CRÓNICA DESDE OS ANOS 90 –
PRIMEIRO ACABARAM COM OS SOVIÉTICOS…
… Primeiro acabaram com os
soviéticos,
Mas, como qualquer devotado
cristão,
O pessoal da NATO
Fez tudo e de tudo
Por esse eclipsar!...
Acabaram com esses comunistas
Mas não conseguiram
Apesar de tudo, ganhar todo o bolo
Então lembraram-se
Que com a Rússia,
“Há velhas contas a ajustar”!...
Martinho Júnior, Luanda
A “implosão” provocada desde
dentro da União Soviética, não teve apenas Gorbatchev e Ieltsin como actores
venais, ou figurantes liberais, de maior responsabilidade…
Na plataforma da Ucrânia
Soviética a cultura integracionista nacionalista foi cultivada desde as
entranhas fascistas e nazis, pelo que as sementes da discórdia foram rebuscadas
desde as profundidades da crise da IIª Guerra Mundial, para-o-que-desse-e-viesse,
à inteira disponibilidade, engenho e arte dos “vencedores” anglo-saxónicos, de
sua arrogância, do seu exclusivismo e de sua impunidade!
A Rússia nem se pode valer dos
artigos 106 e 107 da Carta da ONU!
Fizeram um trabalho de sapa como
quem faz arqueologia, inteligente e perverso trabalho próprio da preservação da
barbárie, por via de todas as redes “stay behind” cultivadas e, em alguns
casos, com um “produto” tóxico como o do actual regime de Marcelos em Portugal,
onde conseguiram conservar a frio o fascismo capaz até do cinismo catedrático
das “conversas em família” e do “ressuscitar” dum tão “democrático” Chega, a
cheirar a retornados que tresanda!
É desse cadinho aliás que foi
formada a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a NATO e sua inspiração
não pode enganar ninguém, porque na sua fundação até houve membros fundadores
que eram fascistas entre “democratas”, basta olhar para o “excepcionalismo” de
Portugal, além do mais ultra cristão e ultra colonial!
Assim Ronald Reagan e Margareth
Thatcher tiveram a sua quota-parte de responsabilidade, que aliás foi
transmitida, via CIA e MI6, a todas as administrações que se lhes seguiram
desde então, ainda que houvesse “nuances” de sucessivas doutrinas, cada uma
delas a procurar esmerar nas práticas de conspiração que atestam a sua própria
essência bárbara e feudal!
Dos escombros da IIª Guerra
Mundial e do império colonial britânico, a cultura de laboratório banderista
foi pouco a pouco projectada para um dia ressurgir, crescer, empolar e começar
a dar os seus frutos tóxicos, começando logo por se mexer em Agosto de 1991 nos
subterrâneos do poder instalado em Kiev, quando a Ucrânia proclamou a sua
independência!
Algo similar se passou em muitos
estados de orientação marxista-leninista vocacionados para o socialismo, mesmo
que fossem Não-Alinhados!
Os casos dos alvos da barbárie
foram desfilando, desde a implosão da Jugoslávia, aos contenciosos críticos da
Moldávia, ao caos do Cáucaso, à “revolução rosa” da Geórgia…
Esses podem ser citados como exemplos,
exemplos que viriam a ser engrossados com as agressões ao Afeganistão, ao
Iraque, à Síria, à Líbia, pois o Médio Oriente Alargado, com um terreno tão
fértil de contradições manipuladas pelos interesses e conveniências de domínio,
(que aliás são aliás aproveitadas ao milímetro pelo sionismo), transbordavam de
petróleo, do gás e dos minérios do Sul Global, que faltam às metrópoles misto
de instrumentos coloniais e neocoloniais!
Os Antigos Combatentes angolanos
que contribuíram para projectar a proclamação da República Popular, passaram
também pelas brasas dessa experiência ingerencista e manipuladora de
controvérsias, grande parte delas transversais, outras subterrâneas, mas todas
elas passando pelo colonial-fascismo português a coberto da NATO, uma controvérsia
prenhe de traições e de traidores cheirando ao enxofre dum “excremento do
diabo” tomado de assalto pelos traficantes de diamantes capazes do choque da
“guerra dos diamantes de sangue”, como os outros afinal capazes da terapia
neoliberal que se lhe tornou subjacente sob a formalidade do Acordo de Bicesse
de 31 de Maio de 1991!
Disseminar o caos, o terrorismo e
a desagregação desde então, desde o início da década de 90 do século XX, passou
para uma primeira linha com a doutrina Rumsfeld/Dobrowski (parideira do
Africom), pois quanto mais fragilizados passassem a ser os estados, as nações e
os povos do Sul Global, mais facilmente o hegemon e seus vassalos poderiam
realizar o saque privatizado das riquezas em época de cada vez mais escassez (a
terapia neoliberal tem seus segredos de polichinelo nos negócios correntes)… e
a Federação Russa enquanto alvo maior não podia ser excepção!
Toda a responsabilidade cabe aos
que esgotam em meio ano o que a Mãe Terra só consegue refazer em um ano e numa
altura em que a humanidade atingiu mais de 7.000 seres humanos vivos!