segunda-feira, 5 de setembro de 2022

UM CONTO PARA CRIANÇAS

Se alguém lhe telefonar, apresentar-se como o Presidente da Ucrânia, pedir dinheiro, armas e ódio à Rússia, não preste atenção.  Provavelmente é algum tipo viciado em drogas.

Maria Zakharova

Batiushka

Era uma vez um mundo onde existiam quatro Reinos. Eles eram chamados de Reino do Norte, Reino do Leste, Reino do Sul e Reino do Oeste. O Reino mais pequeno era de longe o do Oeste, também chamado do Ocidente, que era apenas uma pequena parte do todo. Mas era sem dúvida o mais rico dos quatro Reinos. Isto porque mantinha-se a roubar, com armas e com astúcias, os outros três Reinos. Mas acabou por ser, finalmente, o mais estúpido de todos Reinos. Isto porque se amava tanto que já nada conseguia ver à frente do seu nariz.

Então, tudo aconteceu assim.

Primeiro, os feiticeiros do Reino do Oeste criaram uma doença desagradável chamada Pestilência. Eles queriam matar os povos dos outros três Reinos. Felizmente, os outros três Reinos expulsaram a Pestilência. E porque eram cobardes, os dominadores do Reino do Oeste assustaram-se e, ao invés, tornaram-se muito doentes e muito pobres.

Então o Reino do Oeste disse:   "Vamos começar uma guerra com o Reino do Norte porque esse é o Reino que está mais próximo de nós. Então poderemos tomar todas as suas terras e todo o seu dinheiro". E dessa forma recuperaremos todo o dinheiro que perdemos na nossa Pestilência e seremos todos felizes outra vez".

Assim o Reino do Oeste encontrou um pequeno príncipe no Reino do Norte, cujo país estava ao lado do seu Reino. E pagaram a ele e a todas as pessoas ricas de lá montes de dinheiro, além de lhes enviarem muitas armas para lutar contra o grande Reino do Norte. E então o Reino do Oeste acrescentou:  "Para garantir que vencemos, não compraremos mais nada ao Reino do Norte e assim eles não terão dinheiro, mas nós seremos cada vez mais ricos".

No entanto, cegos pelo seu amor próprio, o Reino do Oeste não reparou que o Reino do Norte era muito maior, muito mais rico e muito mais forte do que era. E, além disso, o Reino do Norte foi ajudado pelo Reino do Leste e pelo Reino do Sul. E esses dois Reinos queriam muito todas as coisas que o Reino do Norte tinha para vender. Assim, o Reino do Norte vendeu as suas coisas ao Reino do Oriente e ao Reino do Sul e tornou-se rico. Então o Reino do Norte conquistou o pequeno príncipe, fazendo o seu rico povo fugir, tomou todo o dinheiro e as terras do pequeno príncipe e quebrou todas as armas que o Reino do Oeste lhe havia enviado.

Agora o povo rico do Reino do Oeste estava muito zangado com tudo isto. E o povo do Ocidente não queria sofrer e dar o seu dinheiro ao pequeno príncipe para que ele pudesse ter muitas armas. E eles tinham frio e fome e não queriam sofrer mais. O povo do Ocidente estava muito triste porque não tinha bastante dinheiro para comprar tudo o que queria do Reino do Norte, do Reino do Oriente e do Reino do Sul.

E foi assim que o Reino do Oeste se tornou pobre. E, a propósito, todos no mundo começaram a rir-se dos ricos do Reino do Oeste e gozaram com eles porque haviam sido muito estúpidos.

01/Setembro/2022

O original encontra-se em thesaker.is/a-story-for-children/

Este artigo encontra-se em resistir.info

Portugal | O MERCADOR DE PROPAGANDA, HIPOCRISIAS E MENTIRAS

Deixar correr é uma escolha - mas demais é demais

O conformismo com as “leis do mercado” não é outra coisa que não uma opção ideológica em favor da estrutura de privilégios que existe. Foi para isso que o PS quis uma maioria absoluta?

José Soeiro* | opinião

Não é preciso ser-se especialista em comportamento para saber que quando se decide não fazer escolhas se está já a escolher. A passividade do governo perante alguns dos principais problemas que vivemos é pois uma escolha, que deixa as desigualdades instalarem-se.

Neste ano de 2022, têm anunciado os jornais, a remuneração dos acionistas das grandes empresas, em particular na energia, petróleo e banca, vai subir como nunca. Estima-se que mais de 1,5 biliões de euros sejam distribuídos em dividendos. Ao mesmo tempo, os salários não são atualizados porque, defendem os liberais e o Governo, isso aumentaria a inflação. Os preços sobem sem que se fixem margens, sem que se tabelem administrativamente preços de bens essenciais, sem que se avance sequer na taxa sobre os lucros extraordinários, que outros países já implementaram. Portugal é, segundo a OCDE, um dos países onde quem trabalha mais perdeu salário para a inflação. Por cá, tudo pode subir, menos o salário, para “não provocar inflação”, como tem argumentado António Costa.

Só que ao contrário do que o Governo disse durante meses, a inflação não é transitória, mesmo que venha a abrandar. É anterior à guerra, embora tenha disparado com ela, e resulta, em grande medida, da especulação em curso com matérias primas e do aproveitamento dos grandes grupos da energia e da distribuição alimentar, que terão lucros como nunca tiveram. Ao mesmo tempo, os trabalhadores perderão, este ano, o equivalente a um mês de salário no seu poder real de compra.

O conformismo com as “leis do mercado” não é outra coisa que não uma opção ideológica em favor da estrutura de privilégios que existe. Foi para isso que o PS quis uma maioria absoluta? Já se sabe que o capitalismo tem a sua lógica voraz. Mas é precisamente para contrariá-la que existem políticas públicas, planeamento democrático, subordinação do poder económico ao poder político, valores elementares da esquerda. Sim, é possível impor um teto aos custos da eletricidade, do gás e dos combustíveis. É possível descer o IVA de todos estes bens essenciais, mas também cortar nas rendas das energéticas e ser o Estado a fixar preços através da lei democrática, em vez de ser o mercado a fazê-lo através da lei da especulação. É preciso, e é possível, controlar os preços da alimentação. É possível estancar o aumento das rendas, que pode ser este ano o maior de sempre. Na realidade, a lei já fixa um teto para esse aumento, mas é preciso que, no atual contexto, elas não possam subir em linha com a inflação, quando os salários se mantiveram congelados. E é preciso evitar mais uma catástrofe neste campo, limitando aumentos de renda mas também impedindo a penhora da casa de habitação própria e garantindo finalmente que quem entrega a casa ao banco não continua a pagá-la, como hoje ainda acontece, mesmo que absurdo e imoral.

As respostas dadas até agora pelo Governo e as avançadas pelo PSD, que não se distinguem no essencial - um apoio de 60 euros para as famílias mais pobres, pago de uma só vez, como fez o Governo, ou os vales alimentares de 40 euros, como sugeriu o PSD no seu “programa de emergência social” - não atacam a inflação, deixam intocados os lucros ilegítimos dos grandes grupos económicos e não recuperam os salários, antes permitindo que neles se inscreva duradouramente o efeito do corte no seu valor real. São medidas transitórias e de duração imprevisível, que não terão efeito estrutural no combate à desigualdade que já se agravou neste período, que não beliscam a elite económica que está a ganhar com este assalto. Não garantem nem justiça nem segurança sobre o futuro. Mas há respostas alternativas - e na verdade, são essas as que são capazes de responder à maioria do país.

Artigo publicado em expresso.pt a 30 de agosto de 2022

José Soeiro* |  Esquerda.net | Título PG

*Dirigente do Bloco de Esquerda, sociólogo

Portugal | PS está colado à direita, com medidas "falsas e hipócritas" -- Jerónimo

Jerónimo encerra Avante com Costa na mira: "política do faz-de-conta" e "cumplicidade" na guerra

O secretário-geral do PCP diz que o PS está colado à direita, com medidas "falsas e hipócritas"

Ontem - Num discurso com 45 minutos, para encerrar a Festa do Avante, Jerónimo de Sousa não poupou nas críticas ao Governo "absoluto" de António Costa. Da guerra às medidas "do faz-de-conta", o líder comunista colou o Executivo socialista à direita, mas também aos Estados Unidos e à NATO.

O primeiro apupo da plateia comunista saiu para a "cumplicidade do Governo português" na escalada da guerra na Ucrânia e para a "espiral de sanções" à Rússia, lideradas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela NATO.

"A escalada da guerra na Ucrânia e a espiral de sanções impostas pelos Estados Unidos da América, a União Europeia e a NATO, com a cumplicidade do Governo português, são indissociáveis da desenfreada especulação e aumento dos preços da energia, dos alimentos e de outros bens de primeira necessidade, do ataque às condições de vida dos povos, arrastando o mundo para uma ainda mais grave situação económica e social", atirou, sendo interrompido pelos apupos dos milhares de comunistas que assistiram ao discurso do secretário-geral.

Jerónimo de Sousa acrescentou que a realidade, com os prejuízos económicos e sociais, está a demonstrar que o PCP tem razão "ao estar desde a primeira hora do lado da paz, e não da guerra".

Numa segunda fase, a situação nacional "que está hoje bem diferente, no plano político, económico e social", numa referência a vitória com maioria absoluta do PS, depois do chumbo do Orçamento do Estado, que levou à queda do Governo.

O líder comunista volta a colar o PS à oposição, neste caso, à direita, pedindo medidas concretas para "melhorar a vida dos trabalhadores e do povo".

"Não menos grave é a política das medidas do faz-de-conta. Uma política que foge ao essencial, que foge à reposição do poder de compra dos salários e pensões e ao necessário e indispensável controlo dos preços", disse.

Jerónimo de Sousa, num tom muito crítico, acrescentou que as medidas do PS são "falsas e hipócritas medidas de assistencialismo", lembrando também as posições do PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, o que levou ao segundo apupo da noite, para o partido de André Ventura.

O PCP pede que o IVA da energia baixe para os 6%, tal como a aplicação de um novo imposto para os lucros extraordinários das empresas "que acumulam milhões". E, como habitual, o aumento do salário mínimo para os 800 euros.

"Quando não há inflação, recusam o aumento dos salários. Quando há inflação, não se aumentam os salários para não favorecer a espiral inflacionista. Ou seja, os trabalhadores e o povo pagam por ter cão e pagam por não ter, sempre à pala da inflação", criticou.

Já para o Serviço Nacional de Saúde, o comunista pede "investimento, valorização e fixação de profissionais" para "garantir o direito à saúde", lembrando a demissão de Marta Temido: "Não é com demissões de ministros que se salva o SNS, é com investimento".

Num outro tom, Jerónimo de Sousa teve uma palavra de agradecimento aos artistas que aceitaram o convite do PCP para participarem na Festa do Avante, apesar das críticas da oposição, pela postura dos comunistas em relação à guerra na Ucrânia. O terceiro e último dia da festa termina com concertos dos artistas portugueses Carminho e Dino D'Santiago.

Francisco Nascimento | TSF | Imagem: Tomás Silva - Observador

AVIVANDO A MEMÓRIA DE UM BOM RAPAZ -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No dia 5 de Setembro de 1974 uma delegação da FRELIMO chefiada pelo comandante Samora Machel, líder do movimento revolucionário moçambicano, iniciou conversações com Portugal em Lusaka. A parte portuguesa incluía Mário Soares, ministro dos negócios estrangeiros, e o major Otelo Saraiva de Carvalho, em representação do Movimento das Forças Armadas (MFA). 

O ministro português queria levar para Lisboa a assinatura do cessar-fogo com a FELIMO. Samora Machel exigia, para assinar, que Portugal declarasse previamente o direito dos moçambicanos à Independência. Soares, por ordens do general Spínola, presidente da República Portuguesa, não podia ir além do cessar-fogo. Mas Otelo era o líder do Movimento das Forças Armadas (MFA) que fez a Revolução dos Cravos, derrubando o regime fascista e colonialista. 

Otelo pediu a palavra e disse mais ou menos isto: A FRELIMO tem razão, nós fizemos o 25 de Abril também para os povos das colónias serem livres. Samora Machel abraçou o seu amigo e ante a incredulidade geral, convidou-o a regressar com ele a Moçambique, porque era moçambicano e não português. Otelo, com a sua bonomia de sempre, respondeu: “Samora, sou moçambicano de coração e nascimento mas português de nacionalidade. Estou aqui em representação do MFA e do Estado Português”. Em Lusaka o futuro Presidente da República Popular de Moçambique mostrou o seu respeito pela Revolução dos Cravos e pelo Movimento das Forças Armadas (MFA). Assim Mário Soares levou para Lisboa o documento de cessar-fogo devidamente assinado.

No dia 15 de Janeiro de 1975, foi assinado no Hotel da Penina, Algarve, Portugal, o Acordo de Alvor. Na cerimónia final, o Presidente Agostinho Neto falou em nome dos três movimentos de libertação de Angola: MPLA, FNLA e UNITA. Assumiu corajosamente que o Movimento das Forças Armadas teve uma influência capital nas independências das colónias portuguesas. Neto chamou-lhe o “quarto movimento de libertação de Angola”. Está explicado todo o ódio dos anacrónicos colonialistas portugueses, das elites ignorantes e corruptas, contra Samora Machel e Agostinho Neto. Ao contrário dos beneficiários do 25 de Abril hoje no poder, os dois presidentes africanos respeitavam o Povo Português e o movimento revolucionário que o libertou, libertando também os povos das colónias.

Contra a vontade dos colonialistas que tinham como chefe de fila o general Spínola, a FRELIMO proclamou a Independência de Moçambique no dia 25 de junho de 1975. A independência de Cabo Verde foi proclamada no dia 5 de julho de 1975. Aristides Pereira, fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), foi o primeiro presidente. A 12 de julho de 1975, São Tomé e Príncipe tornou-se um país independente. Manuel Pinto da Costa, líder do MLSTP foi o primeiro presidente. A Guiné-Bissau já era independente desde 24 de Setembro de 1973. O PAIGC declarou unilateralmente a Independência em Madina do Boé. Luís Cabral foi eleito presidente do Conselho de Estado.

Angola | LIBERTADORES E MATADORES DA DEMOCRACIA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O sistema nos Estados Unidos da América, o estado terrorista mais perigoso do mundo, é dominado pelo Partido Democrata e o Partido Republicano. Os dois ganharam todas as eleições presidenciais, desde 1852. E mandam à vez no Congresso, desde 1856. Ambos liberais. O mesmo produto, com marcas comerciais diferentes. Nunca houve alternância. Vamos mandar para lá a UNITA e seus accionistas da Sociedade Civil, talvez a coisa mude.

Na Alemanha o sistrema tem mais partidos mas tudo se decide entre a CDU e o SPD, ambos liberais mas sempre piscando o olho aos saudosos do nazismo. Andam felizes e contentes com a possibilidade de ajudarem a Ucrânia nazi. A Aliança90/Os Verdes também aposta no liberalismo. A Esquerda (Die Linke) é o único partido anticapitalista. Após a II Guerra Mundial nunca houve alternância. Vamos mandar para lá a UNITA. Alternância é com eles. Alternam entre os diamantes de sangue e as fogueiras da Jamba.

Na França há muitos partidos, desde o República em Marcha ao Partido Comunista. Tirando um curto período após a II Guerra Mundial, nunca mais houve alternância. O poder é dividido entre liberais e liberais. Uns mais civilizados outros mais Le Pen. 

Na Holanda está tudo nas mãos do Partido Popular para a Liberdade e Democracia e o Apelo Democrata Cristão. Até o Partido Socialista é de direita. Tudo a mesma cambada liberal com fumos de extrema-direita. Só os partidos Democracia 66 e Esquerda Verde destoam mas tresandam a direita. Nunca existiu alternância à pirataria e ao puritanismo fingido. Temos de mandar para Lá a UNITA. Levam logo com a alternância. Se os sicários do Galo Negro subirem até à Finlândia, atiram logo com a primeira-ministra e suas amigas para as fogueiras ateadas com madeira de abeto ou bétula.    

Na Itália é o dilúvio. Já há saudosos da Democracia Cristã de Amintore Fanfani e Aldo Moro. Da oposição do Enrico Berlinguer e de Rossana Rossanda do Il Manifesto. Movimento 5 Estrelas, Liga Norte, Partido Democrático, Força Itália, Irmãos de Itália todos de extrema-direita mais ou menos. A Esquerda Italiana e a Federação dos Verdes só servem para enfeitar. Nos nórdicos a coisa está pior. Nos países do Leste da Europa nem é bom falar. O nazismo é assumidamente política de Estado. Vamos mandar para lá o Adalberto. Ele foi um dos que, em 1993, negociou com os ucranianos o fornecimento de material de guerra a troco de diamantes de sangue.

Em Portugal nunca houve alternância, nem antes nem depois do 25 de Abril. No poder está sempre o mesmo produto, mas com uma pequena mudança no rótulo, PS sem D e PS com D. O resto é paisagem. Vamos mandar para lá a UNITA, A hora é agora. O Adalberto leva atrás dele a maioria do pessoal políticos dos dois PS mais o CDS e o Chega, irmão de sangue do Galo Negro mas com cornos de touro no lugar da crista.

Este é o panorama da democracia deles.

Tribunal Constitucional de Angola aceita providência cautelar da UNITA

O partido pedia que fosse declarada a ineficácia da ata dos resultados eleitorais definitivos aprovada no dia 28 de agosto.

O Tribunal Constitucional de Angola aceitou a providência cautelar entregue pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), revela a TSF, que teve acesso ao despacho que concretiza a decisão.

De acordo com a rádio, a "atribuição de mandatos fica suspensa até o tribunal se pronunciar novamente sobre o caso".

Já num comunicado, citado pela agência Lusa, a UNITA refere que "o pedido de suspensão da eficácia da deliberação reúne os pressupostos para ser objeto de apreciação pelo Tribunal Constitucional". "Desta feita, resta-nos aguardar pela decisão do TC", lê-se.

Segundo o comunicado divulgado, na sequência dessa providência cautelar, o TC notificou hoje a UNITA da sua decisão, o que "significa que o pedido tem enquadramento jurídico-legal e seguiu os pressupostos processuais".

O partido pedia que fosse declarada a ineficácia da ata dos resultados eleitorais definitivos aprovada no dia 28 de agosto e que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) fosse intimada a admitir as suas reclamações.

Segundo a providência cautelar, a que a Lusa teve acesso, a UNITA - que segundo a CNE obteve 43,95% dos votos (90 mandatos) contra 51,17% do MPLA (124 mandatos) -, contesta os resultados e diz ter apurado um número de mandatos distinto do que foi divulgado pelo órgão responsável pelo processo eleitoral angolano.

AÍ VÊM OS SENHORES E AS SENHORAS DA CARIDADEZINHA À PORTUGUESA


O Curto de hoje vem oportunamente equipado com a mão estendida pela maioria dos portugueses que foram nas loas do Partido Socialista, assim  auto-denominado para engano de tudo e de todos que aspiravam e ainda aspiram a justiça social em Portugal. 

A acompanhar lá vem a canção de José Barata Moura tão conhecida e oportuna antes (há mais de 50 anos) e depois (até hoje). “Vamos Brincar à Caridadezinha” é o título, para ouvir aos interessados e à disposição no respetivo link. Muitos outras canções desses tempos negros do fascismo salazarista seriam atuais e adequadas ao presente momento. O mesmo se poderá dizer noutros tempos de democracia e justiça ostensivamente falsa do pós 25 de Abril de 1974 até à atualidade, sendo certo que hoje em dia os pobres continuam mais pobres enquanto os ricos estão muito mais ricos. Sendo igualmente certo que os escandalosamente explorados e enganados continuam a ser os que trabalham sem usufruírem da dignidade que falsamente o governo atual do PS ainda há poucos meses anunciava ir cuidar de oferecer aos portugueses mais carenciados – pelo menos a esses. Acontece o contrário. A dignidade foi pela sanita abaixo e regista-se o oposto com a exploração desenfreada por baixos salários e consequente aumento de carências, de cortes nos cuidados de saúde, de aumento do custo de vida/sobrevivência. Da maioria dos pensionistas e reformados a penalização de mais dificuldades de sobrevivência é enorme. António Costa, primeiro-ministro e maioral do PS tem mentido vergonhosamente ao país, tanto ou mais que Passos Coelho. Também hoje já o consideram um mentiroso compulsivo, na senda igualitária de Cavaco Silva, de António Guterres, do já referido Passos Coelho – tão mentiroso. Um PM ser campeão por isso, por mentir, é nefasto para Portugal e para os portugueses. É o caso de António Costa e das expetativas manipuladoras que tem vindo a criar com a sua propaganda emporcalhada, abrindo a porta à extrema direita que já se senta em lugares do Parlamento devido ás suas falsas promessas eleitorais e propaganda – decerto que ainda piores que as de Costa e, consequentemente, do Partido dito Socialista

Porque é tempo de “passarmos a bola” ao Curto damos por terminado o nosso espaço neste arremedo de “abertura” do que lá vem no jornal de Francisco Pinto Balsemão, o Expresso. Vão nessa porque a atualidade vem aí pela pena de outros tempos (agora teclada) do jornalista Rui Gustavo.

Não terminamos sem dedicar a Costa e governantes este som, também na voz de Barata Moura: A Direita da Tendência

Sigam para o Curto. Bom dia e um queijo com repleto odor a chulé e um tintol pomadoso sem marteladas. Do melhor. Saúde para todos é o que queremos. Difícil, hem!?

MM | PG

Portugal | PORTÕES DE CHIFRE E MARFIM

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

O jornalismo português é uma Bela Adormecida que se estremunha a meio da noite, só para cair num sono ainda mais profundo. Sobretudo nestes últimos anos, abdicou da velha e preciosa máxima: "Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Tudo o resto é propaganda", para almoçar com o poder monopolista e meter-se na cama com os governantes. Como se não bastasse, durante a gestão da covid, perante um inédita e colossal transferência de riqueza para o 1% - concomitante ao ataque aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos - esteve calado que nem pato mudo, repetindo como papagaio as maiores contradições e absurdos. Mas eis senão quando, súbito e inopinado, abriu a pestana para rasgar as vestes perante a Federação Portuguesa de Futebol e o Jornal I. Sentou-se no leito de olhos arregalados, esbracejou como afogado para logo voltar a deitar-se nos braços de Hipnos e Morfeu, porventura já passando para estado comatoso. Mas sempre com o "livro de estilo" como manual de cabeceira.

Esteve bem a repórter Rita Latas da Sport TV. Em mais de dois anos, finalmente um órgão sindical ficou indignado por uma jornalista ser alvo de um processo disciplinar ao ser incómoda. Boa. Mas onde guardaram todos esses princípios em 2020, 2021 e 2022? Sob a almofada? Foi lá que meteram o contraditório e a dúvida? Enfiaram a isenção e a ética debaixo da cama? Como é que jamais ousaram questionar dogmas, medidas loucas e venenosas, a indução da histeria de massas?

A desorientação é tão funda que, dias depois, destilaram fel perante o tal diário que manchou de sangue a Festa do Avante! e seus artistas. Falam de processar o jornal, de indemnizações, da ERC. Portanto, ora fecham os olhos aos monopolistas, ora mandam olho preguiçoso às vítimas da gestão insana da covid, ora condenam o PCP por ter uma posição diferente sobre a invasão da Rússia, ora voltam a despertar, tipo mortos-vivos por causa de uma capa. Espezinharam a Liberdade de Imprensa e agora agitam-se? Essa estampa não é informação? Será discurso de ódio e incitamento à violência? Manipulação? Crime? E quando defendiam a supressão de cuidados de saúde e de bens alimentares para não-vacinados, era o quê? E quando insultavam quem apenas se limita a formular uma questão? E quando essas e outras pessoas são censuradas nas redes sociais e em muitos órgãos de comunicação social? A geringonça calou-se, não foi? Agora lesaram os artistas? Só é errado quando a Rússia intimida Abrunhosa? E os perigosos precedentes, estados de excepção, alçapões cavados estes anos? Lá está, as coisas são mais complexas do que querem publicitar. E se em 1968, o coreógrafo Maurice Béjart, no Coliseu dos Recreios, não tivesse aproveitado para condenar todas as ditaduras pedindo um minuto de silêncio, cumprido com a maioria dos espectadores de pé? E se o baixista Charlie Haden não tivesse na sua actuação no Cascais Jazz de 1971 dedicado uma música aos movimentos de libertação de Angola e Moçambique? Pois é. A Liberdade de Expressão é uma flor delicada que só pode nascer inteira e na qual cada pétala conta. Não vem às postas, nem aos soluços. Isto dos jornalistas serem comissários políticos e pés de microfone em dias pares, mas intrépidos nos ímpares já acabou. E não foi um final feliz.

*Psicóloga clínica.
Escreve de acordo com a antiga ortografia

PORTUGUESES MOSTRAM CARTÃO VERMELHO AOS POLÍTICOS E A PARTIDOS

Perante tanto blá,blá e falsas promessas desconfiar sempre é o lema

Apenas 2% dos portugueses estão filiados em partidos

Os militantes dos partidos são maioritariamente homens, entre os 35 e os 74 anos, a maioria tem licenciatura, trabalha, diz pertencer à classe baixa ou média-baixa e é pouco religiosa

A taxa de militância em partidos políticos tem vindo a diminuir e atualmente ronda os 2%, tendo chegado quase aos 6% em 2002. De acordo com o “Diário de Notícias”, para além da diminuição do número de membros, verifica-se, ainda, uma diminuição dos "militantes ativos": os "que dão tempo ao partido" não ultrapassam os 20%.

“São maioritariamente homens, cerca de 74,5%, com idades entre os 35 e os 74 anos [a média está nos 47 anos], com qualificações académicas elevadas: a maior parte (65%) tem uma licenciatura, e são maioritariamente empregados. E assumem-se como pertencendo à classe baixa ou média-baixa. Dizem-se pouco religiosos”, revela o retrato-tipo dos militantes de uma investigação de Paula Espírito Santo e Marco Lisi. No entanto, estes dados estão incompletos, uma vez que há falta de "vontade" de boa parte dos partidos em revelar informação que "permita um estudo mais aprofundado e universos mais alargados".

Nos partidos mais antigos, a idade média está acima dos 50, 60 anos. Já nos partidos mais novos verifica-se “um aumento de filiados” porque os partidos "assumem temas fraturantes ou específicos no seio da sociedade. Como por exemplo os partidos de extrema-direita ou os partidos ecologistas".

Expresso | Imagem: Wikcionário

Portugal | Governo apresenta medidas esta segunda-feira no combate à inflação

Governo apresenta medidas esta segunda-feira: o que pode vir aí no combate à inflação

Serão cerca de dois mil milhões de euros para lutar contra a inflação - e esta segunda-feira deve conhecer-se apenas a parte que toca às famílias. Um aumento do valor do cheque de apoio às famílias mais vulneráveis e das pensões e uma intervenção nas rendas devem constar do plano

A taxa de inflação terá abrandado, em agosto, para os 9%, face a 9,1% registados em julho, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE). Apesar do ligeiro alívio, esta continua a ser a maior subida de preços homóloga em várias décadas, impulsionada pelo encarecimento da energia e dos bens alimentares, duas componentes às quais qualquer português não consegue escapar.

É a principal palavra da rentrée: inflação. O combate aos seus efeitos ocupa o debate político, com a oposição a chegar-se à frente com propostas, em antecipação às que o Governo vai aprovar na segunda-feira em Conselho de Ministros extraordinário.

O Diário de Notícias avançou na sexta-feira que o Governo prepara medidas avaliadas em 2 mil milhões de euros para mitigar os efeitos de uma subida de preços que, por ora, têm como “almofada” medidas avulsas como o apoio extraordinário às famílias mais vulneráveis de 60 euros, pago por duas vezes em 2022 aos beneficiários da tarifa social da eletricidade, ou o mecanismo de desconto nos combustíveis equivalente à descida do IVA através da diminuição do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP). No seu espaço de comentário na SIC deste domingo, Marques Mendes falou num valor ligeiramente inferior aos 2 mil milhões.

Segundo o jornal, que ressalvava que à data de publicação do artigo o plano ainda não estava fechado, as medidas incluem o aumento do valor do cheque de apoio às famílias de 60 euros para 100 euros. O cheque passa também a ser atribuído a lares com rendimentos acima das prestações mínimas sociais - isto é, entrando já na chamada classe média -, mas limitado aos agregados cujos rendimentos não lhes permitam deduzir esse apoio em IRS, por estarem isentos devido ao baixo montante que auferem.

O DN avança que o Governo irá antecipar os aumentos aos pensionistas, que deverão ver uma atualização das reformas para 2023 acima da taxa de inflação média de 2022, ou seja, mais de 6%. O Executivo quer, segundo o jornal, antecipar parte deste aumento para o último trimestre deste ano, aliviando a despesa no Orçamento para 2023. Marques Mendes garantiu também este sábado que as pensões vão ser um dos pontos principais, para além de outras medidas nas áreas social, fiscal e da energia.

O comentador revelou ainda que vai ser anunciada uma intervenção nas rendas, que terá dois caminhos possíveis: um travão aos 5,43% de aumento previstos ou uma subsidiação dos inquilinos.

O Governo pretende ainda ajudar as empresas dependentes do gás natural e em risco de paragem devido ao aumento dos preços, mas o primeiro-ministro já tinha anunciado que estas medidas dependem de reuniões em Bruxelas, nomeadamente da cimeira dos ministros europeus da Energia, na quinta-feira. Na calha pode estar o aumento do teto máximo do apoio destinado às indústrias utilizadoras intensivas de gás natural (fixado em 400 mil euros), que arrancou em abril. Mas esta segunda-feira este não será um tema a apresentar.

Para financiar estas medidas, ao contrário do que aconteceu noutros países, não serão aplicados impostos sobre os lucros extraordinários das empresas, os chamados "windfall taxes", avançou esta sexta-feira o “Público”.

HOJE É "DIA DA CONVERSA FIADA" EM PORTUGAL.. E NÃO É TODOS OS DIAS?


Se o primeiro-ministro António Costa não mentiu com a sua propaganda enganosa, o governo vai hoje anunciar as medidas que alegadamente possam vir a aliviar a carestia de vida, a miséria e pobreza em que os portugueses dificilmente sobrevivem. Dia da Conversa Fiada é como já se chama por entre os enganados e desiludidos com a maioria parlamentar que os eleitores proporcionaram ao falsamente denominado Partido Socialista de Portugal...

PG | Imagem: Spam Cartoon

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