domingo, 28 de agosto de 2022

O SILÊNCIO DO FBI SOBRE A HISTÓRIA DE HUNTER BIDEN -- Caitlin Johnstone

Caitlin Johnstone* | em Consortium News

A implantação de  algoritmos de Zuckerberg para agradar o FBI é um exemplo flagrante de como bilionários e governo trabalham juntos para controlar informações em uma oligarquia.

#Traduzido em português do Brasil

O Facebook restringiu a visibilidade da história do laptop Hunter Biden do The New York Post no período que antecedeu a eleição de 2020 depois de receber conselhos do FBI, de acordo com o CEO do Facebook/Meta, Mark Zuckerberg.

“Então, seguimos um caminho diferente do Twitter”,  disse Zuckerberg  durante uma aparição na quinta-feira no The Joe Rogan Experience.

“Basicamente, o pano de fundo aqui é o FBI, acho que basicamente veio até nós – algumas pessoas da nossa equipe ficaram tipo, 'Ei, hum, só para você saber, tipo, você deveria estar em alerta máximo. Houve a – nós pensamos que havia muita propaganda russa nas eleições de 2016. Informamos que basicamente está prestes a haver algum tipo de despejo de – é semelhante a isso. Portanto, fique atento.'”

Zuckerberg disse que foi tomada a decisão de restringir essas informações na plataforma multibilionária do Facebook. Ele disse que, diferentemente do Twitter, que proibiu totalmente o compartilhamento do artigo, o Facebook optou pela opção um tanto mais sutil de censura por algoritmo.

“A distribuição no Facebook diminuiu”, disse ele, acrescentando, quando pressionado por Rogan, que a diminuição da visibilidade do artigo aconteceu de forma “significativa”.

PREPARADOS PARA O INVERNO


Henrique Monteiro | Henricartoon

VENCER MEDOS, REAVER UTOPIAS

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Estamos a viver um estio de duras securas e incêndios em vários campos, desde o climático ao da governação global, europeia e nacional. Este é, provavelmente, o ano em que mais sentimos a gravidade dos problemas climáticos e ambientais. Pensar nos desafios que se colocam às gerações jovens assusta. Todavia, existem meios tecnológicos e científicos que, investidos numa equilibrada relação metabólica Homem/Sociedade/Natureza, podem trazer algumas soluções.

É possível mudar a organização dos territórios e espaços de habitação, corrigir estilos de vida, utilizar riqueza existente para proteger povos e países em situações mais frágeis. Não podemos ficar tolhidos pelo medo.

Nas movimentações dos países e blocos que determinam as relações à escala global, os incendiários belicistas dominam como já não acontecia há muito tempo. E é grande a secura de ideias e de propostas para a construção de caminhos seguros. A imposição de uma visão dicotómica do Mundo e da necessidade de "guerras justas" - doutrina agora reforçada no nosso Ocidente - ajudam a bloquear soluções.

Na governação da União Europeia (UE) e dos países que a compõem, encontra-se o retrato que José Saramago fazia, em 1998, ao receber o Prémio Nobel: "Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, seja porque não sabem, seja porque não podem, seja porque não lho permitem os que efetivamente governam, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder absolutamente não democrático reduziu a uma casca sem conteúdo o que ainda restava de ideal da democracia". Perante esta constatação, Saramago sugeria-nos assumirmos "o dever dos nossos deveres". O dever de não desistirmos das pequenas/grandes utopias e de nos responsabilizarmos como cidadão plenos.

O nosso Governo não faz tudo mal e está perante grandes problemas internos e externos. Mas, por vezes, parece ter uma atração pelo cair de maduro. Ao persistir em velhas políticas - de génese nacional ou europeia - e em mobilizar a Direita para as credibilizar em vez de forçar discussões de substância sobre novas soluções, desgasta-se. Deixa o campo aberto a polémicas estéreis. A Direita critica a obsessão do défice, não para que haja investimento onde ele é indispensável, mas sim para que o reforço momentâneo dos recursos do Estado desague nos mesmos de sempre. Para os trabalhadores e setores desprotegidos da população só tem o "programa de emergência social" - o velho assistencialismo caritativo.

Os problemas estruturais do país não são novos, nem exigem um elevado "grau de inovação e radicalidade". Exigem sim, do Governo, coerência e determinação para: i) pôr de lado o fundamentalismo orçamental (sem deixar de dar atenção ao défice) e garantir investimento; ii) abandonar o relacionamento doentio com empresários da pedinchice e das negociatas, substituindo as "ajudas" que lhes vem oferecendo por apoios escrutináveis e com contrapartidas; iii) ultrapassar contradições que manifesta sobre o papel determinante do Estado e das Administrações Públicas; iv) apostar na segurança no emprego e em melhorar os salários; v) contrariar a ação do presidente da República na sua errada postura de sabichão máximo de todos os assuntos, pois a cidadania e a democracia não dispensam a plena afirmação de interesses coletivos e a responsabilização das instituições de intermediação da sociedade.

Há pequenas utopias realizáveis. Lutando por elas venceremos medos e forçaremos alternativas.

*Investigador e professor universitário

Moradores de bairros de Lisboa querem medidas contra o ruído para poderem dormir

Há mais de uma década que os moradores do Cais do Sodré e do Bairro Alto se queixam de não dormir com o ruído das pessoas que frequentam os bares. Mais recentemente juntou-se Santos

Moradores de Santos, Cais do Sodré e Bairro Alto, em Lisboa, acusam as autoridades de minimizarem o problema do ruído de bares e das multidões que bebem álcool à noite pelas ruas, uma situação que piorou depois dos confinamentos.

Há mais de uma década que os moradores do Cais do Sodré e do Bairro Alto - a que se juntaram, mais recentemente, os de Santos - se queixam de não dormir com o ruído das multidões que se deslocam aos bares destes locais, uma situação que dizem ter-se agravado com o fim das restrições associadas à pandemia.

"Vivo aqui há 13 anos e nunca foi como agora", disse à Lusa Teresa Fraga, da recém-constituída Associação de Moradores de Santos.

As ruas enchem-se de milhares de pessoas para beber, com colunas e amplificadores de som, desde muito cedo. Surgem "por vagas", que vão até ao horário de encerramento das discotecas, com os clientes que ficam na rua, "numa espécie de 'after party'".

Segundo Teresa Fraga, quando as pessoas não podiam entrar nos bares, devido à pandemia, habituaram-se a comprar álcool à porta, reunindo-se nas ruas para socializar num grande 'botellón', e acabaram por "institucionalizar que a casa de banho pública era no meio da rua".

"Bebem pontualmente num bar ou noutro, complementam com as bebidas que trazem de fora e fazem tudo o que se possa imaginar pelas ruas fora. Até à porta das casas", contou, salientando que a polícia não atua e que não há uma posição clara da Câmara de Lisboa, à qual a associação já entregou uma petição, embora a resposta da autarquia a petições semelhantes de outras associações lhes traga o receio "de não dar em nada".

Com estas multidões vêm oportunistas. Segundo os moradores, há venda de droga "à descarada", grupos com territórios marcados que de vez em quando lutam entre si, gangues que frequentemente se envolvem em rixas, pedras a voar pelo ar e que caem em cima dos carros, venda de álcool nas ruas por vendedores ambulantes, os chamados "mochileiros", ou até mais organizados, em carrinhas estacionadas que fecham as portas quando a polícia chega e voltam a abri-las quando vira as costas. No final da noite, deixam as ruas cheias de lixo.

ÁRBITROS AMEAÇADOS DE CADEIA OU FUZILAMENTO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As eleições em democracia têm normas claras e existem instituições que garantem o cumprimento escrupuloso das regras. Os partidos concorrentes são jogadores. A Comissão Nacional Eleitoral é a equipa de arbitragem. Dela fazem parte representantes de todos os jogadores. Mais democracia é impossível. Contados os votos e divulgados os resultados provisórios todos ficámos a saber quem ganhou o pleito eleitoral. Provisoriamente. Logo a seguir, um jogador, a UNITA, veio dizer que o árbitro fez batota e quem ganhou o jogo foi ele. É assim desde 1992. A falta de respeito pela democracia e as instituições democráticas vai continuar até ao dia em que os galos tiverem dentes.

Desta vez a UNITA foi ainda mais longe e exige uma “comissão internacional” para substituir a instituição nacional que, repita-se, também tem árbitros da UNITA e de outros partidos concorrentes. Savimbi, em 1992, disse com um sorriso alarve e mostrando o seu ódio à democracia: As eleições só valem se ganharmos nós. Se perdermos, é porque houve fraude. 

Adalberto da Costa Júnior é ainda mais radical. O Galo Negro ganhou em Luanda por números esmagadores. E ele diz que houve fraude! Ainda ganhámos por mais. A UNITA ganhou no círculo provincial de Cabinda. Adalberto diz que a falsificação dos resultados é abismal. A UNITA teve ainda mais votos. A UNITA ganhou no círculo provincial do Zaire. Adalberto diz que a fraude está à vista. A UNITA teve o dobro dos votos. 

Em Angola existe o Poder Legislativo. Existe o Poder Judicial. São órgãos de soberania que têm o dever de acabar com estes ataques brutais ao regime democrático. Matar é grave. Roubar é grave. Os crimes contra o património são graves. Os atentados ao Direito à Inviolabilidade Pessoal são gravíssimos porque ferem Direitos de Personalidade. Mas os crimes contra a democracia não são menos graves. E invocar sistematicamente a existência de fraude eleitoral quando um jogador perde, é um crime grave. 

A Assembleia Nacional tem o dever de legislar sobre esta matéria. Os Tribunais têm a obrigação de julgar e condenar quem comete este gravíssimo crime. Se nas próximas eleições o filme de terror se repetir, então é porque Angola tem mais inimigos da democracia do que a seita satânica chamada UNITA. 

Quem quiser concorrer a eleições tem de assumir um compromisso solene: É jogador e no final do jogo não pode usurpar o lugar do árbitro. Não pode. Imaginem que o Primeiro d’Agosto goleia o Petro por 15-3. No final do jogo, o capitão da equipa derrotada diz que ganhou e exige a presença de um árbitro internacional que corrija o resultado e lhe dê a vitória. Jogo de basquetebol. O Primeiro d’Agosto ganhou ao Petro por 51-44. Mais de três cestos de diferença. No final do jogo, o capitão do Petro diz que ganhou o jogo e exige a presença de um árbitro estrangeiro que lhe dê a vitória. E mande fuzilar o árbitro. Isto só cabe na cabeça dos seguidores de uma seita satânica. E de quem odeia a democracia com todas as suas forças.

A UNITA trouxe para Angola falsas e falsos jornalistas, feios, porcos e maus, que se comportam como ocupantes. Colonialistas à moda do antigamente. Penso que nem os nazis do partido Chega engolem um comportamento colonialista tão primário. Elas e eles passeiam-se pelas nossas ruas e instituições como se fossem pides, ximbas, bufos, polícias de pistola e porrete, racistas encartados. Apontam as câmaras e falam sem dó nem piedade. Os brancos chamam a isso, liberdade de expressão. Mas não é! A estupidez, a imbecilidade, a ignorância, a arrogância, a desonestidade intelectual, os vendedores de mentiras não têm a ver com nada. Muito menos com liberdade seja do que for. 

A Luzia Moniz está toda abespinhada com os Media públicos. O criado do Balsemão e outros tubarões, Carlos Rosado Carvalho, ataca violentamente os Media públicos. O Adalberto ataca alarvemente os Media Públicos. A sobrinha do meu saudoso amigo Manuel Pedro Pacavira andou décadas a mamar no MPLA e depois tiraram-lhe a chucha. O Adalberto prometeu-lhe um tacho numa empresa pública de comunicação social. A vitória do MPLA, com maioria absoluta, fez ruir os seus sonhos e expectativas de voltar a mamar. Tem paciência filha. Tens mesmo que trabalhar para comer. Ou então metes-te debaixo dos brancos.

O Carlos Rosado de Carvalho tem vários donos. Pelos vistos, são todos a favor da UNITA. O rapaz está desesperado. O Adalberto deve ter prometido à besta insanável um lugar no governo. Aguenta rapaz. Vais continuar como servente e já estás com muita sorte. Um retornado azedo e vingativo que agora trata os angolanos como se fossem seus escravos, não merece tantas facilidades. 

Os Media públicos cresceram à sua custa. Formaram os seus quadros, superaram mil obstáculos, quase todos insuperáveis sem gente qualificada. Estão hoje num estádio de desenvolvimento muito interessante. Parabéns a todas e todos que geriram e gerem hoje as empresas públicas de comunicação social. Fizeram o que nem eu próprio acreditava ser possível. Superaram as minhas melhores expectativas. Merecem a admiração e o respeito da comunidade jornalística. Só eu sei como foi difícil chegarem onde chegaram, pelo menos na RNA e no Jornal de Angola. Redobrados parabéns pelo desempenho durante estas eleições.

Manuel Rui Monteiro, escritor, foi até agora o mais elegante vira-casacas. Leva claramente a taça. Não fez como o Jacques dos Santos que declarou o voto na UNITA porque Adalberto da Costa Júnior, se fosse eleito, largava o lugar de presidente do partido. Numa crónica intitulada “Democracia(s)”, publicada no Jornal de Angola, escreve isto: “O presidente da República não deve ser presidente de um partido”. 

O Adalberto repetiu vezes sem conta que se fosse eleito rasgava a Constituição da República. Ele não usava a palavra “rasgar”. Mas como não podia rever, obviamente que ia rasgar. Se fosse preciso, pela força das armas do Numa, do Gato, do Manuvakola, do Apolo e outros diabos armados da seita satânica. O Manuel Rui escreve isto: “Angola é uma África diferente e mais nova, por isso, devemos fazer uma nova Constituição”. Aí está. Se um árbitro internacional mandar prender os membros da Comissão Nacional Eleitoral e der a vitória à UNITA nestas eleições, o Manuel Rui tem um lugar garantido no governo, de onde foi apeado por Agostinho Neto. Mais um ex-camarada que era mais MPLA do que o MPLA! Mudam-se os tempos e mudam-se os à-vontades. 

João Lourenço, meu camarada! Não se arranja aí um tacho para esses trânsfugas desavergonhados? Só para não cuspirem neles próprios, quando se mirarem ao espelho.

*Jornalista

Funeral de Eduardo dos Santos é realizado esta manhã na Praça da República

A cerimónia fúnebre será marcada por honras militares, música lírica, leitura de mensagens, nomeadamente do Estado angolano, da família, do MPLA, da Fundação José Eduardo dos Santos (FESA) e a leitura do elogio fúnebre

O funeral de Estado do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, falecido no dia oito de Julho, em Barcelona, Reino de Espanha, acontece, hoje, a partir das 8h00, na Praça da República, em Luanda, com a presença de mais de oito Chefes de Estado e de Governo de vários países.

De acordo com o programa das exéquias, a cerimónia, que acontece no dia do seu aniversário (28 de Agosto) vai começar com a chegada, ao local, onde a urna já se encontra desde ontem, da Comissão Multissectorial para a Organização das Exéquias,  de membros do Secretariado do Bureau Político do MPLA, Executivo, do Procurador Geral da República, de órgãos de soberania e da família.

Devem chegar, igualmente, os Chefes de Estado e de Governo estrangeiros ou seus representantes, corpo diplomático acreditado em Angola e, por fim, o Presidente da República, João Lourenço, que, de acordo com o roteiro, far-se-á acompanhar da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço.

Ao todo, são aguardados um total de 21 delegações estrangeiras, representadas ao mais alto nível. Constam, entre elas, delegações da Tanzânia, Cuba, República Árabe Saaraui Democrática, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, Zimbabwe, Portugal, Rwanda, Guiné Equatorial, Gabão, República Argelina Democrática e Popular e Namíbia. Engrossam ainda essa lista delegações de Timor Leste, República Democrática do Congo (RDC), República do Congo, África do Sul e República da Zâmbia.

O Jornal de Angola sabe que as delegações internacionais chegaram ontem ao país para participar das exéquias de José Eduardo dos Santos, que completaria, hoje, 80 anos. É o caso, por exemplo, do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou na manhã de ontem.

De acordo  com o programa, devem ainda marcar presença nas exéquias o Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, de Cabo Verde, José Maria Neves, de Moçambique, Filipe Nyusi, da Guiné Bissau, Umaro Sissoco Embaló, do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, da RDC, Félix Tshisekedi, do Congo, Denis Sassou Nguesso e da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Deste leque, constam, igualmente, o antigo Presidente da Tanzânia, Jaka Kikwete, de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, e da Namíbia, Sam Nujoma.

O porta-voz das exéquias, o ministro da Administração do Território, Marcy Lopes, disse estar reservado, para hoje, honras militares, música lírica, leitura de mensagens, nomeadamente do Estado angolano, da família, do MPLA, da Fundação José Eduardo dos Santos (FESA) e a leitura do elogio fúnebre.

Acrescentou que estão previstas, ainda, a realização de um culto ecuménico, com cerca de 20 minutos, e música, com dois grupos corais, das Igrejas Católica e Metodista. "Haverá, de seguida, deposição de coroa de flores por parte do Presidente da República, João Lourenço, e cumprimentos à família”, realçou o ministro.

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