segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Angola | AFRICANOS ENFEITADOS COM PELE DE LEOPARDO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Na Academia Militar do Lobito acabou mais um curso de oficiais. A cerimónia de final do curso estava muito concorrida, sobretudo com familiares das e dos cadetes. Eu estava lá porque o meu afilhado era um dos garbosos finalistas. A meu lado um casal babado. O seu filhote estava começando uma carreira militar. Quando a formatura passou à nossa frente reparei que um cadete levava o passo trocado. Era o único. A senhora a meu lado disse embevecida ao marido: - O nosso filho é um génio. Vê como ele é o único com o passo certo!

Qualquer semelhança entre este episódio e a política externa do Presidente João Lourenço é pura coincidência. A União Africana está contra o “ocidente alargado”. Namíbia, África do Sul, Zimbabwe, Tanzânia, Moçambique, Botswana, para só falar dos países da região também não aceitam as manobras dos EUA e seu “ocidente alargado”. Face a este quadro, o Presidente João Lourenço decidiu marchar ao contrário. Só mesmo os protectorados e os estados genocidas (colonialistas) acompanham a condenação da Federação Russa. 

Quando alguém está com o passo trocado nada melhor do que ajudá-lo a acertar. Vou recuar ao dia 26 de Fevereiro de 1885, data em que terminaram os trabalhos da criminosa Conferência de Berlim, onde as potências coloniais e imperialistas ditaram o maior genocídio da História da Humanidade. Mais de mil mosaicos culturais e regiões milenares foram esmagados. Milhões de seres humanos vendidos, traficados, mortos.

Na conferência dos genocidas participaram Áustria, Hungria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grã Bretanha, Itália, Holanda, Portugal, Rússia, Espanha, Suécia, Noruega, Turquia e Estados Unidos da América. Dos participantes, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Portugal ocupavam praticamente todo o continente africano. Estamos a falar do “ocidente alargado”. 

No final de um dos mais terríveis crimes contra a Humanidade o rei dos belgas, Leopoldo II, ficou com o Estado Livre do Congo (Congo Belga hoje República Democrática do Congo) como sua propriedade pessoal. A Grã-Bretanha abocanhou uma faixa que ia do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, até ao Egipto. Tomem nota dos países transformados em colónias britânicas: Egipto, Sudão, Uganda, Quénia, África do Sul, Zâmbia, Zimbabwe, Botsuana, Nigéria e Gana. Londres é uma das capitais do “ocidente alargado”.

A França foi contemplada com as terras ao sul do Saara, quase toda a África Ocidental, da Mauritânia ao Chade, mais o Gabão e a hoje República Popular do Congo. Paris é a capital elegante do “ocidente alargado” mas tem as vestes de alta-costura manchadas com o sangue de milhões de africanos. E os crimes continuam. Mas Burkina Faso e Mali já se libertaram dos assassinos neocolonialistas. 

Portugal ficou com Moçambique mais Angola com a sua “dependência” São Tomé e Príncipe. Mais tarde abocanhou a Guiné-Bissau. Cabo Verde nunca esteve em disputa. Era uma espécie de extensão do território insular com os arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Mnangagwa, do Zimbábue, dá as boas-vindas ao presidente da Bielorrússia, Lukashenko

O presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, chegou na segunda-feira ao Zimbábue para conversas com seu homólogo, no que analistas disseram ser uma tentativa dos dois líderes de "diversificar" seus laços diplomáticos.

The África Report | AFP | # Traduzido em português do Brasil

O gabinete do presidente bielorrusso disse que Lukashenko, 68, desembarcou na capital, Harare, onde foi recebido pelo presidente Emmerson Mnangagwa, 80, e milhares de partidários do partido ZANU-PF.

Cerca de 5.000 pessoas cantando slogans e canções convergiram para a pista do Aeroporto Internacional Robert Mugabe em Harare como parte das boas-vindas.

Os dois líderes, que enfrentaram sanções ocidentais, devem realizar uma reunião oficial na terça-feira.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Zimbabwe disse que as conversações visam fortalecer “as excelentes relações existentes” entre os dois países, em áreas como política, mineração e agricultura.

“A visita é histórica, pois é o primeiro empreendimento desse tipo a uma nação da África subsaariana, do presidente Lukashenko”, afirmou o ministério em comunicado.

Sua viagem segue uma visita de 2019 de Mnangagwa a Minsk, após a qual a Bielorrússia abriu uma embaixada em Harare. Ele vem com os dois países sob um grau de isolamento diplomático, seus líderes e funcionários do governo alvo de sanções ocidentais.

Lukashenko é um aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, e apoiou a invasão da Ucrânia por Moscou.

“Ambos os países estão buscando diversificar suas relações internacionais – e ambos foram afetados pelas sanções dos EUA e da UE impostas por causa de seu histórico ruim de direitos humanos”, disse Alex Vines, que chefia o programa para a África no think tank britânico Chatham House.

“A Bielorrússia historicamente procura principalmente exportar sua experiência e kit militar.”

No poder por quase 30 anos, Lukashenko supervisionou uma repressão brutal aos protestos após uma eleição contestada em 2020.

Mnangagwa chegou ao poder em 2017, depois que os generais forçaram o governante de longa data Robert Mugabe a renunciar.

Ele está se candidatando à reeleição este ano em meio a acusações de corrupção e violações de direitos, incluindo repressão a oponentes políticos.

Em 2021, o Projeto de Reportagem sobre Crime Organizado e Corrupção (OCCRP), um consórcio de jornalistas investigativos, revelou ligações entre a família de Lukashenko e um empreendimento de mineração de ouro no Zimbábue.

Imagem: O presidente russo, Vladimir Putin (R), cumprimenta o presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, antes de uma reunião informal dos chefes de estado da Comunidade de Estados Independentes (CEI) na Biblioteca Presidencial Boris Yeltsin em São Petersburgo em 26 de dezembro de 2022. (Foto de Alexey DANICHEV / SPUTNIK / AFP)

Chefe da OTAN visita Ásia para trazer 'confronto bloco a bloco na Europa' para a região

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, iniciaram visitas separadas à Ásia recentemente, deixando os analistas chineses preocupados com o objetivo estratégico dessas visitas. Eles acreditam que os EUA e a OTAN estão tentando trazer para a Ásia o "confronto bloco a bloco", que já gerou conflitos militares na Europa, e alertaram que os EUA pretendem usar seus aliados na região para conter a China e interromper a integração regional e a recuperação econômica, espalhando sua perigosa "mentalidade da Guerra Fria".  

Yang Sheng | Global Times | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Stoltenberg, que está visitando a Coreia do Sul e também visitará o Japão nesta viagem, disse em um evento em Seul na segunda-feira que, embora a China não seja adversária da OTAN, ela chegou "muito mais alto" na agenda da OTAN, citando as crescentes capacidades militares da China e " comportamento coercitivo na região", informou a Reuters. 

"Acreditamos que devemos nos envolver com a China em questões como controle de armas, mudança climática e outras questões", disse ele. "Mas, ao mesmo tempo, temos certeza de que a China representa um desafio para nossos valores, nossos interesses e nossa segurança."

Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, respondeu a uma pergunta relacionada aos comentários do chefe da OTAN na coletiva de imprensa de rotina de segunda-feira, dizendo que "Por um lado, a OTAN afirma que seu status como uma 'aliança defensiva regional' não mudou , mas, por outro lado, continua rompendo suas tradicionais zonas de defesa, ampliando e fortalecendo seus laços de segurança militar. Tais movimentos relacionados devem despertar a vigilância dos países da região", disse Mao.  

"Também esperamos que a OTAN possa abandonar sua mentalidade de Guerra Fria e o conceito de confronto bloco a bloco, e fazer mais coisas para beneficiar a segurança e a estabilidade da Europa e do mundo. Esperamos que os países da região possam manter o caminho certo da cooperação Ásia-Pacífico e trabalhar para manter e promover a paz mundial, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade", observou Mao.

Analistas chineses disseram que desde a eclosão do conflito Rússia-Ucrânia no ano passado, a ambição de expansão da OTAN foi impulsionada e fortalecida, já que a organização militar liderada pelos EUA está buscando mais influência fora da região do Atlântico Norte.

“AMEAÇA CHINESA” – RAÍZES DE UM RACISMO COLONIAL

Desde o século XIX, os EUA alardeiam um “perigo amarelo”, mas preconceito recrudesceu (e ganhou o mundo) após a revolução de Mao. Por trás de paranoias anticomunista, está o temor que a China abale sua hegemonia — geopolítica e comercial

Diego Pautasso* | Outras Palavras

Nessa jornada de pesquisa e difusão científica sobre a temática da China, não raro encontramos todo o tipo de preconceito. Alguns são simples desconhecimento; já outros revelam xenofobia de graus variados. E se expressa das mais variadas formas, desde os clichês sobre as formas de governo, a desconfiança sobre quaisquer números oficiais, os preconceitos contra produtos até manifestações de hostilidade – que ficaram escrachadas no governo Bolsonaro.

A genealogia desse processo remonta ao século XIX. O Perigo Amarelo foi uma das facetas da expansão do capitalismo e de seus processos coloniais, cuja natureza incluiu sistemáticos processos de desumanização de raça, gênero e classe para permitir a livre exploração. O Perigo Amarelo é uma das consequências da supremacia branca e do seu fardo colonial.

Enquanto pilhava a China em seu Século de Humilhações (1839-1949), as potências capitalistas produziam acelerada diáspora chinesa. Milhares destes foram recrutados para trabalhar lado a lado com afro-americanos nas plantações de açúcar após a Guerra Civil. Muitos trabalhadores chineses (e indianos), os chamados coolies, acabaram servindo também como mão de obra servil para construir as ferrovias que integraram o território estadunidense no contexto da Far West. As tensões trabalhistas (e os salários mais baixos dos imigrantes) e mudanças nas identidades culturais-nacionais acabaram por reforçar a xenofobia do WASP (branco, anglo-saxão e protestante) contra negros, latinos e chineses, sobretudo. Os chineses também foram objeto de leis e políticas anti-asiáticas sobre imigração e naturalização por quase um século. As leis de exclusão codificaram a ideia de que os chineses eram inassimiláveis. Começou com o Ato de Exclusão de Chineses (1882) e chegou ao Ato de Exclusão de Asiáticos (1924), que vigorou até 1965. Sob a narrativa do American Way of Life e/ou do Self Made Man e ao som de Elvis Plesley, os EUA mantinham legislações segregacionistas contra negros e asiáticos.

Portugal | EMPAPADOS

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

Portugal parece uma versão light e palhaça do filme Saló e os 120 dias de Sodoma, de Pasolini. O que esta Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vem revelando é, de facto, a Pornografia do Poder num regime cada vez mais escatológico, dissoluto e perverso.

Ora, tudo junto e somado, antes que se meta Agosto e depois o Natal, a coisa deve custar uns 200 milhões. Mínimo. E é um Saló à portuguesa, com certeza; com muita porcaria. Procrastinação, défice de planeamento, desenrasca, descoordenação, chico-espertice, último-minuto, cunhas, amiguismos, desprezo pelos dinheiros públicos, parcerias lucrativas para os privados mas onerosas para os cidadãos, passa-culpas, opacidade, confusão, corrupção, muita excitação e depois, nada. Amanhã, daqui a uns meses, nada. O que será apurado? Que contas serão apresentadas? Que consequências serão tiradas? Sanções? Lições? Nada. Raspas. Zero. A próxima vaga de entulho virá.

Sim, neste país pequeno com a mania das grandezas, eis o papa-palco, mais um bicho feio e medíocre, estupidamente caro (já alguém percebeu a razão de custar tantos milhões?! ), inútil (que utilizações posteriores terá?), virado à nortada, cinzelado a soberba e estratificação social, um fartar vilanagem, ofensivamente opulento para cristãos, mau negócio para os agnósticos.

De resto, aliena crentes e laicos que, se criticaram os 7 mil milhões de euros gastos no Euro 2004, ou os 25 mil milhões de euros despejados para resgatar a banca privada, agora já não aguentam, não aguentam não, rejeitam mais um cêntimo incendiado na fogueira das vaidades ou no borralho dos conluios, fartos de tanta fajardice que começa a formar a gota que faz transbordar o copo, o sopro que rebenta a bolha, indisponíveis para continuar a tolerar estes assaltos à mão armada em plena luz do dia e que advêm ainda mais fartos quando não se trata de bola ou de betão, mas da espiritualidade. Milagre? Certo é que no país sem dinheiro para salários de jeito para médicos, professores, auxiliares, etc., afinal jorram euros para ostentações.

JMJ ou Faith Summit? Esta sociedade dos vendilhões do templo e tempo, onde sobra apenas o cidadão-audiência, o cristão-consumidor serve a quem? Estofa a conta da Mota-Engil, que tem como administrador o ex-líder de um dos partidos da coligação da actual Câmara (sendo a anterior, a da geringonça, que tudo aprovou), que é como quem diz - recheia também as bolsas da cúpula destes políticos de aviário e reforça ainda as portas giratórias. Realmente, ala esquerda e ala direita, asas do mesmo pássaro. Intactos ficam, claro, os privilégios da Igreja Católica Apostólica Romana em Portugal , desde os fiscais até à concordata, passando pelo mealheiro de Fátima, muito bem sumariados nesta frase de Carlos Moedas (e Milhões ): "Aquilo que for a vontade do Presidente e da Igreja eu farei". E assim se assume que a esta república basta ser apenas uma sacristia afinada por um papa-hóstias. "Num bosque florescente, os garotos só pensam no amor. Em ouvir a rádio, beber chá e para o inferno isso de ser livre. Eles não sabem que a burguesia nunca hesitou em matar seus filhos", diz o Duque no tal filme inspirado no Marquês de Sade. Que porca miséria.

*Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia

Portugal | Maiorias absolutas "podem muito pouco contra maiorias sociais"

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu que as maiorias absolutas "podem muito pouco contra maiorias sociais", acusando o executivo de uma "absoluta arrogância de quem não ouve o país".

“As maiorias absolutas podem muito, mas podem muito pouco contra maiorias sociais. As maiorias sociais fazem mover montanhas, e até maiorias absolutas, fazem tremer o mundo e é para isso que aqui estamos", defendeu a líder bloquista.

Catarina Martins falava na sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, no encerramento do 'Inconformação', um encontro de jovens do partido, momento em que fez um balanço do primeiro ano desde que o PS venceu as eleições legislativas com maioria absoluta, que se assinala na segunda-feira.

"Por estes dias temos um ano de maioria absoluta, às vezes parece que foi muito mais tempo, eu bem sei. (...) Um ano de maioria e o que temos é a absoluta precariedade das vidas de quem vive do seu trabalho em Portugal. Um ano de maioria absoluta e o que temos é a absoluta arrogância de quem não ouve o país", criticou.

Catarina Martins continuou, dizendo que o Governo tem demonstrado "um absoluto desprezo pelas dificuldades de quem vive do seu trabalho", uma "absoluta cumplicidade com o privilégio da elite que fica sempre com mais" e ainda uma "absoluta incapacidade de responder ao país".

"Já quase dá vontade de lembrar ao PS o que dizia António José Seguro [antigo secretário-geral socialista]: que é mesmo obrigatório separar a política dos negócios", afirmou.

Portugal | A LINHA VERMELHA

Henrique Monteiro | Henricartoon

Potugal | PCP fala de "situação social explosiva". "Ou o Governo cede ou tem de sair"

No dia da abertura das jornadas parlamentares comunistas, em Beja, o secretário-geral Paulo Raimundo deixou alertas ao Governo.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, sustentou esta segunda-feira que a situação social é explosiva e afirmou que, caso o Governo não responda aos problemas, a maioria absoluta do PS nada garante porque as pessoas não vão esperar quatro anos.

"Nós estamos numa situação explosiva do ponto de vista social (...) e não são dadas respostas a isso. O problema é que a maioria absoluta do PS, por si só, não lhe garante chegar até ao fim porque, se estiver numa situação onde não haja correspondência aos problemas do país e aos problemas da sociedade, a sociedade encontrará as formas de resolver isso", declarou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP falava em Beja, pouco depois de ter discursado na sessão de abertura das jornadas parlamentares do PCP, que decorrem entre hoje e terça-feira naquele distrito alentejano.

O líder comunista sublinhou que a população não vai "ficar à espera quatro anos para se permitir uma mesma política que vai mandando para baixo cada vez mais".

Questionado se o povo tem na mão a possibilidade de deixar cair o Governo, Paulo Raimundo respondeu: "o povo tem sempre na mão tudo".

"Ou há resposta política por parte do Governo para resolver o problema da maioria das pessoas e, ao mesmo tempo, combater esta vergonha destes lucros acumulados na mão de muitos poucos, ou então as pessoas têm de agir de forma mais acentuada a esta política", reiterou.

"O Governo, das duas, três: ou cede, no bom sentido de dar resposta, ou então não tem alternativa senão sair", acrescentou.

PORTUGAL DE BOSTA A BOSTA

Bom dia. A seguir o Curto do Expresso por Miguel Prado. Do Página Global saiba que hoje não nos atrevemos a escrevinhar uma seca longa como outras que anteriormente já expusemos à prova da paciência dos leitores. Uff!

Dito isso vimos respeitosamente alertar para a ordinarice do título que nos atrevemos a inscrever acima e a razão de assim acontecer. Simples: com tanta agitação social, com tantas reformas de miséria, com tantos ordenados igualmente de miséria, com tanto desprezo e desrespeito aplicado pelo governo de António Costa pelos portugueses, com tantas tendências esclavagistas e antidemocráticas que os mesmos têm cometido, com tanta miséria crescente provocada pelo atual governo falsamente autodenominado socialista, etc., etc., por isso legitimamente indignados, considerámos 'mexer' no título do Curto e adaptá-lo à realidade desta Lusitânia tão desesperada, tão miserabilizada, tão mal governada e onde os ricos estão a ficar muito mais ricos e os pobres mais pobres. O costume feito dos governos para ricos, para esclavagistas soberbos e saudosistas antidemocráticos... Por tudo isso o Costa passou a Bosta, um trocadilho sem intenção ofensiva mas antes um grito de alerta à realidade com que os portugueses vão descobrindo e suportado nefastamente o dia-a-dia. O falso socialismo do autodenominado PS não é mais nem menos senão um xuxialismo desbragado que governa à direita em tirocínio ditatorial... Importa saber que este terrível regime imposto desde há cerca de 5-6 anos quando fôr substituído, dará lugar a uma governação ainda muito mais à direita caso os eleitores portugueses continuem a eleger a direita ressabiada do costume ou a ainda mais extrema direita, dita nova no quadro parlamentar. 

Caminhamos para uma loucura pseudo democrática? Tudo indica que sim. De Bosta a Bosta, sem ventania mas sim com pezinhos de lã eis para onde Portugal e os portugueses cegamente estão a caminhar. Por favor, não atirem mais bosta para as ventoinhas. Apesar disso tenhamos cuidado com a ventania que só não derruba as elites já enraizadas e bem seguras, fixas no conforto proporcionado pelas falsidades, corrupções, conluios, nepotismos e atropelos aos justos direitos e respeito devidos a milhões de cidadãos portugueses explorados e cada vez mais oprimidos. De Bosta em Bosta a democracia, a justiça e a liberdade democrática estão a voar para outras paragens que não Portugal.

O Curto a seguir. Curta. Vá ler.

MM | PG

AÇÕES DOS EUA PRODUZIRAM A MAIORIA DOS REFUGIADOS DO MUNDO

Segundo dados da agência de refugiados das Nações Unidas, a maioria dos refugiados no mundo hoje – e desde o início deste século – foge de países que foram sancionados, golpeados e/ou invadidos pelo governo dos EUA.

Eric Zuesse* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

O último relatório anual do ACNUR é  “Tendências Globais de Deslocamento Forçado 2021”, e indica que “69% se originaram de apenas cinco países” que foram: Síria (6,9 milhões), Venezuela (4,6 milhões), Afeganistão (2,7 milhões), Sudão do Sul (2,4 milhões) e Mianmar (1,2 milhão). A “Figura 7” do relatório “Pessoas deslocadas através das fronteiras por país de acolhimento | final de 2021” mostra que os principais países receptores naquele ano foram: Turkiye (3.759.800), Colômbia (1.843.900), Uganda (1.529.900), Paquistão (1.491.100), Alemanha (1.255.700), Sudão (1.103.900), Bangladesh (918.900), Líbano (845.900), Etiópia (821.300) e Irã (798.300). O relatório observa que houve “72% hospedados por países vizinhos”, mas as exceções também foram notáveis. Por exemplo: “Figura 13” “Principais países para o registo individual de novos requerentes de asilo | 2021” mostrava o número 1 nessa lista (e esses números indicam APENAS os refugiados que foram oficialmente registrados nessas nações como refugiados que chegaram lá durante aquele ano, NÃO o total que de alguma forma se tornou “deslocado” e que agora estava lá) como sendo EUA, 188.900. O segundo lugar foi a Alemanha, 148.200. O terceiro lugar foi o México, 131.400. Alguns outros entre os 10 primeiros foram: França, Espanha, Reino Unido e Itália.

“Figura 14” “Principais países de origem de novos pedidos de asilo | 2021” mostra, como sendo o top 10: Afeganistão (125.600), Nicarágua (111.600), Síria (110.000), Venezuela (92.400), Haiti (67.000), Honduras (59.800), República Centro-Africana (47.800), Iraque (37.700 ), República Democrática do Congo (34.500) e Somália (32.100).

“Figura 16” “Principais fluxos de novos pedidos de asilo individuais registados e reconhecimentos de refugiados em grupo | 2021” mostra que a maioria dos novos refugiados da América naquele ano era da Venezuela e de Honduras; da Alemanha, da Síria; do México, do Haiti e de Honduras; da França, do Afeganistão; da Espanha, da Venezuela; e do Reino Unido de “Outros” (países que não estavam perdendo muitos refugiados).

O RESTAURANTE DA UNIÃO EUROPEIA

Resistir.info

A Finlândia deixará a Suécia em apuros e seguirá sozinha para ingressar na OTAN?

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

Ao aceitar publicamente o cenário de dissociar a candidatura de seu país à OTAN da Suécia, apesar de recuar sob pressão apenas um dia depois, o principal diplomata da Finlândia sinalizou fortemente que não espera que o impasse sueco-turco seja resolvido tão cedo. O gato já está fora do saco e a Finlândia provavelmente tem de fato esse “plano B”, porém, cuja motivação estratégica e consequências de soft power serão agora analisadas.

O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, revelou na segunda-feira que seu país pode considerar dissociar sua candidatura à OTAN da Suécia, à luz da raiva de Ancara com os “protestos” anti-turcos e islamofóbicos de Estocolmo. Turkiye exigiu que a nação nórdica cumprisse seus pedidos antiterroristas contra a Organização Terrorista Fethullah Gülen e grupos curdos como o PKK-YPG, apenas para este candidato à OTAN desafiar descaradamente sua vontade, hospedando seus “protestos” e até mesmo uma queima do Alcorão.

A última provocação mencionada ocorreu neste fim de semana em frente à Embaixada da Turquia em Estocolmo e levou o presidente Recep Tayyip Erdogan a declarar que “a Suécia não deve esperar nosso apoio à OTAN. É claro que aqueles que causaram tamanha desgraça diante da embaixada de nosso país não podem mais esperar nenhuma benevolência de nossa parte em relação ao seu pedido”. “Não é grande coisa se Turkiye atrasar indefinidamente a candidatura da Suécia à OTAN”, mas ainda parece ruim para aquele bloco e para o Ocidente de forma mais ampla.

Afinal, o Bilhão de Ouro do Ocidente, liderado pelos EUA, alardeou prematuramente a candidatura conjunta da Finlândia e da Suécia como um fato consumado quando ambos foram apresentados oficialmente pela primeira vez em maio passado. Agora, no entanto, este bloco de fato da Nova Guerra Fria está embaraçosamente embaraçado depois que o segundo deles falhou em cumprir os pedidos antiterroristas da segunda maior potência militar desta aliança anti-russa. Muito claramente, a verdadeira unidade da OTAN/Ocidente não é tudo o que foi pensado para ser na primavera passada.

Foi provavelmente em resposta a essas previsíveis consequências do soft power que Haavisto voltou atrás um dia após sua declaração original, quase certamente sob pressão da OTAN. Ele agora afirma que a Finlândia “não tem um plano B” como “no momento não há necessidade disso”, pois insiste que ambos os países “atendem aos critérios da OTAN e parece que ambos devem aderir”. No entanto, o gato já saiu do saco e a Finlândia provavelmente já tem esse “plano B”, que agora será analisado.

Ao aprovar publicamente o cenário de desvinculação da candidatura de seu país à OTAN da Suécia, o principal diplomata da Finlândia estava sinalizando fortemente que não espera que o impasse sueco-turco seja resolvido tão cedo. É também mais uma ruptura não apenas na unidade OTAN/Ocidente, mas também na unidade nórdico-escandinava (para aqueles que consideram a Finlândia como parte dessa sociedade mais ampla, o que é reconhecidamente discutível), ou pelo menos na unidade do norte da Europa.

Não é grande coisa se a Finlândia permanecer indefinidamente fora da OTAN ao lado da Suécia, uma vez que ambos já são membros sombra dessa aliança anti-russa devido à sua estreita cooperação militar com ela. De fato, com isso em mente, pode-se até dizer que a Finlândia esnobou a Suécia de certa forma, ameaçando dissociar suas propostas. Ele não precisa se apressar para ingressar na OTAN, mas, ao mesmo tempo, tolerar publicamente o cenário de fazê-lo despejando a Suécia e fazendo isso unilateralmente nos faz pensar sobre suas intenções maiores.

Pode muito bem ser que a Finlândia espere tirar o máximo proveito do que seria, nesse caso, seu novo papel como o estado de linha de frente número um da OTAN contra a Rússia, visto que terá a fronteira mais longa do bloco com a Rússia. Embora a Suécia não seja contígua à Grande Potência alvo dessa aliança, suas capacidades econômicas e militares são geralmente consideradas muito mais desenvolvidas do que as da Finlândia, embora isso não queira dizer que as últimas já não sejam impressionantes por si mesmas.

Em vez disso, é simplesmente para apontar que a Finlândia poderia acumular quaisquer benefícios econômico-militares que sua liderança visse (independentemente de serem realmente facas de dois gumes, como muitos observadores não ocidentais argumentariam) sem ter que compartilhar nenhum deles com a Suécia. É por isso que a potencial separação da Finlândia de sua candidatura à OTAN da Suécia é um mau presságio para Estocolmo, pois sugere que Helsinquia tem ambições maiores em mente relacionadas a finalmente ficar totalmente à frente de seu vizinho em todos os aspectos.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade

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