domingo, 25 de setembro de 2022

Ataque terrorista de Kiev e OTAN em Kherson contra a democracia e o jornalismo

O ataque terrorista de Kiev apoiado pela OTAN em Kherson foi um ataque contra a democracia e o jornalismo

Andrew Korybko* | One World

Nenhum número de mísseis conseguirá impedir o exercício dos direitos democráticos dos habitantes locais, conforme consagrado na Carta da ONU, nem impedir que jornalistas russos de classe mundial reportem sobre este evento histórico.

#Traduzido em português do Brasil

Kiev bombardeou um hotel na antiga cidade ucraniana de Kherson com mísseis na manhã de domingo, no que as autoridades locais descreveram como um ataque terrorista pré-planejado apoiado pela Otan. Um ex-funcionário da Rada que desde então rompeu com o regime fascista instalado pelos EUA foi morto, assim como outra pessoa, enquanto dois jornalistas da RT que cobriam o referendo em andamento dessa política sobre a adesão à Rússia milagrosamente escaparam ilesos. Considerando os alvos e o contexto político em que este local civil foi atacado, pode-se dizer que se tratava de um ataque contra a democracia e o jornalismo.

Em relação ao primeiro, Kiev e seus patrocinadores da OTAN querem intimidar os locais de exercerem seu direito político à autodeterminação consagrado na Carta da ONU. Eles não se contentam em apenas tentar desacreditar esse processo aos olhos dos cidadãos do Bilhões de Ouro , mas decidiram escalar realizando um ataque terrorista pré-planejado para punir quem quiser participar dele. Em relação ao segundo alvo deste ataque, não há dúvida de que Kiev sabia que jornalistas da RT estavam hospedados naquele hotel, o que significa que queria matar membros da imprensa por reportar o referendo.

A ironia é que o Ocidente e seus representantes afirmam apoiar a democracia e o jornalismo, ao mesmo tempo em que alegam que seus inimigos geoestratégicos, como a Rússia, supostamente estão contra eles, mas o último ataque terrorista de Kiev apoiado pela OTAN expõe a trágica verdade por trás dessa retórica. A realidade é que é a primeira dupla que odeia tanto a democracia e o jornalismo sempre que são exercidas de forma contrária aos seus interesses que fazem greve contra um hotel onde jornalistas estão hospedados enquanto cobrem um referendo local.

A chamada “ordem baseada em regras” que eles nunca se cansam de lembrar a todos que eles apóiam nada mais é do que a implementação arbitrária de padrões duplos destinados a promover os objetivos americanos às custas de todos os outros. Se Kiev e seus patronos ocidentais realmente defendessem a democracia e o jornalismo como afirmam, teriam restringido seus ataques a alvos puramente militares em vez de deliberar atingir os civis, para não mencionar enquanto os jornalistas estivessem hospedados lá. O último ataque terrorista prova assim que o referendo em curso é algo que eles temem profundamente.

A razão para isso é evidente, e é que o resultado previsível dos moradores locais votando para se reunificar com sua histórica pátria russa resultará na expansão das fronteiras dessa grande potência eurasiana, após o que Moscou pode proteger seus territórios recém-incorporados com armas nucleares se necessário. Embora pretendido pelo Kremlin como uma medida pragmática de desescalada para congelar a linha de controle ou apenas expandi-la até as fronteiras administrativas pré-reunificação dessas regiões, a América pode ignorar esse ramo de oliveira para ordenar que Kiev lance uma invasão suicida em todo o posto -fronteira de referência.

Embora existam argumentos a favor e contra os EUA que provocam a Rússia a empregar armas nucleares táticas em autodefesa como último recurso absoluto da perspectiva de seus interesses hegemônicos subjetivos, Washington ainda está sendo forçado a enfrentar um dilema sem precedentes por Moscou após o presidente O mais recente movimento de judô de Putin ao declarar que reconhecerá o resultado dos votos e utilizará todos os meios à sua disposição para proteger o povo e o território de seu país. É por isso que os EUA querem tanto atrapalhar os referendos ordenando o último ataque de Kiev em uma tentativa desesperada de evitar esse cenário.

Nenhum número de mísseis conseguirá impedir o exercício dos direitos democráticos dos habitantes locais, conforme consagrado na Carta da ONU, nem impedir que jornalistas russos de classe mundial reportem sobre este evento histórico. Tudo o que esse ataque terrorista conseguiu foi que corroeu ainda mais a credibilidade dos EUA e de Kiev ao expor sua “ordem baseada em regras” como a retórica enganosa que foi descrita anteriormente nesta análise como sendo. O mundo deve notar que nenhum desses dois realmente se importa com democracia ou jornalismo, caso contrário o ataque terrorista de domingo de manhã nunca teria acontecido.

*Andrew Korybko -- analista político americano

O MILIONÁRIO REDUZIDO A TROCOS

Artur Queiroz*, Luanda

A Federação Russa e a Ucrânia fizeram uma troca de prisioneiros e prisoneiras. Ainda bem. Cadeia, nem para os cães. Entre os libertados pelo governo de Kiev está um cidadão ucraniano que foi apresentado pelos Media ocidentais (todos censurados e reduzidos a instrumentos de propaganda) como milionário, aliado próximo do Presidente da Rússia, oligarca, legislador ucraniano. Um condenado por traição à pátria. Amigo de Putin. Pró russo. 

O libertado chama-se Viktor Medvedchuk e é o líder da oposição ucraniana! Porque conquistou esse estatuto nas eleições que deram o poder a Zeklensky!

Advogado de profissão, Medvedchuk manifestou, desde o golpe de estado nazi de 2014, a sua total oposição à adesão da Ucrânia à União Europeia. Em Novembro de 2018, Medvedchuk foi eleito presidente do partido político Pela Vida, que mais tarde se fundiu no partido Plataforma de Oposição-Pela Vida. 

Nas eleições parlamentares de 2019, o partido elegeu 37 deputados na lista nacional e seis assentos eleitorais. Foi o segundo partido mais votado, o que faz do seu presidente, o líder da oposição na Ucrânia. 

Sendo contra a adesão da Ucrânia à NATO (ou OTAN) e à União Europeia, a PIDE de Zelensky prendeu Viktor Medvedchuk logo no início da operação militar, em Fevereiro. Foi imediatamente acusado de alta traição e levado para um local que familiares, amigos e correligionários políticos desconhecem. Preso incomunicável e em local secreto. 

A Cruz Vermelha Internacional nunca quis saber da situação do prisioneiro. O comissariado dos Direitos Humanos da ONU ignorou a situação do líder da oposição ucraniana. A União Europeia nem fala do seu nome. Washington muito menos.

Adalberto da Costa Júnior é o líder da oposição em Angola. O seu partido, UNITA-Pró Morte, ficou em segundo lugar nas eleições de 24 de Agosto. Nelito Ekuikui, Hitler, Luaty Beirão, Abílio Camalata Numa, Wambo, Apolo e outros activistas resolveram atacar esquadras da política e quartéis das FAA. Avançaram sobre o Palácio Presidencial. Tomaram de assalto a Assembleia Nacional. 

A polícia prendeu o líder do partido Pró Morte. Foi levado para lugar secreto e ninguém sabe dele. Entretanto, o Tio Célito mandou prender o Bonga, a Luzia Moniz, a Alexandra Simeão, o Álvaro Sobrinho e o João Soares. Trocou este material putrefacto pelo Adalberto.

Os Media ocidentais noticiaram a troca dizendo que Adalberto da Costa Júnior é pró Casa Branca, oligarca dos diamantes de sangue, legislador, traidor à pátria. 

Isto é pura ficção. Se algum dia quiserem mandar para Angola o lixo humano que enumerei, por favor, não aceitem. Nem sequer a roupa deles. Ou os sapatos. Dessa porcaria, nada de nada.

A TPA, canal de televisão angolano empalmado pelo banditismo mediático internacional, hoje deu a notícia da troca de prisioneiros afirmando que Viktor Medvedchuk é “pró Kremlin”. Assim mesmo. Propaganda acéfala. Nem foram capazes de trabalhar a propaganda. Assim ignoraram que as autoridades da Federação Russa fizeram um grande favor ao Povo Ucraniano, ao salvarem da morte certa o seu líder da oposição.

Os angolanos não merecem isto. O Estado (todos nós) paga milhões para ter todos os dias no ar a TPA. No mínimo, jornalistas do canal têm de mostrar mais profissionalismo. Mesmo que estejam a ser pagos pela embaixada dos EUA em Luanda ou pela delegação da União Europeia.

Hoje o Povo Ucraniano pode acreditar em dias melhores. O líder da oposição, Viktor Medvedchuk, está livre dos nazis de Kiev. Gostava de saber por que razão, escondem que ele é o líder de um partido político, de uma plataforma política verdadeira (não é a aldrabice da frente patriótica unida) e conquistou os votos suficientes, para ser o líder da oposição a Zelensky e seu partido populista e nazi. Reduziram o milionário a uns trocos. Coisas da Redacção Única que já chegam aos Media angolanos. 

Antes a morte que tal sorte.

*Jornalista

ARRISCAR TUDO PARA SAIR DE ÁFRICA E ATRAVESSAR O MEDITERRÂNEO

Amor, determinação e arriscar tudo para atravessar o Mediterrâneo

A jornada de Sadia do Benin para a Europa a faria enfrentar uma rota de migração mortal e se separar do marido.

LexieHarrison-Cripps | Al Jazeera

Estava escuro quando Sadia*, 25 anos, subiu da praia da Líbia para o bote inflável cinza, junto com seus três filhos pequenos, numa noite de abril de 2022. Como os primeiros a embarcar, eles se sentaram na proa, enquanto os outros se espremiam em torno deles. Homens montavam nas laterais do bote, cada um com uma perna pendurada na água.

#Traduzido em português do Brasil

Dos 101 passageiros, sete eram mulheres e 44 eram menores, 40 dos quais desacompanhados.

Sadia e sua família viajaram de Benin para tentar chegar à Europa. No entanto, para esta etapa final da viagem, ela iria sozinha com seus filhos. Ela teve que deixar Agidigbi*, seu marido – e amor – para trás.

À medida que o barco seguia para o norte, a cada segundo aumentando a distância entre ela e Agidigbi, Sadia procurou em vão por sua bolsa contendo água e comida. A percepção de que estava perdido foi sua última lembrança a bordo do bote enquanto sucumbia às ondas de náusea e vômito do enjoo grave, enquanto entrava e saía da consciência.

Sadia e seus filhos estão entre as 25.164 passagens irregulares de fronteira marítima registradas pela Frontex, a Agência Europeia de Fronteiras, entre o Norte da África e a Itália no primeiro semestre deste ano, 23% a mais do que nos primeiros seis meses de 2021. tentativas veio um aumento correspondente nas mortes , de acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

As mulheres representam uma porcentagem muito pequena de pessoas que tentam essa jornada perigosa. Apenas 6% das pessoas que chegaram à Itália por mar este ano eram mulheres adultas, informou o ACNUR.

Muitas dessas travessias terminaram em vítimas fatais, incluindo 30 pessoas que desapareceram em junho de 2022 de um barco que naufragou parcialmente no Mediterrâneo. Um navio não governamental de busca e resgate, o Geo Barents, operado pelos Médicos Sem Fronteiras (conhecido por suas iniciais francesas, MSF) chegou ao local e conseguiu resgatar 71 pessoas, embora uma mulher grávida tenha morrido apesar das tentativas de ressuscitá-la.

Na ONU, primeiro-ministro do Mali critica a ONU, a França e elogia laços com a Rússia

Abdoulaye Maiga ataca o ex-governante colonial, a ONU, ao elogiar a cooperação 'exemplar' com a Rússia. 

#Traduzido em português do Brasil

O primeiro-ministro do Mali, nomeado pelos militares, atacou a França e as Nações Unidas em um discurso cheio de queixas sobre a deterioração da situação de segurança de seu país, enquanto elogiava a cooperação “exemplar” com a Rússia.

Discursando na 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU no sábado, Abdoulaye Maiga criticou o que chamou de "decisão unilateral" da França de realocar suas tropas restantes para o vizinho Níger em meio à deterioração das relações com o líder do golpe de duas vezes do Mali, Assimi Goita .

Embora tenha sido Goita e seus aliados que derrubaram um presidente democraticamente eleito pela força militar há dois anos, o primeiro-ministro do Mali se referiu repetidamente a uma “junta francesa” ao longo de seu discurso de 30 minutos.

“Afaste-se do passado colonial e ouça a raiva, a frustração, a rejeição que está surgindo das cidades e campos africanos, e entenda que esse movimento é inexorável”, disse Maiga, que foi nomeado primeiro-ministro no mês passado.

“Suas intimidações e ações subversivas só aumentaram as fileiras dos africanos preocupados em preservar sua dignidade”, acrescentou.

Angola | ENTALADO ENTRE CESALTINA E O MINISTRO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O respeitinho é muito bonito por isso vou começar pelo senhor ministro da Comunicação Social. Sua excelência disse que o contraditório é o suprassumo do Jornalismo (pedra angular). Excelência, não acredite no bêbado da valeta ou no Teixeira Cândido. Porque para eles o único critério que conta é dinheiro, quanto mais sujo melhor. A verdade é outra, muito diferente.

Entre os critérios que suportam os conteúdos comunicacionais, aquele que é a marca distintiva do Jornalismo chama-se RIGOR. O Jornalismo é um exercício permanente de grande rigor e só se realiza numa lógica de contrapoder. Os outros critérios de nada valem sem este. Sem ACTUALIDADE não há notícia porque este critério é a marca distintiva das mensagens informativas. Mas pode haver jornalismo sem ele. 

Sem o critério da VERDADE DOS FACTOS pode haver Jornalismo. Desde que o jornalista prove que, em boa-fé, reputou os factos como verdadeiros quando produziu a notícia ou reportagem. Essa é uma das causas de exclusão do ilícito. A Liberdade de Imprensa é tão importante para o regime democrático que o jornalista até pode escrever mentiras, desde que tenha confirmado e reconfirmado os factos (teoria das três fontes). Foi enganado, paciência.

IMPARCIALIDADE (o tal contraditório) é o “critério flutuante”. Sem ele há Jornalismo e até pode ser de excelência. Permita-me excelência que lhe fale de mim. Uma fase da minha vida fui repórter sem patrão. Hoje é freelancer. Tinha uma combina com o director de um grande rotativo e andava cavando notícias que ao fim da tarde lhe levava. Ele escolhia o que interessava e pagava à vista. Mas tinha direito a um prémio por cada notícia ou reportagem que davam manchete ou janela de primeira página. No final do mês recebia mais em prémios do que o salário do director. Gastava a massa rapidamente nos botequins, bares e cabarés onde meninas gentis provavam à saciedade que o amor é facílimo.

Quando conseguia uma “cacha” retumbante eu geria os fragmentos de informação parcimoniosamente. Na primeira manchete revelava factos chamativos. Na segunda, factos mais interessantes. E na terceira manchete, os extraordinários. Dava espaço a todas as partes com interesses atendíveis. Mas à medida que ia revelando fragmentos de informação que os “picassem”. Quando ia ouvi-los, abriam o livro e aquilo dava makas mundiais. E eu a facturar manchetes. Claro que em todas as reportagens informava os consumidores, que estava a fazer esforços para ouvir as outras partes. Profissionalismo acima de tudo.

Aqui entra o DEVER DE CUIDADO. É uma obrigação dos jornalistas mas ao mesmo tempo um critério que suporta os conteúdos comunicacionais. Sem ele não há jornalistas nem Jornalismo. Portanto, já sabe, excelência. Isso do contraditório é lá para os Tribunais. A Imparcialidade pode e deve ser gerida pelo jornalista. Porque desde o início do século XX, a notícia é uma mercadoria, muitas vezes com usura incorporada. 

Os jornais deixaram de ser espaços de liberdade para serem meros negócios ao serviço de interesses inconfessáveis. Digo-lhe mais, excelência, o ideal é que o ramo esteja nas mãos do Estado. Assim sabemos que o negócio é controlado por quem foi eleito e não por madalenos e sobrinhos. Isto para não falar de abutres e outras aves de rapina. Coitadinhos dos marimbondos, são insignificantes comparados com esses gabirus. 

Eu sou uma vítima do imperialismo. Nessa qualidade conheci gente muito interessante, também anti-imperialista por dever de sobrevivência. Uma dessas pessoas era Cesaltina Abreu, engenheira agrónoma e minha amiga. Um dia destes surpreendeu-me com uma “acção popular” dos accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA. Fiquei muito surpreendido mas a vida é mesmo assim. Só não mudam de campo os burros como eu, que fazem da honestidade e da coerência uma bandeira hasteada no mastro mais alto da vida.

Hoje recebi um texto da Cesaltina intitulado “Os resultados de uma equipa apresentada como vencedora”. Uma pretensa resposta à declaração de João Lourenço sobre a sua equipa ganhadora. Caríssima amiga, o presidente do nosso MPLA (ou já não és? Olha eu, burro como sou, não consigo mudar nem para o partido de Deus) falou em ganhar eleições. Estava a falar dos resultados eleitorais. E da equipa que as ganhou. Não falava dos resultados da governação na legislatura. Mas esses também não foram muito maus porque submetidos ao voto popular, o MPLA ganhou estrondosamente. Nadas de manipular para enganar e iludir.

Para provar que a equipa governamental liderada por João Lourenço coleccionou derrotas sociais e económicas, Cesaltina cita a Chatham House (antes chamava-se Royal Institute of Internacional Affairs) uma coisa sinistra ligada aos serviços secretos britânicos. Colecciona denúncias e “reflexões” sob rigoroso anonimato. Promoção dos bufos e bufas. Tem como patrocinadores o governo dos EUA, a National Endowment for Democracy (ligada à CIA e ao Pentágono) e a Open Society Foundations do George Soros, patrão de Rafael Marques e outra criadagem. Cesaltina, já vais aí? Não corras tanto que eu não aguento a passada.  

A minha amiga Cesaltina, para provar que o governo dos últimos cinco anos foi mau (também acho que foi) cita prestimosas instituições ligadas a serviços secretos ocidentais como a Feeedom House Index (quando sou confrontado com a palavra índex penso logo na Inquisição e até os testículos me temem porque sou ateu e blasfemo) e a EXX África do Bill Neukom, empregado de Bill Gates e defensor estrénuo da empresária Isabel dos Santos. Também está ligado ao World Justice Project, um instrumento da prestimosa CIA, instituição que mandou para Angola oficiais, agentes e matilhas de mercenários, em 1975, para impedir a Independência Nacional. Que lástima, Cesaltina!

Eu também acho que o primeiro governo de João Lourenço foi mau. Mas está desculpado porque ascendeu ao poder quando o Ocidente está em falência técnica e cria perturbações terríveis no planeta. A meio do mandato o mundo parou com a COVID19. No final rebentou a guerra da OTAN (ou NATO), EUA e União Europeia (coligação dos falidos) contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia. Guerra, Cesaltina! 

Agora vamos ver quanto vale o governo de João Lourenço. Espero muito que tenha sucesso. O Povo Angolano merece. E como ficou demonstrado em 24 de Agosto, nem nos próximos 50 anos há alternativa ao MPLA. Tudo o que existe de positivo em Angola, deve-se ou tem a ver com o MPLA. Porque enquanto estávamos a construir um país em África, a UNITA e seus parceiros da Sociedade Civil estavam a destruir ou à boa vida. Não sabem fazer mais nada. 

*Jornalista

O CARNAVAL DA OPOSIÇÃO ANGOLANA EM IMAGEM ESCOLHIDA


A Imagem Escolhida a versar Angola foi retirada do Jornal de Angola, até parece estar relacionada com um desfile carnavalesco... Não. Não é. São os cinco da vida-airada da oposição angolana em que se destaca o líder da UNITA Adalberto Costa Júnior de Chapéu Preto, engenheiro - uns dizem que sim outros que não e a prova é que não existem provas dessa formatura de facto mas sim que frequentou e só falou com engenheiros, mas pouco. Dai tempo ao tempo, porque a verdade vem sempre à superfície, como o azeite. 

No propalado "grandioso desfile" captado e acima, que se confunde com o Carnaval, a realidade e o JA estabelecem razão de ser a uma manifestação opositora aliançada que ainda nas recentes eleições do país ficou-se por uma minoria perante a maioria parlamentar do MPLA e do presidente eleito de Angola, João Lourenço. 

Maus perdedores e dançarinos desculparam-se com fraude eleitoral (ATÉ NEGADA PELA ONU) e que o "salão de dança" estava torto (desnivelado)... Desculpas de mau perder. Agora querem eleições autárquicas em 2023, sem perceberem que sem tempo não vão conseguir aprender a dançar. Acontece aos maus dançarinos assim como aos maus políticos e subsidiários das seitas patrocinadas pela CIA e pelo grande capital que pretende roubar a PAZ e as riquezas angolanas, pertença de um povo heroico. Sobre o resto da "história" o JA desenvolve aqui.

PG

Angola | OS NÚMEROS ESQUECIDOS DA SAÚDE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

Uma fonte do Ministério da Saúde informou que concorreram 200 mil técnicos aos concursos abertos para preencher milhares de vagas. Em 11 de Novembro 1975 os serviços estavam praticamente paralisados fora dos grandes centros urbanos. E nas cidades, nomeadamente em Luanda, a assistência era garantida maioritariamente por técnicos cubanos. Os poucos angolanos que não desertaram, eram verdadeiros heróis. Na última legislatura o Ministério da Saúde admitiu 30.000 novos técnicos angolanos. Um salto gigantesco.

O panorama melhorou um pouco três anos depois da Independência Nacional. Em 1978, Angola já tinha 139 médicos angolanos e 410 estrangeiros, sobretudo cubanos. Nesse ano, o país dispunha de 3.371 enfermeiros, técnicos e parteiras. Em 2013 o Sistema Nacional de Saúde (SNS) contava com 2.895 médicos, dos quais 1.204 angolanos e 1.691 estrangeiros. Estes dados foram divulgados pelo ministro da Saúde de então, José Van-Dúnem, no Congresso de Ciências de Saúde.

O ministro revelou esta realidade: “Herdámos um serviço virado para prestar cuidados a uma minoria de 500 mil habitantes, gerando problemas ligados à escassez de infra-estruturas, de recursos humanos e até de organização. Transformámos lojas e habitações em postos e centros de saúde”. 

Apesar da guerra de agressão estrangeira, apoiada a Norte pela FNLA e a Sul pela UNITA, em 1978 o SNS tinha oito hospitais em Luanda, 16 hospitais provinciais, 32 municipais, 100 centros de saúde com camas, 64 centros sem camas e 100 postos de saúde. A guerra continuou até 2002 com todo o seu cortejo de mortes e destruições. Mas em apenas dez anos de paz, Angola já tinha dez hospitais centrais, 27 provinciais, 153 municipais, 382 centros de saúde, 49 centros de saúde materno infantil e 1.544 postos de saúde”.

A partir de 2002, o Governo de Angola investiu milhões em infra-estruturas da Saúde (cuidados primários e diferenciados) mas também na formação de profissionais, em todas as províncias! Contratou especialistas para áreas prioritárias, sobretudo na saúde materna e infantil. No primeiro ano de paz desde 4 de Fevereiro de 1961, o Ministério da Saúde investiu fortíssimo em tecnologias que permitiram reduzir a transferência de doentes para o estrangeiro, nas áreas de hemodiálise, radioterapia, cirurgia cardíaca e da anca. 

Com o fim da rebelião criminosa de Jonas Savimbi, os serviços de Saúde introduziram novas vacinas no calendário nacional, a rotavírus (tratamento do SIDA) e o tratamento da malária com terapia combinada. Abriram várias faculdades de Medicina e escolas de enfermagem.

Hoje, um trombone da UNITA, Luzia Moniz, que engordou desalmadamente no prato do MPLA à custa do titio, o meu saudoso amigo Manuel Pedro Pacavira, assinou a sentença de morte, escrevendo isto no Novo Jornal: 

“O regime de Pretória discriminava, mutilava e assassinava negros na África do Sul, invadia, agredia e ocupava parte do território angolano”. 

Menina, tunda! Os teus donos do Galo Negro serviam de biombo às invasões, agressões e ocupações dos racistas sul-africanos. Disparavam contra o Povo Angolano. Partiam tudo que apanhavam pela frente. Até serem derrotados no Triângulo do Tumpo. 

Se a Luzia não foge, o Adalberto vai cortar-lhe os ramos, o tronco e arrancar as raízes. Ele manda dizer aos megafones e trombones que o MPLA está no poder desde 1975 e afinal nada. Entre 1975 e 1988, em vez de governar, teve de lutar pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. E depois, até 2002, a mesma coisa. Em vez de governar, o MPLA teve que enfrentar a rebelião do Savimbi, armada e financiada pelos grandes amigos EUA, União Europeia (com Portugal soarista à cabeça) e, imaginem, a Ucrânia nazi. 

A Luzia Moniz descobriu que Cavaco da Silva e Mário Soares têm um colonialista nos entrefolhos do cérebro e eram amigos do regime de apartheid da África do Sul. Mas ela mama no prato dos portugueses, à boleia da UNITA. O Adalberto vai tirar-lhe o tacho. Ele já deu a táctica aos seus seguidores, Para acabarem com os adversários, primeiro, cortam-lhe os ramos. Depois o tronco. E para não haver o perigo de rebentar nova árvore contestatária, queimam-se as raízes. À maneira da Jamba. Tunda,  Luzia!

A Redacção Única deu ordem aos megafones e trombones da UNITA para citarem a revista The Economist e a dona Josefa Neto. A Luzia cumpriu, já vai receber os bagos de jinguba para matar a fome. 

Amanhã o Adalberto e seus sequazes vão vestir de branco e manifestar-se contra o “roubo dos votos”. Eu não sou um homem de intrigas mas desde já deixo um aviso à navegação. Familiares e amigos de quem a UNITA roubou as vidas desde 1966, até hoje, anunciaram uma contra manifestação. Querem que os sicários do Galo Negro lhes devolvam as vidas roubadas. Aos milhares. E estão dispostos a cobrar em dobro. 

A democracia é mesmo assim. Tanto admite manifestações contra os ladrões de votos como contra os ladrões de vidas. Cuidado, a impunidade dos assassinos da UNITA está a chegar ao fim. Quousque tandem Abutere UNITA patientia nostra? Estou a dar uma de Cícero para não pensarem que sou um gentio da Kapopa do Negage.

Junto em anexo a foto de uma ponte destruída pelos racistas de Pretória/UNITA na província mais a Sul e a sede do Governo Provincial do Cunene feita em cacos. Estão a ver por que razão o Galo Negro levou 5-0 nas terras de Mandume. E nas próximas eleições, em Luanda, Zaire e Cabinda ficam reduzidos a zero. O populismo e a demagogia fazem encher o balão da política rapidamente. Mas a realidade esvazia-o ainda mais depressa.

*Jornalista

STP - ELEIÇÕES | Mais de 123 mil eleitores exercem poder político este domingo

Téla Nón

Pela segunda vez consecutiva, o povo de São Tomé e Príncipe, é chamado as urnas para 3 eleições em simultâneo.

Para as legislativas concorrem 11 forças políticas. 123 mil e 301 eleitores no país e na diáspora vão participar nas eleições para eleição dos 55 deputados à Assembleia Nacional.

Pela primeira vez na história da democracia do arquipélago africano, os cidadãos residentes na Europa e em África, num total de 30.932 eleitores vão eleger os deputados a Assembleia Nacional. O circulo eleitoral da Europa elege 1 deputado, e o circulo eleitoral de África 1.

Os restantes 53 assentos na Assembleia Nacional serão preenchidos, por mandatos eleitos nos 6 distritos da ilha de São Tomé e pelo povo da Região Autónoma do Príncipe.

Água Grande, o mais pequeno distrito do país, em dimensão territorial, é o mais populoso. Envolve a capital São Tomé e elege 14 mandatos à Assembleia Nacional. Mé-Zóchi o segundo distrito mais populoso, tem 10 mandatos em disputa eleitoral.

No distrito de Lobata, as 11 forças políticas brigam por 7 mandatos à Assembleia Nacional. Seguem-se os distritos de Cantagalo e Lembá, cada um com 6 mandatos, e por fim as duas regiões menos populosas do país, nomeadamente Caué e a Região Autónoma do Príncipe, cada um com 5 mandatos.

No mesmo dia 25 de Setembro os 5964 eleitores inscritos na ilha do Príncipe, elegem 7 deputados à Assembleia da Região Autónoma.

Em simultâneo na ilha de São Tomé, os 102 mil 645 eleitores inscritos nos cadernos eleitorais, elegem os seus representantes no poder local, mais concretamente para a Assembleia Distrital. Os mandatos nas 6 Câmaras Distritais de São Tomé vão ser legitimados nas urnas.

Com 32 anos, a democracia são-tomense, pretende renovar a sua maturidade nas eleições legislativas, autárquicas e regionais deste domingo, 25 de Setembro.

Abel Veiga

Zelensky e OTAN planeiam transformar a Ucrânia do pós-guerra em 'um grande Israel'

Alexander Rubinstein* | The Grayzone

O Conselho Atlântico, apoiado pela OTAN, propôs o apartheid de Israel como um plano para uma Ucrânia hipermilitarizada. O artigo foi de autoria do ex-embaixador de Obama em Tel Aviv, agora consultor israelense de tecnologia de espionagem.

#Traduzido em português do Brasil

Apenas quarenta dias após o início da campanha militar da Rússia na Ucrânia, o presidente ucraniano Vlodymyr Zelensky disse a repórteres que, no futuro, seu país seria como “um grande Israel”. No dia seguinte, um dos principais promotores de Israel no Partido Democrata publicou um artigo de opinião no think tank oficial da OTAN explorando como isso poderia ser executado.

Zelensky fez sua previsão ao falar com repórteres em 5 de abril, rejeitando a ideia de que Kiev permaneceria neutra em futuros conflitos entre a OTAN, a União Europeia e a Rússia. De acordo com Zelensky, seu país nunca seria como a Suíça (que coincidentemente abandonou sua tradição de não alinhamento da era Napoleônica ao sancionar a Rússia em resposta à invasão de fevereiro). 

“Não podemos falar sobre a 'Suíça do futuro'”, informou o presidente a repórteres. “Mas definitivamente nos tornaremos um 'grande Israel' com seu próprio rosto.”

Para aqueles que se perguntam como seria um “grande Israel”, Zelensky rapidamente elaborou sua perturbadora profecia.

“Não ficaremos surpresos se teremos representantes das Forças Armadas ou da Guarda Nacional em todas as instituições, supermercados, cinemas – haverá pessoas com armas”, disse o presidente da Ucrânia, prevendo uma existência sombria para seus cidadãos. “Tenho certeza de que nosso problema de segurança será o número um nos próximos dez anos.”

Embora a postagem na web tenha sido baseada em comentários que Zelensky fez a repórteres, o gabinete do presidente misteriosamente extirpou uma seção de seus comentários em que ele declarava que uma futura Ucrânia não seria “absolutamente liberal, europeia”. Em vez disso, juntamente com sua visão de uma Ucrânia fortemente militarizada, o post enfatizou a prontidão de Zelensky para se juntar à OTAN “já amanhã”.

Para os agentes do poder da OTAN, no entanto, a vontade insinuada de Zelensky de aderir à aliança militar talvez tenha sido o aspecto menos notável de sua declaração. Em vez disso, dentro de 48 horas de seus comentários, o Atlantic Council – o think tank semi-oficial da OTAN em Washington – publicou um “roteiro” explorando como transformar a Ucrânia em “um grande Israel”. 

De autoria de Daniel B. Shapiro, ex-embaixador dos EUA em Israel sob o presidente Barack Obama, o documento postula que “os dois países em apuros compartilham mais do que você imagina”.

Assim como o ex-secretário de Estado dos EUA Alexander Haig apresentou Israel como “o maior porta-aviões americano do mundo que não pode ser afundado”, Shapiro apresentou uma visão da Ucrânia como um bastião hipermilitarizado da OTAN cuja identidade nacional seria definida por sua capacidade de projetar o poder dos EUA contra a Rússia.

Resolver o conflito Rússia-Ucrânia exige que mais países se aliem à paz

Gangue Ding* | Global Times | opinião

Em um discurso nacional televisionado na manhã de quarta-feira, horário local, o presidente russo Vladimir Putin ordenou a mobilização parcial da população russa. O ministro da Defesa da Rússia anunciou mais tarde a convocação de 300.000 reservistas.

#Traduzido em português do Brasil 

A possibilidade de o conflito Rússia-Ucrânia evoluir de uma "operação militar especial" localizada para uma "guerra" em grande escala aumentou significativamente.

Hoje, no século 21, o conflito Rússia-Ucrânia desencadeou uma guerra militar, política, diplomática, financeira e econômica entre os EUA, o Ocidente e a Rússia, que se espalhou pelo mundo e teve um sério impacto no desenvolvimento de muitas economias emergentes. 

A disputa Rússia-Ucrânia é um produto das mudanças geopolíticas europeias. É também um produto histórico de "esferas de influência" e "confronto grupal". 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse no discurso sobre o Estado da União de 2022 no Parlamento Europeu em Estrasburgo em 14 de setembro: "Vamos ser muito claros: há muito em jogo aqui. Não apenas a Ucrânia - mas toda a Europa e o mundo inteiro." E o fim? Será "Putin vai falhar e a Europa vai prevalecer".

Esta retórica, bastante representativa do Ocidente, implica o sentimento de superioridade da Europa, que a guerra da Europa é a guerra do mundo, que a forma europeia de resolver a guerra é a forma do mundo, e que só se a Europa ganhar, o mundo ganha . Isso manifesta uma espécie de hegemonia ocidental - aqueles que se curvarem a mim prosperarão e aqueles que resistirem perecerão.

É também por isso que o Ocidente não entende a Organização de Cooperação de Xangai (SCO). Em recentes reportagens e análises da mídia ocidental sobre a cúpula da SCO que foi realizada em Samarcanda, Uzbequistão, de 15 a 16 de setembro, o que podemos ver é que o Ocidente está mais interessado no fato de que os estados membros da SCO têm muitas diferenças devido à sua origens diversas.

De acordo com a lógica da composição do grupo ocidental, países com diferentes valores, diferentes sistemas políticos, diferentes composições étnicas e diferentes crenças não podem se sentar juntos e, em sua visão extrema, um "choque de civilizações" está fadado a ocorrer, e um lado está vinculado derrotar o outro ou anexar o outro.

A SCO, no entanto, construiu tal plataforma precisamente porque seus membros são diferentes. Podemos sentar juntos, encontrar um terreno comum e interesses compartilhados, aumentar a cooperação, expandir a confiança mútua e resolver problemas comuns, ou criar condições para resolver esses problemas.

A diferença fundamental entre a SCO e uma organização do bloco como a OTAN é que a primeira não persegue uma esfera de influência, nem toma qualquer terceiro como adversário. Menos ainda se engaja na formação de qualquer aliança ideológica ou aliança militar.

O conflito Rússia-Ucrânia terá, obviamente, um impacto significativo na paz global, mas estendê-lo a um problema global e fazer com que o mundo inteiro participe na sua resolução, trace linhas e tome partido, não é resolver o problema, mas torná-lo mais difícil parar a guerra. Para colocar mais a sério, está alimentando o fogo para a guerra.

Amarrar à força potências não europeias como China, Índia, Brasil e África do Sul, não importa de que lado estejam, só agravará as divisões e aumentará a possibilidade de que esta guerra na Europa se torne uma guerra global.

A paz pode ser assegurada se mais e mais países escolherem ficar do lado da paz e se oporem à guerra, não estando vinculados a certos grupos militares e não se envolvendo em uma guerra mais ampla, incluindo sanções financeiras e econômicas.

Ilustração: Liu Rui/GT

*O autor é editor sênior do Diário do Povo e atualmente membro sênior do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade Renmin da China. dinggang@globaltimes.com.cn. Siga-o no Twitter @dinggangchina

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