados. É preciso ter muita lata. E vossemecês têm-na!

Ops! Mas não foi disso que viemos aqui botar faladura ou escritura. Adiante e avancemos para o Curto do Expresso balsemista. O tio merece publicidade como prémio de ainda andar a trabalhar no jornalismo e nas entrevistas aos amigos do peito e do berço. Daqueles que nascem com o traseiro virado para a Lua.

Para acabar chamamos a atenção para uma foto (entre muitas) que o Curto traz originalmente. É de um velhote que parece que não parte um pires mas que ao longo da vida partiu a louça toda que conseguiu capturar e/ou simplesmente assassinar. É ele, a besta, Kissinger, um criminoso de guerra e de crimes contra a humanidade – pela parte de Portugal lembramos Timor-Leste e rendemos aqui homenagem às centenas de milhares de timorenses que foram assassinados após a invasão de Timor-Leste pelos generais indonésios que receberam luz verde para a aniquilação de centenas de milhares de timorenses por esse mesmo Kissinger, secretário de estado dos EUA terrorista, acompanhado pelo seu presidente Gerald Ford… "E héé, já lá vai tanto tempo!" – exclamarão. Pois, sim, é verdade, foi em 1975. Mas também é verdade que o criminoso continua impune pelos crimes em que é corresponsável em várias latitudes e longitudes e anda por aí descaradamente bonitinho com besunto de velho rijo nas fotos e a ser recordado como sábio de geoestratégias criminosas contra a humanidade, contra a democracia de facto e a vontade de povos. Eis a seguir a foto do criminoso em referência. A seguir vão ler o Curto e não esqueçam que ler faz bem ao conhecimento mas implica devermos pensar e saber tirar as ilações e lições que tantas vezes parecem ocultas… Enfim, sacanices. O Curto, com esse tal criminoso Kissinger made in EUA. Bom fim-de-semana, se conseguirem.

Uma nota: Atentem nos fogos que estão a ser apagados pelo Cartel Espanhol... Estão a ser apagados ou os fogos provém de fogo posto pelo tal cartel espanhol? Está a ser difícil de compreender corretamente o que anunciam. Vão lá ver a seguir.

MM | PG

Angola | AGOSTINHO MANDOU ENTREGAR – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Em criança andava sempre enraivecido, espumava ressentimento e muitas vezes gritava insultos. Na escola, no caminho, no campo de futebol, no clube, nas festas, nas desgraças, em tudo quanto é sítio a lengalenga era sempre a mesma. Os pretos são ladrões. Os pretos não trabalham. Os pretos são burros. E eu sabia que eram roubados por comerciantes desalmados. 

Quando os camponeses iam vender o café, os comerciantes roubavam no peso e no preço. Quando compravam um litro de vinho o comerciante só media meio litro. Quando compravam dois metros de pano, só mediam um metro e meio. Grandes ladrões!

Os pretos trabalhavam desde os primeiros raios de sol até ao fim do dia. Muitas vezes, a chicote e palmatoadas. Se os colonos trabalhassem um décimo das horas, caíam mortos. Nunca vi ninguém trabalhar tanto. Aqueles analfabetos desalmados ficavam ricos à custa do trabalho escravo dos negros.

O meu professor de eleição chamava-se Tuma. Já o conheci velho, cabelos todos brancos, barbicha branca, voz serena, carinhoso. Quando abusava, dava-me umas palmadas e ameaçava: se disseres ao patrão vou-me embora e nunca mais me vês. Eu ficava caladinho. Com Tuma aprendi que a liberdade é como o voo do passarinho e o destino é incerto como a folha da bananeira fustigada pelo vento. Tudo o que aprendi desde então, pouco ou nada vale. Salvo as lições de honra e dignidade que aprendi sob a bandeira do MPLA.

Os colonos já partiram há muito tempo, Mas em Portugal continuam a olhar para Angola com o mesmo espírito racista. Os pretos são todos uns ladrões. São todos uns corruptos. Em Angola têm uns quantos criados que amplificam os insultos racistas, sendo eles também negros. Uns seres desprezíveis que Fanon não conseguiu encaixar em nenhum retrato. Estou a falar de bandidos da palavra como Rafael Marques, Carlos Rosado de Carvalho, o bêbado da valeta, o motorista do RI20 que agora pertence à Academia Angolana de Letras e mais uns quantos (felizmente poucos) leprosos morais.

Como se atrevem? Da mesma forma que se atreveram a ocupar Angola: Fingindo amizades que não têm, solidariedade que é facada nas costas, fraternidade que é traição. O António Lobo Xavier insultou a memória do Presidente José Eduardo dos Santos na CNN Portugal. Um fascista dissimulado, um ignorante, um criado de servir o dono que lhe paga mais. Quando foi convidado a pronunciar-se sobre a morte do anterior Chefe de Estado, se tivesse a noção da honra e da dignidade, recusava. Porque ainda criado do Belmiro de Azevedo participou na querela que o opôs a Isabel dos Santos. Porque tem interesses pessoais na matéria. 

Então falou em nome dos donos do Grupo SONAE? Falou em nome do Balsemão, ressabiado porque a SIC saltou da plataforma de Isabel dos Santos e deixou de ser vista em Angola? Não. Falou pela voz do Tio Célito de quem ele agora é criadito de trazer por casa. É fácil saber quem encomendou o sermão ao falante e ao que está por trás dos arbustos dos jardins de Belém.

Em 1976, circulavam pelas ruas e estradas de Angola milhares de viaturas sem documentos. Os proprietários tinham ido para Portugal e levaram os livretes. As autoridades angolanas emitiram uma matrícula especial para resolver esse problema. Foi assim que apareceram as matrículas AME que nós dizíamos ser a sigla de “Agostinho Mandou Entregar”. Ninguém roubou as viaturas. Foram abandonadas pelos donos. 

Em 1975 e 1976 milhares de angolanas e angolanos ocuparam casas decentes nos bairros e nos centros das nossas cidades. Como era tudo do Estado, ficaram com as habitações como se fossem suas. Mas na verdade pertenciam à Secretaria de Estado da Habitação, dirigida pelo camarada Diandengue, ele próprio ocupante da casa do famoso Dr. Videira, construída ao estilo Arte Nova e com elementos de Art Deco. Uma preciosidade. Mais tarde albergou a organização de apoio aos antigos militares e refugiados. Casas roubadas? Não. Recuperadas. 

O mesmo aconteceu com as fazendas, as empresas e as fábricas. O Estado Angolano nacionalizou tudo. Houve aqui e ali um abuso, verdade. Mas o que é isso comparado com os abusos sem nome dos colonialistas? Nada. Não conta.

Em 1992, o Estado Angolano era dono de tudo. Mas como mudou o regime de socialismo para capitalismo, foi preciso promover a propriedade privada. Quem ia ficar com os bens do estado? O Povo. E entre essa entidade abstrata, todas e todos os que se bateram pela Independência, pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Não mintam! Não se armem em colonos requentados! Ninguém roubou nada. Foi uma política de Estado. Houve quem tivesse torrado o dinheiro e os bens sem criar riqueza e emprego? Sim, muitos! Não quiseram, não puderam ou não foram capazes de fazer melhor. Houve dolo? Duvido.

Os ataques racistas e xenófobos da TPA contra Isabel dos Santos são tão mais graves quanto sabemos que os argumentos são falsos e demagógicos. A festa da morte é a mais bela que temos em todo o fabuloso mosaico cultural angolano. Sabiam, seus ignorantes? Swelela hayuka ngandja. Kulila kapasula omunu k’okalunga. Lágrima não enche cabaça. Chorar não acorda ninguém da morte. Hoje a TPA pôs um tal José Pakissi Mendonça (criado do Bento Bento) a pagar a conta do racismo e da xenofobia. Insistiram nos crimes. Arranjaram um criminoso para sacudirem a água do capote. Cobardes. Mobutistas desprezíveis.

Estou de férias até ao dia 24 de Agosto. Se me for permitido um conselho, aí vai. As e os que enchem a boca com o combate â corrupção, entrem de férias e fechem esse livro. Já todos sabemos que o Executivo declarou tolerância zero à corrupção. Não precisam de nos lembrar. Agora digam ao povo como vão resolver os seus problemas. 

Infelizmente, no dia em que Idalina Valente apresentou o Programa de Governo do MPLA, faleceu o Presidente José Eduardo dos Santos e ninguém deu atenção a tão importante documento. Por favor, repitam a cerimónia quando acabar o período de luto nacional. Porque esse, sim, é o documento que queremos sufragar nas eleições.

Esta noite a TPA voltou a desferir dardos envenenados de racismo e xenofobia contra Isabel dos Santos, Desta vez, citaram “sites”, o Jornal da Madeira e o ”conceituado canal de televisão SIC”. Portanto, o ataque é de Estado, O baixo nível é de Estado. O racismo é de Estado. A xenofobia é de Estado. Uma mialada asquerosa. Oiçam o que me mandou dizer a minha amiga Flora Lukamba, do Huambo: Lisuluviki k’uholwa. Abstende-vos da bebedeira!

*Jornalista

EDUARDO DOS SANTOS DEU TUDO E A VIDA POR ANGOLA, PERTENCE A ANGOLA

MPLA aguarda por desfecho de negociações sobre trasladação de restos mortais de Eduardo dos Santos

A vice-presidente do MPLA disse hoje que o partido aguarda pelo desfecho das negociações entre o Estado angolano e a família do ex-presidente José Eduardo dos Santos, sobre a trasladação dos seus restos mortais para o país.

Segundo Luísa Damião, este assunto está a ser tratado a nível do Estado e não do partido, contudo a direção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, está a acompanhar a situação.

"Estamos todos a acompanhar, o que nós podemos dizer é que a trajetória desta figura incontornável da história de Angola merece que ele tenha uma homenagem à altura do seu percurso, à altura dos feitos que ele desenvolveu aqui no país", referiu Luísa Damião, após render homenagem ao ex-presidente angolano, que morreu na sexta-feira em Barcelona, Espanha.

Luísa Damião destacou que a lei angolana do estatuto do ex-presidente e ex-vice-presidente consagra que José Eduardo dos Santos "deve merecer um funeral condigno".

"E todos os angolanos estão a render esta homenagem aqui no nosso país e aguardamos pelo desfecho das negociações", salientou a vice-presidente do MPLA, que destacou o percurso histórico de José Eduardo dos Santos, que foi chefe de Estado durante 38 anos.

"Viemos render homenagem a um político que era um construtor de pontes, um promotor da paz e da reconciliação nacional, mas também se notabilizou como um hábil diplomata que, em momentos da guerra fria e de muitas adversidades, sempre se soube posicionar. E a sua entrega e a sua dedicação e o seu empenho pessoal no processo de paz mereceu-lhe o cognome de arquiteto da paz", sublinhou.

Por sua vez, o secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, considerou "este filho de Angola um estadista de craveira internacional", ao qual o partido quis render uma "sentida homenagem".

"A mensagem que eu deixei é esta mesmo da sua trajetória histórica, do contributo inquestionável que ele deixa para a história de Angola, que será sempre recordado como um patriota que se dedicou não só á causa do MPLA, mas também à causa de Angola e dos angolanos e será obviamente recordado pelos seus enormes feitos, sobretudo o facto de ter contribuído para a unidade e para a coesão no seio do nosso partido e ter trazido a paz e a reconciliação nacional para todos os angolanos", salientou.

Paulo Pombolo realçou a importância de José Eduardo dos Santos para o partido, do qual foi líder desde 1979, afirmando que o antigo estadista não era "uma pessoa simples para o MPLA", é o presidente emérito do partido.

"Que os milhares de militantes do MPLA, representados no último congresso em que ele esteve presente connosco, decidiram atribuir-lhe essa categoria [presidente emérito]", acrescentou.

"O presidente José Eduardo dos Santos é a nossa história e pensamos que vamos continuar a trabalhar para o bom senso, no sentido de que este povo angolano, mais de 35 milhões de habitantes, rendam de facto essa profunda homenagem ao nosso líder, aquele que durante 38 anos dirigiu o destino desse país", observou.

À família, Paulo Pombolo apresentou sentimentos de pesar e ao povo angolano apelou: Esperem "serenos para que o corpo do nosso presidente, do nosso líder, venha ao país para lhe rendermos essa homenagem que ele merece".

José Eduardo dos Santos morreu aos 79 anos, por doença, em Barcelona, onde nos últimos cinco anos, período em que deixou a presidência do país e liderança do MPLA, passou a maior parte do tempo, com problemas de saúde.

A traslação dos restos mortais de José Eduardo dos Santos para Angola está dependente dos resultados das negociações que decorrem entre o Estado angolano e familiares do ex-presidente, em que parte dela, com destaque para a filha Welwitchia "Tchizé" dos Santos, se opõe à transladação do corpo.

Lusa

*Título PG

Timor-Leste | ESTUDANTES EM ABANDONO À ESPERA DO QUE CHEGA TARDE

Governo timorense aprova medidas em casos de emergência para estudantes no estrangeiro

O decreto-lei abrange situações excecionais tanto de estudantes que precisem de voltar a Timor-Leste, como de outros que tenham de viajar para continuar os estudos no estrangeiro.

"Com a aprovação deste diploma, perante a ocorrência das referidas situações, o Estado irá facilitar a realização das viagens necessárias para o retorno a Timor-Leste de estudantes, de nacionalidade timorense que se encontrem ativamente a frequentar o ensino superior estrangeiro em estabelecimentos de ensino superior acreditados, ou a sua saída para o destino final da frequência dos estudos de ensino superior", explica o executivo.

"O Estado irá custear a viagem por transporte aéreo, marítimo ou rodoviário do estudante durante a sua deslocação de regresso ou saída de Timor-Leste e também o alojamento ou estadia temporária na decorrência de evacuações, quarentenas ou realização de tratamentos médicos ou hospitalares", acrescenta.

Apresentado pelo ministro do Ensino Superior, Ciência e Cultura, Longuinhos dos Santos, o documento prevê apoio em situações como pandemias, epidemias, desastres naturais ou catástrofes, doenças graves ou conflito armado.

"Além da pandemia mundial, tem-se verificado, igualmente, a ocorrência de inúmeras catástrofes provocadas pela natureza e independentes da vontade do homem em diversos países do mundo, que igualmente dificultam ou impedem o movimento das pessoas colocando-as em situações de forte limitação à normal deslocação territorial", refere o diploma.

"Ademais, o Governo tem verificado o aparecimento de inúmeros casos de estudantes que, inesperadamente, começam a padecer de doenças graves durante a frequência dos seus estudos no estrangeiro e que dificultam o seu regresso normal a Timor-Leste, sendo tais doenças não imputáveis à sua responsabilidade", nota-se ainda.

Nos últimos anos tem crescido o número de estudantes timorenses em vários países, quer por iniciativa própria, quer no âmbito de vários programas em curso, incluindo bolsas de estudo.

"A frequência do ensino superior no estrangeiro por parte de muitos estudantes timorenses, incluindo docentes e investigadores, surge como fundamental na aposta que o Estado de Timor-Leste tem feito na capacitação e melhoramento do seu capital humano", relembra o Governo.

"Delimitando-se as áreas essenciais para o desenvolvimento do país, nos últimos anos foi atribuído um número significativo de bolsas de estudo com vista a incentivar a obtenção de diferentes graus académicos nas mais diversas áreas do saber teórico e técnico, de forma a ter mais profissionais de qualidade elevada aquando do seu regresso a Timor-Leste", refere.

Lusa

*Título PG 

Moçambique | Cabo Delgado: Grupo terrorista decapita duas pessoas e lança ameaça

Um grupo armado desconhecido decapitou duas pessoas no distrito de Ancuabe e ameaçou a população da zona que desde junho tem sido palco de novos ataques em Cabo Delgado, Moçambique, relataram fontes locais.

As vítimas do ataque desta quarta-feira (13.07) foram dois jovens que realizavam trabalhos agrícolas juntamente com uma mulher.

A sobrevivente foi coagida pelos agressores a levar as cabeças das vítimas para a aldeia (Muaja) como um aviso, descreveram as mesmas fontes da comunidade, onde se inclui um familiar de um dos homens assassinados.

O grupo que atacou os residentes estava encapuçado e ameaçou entrar na povoação de Muaja, segundo relatos reportados pela agência de notícias Lusa.

A situação fez com que a aldeia fosse "totalmente abandonada", disse uma das fontes a partir de Nanhupo, localidade para onde fugiu, no distrito de Montepuez.

A população e autoridades locais suspeitam que o grupo faça parte do movimento insurgente que desde outubro de 2017 aterroriza a região.

Grupos dispersos

Uma ofensiva militar com apoio de vários países africanos libertou desde há um ano as zonas em redor dos projetos de gás, no norte de Cabo Delgado, mas grupos dispersos têm atacado outros locais da província.

Desde junho, a violência tem atingido a área de Ancuabe e zonas em redor.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou na última semana para a gravidade destes novos ataques, provocando 36.000 deslocados em distritos até agora considerados seguros.

Um dos mais recentes ataques "ocorreu a 35 quilómetros de Pemba", capital da província moçambicana, com um aeroporto que a liga ao resto do mundo, base da ajuda humanitária e um dos principais refúgios para milhares de deslocados.

"O ACNUR está especialmente preocupado com a segurança e o bem-estar dos mais vulneráveis entre os deslocados, incluindo mulheres e crianças", sublinhou, acrescentando que os grupos armados atacaram perto de estradas "regularmente utilizadas por organizações humanitárias, incluindo o ACNUR, para missões a Ancuabe, Chiúre e Montepuez".

Deutsche Welle | Lusa

INFLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE É UM ABSURDO!

Protestos nas cidades de Maputo e Matola resultaram na paralisação parcial da vida pública. Os manifestantes contam com a simpatia de muitos populares agastados com a crise económica e a pobreza crescente.

As cidades de Maputo e Matola acordaram nesta quinta-feira (14.07) de forma tímida, com o comércio a funcionar a meio gás, algumas escolas encerradas, sem transportes públicos e muita presença policial nas ruas, avenidas e principais praças e mercados da capital e arredores. 

Em alguns bairros suburbanos das duas cidades, jovens colocaram barricadas nas rodovias, pneus a arder e arremessaram pedras contra viaturas particulares e de transporte semicoletivo, vulgo chapa. 

Os protestos foram convocados por pessoas sob anonimato por via das redes sociais com o objetivo de contestar o alto custo da vida. Alguns populares mostram-se incrédulos com a subida do custo de vida e concordam que há razões para protestos. 

"Outros comem do bom e do melhor"

"É um absurdo, o bolso vai furar. A pessoa planeia a vida a cada mês", disse Júlio Mateus.

António Balate, também morador, questiona qual o limite para a subida dos preços.

"Estamos a passar mal com essas coisas de subida de preços. Hoje sobe isto, amanhã aquilo e não sabemos quando vamos terminar com isto".

As críticas não se ficam pela subida dos preços, mas também caem sobre os dirigentes políticos, acusados de "comer do bom e do melhor, tem transporte de graça e nunca subiu no chapa", disse Alberto Sitoe.

A FRELIMO, partido no poder, reconhece o alto custo de vida. O primeiro secretário do partido na cidade de Maputo, Razak Manhique, apela à calma e diz que o problema não é só de Moçambique. 

"O Governo está à procura de mecanismos para reduzir este elevado custo de vida. E é importante transmitirmos forças a este Governo, que está reunido para ver se encontra soluções que aliviem a atual situação", disse.

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