terça-feira, 1 de novembro de 2022

A UCRÂNIA PODE FICAR SEM ACESSO AO MAR NEGRO

Martinho Júnior, Luanda

A ACUSAÇÃO DA RÚSSIA, IDENTIFICANDO OS AUTORES DA SABOTAGEM AO NOR STREAM, ANTECEDE O “INVERNO PRIORITÁRIO” QUE ESTÁ A SER PREPARADO CONTRA O REGIME GOLPISTA E USURPADOR DE KIEV!

O REGIME DE KIEV, NESTE CASO DA BASE NAVAL DE OCHAKIV, É O “007, AO SERVIÇO DE SUA MAJESTADE”…

O Ministério da Defesa da Federação Russa acaba de indicar os autores da sabotagem aos dois gasodutos submarinos Nord Stream, no Báltico.

Nessa indicação são apontadas unidades de forças especiais cuja base é a localidade portuária de Ochakiv, na região de Nikolaiv e próxima de Kherson (margem direita do rio Dniepr, junto à sua foz).

Essas unidades de forças especiais foram criadas pela Marinha Real Britânica, “ao serviço de Sua Majestade”, implicando investimentos sérios nas instalações portuárias desse porto (um dos 4 no Mar Negro, que a esta data restam ao regime de Kiev).

Com os ukronazis a “morrerem na praia” em Kherson, “até ao último ucraniano” e o inverno a bater à porta duma Ucrânia levada à “degenergização” a Federação Russa está agora, mais tentada do que nunca, a tomar toda a costa do Mar Negro ao regime golpista, usurpador e terrorista instalado pela “democraCIA”, pelo Pentágono e pela NATO em Kiev…

A Rússia tem motivos mais que suficientes para o fazer, no âmbito da libertação antiterrorista!

A libertação da Ucrânia vai para além da libertação do Donbass e enquanto os fantoches da “democraCIA”, do Pentágono e da NATO estiverem instalados em Kiev, a Rússia não vai poder descansar!...

Só a vassalagem acéfala (ao estilo da Van der Lyen e de Borrell) do zombi-híbrido EU/NATO estaria disposta a “esticar a corda” até este ponto e, se ainda e mesmo assim não ficar “convencida”, há mais medidas de luta de libertação antiterrorista a equacionar, pois há outros a colocarem-se numa posição que de tão provocatória, até se colocam aconchegadamente “à mão de semear”…

Como a vassalagem está cheia de “orgulho gay” desfilando pelas avenidas mediáticas disseminadas pelo “hegemon” mundo fora, precisa de se fartar até à exaustão!

É fartar vassalagem!

O resto estará para vir… por arrasto e a China vai, em relação à Europa, cada vez mais posição, articulando-se tudo com a mudança de paradigma, dolorosa mas inevitável!

Círculo 4F, Martinho Júnior, 28 de Outubro de 2022

Imagem:

Mapa de Ochakiv no Google Earth, com visão das “facilidades” portuárias ao serviço das Forças Especiais da Marinha Real de Sua Majestade Britânica.

A consultar:

. O Ministério da Defesa acusou a Marinha britânica de minar os "Nord Streams" – https://ria.ru/20221029/podryv-1827750196.html;

. Kyiv dormiu demais: o ataque a Kherson queimará as últimas reservas das Forças Armadas da Ucrânia – https://politpuzzle.ru/?p=4508;

. O objectivo é cortar a Ucrânia do mar: a captura de Odessa e Nikolaev tornará Kyiv mais complacente –  https://politpuzzle.ru/?p=4547;

PUTIN EM VALDAI EXPLICOU SUA IDEOLOGIA

Eric Zuesse* | South Front

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, falando na reunião do Valdai International Discussion Club em 27 de outubro, fez um discurso que descreveu sua ideologia, e respondeu a perguntas da platéia e respondeu sobre uma série de questões altamente importantes.

Tudo o que ele disse lá é consistente com o que ele afirmou anteriormente, mas este evento foi talvez a exposição mais completa de suas visões ideológicas, que eu, como historiador americano, sempre achei notavelmente semelhante às visões ideológicas que os EUA O presidente Franklin Delano Roosevelt (FDR) afirmou, especialmente em privado, e que orientou suas ações tanto no âmbito doméstico quanto especialmente nos assuntos internacionais. FDR era apaixonadamente anti-imperialista e acreditava que ambas as duas Guerras Mundiais resultaram de confrontos entre potências imperialistas, e que o principal objetivo para o mundo pós-Segunda Guerra Mundial deve ser proibir todos os impérios e substituí-los por uma Organização das Nações Unidas. (ele até o nomeou) que seria uma federação global de todas as nações e em cuja Assembléia Geral cada nação terá um voto, mas que também terá um Conselho de Segurança no qual cada uma das grandes potências mundiais negociará as diferenças entre si para que nenhuma grande potência mundial seja capaz de violar a soberania nacional de qualquer outra grande potência mundial - e isso incluiria permitir a capacidade (como JFK negociado com Khrushchev durante a crise dos mísseis cubanos de 1962) para evitar que qualquer outra grande potência mundial use qualquer nação que faça fronteira com qualquer outra grande potência mundial (como Cuba faz perto da América), para se aliar (especialmente militarmente) com outra grande potência mundial. (Esse princípio também limitaria a soberania completa tanto para a Ucrânia quanto para Taiwan – e para qualquer outra nação que faça fronteira com uma grande potência mundial.) FDR também acreditava que a ONU deveria ter o controle global do monopólio sobre todo o armamento geoestratégico, como mais um meio de tornar ilegal o imperialismo e as guerras que o imperialismo produz. (Harry S. Truman castrou o plano de FDR na ONU, que ele desprezava.)

Muito pouca atenção tem sido dada pelos historiadores à ideologia de FDR, que realmente se inspirou muito na de Abraham Lincoln, que, por sua vez, se inspirou muito nos autores da Declaração de Independência e da Constituição dos EUA – especialmente de Thomas Jefferson e James Wilson . Consequentemente, os leitores aqui que estão familiarizados com os escritos desses autores (as pessoas que escreveram esses dois documentos) encontrarão aqui uma versão do século XXI dessa ideologia, vinda de uma perspectiva histórica e cultural russa.

Brasil: o direito à manifestação, um Jair que teima em ficar e um governo em construção

Ricardo Alexandre | TSF | opinião

Se há coisa que uma democracia não pode questionar é o direito à manifestação. Se estes cidadãos brasileiros que se manifestam desde ontem (a começar pelos camionistas e a acabar nas próprias forças da autoridade, com as nuances de que o assunto, aqui chegados, se reveste) o fazem de forma pacífica, têm todo o direito de o fazer. A questão é se os limites são ultrapassados, se as coisas se tornam violentas; aí estamos a falar de manifestações de polícias e militares, em muito boa parte organizados nas redes sociais, perante o silêncio cúmplice e ensurdecedor do derrotado presidente Jair Bolsonaro.

Organizadores de manifestações são vistos em vídeos a dizer que há provas de fraude. Vão pedir um golpe militar. Vamos ver que tipo de cobertura dá Bolsonaro a estas infundadas e perigosas declarações públicas em jeito de mobilização popular golpista. Ao ainda presidente não lhe resta senão ir gozar a reforma. Vai dispor de uma equipa de oito funcionários que inclui 2 motoristas, 2 seguranças e 4 assessores pessoais, além de viaturas e combustível. Um artigo do R7 em 2019, refere que no Brasil os ex-presidentes não recebem pensão ou qualquer tipo de remuneração direta, mas "o que lhes é oferecido chega a custar o equivalente a 12 mil reais por dia aos contribuintes", hoje o equivalente a 2.200 euros diários.

Para contestar a legitimidade da vitória eleitoral de Lula, Bolsonaro não tem apoio nem das instituições políticas (os presidentes da câmara dos deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, foram lestos a felicitar Lula pela vitória), nem de lideranças políticas (veja-se que até Sérgio Moro e outros líderes que o apoiaram já assumiram o seu lugar como oposição ao novo poder eleito; Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro conversou ontem ao telefone com Gleisi Hoffman, presidente do PT, e a conversa, de acordo com a Folha de São Paulo, foi respeitosa e o ainda ministro dispôs-se a ajudar na transição), nem dos altos comandos militares (tanto quanto se saiba), nem tem qualquer tipo de apoio internacional. A rápida declaração de Joe Biden sobre a eleição brasileira acaba com eventuais veleidades.

Mas o retardar do reconhecimento da derrota (se é que a vai reconhecer) gera naturalmente inquietação e instabilidade.

Entretanto, fala-se muito no novo governo que tomará posse no primeiro dia de janeiro. A nova Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a partir de 2023 deve aumentar o número de pastas, acabar com a lógica dos superministérios, recuperar uma boa parte da lógica organizacional dos governos PT e incluir gente que, de alguma forma, representa a frente ampla de partidos que elegeu Lula.

'BOLSONAROS' ESTÃO FALANDO EM "FRAUDE" E "GOLPE". EIS O GOLPE FASCISTA!

Bolsonaristas passam do WhatsApp para a rua a pedir intervenção militar

Filipe Santa-Bárbara, enviado-especial a São Paulo | TSF | 01 Novembro, 2022

Apoiantes do presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições de domingo, não acreditam na veracidade dos resultados eleitorais e pedem intervenção das Forças Armadas, algo que é ilegal. Foram centenas em São Paulo e que se multiplicam um pouco por todo o país.

16h24. Foi a esta hora que a primeira mensagem chegou, reencaminhada, a um grupo de Whatsapp de apoio a Jair Bolsonaro. A missiva pedia para que "todo o mundo" se dirigisse para "a frente dos quartéis". Aí, eram apresentadas várias moradas, entre elas, a do Comando Militar do Sudeste, na cidade de São Paulo.

Mais detalhes foram sendo dados e, em vários grupos, entre as habituais considerações sobre todo o processo eleitoral e seus protagonistas, seguia o apoio aos camionistas que estão a bloquear estradas pelo país todo, bem como apelos na necessidade de sair para a rua em protesto. E saíram mesmo.

Combinado para as 19h, um grupo de bolsonaristas começou a juntar-se e a crescer junto destas instalações militares com o objetivo de lhes pedir "ajuda" para intervirem. E porquê? Não acreditam que o processo eleitoral tenha sido justo.

"Acho que os militares têm de tomar o poder temporariamente para uma nova eleição dentro daquilo que a gente possa entender que é uma eleição legítima e real, a gente não reconhece essa eleição", diz à TSF Rafael Quirós enquanto, em fundo, se vai gritando "142".

E o que significa "142"? É o artigo da Constituição do Brasil que baliza a atuação das Forças Armadas: "As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".

É com base neste artigo que estes manifestantes já há muito tempo defendem a possibilidade de as Forças Armadas agirem na mediação de conflitos entre poderes, algo que é manifestamente ilegal à luz de um parecer da Câmara dos Deputados e de diversos juristas citados pela imprensa brasileira.

No entanto, o próprio Bolsonaro, no passado, já deu gás à ideia numa reunião ministerial que foi vazada na internet onde, por outro tema, falava no artigo 142 a afirmar que, "havendo necessidade, qualquer dos poderes, pode pedir às Forças Armadas que intervenham para restabelecer a ordem no Brasil".

Brasil | VITÓRIA DE LULA NÃO VAI DAR FIM AO CAOS

O bolsonarismo seguirá testando os nervos da democracia

Carla Jimenez | TheIntercept Brasil

Acabou. Acabou o governo perverso, que fez o Brasil chorar de tristeza tantas vezes, que colocou o país num clima de eterna pandemia, que levou ao limite a sanidade mental de mais de 60 milhões de brasileiros que votaram contra ele neste domingo. Quando a apuração já mostrava uma vantagem irreversível de Lula, um áudio emocionado de uma pessoa que viu o pai morrer de covid-19, pela negligência deliberada do estado, pipocou no whatsapp. A dor misturada à emoção naquela voz mostrava de onde vieram os mais de 2 milhões de votos a favor de Lula que o separaram de Jair Bolsonaro. Apesar de tudo contra, da máquina pública abertamente a favor da campanha pela reeleição, o Brasil disse não a mais quatro anos de governo de ultradireita armamentista.

#Publicado em português do Brasil

O Nordeste salvou, Minas Gerais ajudou, e a organização da sociedade civil no Pará, incluindo as aguerridas comunidades indígenas, foi decisiva. Foram exatos 435.189 votos paraenses a mais para o antibolsonarismo num dos estados mais violentados pela política morticida contra a Amazônia. A resistência nos estados mais bolsonaristas, como o Paraná, ou o Mato Grosso do Sul, não pode ser desmerecida. É ela que vai ter ainda mais trabalho para reconstruir as pontes que foram rompidas e denunciar os abusos que seguirão sendo cometidos regionalmente.

A vitória é fantástica, embora agridoce. Não só pelas perdas no caminho, os quase 700 mil mortos por covid-19, o desmatamento recorde nos biomas, os ataques ao SUS, à educação, à ciência e à cultura. Ou pela política de extermínio escancarada com Genivaldo de Jesus Santos, o homem assassinado numa câmara de gás improvisada no porta-mala de um carro da Polícia Rodoviária Federal em 26 de maio deste ano. É agridoce também porque o bolsonarismo está aqui, com Tarcísio de Freitas eleito governador de São Paulo, depois de uma campanha marcada pelo assassinato de um homem desarmado durante a visita do então candidato à comunidade de Paraisópolis neste segundo turno. Há, ainda, deputados e senadores recém eleitos no Congresso que continuarão jogando abaixo da cintura, buscando holofotes a qualquer preço para evitar a perda da coroa.

Os caminhoneiros golpistas, que fecharam estradas no sul e na via Dutra no mesmo domingo da vitória de Lula, também fizeram questão de lembrar que a toada de caos seguirá, com a lógica da pressão pelo terror. Pedem intervenção militar e vão testar os nervos da democracia por muito, muito tempo. Vai ser preciso paciência. A mesma que foi necessária do primeiro para o segundo turno.

A maioria dos eleitores que votaram contra Bolsonaro queriam que as eleições deste ano tivessem se encerrado em 2 de outubro. Mas os 1,8 milhão de votos que faltaram a Lula para fechar a fatura foi um recado contundente ao partido que já carrega as máculas de corrupção de outros carnavais. Ao fim e ao cabo, foram semanas didáticas entre os dois turnos. Os intermináveis 28 dias para chegar ao último domingo colocaram o Brasil tóxico do bolsonarismo em estado bruto. Dos disparos de fuzil de Roberto Jefferson em direção aos agentes da Polícia Federal que tentavam prendê-lo ao teatro da deputada Carla Zambelli, de arma em punho para devolver uma agressão verbal proferida por um homem negro em São Paulo. Tudo filmado e viralizado em redes sociais, numa das eleições mais eletrizantes de que se tem notícia.

O relato de eleitores virando voto por algum desses episódios se multiplicaram. O choque com a violência de Jefferson, uma figura repulsiva que xingou a ministra Cármen Lúcia — uma cena inacreditável quando o público feminino era o mais disputado das eleições — e as mentiras de Zambelli desfeitas por inúmeros vídeos estarreceram até os próprios bolsonaristas.

Para um outro público, que rejeitava os dois candidatos, os episódios falaram mais sobre as diferenças entre o lulismo e o bolsonarismo do que os debates dos presidenciáveis, como se pensou a princípio. Foi por pontos, mas venceu a melhor proposta na visão da maioria dos eleitores.

A vitória nessas condições, com 58 milhões de votos contra um governo do PT, precisa colocar o campo progressista para refletir e agir. O Lula vencedor não é o mesmo de 2002, assim como o Brasil não é o mesmo de 20 anos atrás. Muita água já passou por baixo desta ponte, e o eleitor que deu a vitória nas urnas ao petista está longe de ser fechado incondicionalmente com ele. Ele não ostenta botons de Che Guevara ou boné de Cuba na cabeça. Ele fechou com a democracia, com Simone Tebet e Marina Silva, com Fernando Henrique Cardoso — que conquistou eleitores decisivos ao pedir voto por Lula na reta final —, e com a trupe de economistas Henrique Meirelles, Pérsio Arida e Armínio Fraga.

O caminho é longo e de muitas nuances. Não há espaço para descansar sobre os louros. Que o diga o presidente do Chile Gabriel Boric, que derrotou o pinochetista José Antonio Kast no segundo turno das eleições de dezembro do ano passado com 56% dos votos contra 44% do adversário. Com apenas seis meses no cargo, Boric tinha só 27% de apoio popular, depois de uma frustrada mudança da Constituição.

Lula e toda a frente que o apoiou têm uma chance de fazer o Brasil dar certo. Será um trabalho aguerrido não só da classe política, mas de toda a sociedade. Nunca nos foi exigido tanto que a organização e disciplina parta de nós mesmos, enquanto cidadãos e nas instituições que ocupamos. A missão está no nosso colo: trabalhar para evitar as armadilhas do caminho. Limpar o veneno despejado pelo bolsonarismo vai levar anos, o que pede muito mais do que este voto de domingo. A trilha é longa e vai servir para testar a humildade do campo progressista, sem superioridade moral para afastar antigos aliados. Ainda estamos assustados com o fim do silêncio forçado pela política de terror do governo e precisamos usar a palavra para construir, não para tripudiar sobre os perdedores. Por ora, vamos celebrar a firmeza, o altruísmo e nossa fé a toda prova. Vencemos.

Carla Jimenez, colunista | The Intercept Brasil

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Venezuela | FIM AMARGO PARA GUAIDÓ: OPOSIÇÃO ACABA COM INTERINIDADE

A oposição venezuelana, mais dividida do que nunca e isolada internacionalmente, busca acabar com o “governo interino” de Juan Guaidó.

HispanTV – Três dos quatro principais partidos da aliança de oposição da Plataforma Unitária apoiaram a decisão de acabar com o chamado “interino” e deixar de reconhecer Guaidó como “presidente interino” da Venezuela e tiveram votos suficientes para aprová-la, informou o Financial Times nesta quinta-feira. . , citando uma figura sênior na aliança da oposição.

#Publicado em português do Brasil

Esta decisão ocorre quando os 10 principais partidos da oposição da Venezuela concordaram em realizar eleições primárias em junho de 2023 para escolher um único candidato à presidência. As eleições serão realizadas em 2024.

Este anúncio constitui um grave revés para o líder da oposição de 39 anos, com níveis muito baixos de popularidade depois de quase quatro anos sem cumprir sua promessa de derrubar o presidente eleito do país, Nicolás Maduro.

No entanto, o pior parece estar por vir quando duas fontes próximas à liderança da oposição anunciaram no mesmo dia à CNN que os Estados Unidos, principal aliado de Guaidó, planejam deixar de reconhecê-lo como chefe de Estado interino em janeiro de 2023, quando ele inicia uma novas sessões legislativas.

Venezuela: Juan Guaidó foi o maior fracasso político dos EUA | HISPANTV

A vice-presidente venezuelana comenta que seu colega norte-americano comemora o maior fracasso político da história intervencionista e golpista de seu país.

Guaidó se autoproclamou “presidente interino” da Venezuela em janeiro de 2019 com o apoio do então presidente dos EUA, Donald Trump, um republicano que liderou uma ofensiva para derrubar Maduro, a quem bombardeou com sanções, incluindo um embargo de petróleo.

Apesar de apreender ilegalmente milhões de dólares em bens e bens venezuelanos congelados nos EUA e uma grande reserva de ouro depositada em bancos britânicos, o jovem golpista passou os últimos quatro anos sem poder real e com cada vez menos poder.

‘Os EUA roubam dinheiro venezuelano para financiar as máfias de Guaidó’

Abalado por inúmeros escândalos de corrupção, Guaidó e sua comitiva, mais divididos do que nunca, são hoje uma das figuras mais odiadas até mesmo entre os partidários da oposição no país sul-americano.

O fim do período interino, assim como a expulsão de Guaidó da liderança da oposição, são, de fato, um reconhecimento da derrota da direita e constituem uma vitória para Maduro.

“O imperialismo acreditava que a Venezuela pertencia a ele e que eles, de maneira colonial, poderiam colocar um presidente”, disse o líder chavista anteriormente.

Pátria Latina 

Venezuela quer ajudar União Europeia mas pede fim do bloqueio económico

O governo da Venezuela voltou a insistir estar na disposição de ajudar a superar a crise energética na União Europeia (UE), mas os bancos europeus devem pôr fim ao bloqueio económico e financeiro contra o país.

A Venezuela está disposta a ajudar a UE "a ultrapassar a crise energética que se avizinha, com base no comércio justo, condições e benefícios iguais", indicou, num comunicado, divulgado no domingo.

A posição de Caracas foi apresentada pelo ministro das Relações Externas venezuelano, Carlos Faria, por ocasião da terceira reunião de chefes da diplomacia da Comunidade de Estados Latino-americanos, Caribenhos e da UE, que decorreu na semana passada, na Argentina.

O ministro exigiu que os ativos da Venezuela "nos bancos europeus sejam descongelados e seja posto fim ao bloqueio económico e financeiro contra" o país, de acordo com a nota.

Para o ministro, "a confiscação ilegal dos recursos" da Venezuela "e o bloqueio imposto à comercialização de um país que depende dos seus recursos petrolíferos não só atenta contra a saúde, a sobrevivência e o desenvolvimento" do povo venezuelano, "como também estabelece um precedente perigoso para a coexistência pacífica das nações".

O governante pediu aos países europeus que "condenem este bloqueio petrolífero e unam forças para retomar o comércio saudável que sempre existiu entre a indústria petrolífera venezuelana e as empresas europeias de petróleo".

"É imperativo que a União Europeia desmonte as sanções ilegais contra o nosso país", sublinhou o ministro, citado no comunicado.

Carlos Faria acrescentou que "os países da América Latina e das Caraíbas estão na disposição de estabelecer uma nova relação com a Europa, baseada no respeito e na igualdade, e sem condicionamentos políticos de qualquer tipo".

"A Venezuela tem a intenção de ajudar a União Europeia a ultrapassar a crise energética que se aproxima, disponibilizando gás e hidrocarbonetos, como o Presidente, Nicolas Maduro, tem afirmado repetidamente, mas com base no comércio justo, com condições e benefícios iguais", afirmou.

No mesmo comunicado, o responsável afirmou que "no século XXI é possível construir uma comunidade de desenvolvimento global onde não há domínio de todos por um, mas sim cooperação entre todos e para todos".

Caracas propôs "reverter a tendência ocidental de imposição de um mundo unipolar e neocolonialista sob condições de dominação e superioridade económica, tecnológica e militar".

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Carlos Faria / © Getty Images

A ANARQUIA CAPITALISTA

A situação gasista da UE de hoje é uma ilustração perfeita da anarquia capitalista. Há poucos meses a Comissão Europeia temia ficar sem stocks suficientes de gás natural para enfrentar o Inverno, tendo desencadeado medidas para restringir o consumo em 15%.

A Europa começou então a comprar GN liquefeito – a preços quatro ou cinco vezes mais caros que o gás russo – aos Estados Unidos e a outros fornecedores. Mas agora, no fim de Outubro, verifica-se que há um excesso de GN na Europa e a procura está em queda devido à crise na indústria europeia.

Neste momento há filas de navios metaneiros junto a portos europeus que não têm cais para atracar ou não têm capacidade de armazenagem de GNL suficiente.

Consequentemente, os preços do GN caem e ameaçam até tornar-se negativos (como já sucedeu antes com o petróleo). Na base disto tudo está a ideologia da UE, que privilegia o mercado spot em detrimento de acordos firmes, estáveis e a longo prazo como aqueles que existiam com a Rússia. Mais uma proeza da fuhrer da UE, Ursula von der Leyen.

Resistir.info

O BOLSONARISMO VENCEU, ESTÁ A VENCER

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Escrevo a uma hora em que os brasileiros ainda não acabaram de votar. O título desta crónica não é, portanto, sobre o resultado da segunda volta das Presidenciais brasileiras, é sobre uma sociedade que chegou a estas eleições profundamente dividida e, não apenas no Brasil, insuportavelmente reacionária. Na verdade, o bolsonarismo, o trumpismo, ou o venturismo em terras lusas, representam o mesmo, são fruto do oportunismo mais básico. Jogam com o medo das pessoas, que cresce nos tempos de maior incerteza; oferecem soluções simplistas que parecem tremendamente eficazes, mas que nunca funcionam, limitando-se a jogar a responsabilidade sobre o adversário político, visto como inimigo.

Esta marcha dos reacionários, que se opõe aos avanços e transformações sociais (a começar pelos direitos das mulheres), é a base social destes políticos oportunistas e populistas. E só é assim porque os partidos tradicionais, pilares essenciais do sistema democrático, estão, eles próprios, a não saber lidar com uma desregulação do mercado de trabalho, que o torna retrógrado. Trabalhadores que passaram a colaboradores e recibos verdes que passaram a empreendedores acreditam cada vez mais que são os pobres e os imigrantes que os impedem de ter uma vida melhor, porque é suposto os pobres serem pobres, porque não lutam para sair da pobreza, e os imigrantes não se adaptam, porque querem impor-nos a sua cultura, transformando-se uns e outros num peso para o país.

A este populismo mais básico que consolida o poder da extrema-direita no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e em tantos outros lados do mundo, respondem os democratas com um populismo mais soft, que coloca igualmente as culpas do que corre mal nos outros. Como se vê agora pela Europa, procurando atribuir ao Banco Central Europeu os males do mundo que estão para chegar. Isto é também uma vitória dos movimentos reacionários que procuram normalizar os comportamentos mais perversos e aproveitam todas as brechas abertas na Democracia. Uma trupe de políticos, comentadores e influencers, para quem não há liberdade de expressão sem o direito de mentir e ofender.

O que se segue, na rota da crise, aponta para dificuldades cada vez maiores dos trabalhadores, pobres ou com medo da pobreza, aumentando o potencial de crescimento dos populistas de extrema-direita. Em novembro há Intercalares nos Estados Unidos e poderemos confirmar que o trumpismo também está a vencer e se mantém forte, mesmo depois de os norte-americanos terem experimentado todas as misérias da presidência de Trump. Por cá, seguimos cantando e rindo, reféns de um poder socialista que se diverte a dar primazia ao Chega, de uma oposição social-democrata que anda a toque de caixa com o que Ventura faz e diz, nem cuidando de perceber que estão todos a trabalhar para que um dia também seja possível em Portugal ter os reacionários no poder. Marcelo chegou a Belém já Costa estava em São Bento e tem medo de sair deixando Costa no mesmo lugar, mas muito pior que isso será deixar André Ventura como fazendo parte do seu legado ao país.

*Jornalista

BRASIL ESTÁ MELHOR, MAS... 'CADÊ' O PERDEDOR E NAZI-FASCISTA BOLSONARO?

Bolsonaro não felicita Lula mas reconhece ter perdido

Enquanto o presidente eleito recebia saudações de chefes de Estado mundo afora, o cessante mantinha perturbador silêncio nas 24 horas seguintes ao sufrágio. Bolsonaristas, entretanto, já admitiram a derrota e convenceram o líder a fazer o mesmo. Nas ruas, camionistas bloquearam estradas. Na bolsa, o real subiu.

Cadê o Bolsonaro?", perguntou-se o Brasil, nas ruas e em hashtags de redes sociais, ao longo do dia, à medida que as horas passavam e não havia nenhum comentário de Jair Bolsonaro às eleições da véspera, ganhas por Lula da Silva com 50,9% dos votos contra 49,1% do candidato à reeleição. O presidente cessante, entretanto, fez saber, já a meio da noite em Lisboa, que se, por um lado, não pretende contestar o resultado, por outro, também não tenciona felicitar o sucessor. Além disso, apontará, em eventual discurso, críticas ao sistema eleitoral do país e falará em "injustiças".

Ao longo do dia, camionistas aliados de Bolsonaro fecharam vias em protesto contra a vitória do candidato do PT, o que fez pressupor uma contestação das eleições no campo bolsonarista. Mas, pelo mundo, dezenas de chefes de Estado foram saudando Lula, indicando que a comunidade internacional não aceitará qualquer desfecho eleitoral fora da normalidade.

Na noite de domingo, logo após conhecido o veredicto das urnas, ministros, aliados e jornalistas que se deslocaram ao Palácio da Alvorada foram informados de que o presidente não receberia ninguém e iria dormir. E às 22h06, as luzes da residência oficial apagaram-se mesmo - relatos de aliados falaram em estado de "tristeza" e de "abatimento". Na manhã seguinte, o ainda presidente chegou, em silêncio, pouco depois das 09h00 ao Palácio do Planalto, sede do governo, ao lado do candidato a vice, Braga Netto, e do filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro.

Horas depois, Flávio deu a entender nas suas redes sociais que o pai aceitava a derrota. "Obrigado a cada um que nos ajudou a resgatar o patriotismo, que orou, rezou, foi para as ruas, deu seu suor pelo país que está dando certo e deu a Bolsonaro a maior votação de sua vida! Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!".

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, reagiu com um trecho bíblico: "Salmos 117: louvai ao senhor todas as nações, louvai-o todos os povos. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor".

O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, disse que "a democracia é assim" e que "o resultado de uma eleição não pode superar o dever de responsabilidade que temos com o Brasil". Segundo o ex-ministro do Ambiente, Ricardo Salles, "a eleição traz muitas reflexões e a necessidade de buscar caminhos de pacificação de um país literalmente dividido ao meio".

A parlamentar Carla Zambelli, que correu com arma em punho apontada a um homem que a havia insultado no centro de São Paulo na véspera do sufrágio, anunciou disposição para ser "a maior oposição que Lula jamais imaginou ter". Para Nikolas Ferreira, o deputado mais votado do Brasil, "os gritos de comemoração deles hoje se tornarão gritos de desespero amanhã".

Felicitações

Na agenda de Lula no dia seguinte à reeleição, entretanto, estava marcado um encontro com o presidente da Argentina, um dos mais importantes parceiros comerciais do Brasil. "Amor, admiração e respeito, temos um futuro que nos abraça e nos convoca", escreveu Alberto Fernández nas redes sociais como legenda a um vídeo da reunião.

Muitas outras autoridades felicitaram Lula ao longo das últimas horas, incluindo Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa e os chefes de Estado da China, da Alemanha, da França, de Espanha, de Itália, do Chile, do México e muitos mais países.

"Envio os meus parabéns a Lula pela vitória numa eleição livre, justa e digna de confiança. Espero que possamos trabalhar juntos e manter a cooperação entre os nossos dois países nos próximos meses e nos anos que virão", escreveu Joe Biden, presidente dos EUA, antes de telefonar ao eleito.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse esperar trabalhar com Lula para promover as relações entre o bloco e o Brasil. "Parabéns, Lula, pela sua eleição! Estou ansioso para trabalharmos juntos e avançar nas relações UE-Brasil com o seu governo e com as novas autoridades do Congresso e do Estado", afirmou.

Noutro âmbito, o ministro do ambiente da Noruega anunciou a retoma da ajuda financeira contra o desmatamento da Amazónia no Brasil, congelada durante a presidência de Bolsonaro. "Em relação a Lula, nós observamos que, durante a campanha, ele enfatizou a preservação da floresta amazónica e a proteção dos povos indígenas da Amazónia", disse Espen Barth Eide. "Por isso estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipas, o mais rápido possível". O país escandinavo, principal fornecedor de recursos para a proteção da floresta amazónica, suspendeu a ajuda ao Brasil em 2019, ano em que Bolsonaro assumiu a presidência.

Protestos

Paralelamente, em 140 estradas de 17 estados do país, camionistas apoiantes de Bolsonaro fizeram bloqueios em protesto contra o resultado das eleições. A Polícia Rodoviária Federal, o mesmo órgão que na véspera esteve em foco ao mandar parar autocarros com eleitores sobretudo na região nordeste, onde Lula normalmente tem votações superiores, confirmou aglomerações de norte a sul.

Mas o deputado federal Nereu Crispim, que é presidente da frente parlamentar em defesa dos camionistas, afirmou que "o ato de fechar estradas pelo país é ideológico e não representa a categoria". Ele é do PSD, partido neutral na segunda volta das eleições. "Lá em 2018, o então candidato Bolsonaro fez promessas que se fosse eleito iria resolver ou dar atenção à agenda dos camionistas e na realidade nesses quatro anos ele não resolveu nada e está aí o resultado, não foi reeleito".

Mercado

Na Bolsa de Valores de São Paulo, depois de uma abertura negativa, o mercado financeiro reagiu positivamente ao resultado eleitoral ao longo do dia: o preço do dólar comercial caía 1,47%, cotado a 5,2240 reais e o indicador de referência da bolsa, Ibovespa, subia 1,19%, aos 115.889 pontos.

Ações de empresas de setores mencionados como prioritários por Lula no seu discurso após a vitória ganhavam fôlego: os papéis da MRV, construtora especializada em moradias mais acessíveis à população, disparavam 7%, liderando as altas da sessão.

João Almeida Moreira, em São Paulo | Diário de Notícias

*Titulo PG

BRASIL DIVIDIDO E QUASE MEIO RACISTA E FASCISTA


 E agora, presidente Lula?

A DEMOCRACIAZINHA E A CENSURA NO REINO UNIDO

BASTARDS (estupores)

Anabela Fino* 

A forma como o poder britânico tem tratado o grande cineasta Ken Loach (foto) é um bom indicador do estado a que chegou aquela “modelar democracia”. Como os seus notáveis filmes constituem poderosas denúncias da desigualdade e da pobreza que aí se vive, a sua difusão não só é escassa como, no caso da BBC, são ou foram censurados. Ken Loach, que militava na ala esquerda do “Labour”, demitiu-se perante a viragem à direita que resultou da eleição de Keir Starmer e da perseguição interna que se lhe seguiu. Ali, como nos EUA, os partidos que se alternam no poder não representam qualquer alternativa entre si, outro sinal da robustez daquela “democracia”.

Diz-se da Inglaterra que é a mais antiga democracia parlamentar do mundo. A afirmação tornou-se um lugar comum, um clichê, que de tanto repetida é aceite como se verdade fosse.

A baderna política que se vive em terras de sua majestade – só a mera existência da monarquia é motivo de reflexão – após a demissão forçada de Boris Johnson, a escolha de Liz Truss para chefe do governo e a sua demissão 45 dias depois, não incomoda as cabeças bem pensantes nem as leva a questionar um regime em que o destino da esmagadora maioria da população está à mercê de uma elite que integra o 1% dos mais ricos e que não faz a mais pálida ideia de como (sobre)vivem os seus concidadãos.

O recente massacre mediático a propósito da morte e respectivas exéquias fúnebres de Isabel II, a que não faltou o luto nacional decretado por Marcelo Rebelo de Sousa, é paradigmático da lavagem ao cérebro a que estamos sujeitos através de doses maciças de desinformação.

Desinformação tanto mais grave quanto se sabe que existe, e até está disponível, informação a sério. Exemplo disso foi o documentário «Versus: A Vida e os Filmes de Ken Loach», apresentado na última quinta-feira pela RTP2, ao final da noite, e ainda disponível em RTP Play.

«Quando fazemos filmes sobre a vida das pessoas, a política é essencial», diz-nos Loach, sublinhando que «é essa a essência do drama, do conflito». A história da obra de Loach, «o realizador de esquerda mais subversivo que este país conheceu», como o define um amigo, é a história da Inglaterra escondida pelos media. Filmes com pessoas reais, locais reais, problemas reais, é isso que Loach faz, expondo a face nua e crua da sociedade e dos diversos intervenientes. Oriundo da classe operária, o realizador integra a minoria que teve oportunidade de prosseguir os estudos, consciente da existência de dois mundos onde uns poucos ditam as regras. Em Oxford conhece a elite que irá ser a classe dirigente, percebe que nunca será advogado e envereda pelo cinema. Descobre as duas forças motrizes da sociedade, capitalismo e trabalho, e que são inimigas. Os seus filmes reflectem-no, com as inevitáveis consequências. A democrática, independente e isenta BBC recusa-lhe a apresentação de trabalhos encomendados por «impróprios para emissão», a indústria do cinema idem: a luta de massas, as denúncias das traições políticas e sindicais, a brutalidade policial não têm lugar na «mais antiga democracia do mundo». «Não podemos emitir isso», dizem a Loach. Esteve 12 anos sem filmar por manter a sua integridade. Para ficar bem na fotografia, os que o censuraram mostram hoje a sua obra, como é o caso da BBC. Parafraseando Loach, que aos 78 anos se auto-reformou para voltar dois anos depois devido à vitória dos conservadores, bastards (estupores)!

*Publicado em O Diário.info

Fonte: https://www.avante.pt/pt/2552/opiniao/169351/Bastards.htm?tpl=179

A TRANSIÇÃO DO REINO UNIDO DE TWEEDLEDEE PARA TWEEDLEDUM*

Não espere que o primeiro primeiro-ministro asiático da Grã-Bretanha inverta radicalmente a direção do Reino Unido, pois ele é um pilar do establishment.

MK Bhadrakumar | The Cradle, 31 de outubro de 2022

A posse de Rishi Sunak como primeiro-ministro britânico acabou sendo uma experiência catártica para as elites indianas, espontânea em sua liberação emocional e limpeza espiritual. Mas os indianos costumam exagerar quando se trata da diáspora no Ocidente.

#Traduzido em português do Brasil

O primeiro-ministro Narendra Modi chegou a descrever Sunak como uma ponte entre a Índia e o Reino Unido. Tais pensamentos elevados inevitavelmente levarão a noções exageradas. Embora seja hindu, Sunak continuará sendo um britânico que lê o Bhagavad Gita e um político britânico que só tomará suas decisões em nome do establishment britânico.

De uma perspectiva indiana, uma atitude cautelosa e uma abordagem pragmática são necessárias, pois a identidade e a ideologia se tornaram os principais impulsionadores da política britânica, e as contradições devem surgir a esse respeito.

Outro líder não eleito

Sunak pertence ao mesmo tipo de político que Mario Monti e Mario Draghi da Itália – seu típico líder tecnocrático ou banqueiro central. Ele é primeiro-ministro por nomeação: nem eleito por meio de eleições gerais, nem mesmo por seu próprio partido ou parlamento. O Partido Conservador evitou a votação de um dos membros ao estabelecer um limite de votação artificialmente alto no primeiro turno.

Em termos políticos, bem como pelas normas de uma transição democrática, sua nomeação equivalia à privação de direitos dos eleitores conservadores por meio de uma costura eleitoral que garantiu que Sunak de alguma forma chegasse a Downing Street.

É claro que funcionou, como em ocasiões anteriores também na história moderna da Grã-Bretanha. Mas a maioria desesperada do povo britânico agora está exigindo uma votação adequada sobre quem governa o país.

Uma pesquisa do YouGov na semana passada descobriu que 56% do público britânico acha que Sunak deveria convocar eleições antecipadas. Mas os parlamentares de seu partido procuram evitar uma eleição devido às suas classificações de pesquisa mínimas, e esse carrossel torto pode ajudá-lo a dar voltas e voltas até o prazo de janeiro de 2025 para as próximas eleições gerais.

Outra premiê de curta duração?

No entanto, a política é imprevisível. A dissidência interna não pode ser descartada, principalmente por deputados que apoiam o ex-primeiro-ministro Boris Johnson. Os indianos que romantizam a cultura política da Grã-Bretanha como um modelo de liberalismo não percebem que a trapaça também pode passar por "valores democráticos" na Grã-Bretanha.

A possibilidade de eleições antecipadas no Reino Unido é realmente muito alta, especialmente se Sunak não conseguir enfrentar a crise econômica da Grã-Bretanha nos próximos seis meses.

Poderosos grupos de interesse escolheram este ardente direitista globalista para conduzir a Grã-Bretanha por águas agitadas, confiando que o jovem político imensamente rico também é um deles e pode servir aos seus interesses.

De fato, Sunak é calmo e profissional, e não tentará implementar nenhum radical ou desestabilizador. Mas então, há sempre a rede de segurança se Sunak falhar, uma vez que o primeiro-ministro sombra – líder do Partido Trabalhista Sir Keir Starmer – servirá de bom grado seus interesses de classe com igual dedicação. A conspiração para expulsar Jeremy Corbyn da liderança do Partido Trabalhista agora cai na perspectiva adequada.

O problema hoje com a Grã-Bretanha é que um Brexit bem-sucedido exigiria uma mudança em seu modelo econômico. Mas Boris Johnson não tinha um, e Liz Truss não conseguiu sequenciar seu plano corretamente.

Se Sunak tem um plano, não sabemos. Claramente, o Brexit não é sustentável. Alguém tem que morder a bala para que o Reino Unido volte ao mercado único e à união aduaneira da UE sem ter que reverter o Brexit. Implica a renegociação do Acordo de Comércio e Cooperação (TCA) e a criação de uma união aduaneira com a UE. Talvez tenha que esperar até que Sir Keir se torne primeiro-ministro.

Política externa ininterrupta

Enquanto isso, a Ucrânia está pendurada como um albatroz no pescoço da Grã-Bretanha. As sanções contra a Rússia explodiram na economia britânica, e a recuperação só começará verdadeiramente com a normalização dos laços com a Rússia – que, por sua vez, deve começar com a Ucrânia.

Mas todas as indicações, incluindo o ataque de drones em Simferopol , na Crimeia, no último  sábado, sugerem que a inteligência britânica está no comando de operações secretas contra a Rússia. Moscou alegou que os mesmos agentes britânicos da Marinha Real com base na Turquia planejaram a sabotagem dos oleodutos Nord Stream .

Portanto, a decisão de Sunak de restabelecer Ben Wallace e James Cleverly – ambos ex-militares – como secretários de Defesa e de Relações Exteriores, respectivamente, não é um bom presságio, pois sinaliza a continuidade na abordagem da Grã-Bretanha aos assuntos globais.

Nenhum dos dois apoiou Sunak em sua tentativa de liderança bem-sucedida, mas eles gozam da confiança de Washington, e Wallace também tem contatos pessoais dentro dos círculos da OTAN.

Foi revelador que a primeira ligação de Sunak com um líder estrangeiro foi com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy na semana passada. Ele supostamente o informou que o apoio da Grã-Bretanha permanecerá “tão forte como sempre sob sua liderança” – por uma leitura de Downing Street.

Pragmatista de coração?

No início do ano, havia rumores de que Sunak acreditava que um dia teria que ser feito um acordo com o presidente russo, Vladimir Putin. Sunak, que se formou como gestor de fundos de hedge na City de Londres antes de sua carreira de sete anos na política, deve estar familiarizado com os pontos fortes e a resiliência da economia russa.

Da mesma forma, ao servir como Chanceler do Tesouro, Sunak continuou a defender um relacionamento 'maduro e equilibrado' com a China e procurou melhorar os laços comerciais, ressuscitando o Diálogo Econômico e Financeiro China-Reino Unido. A esse respeito, os especialistas chineses estão cautelosamente otimistas sobre a mentalidade do Tesouro de Sunak em relação à política externa.

Mas, não se engane, a política externa de Sunak seguirá os ditames de Washington alinhados com a ideologia neoconservadora. É discutível, porém, quanto peso esse “relacionamento especial” carrega hoje – nos assuntos mundiais, pelo menos.

O paradoxo é que o declínio nacional da Grã-Bretanha está levando a uma crescente polarização política e conflitos de identidade. Isso gera instabilidade política, que por sua vez reflete as contradições estruturais endógenas gerais do capitalismo.

Os políticos da elite dominante continuam obcecados pelo pensamento sedutor de uma "Grã-Bretanha Global" sobre a qual o sol nunca se põe, e ainda precisam descobrir de forma realista e calma o devido lugar de seu país no mundo moderno. Assim, como primeiro-ministro interino, Sunak estará atolado em questões domésticas para sua sobrevivência, mas tem pouco capital político para resolvê-las.

Nota:

*Tweedledee e Tweedledum são personagens fictícios do livro de Lewis Carroll Alice Através do Espelho. Seus nomes originais podem ter vindo originalmente de um epigrama escrito pelo poeta João Byrom. Esses personagens são talvez os mais conhecidos de Lewis Carroll do livro "Through the Looking Glass"Wikipédia

Falsidade da alegação dos EUA de que a invasão russa da Ucrânia não foi provocada...

A OTAN planejou um ataque "preventivo" à Rússia usando a cobertura de um exercício naval liderado pela França no Mediterrâneo

Sonja Van denEnde* | Internationalist 360º

Revelações ressaltam ainda mais a falsidade por trás da alegação do governo Biden de que a invasão russa da Ucrânia não foi provocada

O POLARIS 21 foi um  exercício naval francês de grande escala  no Mediterrâneo que ocorreu de 18 de novembro a 3 de dezembro de 2021, na ilha da Córsega, entre a França e a Espanha.

#Traduzido em português do Brasil

Oficialmente, o objetivo do treinamento era testar as capacidades dos elementos marítimos e aéreos para enfrentar futuras guerras, usando os mais recentes sistemas e embarcações navais para desenvolver táticas.

O cenário do exercício – que contou com a participação de 23 navios, um submarino, 65 aeronaves e 6.000 pessoas de seis nações da OTAN, incluindo os EUA – era permitir que os Aliados mantivessem o controle do Mediterrâneo em caso de ameaça da Rússia. força aérea e marinha.

Os jornalistas obtiveram documentos que detalham os planos para a coalizão da OTAN usar o exercício POLARIS para enviar um grupo de ataque de porta-aviões francês para atacar preventivamente a Rússia no caso de uma invasão russa da Ucrânia, que os EUA e a OTAN estavam em processo de provocante. O Reino Unido assinou um acordo com a Ucrânia que lhe concedeu acesso a bases navais na Ucrânia que poderiam ser usadas para atacar a Federação Russa.

De acordo com  Slavisha Batko Milacic  escrevendo no  Global Village Space , o exercício POLARIS 21 tornou-se para a Federação Russa um sinal da preparação real da OTAN para o início das hostilidades contra ela - como aconteceu quando uma operação militar em grande escala EUA-OTAN para afetar mudança de regime na Líbia (Operação Odyssey Dawn) que se seguiu a dois exercícios aéreos-marítimos da OTAN (Baltops-2010 e Frisian Flag-2010).

Defender Europe 21 e Planos de Mudança de Regime

O exercício POLARIS 21 foi realizado em conjunto com o Exercício  DEFENDER EUROPE 21 do Exército dos EUA Europa-África .

Foi estabelecido sob a premissa de que a Rússia era uma potência agressora como os nazistas – embora tenha sido a União Soviética que resistiu à invasão nazista na Segunda Guerra Mundial.

Significativamente, talvez, o quartel-general do comando do Exército dos EUA Europa-África para a chamada “frente oriental” esteja em Wiesbaden, na Alemanha, que foi o quartel-general do  Wehrkreis XII nazista  durante a Segunda Guerra Mundial.

Do ponto de vista russo, sua operação militar especial na Ucrânia era necessária diante de um possível ataque preventivo da OTAN – combinado com o fato de que a OTAN queria usar Kyiv como base para conduzir uma guerra contra a Federação Russa.

A Ucrânia agora evoluiu muito claramente para uma guerra por procuração. O objetivo do Ocidente é derrubar o governo de Putin, encaixando-se no padrão de intervenções militares anteriores contra regimes nacionalistas na Líbia, Ucrânia, Síria e Iraque.

Putin pode ser o próximo? O assassinato brutal pelos representantes dos EUA e ocidentais Muammar Gaddafi, o líder democraticamente escolhido da Líbia, morto pelo Ocidente, logo após os exercícios da OTAN Baltops-2010 e Frisian Flag-2010, após o qual os EUA e a OTAN destruíram a Líbia completamente. [Fonte:  groundview.org ]

Na Síria, a Rússia apoiou a soberania do governo legítimo do presidente Bashar al-Assad, enquanto os EUA e a UE apoiaram vários grupos jihadistas como al-Qaeda, al-Nusra e eventualmente ISIS, em árabe chamado DAESH – a amálgama de todos os grupos terroristas. grupos.

A Wikipedia informou que 26 membros da OTAN participaram do  Defender-Europe21 , um exercício militar liderado pelo Exército dos EUA, incluindo operações no Báltico que se estendeu até março. Este mês, 14 países da OTAN estão participando de um exercício de acompanhamento, Steadfast Noon, projetado para treinar tripulações de voo para  lidar com bombas termonucleares .

Esses exercícios pressupõem a disposição de Putin de usar armas nucleares - embora tenha sido colocado em alerta nuclear alto por causa da forte provocação dos EUA e da OTAN, e os líderes dos EUA têm sido os que mais frequentemente  ameaçam a guerra nuclear .

Em 2019, o governo Trump retirou-se do tratado INF (Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário), que limitava a implantação de ogivas estratégicas dos EUA e da Rússia.

Este foi um bom exemplo do afastamento do engajamento diplomático por parte dos líderes dos EUA que travam uma nova Guerra Fria que já se tornou quente.

*Sonja é uma jornalista freelance da Holanda que escreveu sobre a Síria, Oriente Médio e Rússia, entre outros tópicos. Sonja pode ser contatada em:  sonjavandenende@gmail.com.

101ª AEROTRANSPORTADA DOS EUA AMEAÇA ARMAGEDDON

Declan Hayes* | Strategic Culture Foundation

Joe Biden tem sua trupe Screaming Eagles jogando formas do outro lado da fronteira romena para proteger os laboratórios de biologia de Hunter Biden. Também não vai acabar bem. Para a América.

#Traduzido em português do Brasil

Embora o destacamento de Biden de 4.500 stormtroopers, mais de um quarto da força total da 101ª Divisão Aerotransportada, na porta da Rússia seja uma declaração de intenção que obterá a resposta apropriada, as famílias do crime organizado dos Estados Unidos devem ter cuidado com o que desejam, pois suas Águias Gritantes não serão o primeiro grupo de bandidos saqueadores a se soltarem na Rússia. A Guarda Imperial de Napoleão e a 1ª SS Leibstandarte SS Adolf Hitler de Hitler, 2ª SS Das Reich, 12ª SS Hitlerjugend e 5ª SS Wiking, o orgulho de seus respectivos exércitos, todos foram atacados lá muito antes de Hunter Biden ver um cachimbo de crack.

Biden responderia que a 101ª Aerotransportada, as Águias Gritantes , como esses palhaços gostam de se chamar, são os melhores dos melhores, o crème de la crème, a ponta da lança. Mas o mesmo aconteceu com os reforços da Juventude Hitlerista que Guy Sayer relata em O Soldado Esquecido. Crème de la crème aqueles bravos bávaros, que aguentavam um soco no queixo. O que não foi muito útil, pois foram esmagados até a morte por tanques T34 em seu primeiro dia de combate.

Os melhores de Hollywood dizem que isso não vai acontecer com eles, que Band of BrothersHamburger Hill e Saving Private Ryan mostram sua coragem. Band of Brothers onde eles massacraram prisioneiros de guerra alemães, rasparam as cabeças de mulheres francesas e roubaram tudo ao seu redor. Salvando o soldado Ryan, onde Matt Damon do 101º obviamente não fez nenhum treinamento básico e Hamburger Hill, onde eles massacraram vietnamitas inocentes em uma guerra que o Vietnã venceu. Peguei vocês!

A Rússia será um osso ainda mais difícil de quebrar do que o Vietnã, que acabou quebrando os poderosos Screaming Eagles e os enviando para casa em sacos de cadáveres. Se o 101º se desdobrar na Ucrânia e, assim, ameaçar diretamente civis russos, soldados russos ou ordenanças russas, então não há nada deste lado do inferno que impeça as Forças Armadas Russas de tratar o 101ºAerotransportados como aqueles tanques T34 trataram os infelizes caras durões da Juventude Hitlerista que entraram em seu caminho. Se os Screaming Eagles insistirem em voar como um rebanho wagneriano para o outro mundo, os mísseis do exército, marinha e força aérea da Rússia escurecerão os céus acima deles e, se esses lemingues americanos e seus parentes acharem que suas mortes valem a pena dar a Hunter A equipe de Biden um solavanco nas eleições de meio de mandato de novembro, que assim seja. Chore o caos e solte os cães de guerra, depois de largar seu cachimbo de crack.

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