segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

A "SOLUÇÃO DOS TRÊS ESTADOS" DO SIONISMO

O parceiro governamental de Netanyahu, o Partido da Força Judaica, está disposto a conduzir o palestinicídio para criar uma sociedade exclusivamente judaica no Levante, escreve Vijay Prashad. Uma solução de dois estados simplesmente não é mais factualmente possível.

Vijay Prashad* | Tricontinental:Institute for Social Research | em Consortium News

Israel chama sua última campanha militar de Operação Quebre a Onda, uma descrição lírica de uma realidade brutal. Este ano, 2023, será o 75º ano após a  Nakba , a catástrofe de 1948, quando as tropas israelenses removeram ilegalmente os palestinos de suas casas e tentaram apagar a Palestina do mapa. Desde então, os palestinos têm resistido contra todas as probabilidades, apesar do formidável apoio de Israel pelos países mais poderosos do mundo, liderados pelos Estados Unidos.

A Operação Break the Wave começou em fevereiro de 2022 com o assassinato de três palestinos em Nablus – Adham Mabrouka, Ashraf Mubaslat e Mohammad Dakhil – e continuou com violência terrível ao longo da espinha dorsal da Cisjordânia, espalhando-se pela brutalizada Gaza.

Em 26 de janeiro, as forças israelenses mataram 10 palestinos - incluindo uma mulher idosa - em Jenin e em al-Ram, ao norte de Jerusalém, e depois  atiraram em  uma ambulância para impedi-la de socorrer os feridos - um claro crime de guerra. O massacre de Jenin provocou disparos de foguetes das forças de resistência palestinas em Gaza, aos quais a Força Aérea de Israel  respondeu  de forma desproporcional, disparando contra o campo de refugiados densamente povoado de al-Maghazi, no centro de Gaza.

O ciclo de violência continuou com um atirador palestino solitário matando sete israelenses no assentamento ilegal de Neve Yaakov em Jerusalém Oriental. Em reação a isso, o governo israelense  implementou sistemas de “punição coletiva” – uma  violação  das Convenções de Genebra – que permite ao Estado atingir os membros da família do atirador. O governo israelense  também tornará  mais fácil para os israelenses portar armas de fogo.

O governo israelense lançou a Operação Break the Wave em resposta ao  habbat sha'biyya  ou “levantes populares” que começaram novamente na Palestina e expressam a frustração gerada pelas campanhas de pressão israelenses e o quase colapso da vida econômica.

Algumas dessas revoltas ocorreram não apenas na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza, onde são mais comuns, mas entre os palestinos que vivem dentro da Linha Verde de Israel de 1948.

Em maio de 2021, esses manifestantes se reuniram sob  o Manifesto da Dignidade e Esperança  e pediram novas agitações, uma “Intifada unida” que une os palestinos no exílio, dentro de Israel e nos Territórios Ocupados. Esses movimentos e os ganhos dos palestinos no sistema das Nações Unidas indicam um novo dinamismo na política palestina.

Mais recentemente, em 31 de dezembro de 2022, a Assembleia Geral da ONU votou 87 a 26 para  pedir  à Corte Internacional de Justiça que emitisse uma opinião sobre a “ocupação prolongada, assentamento e anexação do território palestino” por Israel. A nova fase da violência israelense contra os palestinos é uma reação às suas conquistas.

Em meio a tudo isso, o povo israelense votou em Benjamin Netanyahu para formar seu sexto governo desde 1996. Netanyahu já é primeiro-ministro de Israel há mais de 15 dos últimos 27 anos, enquanto se dirige para outro mandato de sete anos.

AS MIGRAÇÕES EM PORTUGAL: A FRAGILIDADE DOS DISCURSOS E DAS LEIS

Pedro Neto | TSF | opinião

Quando alguma tragédia acontece o assunto torna-se mediático. É o caso recente de um incêndio na Mouraria, em Lisboa, onde morreram pessoas que viviam amontoadas, cada uma arrendando um colchão para viverem num armazém.

A ordem do dia repete-se quando as autoridades fazem uma operação no terreno e se vê a situação de dezenas, centenas ou milhares de pessoas que vivem em Portugal em estado próximo à servidão e escravatura.

Há falta mão de obra em Portugal. Dizem os políticos e nós sabemo-lo como correto: Precisamos de migrantes que façam os trabalhos que não fazemos.

Os direitos humanos neste debate vão sendo instrumentalizados e os discursos vão sendo cada vez mais divisórios - entre os que exigem abertura de fronteiras sem controlo e os que constroem discurso de ódio e demonização em relação aos migrantes.

Enquanto isso acontece, os migrantes mais pobres que tanto contribuem para a riqueza social e económica, para a sustentabilidade da segurança social e das contas públicas, são o elo mais frágil.

Quem vem trabalhar, não vem apenas trabalhar. Vem viver e isso implica outras questões. Implica acesso à habitação condigna, acesso a cuidados de saúde, acesso à escola se tiverem filhos, acesso a alimentação, acesso à cultura - a grande ponte da integração.

O que vamos vendo é outra coisa, é a abertura e o convite aos trabalhadores chamados "nómadas digitais", com elevados ordenados e com poder de compra para as elevadas rendas dos centros urbanos. São pessoas com facilidade no acesso a documentação.

Pedofilia | Relatório revela 512 testemunhos validados de abusos na Igreja Católica

PORTUGAL

A maioria dos abusos decorreu em locais como seminários, colégios internos ou instituições de acolhimentos, sacristia, confessionário, a casa do pároco e no seio dos agrupamentos de escuteiros.

o relatório sobre os abusos sexuais na Igreja Católica revelou que foram validados 512 testemunhos relativos a 4815 vítimas, anunciou o pedopsiquiatra Pedro Strecht, líder da comissão independente que estuda os casos. "Não é possível quantificar o número total de crianças vítimas", referiu, uma vez que o contacto com a comissão era voluntário.

"Importa referir que, na realidade, foi apenas a partir de 1995 que estes crimes passaram a ser inscritos no Código Penal português enquanto abuso sexual de crianças, e apenas a partir de 2007 se tornaram públicos", frisou.

"Sabemos, também, que a percentagem da sua existência enquanto praticada por membros da Igreja é muito pequena, sobre a realidade do assunto dos abusos sexuais de menores em geral", acrescentou Pedro Strecht, acrescentando que é também "baixo o número de abusadores dentro do seio da Igreja e, por isso mesmo, continua a ser importante não confundir a parte com o todo".

"Tenho 71 anos, mas nunca esqueci ou esquecerei", disse uma das vítimas, citada por Pedro Strecht.

Casos em todo o território

Lisboa, Porto, Braga, Santarém e Leiria foram os distritos onde foram reportados mais casos. "Há casos em todos os distritos", revelou o responsável. A incidência nestes distritos explica-se, em parte, pela existência de seminários ou outras instituições religiosas.

A maioria dos abusos decorreu em locais como seminários, colégios internos ou instituições de acolhimentos, sacristia, confessionário, a casa do pároco e no seio dos agrupamentos de escuteiros.

A média de idades das vítimas era de onze anos e a 20,1% das vítimas têm hoje menos de 40 anos.

96% dos autores dos abusos eram do sexo masculino, sendo que 77% eram padres.

8% das vítimas falaram dos abusos pela primeira vez.

Segundo a socióloga e investigadora Ana Nunes de Almeida, 58,2% das vítimas eram do sexo masculino e 42,4% mulheres e hoje têm uma idade média de 52,4 anos.

Na altura dos abusos, 58,6% das vítimas residia com os pais.

As décadas de 1960, 70 e 80 do século XX foram as que registaram um maior número de casos de abuso sexual no seio da Igreja em Portugal.

Em relação às modalidades de abuso, predominam sexo anal e manipulação de órgãos sexuais e masturbação no caso das vítimas masculinas e insinuação em vítimas masculinas. A maioria das vítimas foi abusada mais do que uma vez.

Maioria dos abusados continua a afirmar-se católica

Dos abusados, 53% continuam a afirmar-se católicos e 25,8% são católicos praticantes.

Em média, as vítimas demoram cerca de dez anos para revelar os abusos e em 43% dos casos essa denúncia aconteceu apenas quando contactaram a comissão. Os homens fazem-no ao cônjuge e a amigos, as mulheres normalmente a familiares ascendentes.

Em 77% dos casos a vítima nunca apresentou queixa à igreja e só em 4% dos casos houve lugar a queixa judicial.

"Normalmente acontece antes da puberdade e vítimas são próximas do abusador e há uma relação de poder do abusador sobre a vítima", afirmou o psiquiatra Daniel Sampaio, que revelou que 18 por cento das meninas e oito por cento dos rapazes são vítimas de abuso sexual antes dos 18 anos.

Daniel Sampaio recordou que, nas entrevistas que fez, ouviu testemunhas dizer que "o senhor padre era a voz de Deus".

VÍCIO INTRÍNSECO -- Manuel Augusto Araújo

A UE, para melhor travestir os interesses dos grandes negócios, de que é uma defensora e activa interventora, é muito activa na maquilhagem da corrupção material e imaterial que lhe está associada. 

Manuel Augusto Araújo | AbrilAbril | opinião

"Hoje em dia, as pessoas já não respeitam nada.
Dantes, punham-se num pedestal a virtude, a honra, a verdade e a lei.
A corrupção campeia na vida americana dos nossos dias.
Onde não se obedece a outra lei, a corrupção é a única lei.
A corrupção está a minar este país.
A virtude, a honra e a lei esfumaram-se das nossas vidas"

Afirmou Al Capone, numa entrevista à revista Liberty, 17 de Outubro de 1931, feita pelo jornalista Cornelius Vanderbilt Jr, alguns dias antes de ser preso por fuga ao fisco.

O despudor e doblez desta sociedade sem dignidade, e sem dignidade para oferecer, têm umas regulares erupções que reagem com indignação a alguns casos que, tornados públicos, não são mais que a exibição dos vícios intrínsecos1 do capitalismo, mormente depois das portas escancaradas por Thatcher e Reagan, capatazes medíocres caninamente cumpridores dos desígnios do grande capital, até aos nossos dias em que a financeirização da economia possibilita que empresas de investimentos, que não estão submetidas a qualquer regulamentação, tenham o poder de influenciar as políticas de muitos países mesmo os mais poderosos que, aliás, estão entregues às suas directivas. Em que emergiram grandes empresas tecnológicas, algumas com capitalizações superiores ao PIB dos países até do G7, que viajam entre as malhas das leis recuperando direitos típicos do feudalismo, em que o traço mais comum é a destruição sistemática de direitos e conquistas sociais, económicas e políticas em séculos de duras lutas empreendidas pelos explorados de todo o mundo, o que se acentuou depois da queda do Muro de Berlim. 

Nos últimos tempos são tantos os exemplos, que se podem escolher quase ao acaso. Por cá temos os casos da indemnização a Alexandra Reis a subsidiar-lhe o seu desejo de abraçar novos desafios profissionais, do interrompido trânsito de Rita Alves do sector público para o privado à velocidade de um Fórmula 1, na Europa o Catargate, anos depois de se ter decidido que a bola do mundial iria rolar nos estádios construídos por mão-de-obra praticamente escrava que foi túmulo para muitos, na omnipresente Ucrânia com as purgas de uma selecção de corruptos para a generalizada e conhecida corrupção da elite dirigente não ver interrompido o seu curso normal, agora ao som das lagartas dos Leopard e Abrams que lhes garantem mais uns sopros de vida. 

O afã das indignações, condenações ou aplauso deste seleccionado rol de casos nas instituições democráticas é intenso. A sua maior repercussão são as comissões de inquérito da Assembleia da República enquanto armas de arremesso pela oposição e de defesa por quem ocupa o poder, muitas vezes com cumplicidades escusas. Atente-se na comissão de inquérito à TAP, limitada aos tempos mais próximos, tendo sido excluída a possibilidade de se questionar a sua privatização pelo governo Passos Coelho/Portas, que de facto abriu as comportas que desaguam na situação actual. Para a comunicação social e redes sociais essa sucessão de acontecimentos são territórios de lutas para ganhos de audiências, explorando com maior ou menor subtileza os populismos, numa permanente corrosão da democracia.

O processo é simples, linear e bem conhecido da física. O excesso de iluminação a incidir na trajectória de um átomo deforma essa trajectória. Quando se esmiúça o caso, de facto escandaloso, da indemnização concedida a Alexandra Reis, obscurece-se a vulgaridade das indemnizações, honorários, bónus, prémios, dividendos e outras oferendas feitas aos detentores do capital e seus serventuários, que ao longo de dezenas de anos são prática comum que distorce a distribuição da riqueza, em que os mais ricos ficam sempre mais ricos e os pobres e as classes médias cada vez mais despojadas. Essa a lógica inoxidável do capitalismo. 

A mesma pauta é aplicada quando afanosamente se coloca no centro do alvo das atenções Rita Marques, que mais não fez que seguir o exemplo de um seu antecessor nos governos PSD/CDS, e a prática corriqueira do trânsito entre o aparelho de Estado e as maiores empresas privadas, que garantem apoio variável em conformidade com as suas conveniências aos partidos ditos do regime e aos que a ele se candidatam, que deixaram de ser instrumentos ao serviço dos interesses dos eleitores para se transformarem numa finalidade em si-próprios, pelo que mantém sempre em bom funcionamento essa porta giratória. A virtude da focagem intensa neste caso, aliás como em todos os outros casos, é enfraquecer a memória ou mesmo atirar para debaixo do tapete os escândalos ominosos das privatizações, a socialização dos prejuízos e privatização dos lucros, bem patenteadas nos apoios concedidos à banca, as múltiplas regalias directas e indirectas às grandes empresas, o tráfico de patacas e outras divisas de Soares, Almeida Santos, Melancia & Companhia, as negociatas malsãs dos governos de Cavaco Silva e sua devassa corte, Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima & Companhia, as trafulhices de Passos Coelho, Portas, Relvas, Moedas & Companhia. 

QUANTOS SÃO OS EURODEPUTADOS CORROMPIDOS PELOS LOBIS NA UE?

Os europeus nos países que integram a União Europeia dificilmente poderão acreditar que somente os eurodeputados que até agora foram indiciados e detidos por corrupção do lóbi Qatargate estão envolvidos naquele processo. Mais: anteriormente quantos eurodeputados e outros da UE foram influenciados e corrompidos pelos lóbis? Existem registos e/ou suspeitas a coberto de opacidades bem guardadas nas profundidades da bruma silenciosamente instalada? Ou tal não existe e a transparência nos vários meandros de interesses dos lobistas e eventuais cúmplices são suspeitas e apreensões injustificáveis por parte dos cidadãos europeus? Para além do escândalo Qatargate não restam mais nenhumas ilegalidades anteriores e posteriores a investigar e assinalar? O ideal seria que convencessem com verdade e transparência os cidadãos e eleitores europeus, o que até agora para muitos não conseguiram efetivar. As apreensões dos europeus justificam-se sobremaneira. Ai os lóbis, esses corruptores alapados nas opacidades! - PG

Qatargate: polícia belga prende deputado europeu Marc Tarabella e realiza novas investigações

O Parlamento Europeu renunciou à imunidade de mais dois legisladores da UE na semana passada.

Pieter Haeck – Eddy Wax | Político.UE | # Traduzido em português do Brasil

As autoridades belgas prenderam na sexta-feira o eurodeputado Marc Tarabella, que já havia sido expulso de seu partido socialista, na investigação ligada a suposta corrupção no Parlamento Europeu.

Um porta-voz do promotor belga confirmou a prisão após uma reportagem anterior da emissora flamenga VRT .

O advogado de Tarabella, Maxim Töller, disse ao POLITICO que seu cliente ainda não havia comparecido ao juiz investigativo.

Em um comunicado de imprensa de acompanhamento, o promotor também confirmou que várias batidas ocorreram na manhã de sexta-feira. Um cofre de Tarabella em um banco em Liège foi revistado, bem como vários escritórios na cidade valona de Anthisnes, onde Tarabella ainda é prefeito.

O Parlamento Europeu renunciou à imunidade tanto para Tarabella quanto para o colega eurodeputado Andrea Cozzolino em uma sessão plenária na quinta-feira passada, abrindo caminho para os investigadores belgas interrogá-los. Outros três suspeitos estão presos.

O promotor não comentou sobre as acusações que Tarabella pode enfrentar.

A polícia belga também revistou a casa do eurodeputado Cozzolino em Ixelles. Seu escritório no Parlamento Europeu foi lacrado, mas não revistado, disse o porta-voz do procurador belga, o que o POLITICO confirmou.

Delphine Colard, vice-porta-voz do Parlamento Europeu, disse: “Nunca comentamos processos judiciais em andamento. O Parlamento sempre coopera plenamente com as autoridades”.

De acordo com relatórios parlamentares, as violações da lei belga por Tarabella e Cozzolino podem incluir corrupção, participação em uma organização criminosa e lavagem de dinheiro.

No final da semana passada, o juiz de investigação belga que conduz o caso libertou da prisão um dos quatro detidos originais do caso, Niccolò Figà-Talamanca – secretário-geral do No Peace Without Justice, uma das organizações não-governamentais ligadas ao escândalo de corrupção.

Três outros suspeitos, a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili, seu parceiro Francesco Giorgi e o ex-deputado Pier Antonio Panzeri ainda estão na prisão. Em janeiro, Panzeri fechou um acordo para cooperar com os investigadores.

Tanto Tarabella quanto Cozzolino negam qualquer irregularidade.

*Barbara Moens contribuiu com relatórios.

ARMAS BRITÂNICAS PODEM SER FABRICADAS NA UCRÂNIA -- relatório The Telegraph

O Telegraph relata que a indústria de armas do Reino Unido está em negociações com a Ucrânia sobre a fabricação de armas dentro do país

Dave DeCamp*  | AntiWar | # Traduzido em português do Brasil

As armas britânicas poderão em breve ser fabricadas na Ucrânia sob um plano que aumentaria significativamente a cooperação entre Kiev e a OTAN e aumentaria ainda mais as tensões com Moscou, informou o The Telegraph no sábado.

O relatório disse que os executivos da indústria de defesa do Reino Unido estão discutindo os planos com seus colegas ucranianos e recentemente viajaram para o país. Sua visão é estabelecer joint ventures para fabricar armas e veículos militares localmente dentro de Urkaine sob licença.

Fabricantes de armas de outros países europeus também estão em negociações para começar a produzir armas dentro da Ucrânia. Uma fonte da indústria britânica disse ao The Telegraph que eles estão tentando ficar “na frente da fila” para vencer outros países, incluindo empresas na França e na Alemanha.

A Rússia veria tal cooperação como um passo significativo para a adesão da Ucrânia à OTAN, embora as autoridades ucranianas acreditem que já são um membro “de fato” da aliança militar ocidental. As fábricas que produzem armas da OTAN dentro da Ucrânia provavelmente seriam alvo dos militares russos.

A produção de armas dentro da Ucrânia poderia aliviar o fardo dos estoques militares dos Estados Unidos e de outros países da OTAN, que estão se esgotando com o armamento da Ucrânia. Mas qualquer acordo levaria anos para ser estabelecido, e o plano demonstra como o Ocidente espera apoiar a Ucrânia a longo prazo.

O POLITICO.UE informou em outubro que a OTAN tem um plano de 10 anos para reconstruir a indústria militar e de armas da Ucrânia para tornar o país mais interoperável com a aliança. "Trata-se de trocar o equipamento soviético... por um equipamento ocidental compatível com a OTAN", disse um alto funcionário da OTAN sobre o plano. “Estaremos procurando maneiras de tentar reconstruir a indústria de defesa da Ucrânia.”

*Dave DeCamp é o editor de notícias do Antiwar.com, siga-o no Twitter @decampdave.

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UCRÂNIA PREPARA-SE PARA ATACAR A CRIMEIA COM MÍSSEIS BRITÂNICOS


Reino Unido em negociações com a Ucrânia para lhe ceder mísseis de longo alcance

Dave DeCamp* | AntiWar | # Traduzido em português do Brasil

A Ucrânia está em negociações com o Reino Unido sobre o recebimento de mísseis de longo alcance e está preparada para usá-los contra a Crimeia, o que marcaria outra grande escalada do envolvimento ocidental na guerra, informou o The Times de Londres na quinta-feira.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu mais ajuda para Kyiv quando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou Londres na quarta-feira. O relatório do Times disse que as discussões estão em andamento sobre se a ajuda futura deve incluir mísseis antinavio Harpoon ou mísseis Storm Shadow lançados do ar.

Fontes ucranianas disseram ao The Times que planejam usar esses mísseis para atingir a Crimeia, ataques que arriscariam seriamente provocar Moscou. Mas tanto os EUA quanto a Grã-Bretanha estão menos preocupados com a escalada da guerra.

A Ucrânia já recebeu alguns mísseis Harpoon da Dinamarca e lançadores dos Estados Unidos . Os mísseis anti-navio têm um alcance de cerca de 70 milhas, embora outras variantes possam atingir alvos a mais de 100 milhas de distância. Os Harpoons têm um alcance maior do que os mísseis de artilharia enviados pelos EUA, mas os Harpoons são projetados para defesa costeira.

Não está claro se a Ucrânia poderia usar arpões em sua batalha terrestre contra a Rússia com os lançadores atuais, mas as autoridades ucranianas alegaram que os usaram para afundar um rebocador militar russo em junho passado. O relatório do Times disse que os Harpoons seriam menos precisos se fossem usados ​​no solo.

Os mísseis Storm Shadow podem atingir alvos em um alcance entre cerca de 150 milhas e 350 milhas, dependendo da variante. Eles são normalmente disparados de aeronaves, e o Reino Unido também está considerando fornecer jatos de combate a Kyiv e planeja treinar pilotos ucranianos a partir desta primavera.

Moscou veria o fornecimento de jatos e mísseis de longo alcance como uma grande provocação, e as autoridades russas têm alertado fortemente contra a medida. Relatórios recentes sugerem que os EUA e seus aliados não estão mais preocupados com o risco de o presidente russo, Vladimir Putin, usar uma arma nuclear em resposta a ataques à Crimeia, com base apenas no fato de que ele não usou uma até agora.

*Dave DeCamp é o editor de notícias do Antiwar.com, siga-o no Twitter @decampdave. Ver todas as postagens de Dave DeCamp

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