quarta-feira, 16 de novembro de 2022

SUN TZU ENTRA NUM BAR DE KHERSON... -- Pepe Escobar

– Com ou sem acordo, o General Inverno está para vir – pronto para entreter o seu convidado de honra Sun Tzu com muitas novas iguarias à sua mesa de jantar.

Pepe Escobar [*]

O anúncio da retirada de Kherson pode ter assinalado um dos dias mais sombrios da Federação Russa desde 1991.

Abandonar a margem direita do Dnieper para estabelecer uma linha de defesa na margem esquerda pode fazer total sentido militar. O próprio General Armagedão, desde o seu primeiro dia de trabalho, havia insinuado que isto podia ser inevitável.

Tal como se apresenta o tabuleiro de xadrez, Kherson está no lado "errado" do Dnieper. Todos os residentes do oblast de Kherson – 115.000 pessoas no total – que quiseram ser relocalizados em latitudes mais seguras foram evacuados da margem direita.

O General Armagedão sabia que isso era inevitável por várias razões:

Nenhuma mobilização após os planos iniciais da Operação Militar Especial (OME) caírem na poeira; destruição de pontes estratégicas através do Dnieper – completa com um metódico bombardeamento ucraniano ao longo de três meses de pontes, balsas, pontões e cais; nenhuma segunda cabeça ponte a norte de Kherson ou a oeste (em direção a Odessa ou Nikolaev) para efetuar uma ofensiva.

E além disso, a razão mais importante: armamento maciço a par do facto de a NATO dirigir a guerra traduzir-se numa enorme superioridade ocidental em reconhecimento, comunicações e comando & controlo.

No final, a retirada de Kherson pode ser uma perda tática relativamente menor. Mas politicamente é uma catástrofe absoluta, um embaraço devastador.

Kherson é uma cidade russa. Os russos perderam – ainda que temporariamente – a capital de um território totalmente novo anexado à Federação. A opinião pública russa terá tremendos problemas para absorver a notícia.

A lista de consequências negativas é considerável. As forças de Kiev asseguram o seu flanco e podem libertar forças para ir contra o Donbass. O armamento por parte do Ocidente coletivo recebe um grande impulso. Os HIMARS agora podem potencialmente atacar alvos na Crimeia.

Guiné-Bissau |"Não podemos ter assassinos nas Forças Armadas", diz Sissoco

Presidente guineense voltou a lamentar, esta quarta-feira, a tentativa de golpe de Estado de fevereiro e pediu aos militares distanciamento dos políticos, porque o "poder é conquistado nas urnas", disse.

"Quero que as pessoas saibam que a cultura de violência não é a cultura de valentia. Fiquei com pena com o que aconteceu no dia 1 de fevereiro. Não porque Umaro Sissoco Embalo é Presidente da República ou Comandante Supremo (das Forças Armadas). Trata-se da Guiné-Bissau", afirmou Umaro Sissoco Embaló, que discursava na cerimónia de celebração do 48.º aniversário das Forças Armadas.

No passado dia 01 de fevereiro, homens armados atacaram a tiro o Palácio do Governo, numa altura em que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, se encontrava no local a presidir a uma reunião do Conselho de Ministros.

O chefe de Estado disse que estava convencido de que o último erro tinha sido o assassínio do Presidente João Bernardo "Nino" Vieira, morto em março de 2009 durante um ataque à sua residência em Bissau.

"Não pensava que poderíamos voltar a ter a cultura de tentar matar alguém que nem conheces, nem sabes de onde veio. Olham só os jovens que morreram naquele ataque", disse, referindo-se às vítimas mortais do ataque de 01 de fevereiro.

"Houve golpe em muitos países, as pessoas são tiradas do poder, mas nós não podemos ter assassinos nas nossas Forças Armadas", afirmou, salientando que quem "não tiver juízo" será expulso das Forças Armadas.

O Presidente disse também que um operacional é quem "demonstra bravura no campo de batalha" e "não quem mata pessoas deitadas na cama".

"Isso não é de homem. Se és mesmo um operacional avisa a pessoa que estás a chegar", disse, pedindo aos militares para se distanciarem dos políticos, porque o "poder é conquistado nas urnas".

Guiné-Bissau | SEIS CANDIDATOS CONCORREM À LIDERANÇA DO PAIGC

Para além do atual líder do partido, Domingos Simões Pereira, são candidatos Edson Araújo, João Bernardo Vieira, Otávio Augusto Lopes, Martilene dos Santos e Raimundo Pereira. X Congresso do partido arranca sexta-feira.

O Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) aceitou seis candidaturas à liderança do partido, segundo um acórdão daquele órgão do partido, divulgado esta quarta-feira (16.11).

O acórdão refere que foram aceites as candidaturas de Edson Araújo, João Bernardo Vieira, Domingos Simões Pereira, Octávio Augusto Lopes, Martilene dos Santos e Raimundo Pereira.

"O Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização delibera, considerando que todos os camaradas acima indicados reúnem, à luz dos estatutos do PAIGC, condições de elegibilidade ao cargo de presidente do PAIGC, podendo apresentar-se nas eleições a esse cargo no X congresso ordinário", pode ler-se no acórdão.

O novo presidente do PAIGC será eleito no X congresso, que decorre de 18 a 20 de novembro, depois de ter sido adiado por diversas vezes devido a impedimentos judiciais.

O partido conta juntar quase 1.500 delegados em Gardete, nos arredores de Bissau, num congresso dedicado ao tema "Consolidação da Coesão Interna, a luz do pensamento de Amílcar Cabral, pelo resgate do poder popular e promoção do desenvolvimento".

Em declarações à Lusa, Manuel dos Santos, da comissão organizadora do congresso, afirmou que, em comparação com o congresso de 2018, este "está a ser difícil". Ainda assim, Manuel dos Santos disse estar otimista e esperar que as "autoridades não ultrapassem demasiado as suas competências".

"O congresso vai realizar-se normalmente, as pessoas vão ter o direito de se exprimir livremente e quem ganhar, ganhou", concluiu.

Em 2018, as forças de segurança impediram o início do congresso do PAIGC, cercando a sede do partido, com base em providências cautelares que teriam sido intentadas por militantes descontentes com o procedimento de escolha dos delegados.

Angola | DESTRUIDOR DO ESTÁDIO E O FORMADOR DE MILHÕES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Estádio Nacional 11 de Novembro está podre por dentro. E só soubemos da podridão porque o relvado ficou impróprio para a prática desportiva. Foi construído pelos chamados “marimbondos”. Nasceu para ser nacional, o maior palco desportivo de Angola. Um símbolo. Um monumento. Os bichos que vieram a seguir fizeram tudo para que fosse destruído. Não usaram o camartelo, não foram lá com marretas partir tudo. Fizeram o serviço com negligência criminosa e desleixo. A ministra da Juventude e Desporto, Palmira Barbosa, foi ao local do crime e no final, com ar zangado, furiosa, disse apernas isto: Não gostei do que vi.

Eu também não. Imagino como se sentiu uma das nossas pérolas do Desporto, quando viu água a escorrer das paredes, humidade por todo o lado, equipamentos dos ginásios destruídos, espaços de serviços e de apoio arrasados. O Estádio Nacional 11 de Novembro foi inaugurado há 12 anos! É uma criança. Está completamente podre. Mas pelos vistos quem tem o dever de preservar aquele monumento, o símbolo máximo dos equipamentos desportivos nacionais, só se preocupa com a relva transformada em capinzal seco e com os buracos, como se o espaço de jogo fosse uma lavra de mandioca. 

Palmira Barbosa disse que não gostou do que viu. Eu esperava da nossa pérola do desporto feminino algo mais. Queria que anunciasse, logo ali, a demissão do director do estádio, a abertura de um inquérito interno para apurar responsabilidades e finalmente anunciasse a apresentação de uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República. Porque em dez anos deixar apodrecer o Estádio Nacional 11 de Novembro é um crime grave. E os criminosos não podem ficar impunes.

Os “marimbondos” construíram o Estádio Nacional 11 de Novembro e mais outros de grande categoria, para o Campeonato Africano das Nações em Futebol (CAN), no ano de 2010. Façam uma conta muito simples e verificam que em 2017, quando acabou o tempo dos “marimbondos”, o nosso estádio, excelente em qualquer parte do mundo, era uma criança de sete anos. Provavelmente, nesse período, os responsáveis também contribuíram com o seu desleixo e negligência para o seu apodrecimento. Mas agora sim, está fechado. Impróprio para consumo. O director até deixou morrer a relva! Isso de manutenção é truque.

A ministra Palmira Barbosa disse aos Media que não gostou do que viu e a seu lado, impávido e sereno, sua excelência o director perito em deixar apodrecer estádios nacionais de grande dimensão. E até ousou dar palpites, como se não fosse nada com ele. Impunidade, irresponsabilidade e arrogância. 

Provavelmente o senhor tem menos culpas no cartório do que a anterior ministra, Ana Paula Sacramento Neto, ela também uma desportista de eleição. E esta ainda menos do que Albino da Conceição, o homem que estava à frente do ministério quando o Estádio Nacional 11 de Novembro foi inaugurado e nos anos seguintes. Mas tirando Palmira Barbosa, todas e todos têm de responder pelo apodrecimento da nossa maior infraestrutura desportiva. O nosso estádio nacional.

Moçambique | Jornalista detido em Tete: "Empurraram-me e torturaram-me"

Jornalista denuncia que foi torturado e preso por agentes da polícia municipal de Tete, no centro de Moçambique. Daniel Quingue diz que tentava captar imagens de alegado impedimento policial a membros do partido RENAMO. 

Daniel Quingue, jornalista da Televisão Muniga, diz ter ficado detido cerca de duas horas na quarta esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Tete.

O caso deu-se no último domingo. O profissional diz ter sido torturado e detido quando tentava captar imagens de alguns agentes da polícia municipal, que estariam a impedir que membros do maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), participassem numa missa no bairro Chingodze.

Segundo Daniel Quingue, os agentes terão alegado "ordens superiores" para o impedimento: "Não havia motivos, porque ninguém resistiu. Estavam a ir assistir um culto, mas a polícia municipal pensou que estivessem a ir fazer campanha".

Pouco depois, os agentes interpelaram Daniel Quingue, continua o jornalista. A polícia municipal "acionou a polícia da quarta esquadra da PRM e começaram a empurrar-me, a torturar-me e a dizer que devia entrar no carro. Entrei no carro à força e queriam até algemar-me."

Contactado pela DW África, o porta-voz da PRM recusou a falar sobre o caso. A polícia municipal e a edilidade também não se pronunciaram.

Angola | INDEPENDÊNCIA E SOBERANIA EM QUEDA LIVRE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O presidente Biden elogia Angola vá lá saber-se porquê. Mas também não interessam os porquês e os quês. Um elogio vindo do estado terrorista mais perigoso do mundo é um insulto. Um perigo. As angolanas e os angolanos devem ficar de pé atrás. O país que entre 1961 e pelo menos até 1991 fez tudo para matar, destruir, submeter, violentar e esmagar a soberania nacional teve três aliados de peso. Mobutu a norte, o regime racista de Pretória e a UNITA a sul. Se agora elogia quem está no poder é porque já não precisa do Galo Negro. Somos súbditos dos senhores de Washington. Seus lacaios e servos. Voluntários ou à força?

Tanto faz. Os elogios de Biden fazem do Povo Angolano refém do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). Parece mentira mas é verdade. Acabámos de comemorar 47 anos de Independência Nacional e já estamos de novo na miserável condição de serventes, marias lavadeiras e sipaios. 

Tomem nota deste nome. Eugénio Costa Almeida. Ele apresenta-se como investigador integrado do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL (CEI-IUL). Investigador associado do CINAMIL e pós doutorado da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto. Hoje publicou no Novo Jornal um texto que lhe garante outro título pomposo: Cretino Esférico. Também pode enfeitar-se com o título de Batráquio Inviável. Porque é um girino que jamais conseguira chegar a sapo. E sendo assim não pode entrar naquela fábula do sapinho que queria ser boi. Inchou, inchou até que rebentou. O Eugénio Costa Almeida não corre esse perigo porque os girinos inviáveis nem sequer incham.

O abominável batráquio avisa os leitores que “todos os textos escritos por mim só me responsabilizam a mim e não às entidades a que estou agregado”. Ainda bem. Porque hoje diz que Angola, como país, atingiu a meia-idade. Acaba de fazer 47 anos como Estado Soberano. E sendo a idade madura exige dos seus governantes aquilo que ele acha que deve ser feito e não é.

Angola é um Estado Soberano muito jovem. Comparado com o Egipto, país africano que já conta 5.171 anos, é um bebé recém-nascido. Outro país de África, a Etiópia, tem mais de 3.000 anos. O investigador com perspectivas de batráquio devia saber que é o mítico reino do Preste João das Índias. E que o rei D. Afonso V, o Africano, enviou para lá uma máquina de imprimir e mestres tipógrafos. Marrocos tem 1233. Os países africanos de Língua Portuguesa têm menos de 50 anos. São bebés. Como os EUA (246 anos), Argentina (206) e Brasil (200).

O COMÍCIO DA GUERRA ZELENSKY-BUSH – Caitlin Johnstone

Caitlin Johnstone* | CaitlinJohnstone.com | em Consortium News

A maneira como os EUA provocaram e agora sustentam sua guerra por procuração na Ucrânia não é mais ética do que a invasão do Iraque. Se  as pessoas  não conseguem ver isso, é  porque   a propaganda em torno da última guerra ainda não  saiu  do ar.  

#Traduzido em português do Brasil

O criminoso de guerra George W. Bush e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky comparecerão a um evento na quarta-feira no Centro Presidencial George W. Bush, em parceria com as operações de gerenciamento de narrativas financiadas pelo governo dos EUA, Freedom House e National Endowment for Democracy.

O objetivo da apresentação será abordar a preocupação completamente fictícia e imaginária de que os republicanos do Congresso não continuarão a apoiar os esforços de guerra por procuração dos EUA na Ucrânia.

A CNN  informou na semana passada:

“O ex-presidente dos EUA, George W. Bush, terá uma conversa pública com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na próxima semana, com o objetivo de ressaltar a importância de os EUA continuarem a apoiar o esforço de guerra da Ucrânia contra a Rússia.

O evento, que acontecerá em Dallas e será aberto ao público, ocorre em meio a questionamentos sobre a disposição do Partido Republicano do ex-presidente em manter o apoio à Ucrânia.

'A Ucrânia é a linha de frente na luta pela liberdade e pela democracia. Está literalmente sob ataque enquanto falamos, e é de vital importância que os Estados Unidos forneçam assistência, militar e de outra natureza, para ajudar a Ucrânia a se defender', disse David Kramer, diretor-gerente de política global do Instituto George W. Bush, à CNN. . "O presidente Bush acredita em apoiar a Ucrânia."

NAZIS DA UCRÂNIA QUEREM GERAR A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL. HÁ DÚVIDAS?

Bom dia. Expresso Curto, a seguir. Bom dia? É o que se verá porque ainda o dia começou há pouco e ainda é uma criança que comporta a desesperança causada por governantes armados de falsas promessas e de falsa democracia. É esse o “pão-nosso de cada dia” nos quotidianos invadidos por mastruços (plantas daninhas) mafiosos na política e nos grandes e opacos negócios. Os tais saídos de universidades onde aprendem superiores artes de mentir, iludir e manipular. Enricando-se com o alheio… Daí aquele dito popular sonoramente exclamado “é fartar vilanagem!”.

Temos assim em Portugal alguns dessa espécie na política, no empresariado e etc.., com ela emparceirado ou não. É a vida proporcionada aos plebeus inertes da atualidade que se deixam ludibriar olhando-se nos seus próprios umbigos e gerindo as suas misérias de fome e de esclavagismos de toda ou quase toda uma subvida estupidamente embalada por coices e loas.

AFINAL FOI A UCRÂNIA QUE ATACOU A POLÓNIA, UM PAÍS DA NATO. PODE?

Internacionalmente, que é o que também o Expresso Curto aborda de seguida – naquilo a que o jornalista Artur Queiroz denomina a Redacção Única OcidentaL - o que está a dar e a vender são os mísseis (foi um, foram dois?) que atacaram a Polónia. Que o atacante foi a Rússia… Não, afinal foi a Ucrânia que atacou a Polónia. Credo, a Ucrânia atacou um país da NATO. Pode? Os nazis-fascistas de Zelensky o que querem é a Terceira Guerra Mundial e que o mundo se pegue à pancada com cachaporras nucleares devastadoras. Na Segunda Guerra Mundial também foram os nazis e fascistas que deram os tiros de partida para as desgraças históricas que se seguiram durante anos e anos… Parece que não aprendemos nada. Pois não?

“Oh, desculpem, enganámo-nos!” Exclamará o querido Zelensky nazi-fascista que após a queda do míssil (mísseis?) apressou-se a dizer cobras e lagartos do “ataque russo à Polónia e à NATO”. Apetece dizer: abram os olhos mulas. Dos nazis que detêm os poderes na Ucrânia não veio nem virá nada de bom para a humanidade. Curiosamente também países como a Letónia e a Estónia, entre outros da casta nazi, se apressaram a atiçar o fogo contra a Rússia Malvada que atacou a NATO com mísseis sobre a Polónia… São mesmo uns merdas nazi-fascistas.

Adiante, porque já cheira mal e o Curto do Expresso está a seguir. Com muito para ler. Com e sem propaganda. Siga. É sempre útil chafurdar um pouco na fossa dos que nos querem fazer a cabeça para vantagem de uns quantos (poucos) em prejuízo de biliões que correspondem ao total da humanidade neste planeta tão ajavardado por esses tais energúmenos.

Bom dia e boa leitura. Siga.

MM | Redacção PG

A AZÁFAMA DO OCIDENTE PARA FAZER ECLODIR A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL

HIENAS GANANCIOSAS DA EUROPA ESTÃO CONFUSAS APÓS O FRACASSO DE SEUS APELOS HISTÉRICOS PARA A 3ª GUERRA MUNDIAL

Polônia, Reino Unido, Estados Bálticos e Ucrânia estão confusos depois que apelos histéricos para a 3ª Guerra Mundial sobre o incidente com mísseis na fronteira ucraniana-polonesa foram de fato ignorados por seus mestres em Washington.

#Traduzido em português do Brasil

Em 15 de novembro, as Forças Armadas Russas realizaram outro ataque massivo contra a infraestrutura militar e energética ucraniana. Após o ataque, a mídia polonesa afirmou que 2 mísseis russos supostamente caíram no território polonês matando 2 pessoas. Para confirmar as alegações, a mídia publicou um pedaço do que parece ser um míssil terra-ar S-300 operado pelas Forças Armadas ucranianas.

Muito provavelmente, o míssil S-300 caído na Polônia pertence ao 540º Regimento de Mísseis Antiaéreos da Força Aérea Ucraniana. O regimento está localizado em Kamenka-Bugskaya, região de Lviv, e está armado com sistemas S-300PS/PT.

Os sistemas de defesa aérea ucranianos já se tornaram famosos por suas interceptações bem-sucedidas de edifícios ucranianos e objetos civis em inúmeras tentativas fracassadas de atingir mísseis russos voando ao redor de sua zona de responsabilidade.

 

A POSIÇÃO DA ALEMANHA NA NOVA ORDEM MUNDIAL DOS EUA

Michael Hudson [*]

A Alemanha tornou-se um satélite económico da Nova Guerra Fria dos Estados Unidos com a Rússia, a China e o resto da Eurásia. A Alemanha e outros países da NATO foram instruídos a impor sanções comerciais e de investimento sobre si mesmos que durarão mais que a guerra por procuração de hoje na Ucrânia. O presidente Biden e seus porta-vozes do Departamento de Estado explicaram que a Ucrânia é apenas a arena de abertura numa dinâmica muito mais ampla que está dividindo o mundo em dois conjuntos opostos de alianças económicas. Essa fratura global promete ser uma luta de dez ou vinte anos para determinar se a economia mundial será uma economia dolarizada unipolar centrada nos EUA, ou um mundo multipolar e multimoeda centrado no coração da Eurásia com economias públicas/privadas mistas.

O presidente Biden caracterizou essa divisão como sendo entre democracias e autocracias. A terminologia é o típico duplo discurso orwelliano. Por “democracias” ele quer dizer os EUA. e oligarquias financeiras ocidentais aliadas. O seu objetivo é tirar o planeamento económico das mãos dos governos eleitos para Wall Street e outros centros financeiros sob controlo do governo dos EUA. Os diplomatas americanos usam o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial para exigir a privatização da infraestrutura mundial e a dependência dos EUA em tecnologia americana, petróleo e exportação de alimentos.

Por “autocracia”, Biden quer dizer países que resistem a essa financeirização e privatização. Na prática, a retórica dos E.U.A. significa promover seu próprio crescimento económico e padrão de vida, mantendo as finanças e os bancos como serviços públicos. O que basicamente está em questão é se as economias serão planeadas pelos centros bancários para criar riqueza financeira – privatizando infraestrutura básica, serviços públicos e serviços sociais como assistência médica em monopólios – ou elevando os padrões de vida e a prosperidade mantendo a criação de bancos e dinheiro, saúde pública, educação, transporte e comunicações em mãos públicas.

O MAIOR “DANO COLATERAL”

O país que sofre o maior “dano colateral” nessa fratura global é a Alemanha. Como a economia industrial mais avançada da Europa, o aço, os produtos químicos, as máquinas, os automóveis e outros bens de consumo alemães são os mais dependentes das importações de gás, petróleo e metais russos, de alumínio a titânio e paládio. No entanto, apesar de dois gasodutos Nord Stream construídos para fornecer energia de baixo preço à Alemanha, a Alemanha foi instruída a desligar-se do gás russo e desindustrializar. Isso significa o fim da sua proeminência económica. A chave para o crescimento do PIB na Alemanha, como em outros países, é o consumo de energia por trabalhador.

Essas sanções anti-russas tornam a Nova Guerra Fria de hoje inerentemente anti-alemã. O secretário de Estado americano Anthony Blinken disse que a Alemanha deveria substituir o gás de baixo preço de gasoduto russo pelo gás liquefeito (GNL) de alto preço dos EUA. Para importar esse gás, a Alemanha terá que investir mais de US$5 mil milhões rapidamente para construir capacidade portuária para lidar com navios-tanque de GNL. O efeito será tornar a indústria alemã não competitiva. As falências espalhar-se-ão, o emprego diminuirá e os líderes pró-NATO da Alemanha imporão uma depressão crónica e queda nos padrões de vida.

A maior parte da teoria política assume que as nações agirão em seu próprio interesse. Caso contrário, são países satélites, que não controlam o seu próprio destino. A Alemanha está subordinando a sua indústria e padrões de vida aos ditames da diplomacia americana e o interesse próprio do setor de petróleo e gás da América. Está fazendo isso voluntariamente - não por causa da força militar, mas por uma crença ideológica de que a economia mundial deve ser administrada pelos planeadores americanos da Guerra Fria.

Às vezes é mais fácil entender a dinâmica de hoje afastando-se de sua própria situação imediata para olhar para exemplos históricos do tipo de diplomacia política que se vê dividindo o mundo de hoje. O paralelo mais próximo que posso encontrar é a luta da Europa medieval pelo papado romano contra os reis alemães – os Sacro Imperadores Romanos – no século XIII. Esse conflito dividiu a Europa em linhas muito parecidas com as de hoje. Uma série de papas excomungou Frederico II e outros reis alemães e mobilizou aliados para lutar contra a Alemanha e o seu controle do sul da Itália e da Sicília.

O antagonismo ocidental contra o Oriente foi incitado pelas Cruzadas (1095-1291), assim como a Guerra Fria de hoje é uma cruzada contra as economias que ameaçam o domínio do mundo pelos EUA. A guerra medieval contra a Alemanha acabou sobre quem deveria controlar a Europa cristã: o papado, com os papas a tornarem-se imperadores mundanos, ou governantes seculares de reinos individuais, reivindicando o poder de legitimá-los moralmente e aceitá-los.

O análogo da Europa medieval à Nova Guerra Fria dos Estados Unidos contra a China e a Rússia foi o Grande Cisma em 1054. Exigindo o controle unipolar sobre a cristandade, Leão IX excomungou a Igreja Ortodoxa centrada em Constantinopla e toda a população cristã que lhe pertencia. Um único bispado, Roma, separou-se de todo o mundo cristão da época, incluindo os antigos Patriarcados de Alexandria, Antioquia, Constantinopla e Jerusalém.

Essa ruptura criou um problema político para a diplomacia romana: como manter todos os reinos da Europa Ocidental sob o seu controlo e reivindicar o direito de subsídio financeiro deles. Esse objetivo exigia subordinar os reis seculares à autoridade religiosa papal. Em 1074, Gregório VII, Hildebrando, anunciou 27 ditames papais delineando a estratégia administrativa de Roma para manter seu poder sobre a Europa.

AS SANÇÕES DA HIPOCRISIA

Os EUA decretaram um embargo às importações de produtos petrolíferos russos. No entanto, continuam a importá-lo. Como se faz isso?

Muito simples. A empresa russa Lukoil tem uma refinaria na Sicília e, como a Itália não decretou embargo, esta importa petróleo russo à vontade.

Assim, a Lukoil exporta para os EUA refinados de petróleo russo que seguem com uma etiqueta italiana. Nada como a criatividade para contornar os problemas.

Resistir.info -- 03/Novembro/2022

TRUMP E MAIS TRUMP, NOVAMENTE!

Donald Trump anuncia candidatura à presidência em 2024 quase dois anos depois de inspirar motim mortal no Capitólio

Ex-presidente duas vezes acusado de impeachment faz anúncio eleitoral esperado apesar de eleições instáveis ​​e aumento do rival Ron DeSantis

Lauren Gambino em Washington e Martin Pengelly em Nova York | The Guardian

Donald Trump anunciou na noite de terça-feira sua candidatura à indicação presidencial republicana em 2024, provavelmente provocando outro período de tumulto na política dos EUA e especialmente em seu próprio partido político.

#Traduzido em português do Brasil

“Para tornar a América grande e gloriosa novamente, estou anunciando esta noite minha candidatura à presidência dos Estados Unidos”, disse Trump no salão de baile de seu clube particular Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, onde ele subiu em um palco lotado com bandeiras americanas e faixas Make America Great Again.

Prometendo derrotar Joe Biden em 2024, ele declarou: “A era de ouro da América está logo à frente”.

O anúncio há muito esperado de um presidente com duas acusações de impeachment que incitou um ataque mortal ao Congresso parece garantir o aprofundamento de uma forte divisão partidária que alimentou temores de aumento da violência política.

Mas também ocorre quando a posição de Trump no Partido Republicano foi repentinamente questionada. Trump falou em Mar-a-Lago uma semana após as eleições de meio de mandato nas quais seu partido republicano não obteve os ganhos esperados, perdendo o Senado e parecendo a caminho de apenas uma estreita maioria na Câmara dos EUA .

Em seus comentários, Trump assumiu o crédito pela vitória do desempenho dos republicanos na Câmara, embora eles estejam prestes a obter uma maioria muito mais estreita do que o previsto. “Nancy Pelosi foi demitida. Isso não é legal? ele disse. A Associated Press ainda não projetou qual partido ganhará a maioria.

NATO ALERTA: Ataque com dezenas de mísseis à Ucrânia terá atingido território polaco

No dia em que a Rússia fez o maior ataque com mísseis de cruzeiro, direcionado às infraestruturas ucranianas, um míssil terá atingido a Polónia, alegação que Moscovo rejeita. Varsóvia confirma míssil de "fabrico russo" e vai invocar o artigo 4.º do tratado da NATO, o que implica consultas entre os aliados.

À intervenção de Volodymyr Zelensky na cimeira do G20, na qual explanou o caminho para a paz, seguiu-se uma cortina de mísseis russos enviados ao longo de horas que atingiram várias cidades e infraestruturas de energia ucranianas. Além dos prejuízos económicos e das vítimas dos ataques aéreos, ao que aparenta a guerra salpicou para lá da Ucrânia. Duas pessoas morreram na localidade polaca de Przewodów, aumentando o risco de a guerra passar para um novo patamar, com a Polónia a invocar o artigo 4.º do tratado da NATO, cujos embaixadores da NATO se reúnem esta quarta-feira, segundo a Reuters. Para Moscovo, a notícia não passa de uma "provocação". Varsóvia confirma que míssil de "fabrico russo" é responsável pela explosão na localidade junto à fronteira com a Ucrânia.

Os especialistas ocidentais têm vindo a afirmar que as forças armadas russas estão a ficar sem mísseis de longo alcance, mas isso não impediu várias ondas de bombardeamentos que atingiram desde Lviv, no oeste, a Kharkiv, no nordeste, passando pela capital e várias outras cidades. As consequências deste ataque - que se segue à retirada russa da cidade de Kherson - podem vir a ter outras proporções, uma vez que se suspeitava de que um míssil tinha atingido território polaco, ou seja da NATO, e matado duas pessoas.

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