segunda-feira, 6 de março de 2023

Idiota e mais outro idiota. Scholz e Macron têm um plano para trazer paz à Ucrânia

Scholz e Macron têm um plano para trazer paz à Ucrânia, mas Putin não consegue parar de rir de tão estúpido, escreve Martin Jay.

Martin Jay* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Scholz e Macron têm um plano para trazer paz à Ucrânia, mas Putin não consegue parar de rir de tão estúpido plano. E por que a Rússia desistiria agora, quando a Europa está em desvantagem?

Hollywood tem um novo ato duplo que pode fazer uma continuação da comédia estrelada por Jim Carey e Jeff Daniels 'Dumb and Dumber'. Emmanuel Macron e Olaf Scholz poderiam facilmente desempenhar esses papéis agora, dada a sua estupidez recente ao tentar reinar com o presidente Zelensky, que recentemente em Londres conseguiu quebrar seu próprio recorde em uma coletiva de imprensa ao vivo por cheirar ou tocar no nariz de uma maneira estranha.

Zelensky é, e sempre foi, o verdadeiro obstáculo quando se trata de iniciar as negociações de paz. E nada mudou muito ultimamente, exceto que Biden está começando a entrar em pânico em Washington, pois está claro que a quantia obscena de dinheiro que foi anteriormente enviada para a Ucrânia vai desacelerar em 2023, em grande parte devido ao congresso agora ter os republicanos controlando o House e uma corrida eleitoral começando. Biden e seus comparsas alertaram Zelensky de que o tempo está se esgotando e que esta última parcela de dinheiro precisa obter resultados reais. O pensamento deles é que, se ele puder obter mais ganhos no campo de batalha, isso o ajudará a negociar mais tarde. O cenário de pesadelo para Biden é que as eleições nos EUA sejam disputadas em uma única questão – a Ucrânia – e que isso restabeleça Trump ou Haley.

Mas é mais um pesadelo para Macron e Scholz, cujo manejo incorreto de Zelensky é risível. Recentemente, esses dois idiotas falaram com Zelensky e o instaram a iniciar negociações de paz com Putin. Sua resposta, segundo a mídia social, foi “não há nada para negociar e ninguém em Moscou com quem negociar..”. Irritado com essa atitude recalcitrante, o pirralho mimado recebeu um incentivo que, quando visto sob uma luz clara, dá aos analistas e observadores uma pista de como o Ocidente conseguiu se rebaixar a esse saco de escorpiões raivosos em primeiro lugar, onde o Ocidente Na verdade, as sanções punem mais os cidadãos da UE do que os russos.

Repressão de greves de Sunak em desacordo com lei de direitos humanos, diz comitê

Comitê conjunto de direitos humanos adverte que o projeto de lei pode violar as obrigações da CEDH.

Andrew McDonald | Politico.eu | # Traduzido em português do Brasil

Londres - O plano de Rishi Sunak para conter greves no Reino Unido pode entrar em conflito com a Convenção Europeia de Direitos Humanos, alertou um comitê multipartidário de direitos humanos.

Diante de uma onda de ações trabalhistas nos últimos meses, o governo do Reino Unido elaborou uma lei que dá aos ministros o poder de exigir níveis mínimos de serviço em certas indústrias, mesmo em dias de greve. Isso significa que alguns trabalhadores seriam forçados a trabalhar por meio de greves ou enfrentariam a demissão.

As leis também facilitariam a demissão de trabalhadores em greve e permitiriam que o governo aplicasse multas pesadas aos sindicatos. Os ministros dizem que a legislação - que será debatida na Câmara dos Lordes na quinta-feira - é necessária para proteger o público de greves no Serviço Nacional de Saúde e outros serviços de emergência.

Mas o comitê conjunto de direitos humanos do parlamento - composto por parlamentares e colegas de vários partidos - disse que os planos "não são justificados e precisam ser reconsiderados".

Em um novo relatório , o comitê alertou que o plano poderia colidir com o Artigo 11 da CEDH, que cobre a liberdade de associação dos trabalhadores.

Os ministros são instados a considerar se “medidas menos severas”, como perda de salário ou suspensão do trabalho para funcionários que não cumprem os avisos de trabalho, poderiam ser mais eficazes.

“O governo precisa pensar novamente e apresentar uma legislação que respeite melhor as proteções garantidas pela Convenção Européia de Direitos Humanos”, disse a presidente do comitê, Joanna Cherry.

Imagem: Plano de Rishi Sunak para conter greves no Reino Unido pode entrar em conflito com a Convenção Européia de Direitos Humanos | Foto Liam McBurney via Getty Images

Portugal | JORNADA DA JUVENTUDE MANCHADA POR HORROR DA IGREJA PEDÓFILA

"Quem é que pode ir, sem horror, assistir à Jornada Mundial da Juventude, como se nada se tivesse passado?"

No Fórum TSF, perante a reação da Igreja relativamente aos nomes dos padres que terão cometido abusos sexuais, Maria João Sande Lemos, do Movimento Nós Somos Igreja, fala num caso que lança uma nódoa sobre todo o clero.

Após a reação da Igreja à lista com os nomes de mais de cem padres suspeitos de terem cometido abusos sexuais, Maria João Sande Lemos, que faz parte do Movimento Nós Somos Igreja, fala em horror e num caso que lança uma nódoa sobre todo o clero, questionando, agora, com que sentimento se pode ir à Jornada Mundial da Juventude.

"Até me custa imenso pensar na Jornada Mundial da Juventude. Depois disto tudo, não são capazes de tomar o partido das crianças? Então o que cá vêm fazer os jovens? Quer dizer, missas, os bispos todos lá em cima, uns que foram encobridores, outros que não. Eu não sei quem é que pode ir, sem horror, assistir àquilo tudo, como se nada se tivesse passado", afirmou, em declarações no Fórum TSF.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, remeteu na sexta-feira eventuais indemnizações às vítimas de abusos sexuais para os seus autores, indiciando que não haverá lugar a indemnizações por parte da instituição.

"Quanto ao apoio às vítimas, a questão das indemnizações é clara, tanto no Direito Canónico, como no Direito Civil. Se há um mal que é feito por alguém é esse alguém que é responsável, para falar de indemnização", afirmou José Ornelas.

O prelado falava, em conferência de imprensa, após a Assembleia Plenária extraordinária, que se realizou em Fátima, dedicada, exclusivamente, à análise do relatório final da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de crianças na Igreja Católica em Portugal, divulgado em 13 de fevereiro.

Portugal, santa pedofilia | O DIABO ESTÁ NOS PORMENORES

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

O livre arbítrio é essencial para a sobrevivência da religião, sem a culpa dos Homens sobraria a culpa de Deus e desmoronava a fé que construíram em seu nome. De igual modo, sem a infinita paciência com que é suposto Deus lidar com a miséria humana, não ficaria pedra sobre pedra neste edifício a que chamamos Igreja Católica Portuguesa. É hoje muito evidente que se confrontam duas visões muito distintas do que deve ser a Igreja. Os conservadores que não gostam de Francisco são também os que não querem uma Igreja transparente, os que se recusam a aceitar que a sua organização religiosa não carregando o pecado do mundo, tem de ser capaz de se responsabilizar pelos seus pecados.

Não se pede uma caça às bruxas, nem a culpa determinada por um dedo apontado, mas não é muito difícil determinar as condições em que um padre deve ser suspenso das suas funções e afastado do contacto com os mais jovens. Por exemplo, se o mesmo padre é apontado por mais do que uma vítima, em testemunhos separados, deve obrigatoriamente ser suspenso. É uma medida de coação que não o torna automaticamente culpado, mas defende as vítimas e diminuiu a probabilidade de haver novas vítimas.

Duas semanas depois de ter recebido o relatório da Comissão Independente, a Igreja ainda anda aos papéis. Não para encontrar a melhor forma de confortar as vítimas e fazer justiça, mas com a preocupação de salvaguardar a posição dos seus abusadores e encobridores. A conferência de imprensa que se seguiu ao plenário da Conferência Episcopal Portuguesa é toda ela um tratado. Desde a incapacidade de determinar de forma clara o que vai ser feito pelas vítimas (para lá do memorial), passando pela falta de correspondência entre a preocupação pelas vítimas que era afirmada e o descartar de responsabilidades enquanto instituição no interior da qual se cometeram os crimes, e acabando com um passar de culpas à Comissão Independente por não ter entregado uma lista de nomes acompanhada das provas que indiciam a culpa.

Parece humor negro (sem piada nenhuma, diga-se) a frase de D. José Ornelas afirmando que à Diocese das Forças Armadas não foi indicado nenhum caso de abuso sexual de menores, "até porque não tem crianças". É apenas um pormenor, mas a Igreja continua a mostrar a mais profunda falta de empatia pelas vítimas. Não chega começar os comunicados com referências às vítimas, anunciando memoriais, grupos indeterminados para prosseguir os trabalhos da comissão e depois deixar ficar os suspeitos no ativo ou antecipar a recusa do pagamento que qualquer indemnização. Serão apenas pormenores?

P.S. Entre as soluções para acabar com os abusos sexuais de menores no seio da Igreja, continua a ser apontado o fim do celibato entre os padres. Esquecem os que apontam este caminho que entre os abusadores também há homens e mulheres casados. É admissível que se olhe para os abusadores como pessoas que também precisam de ajuda, sem que se esqueça que devem pagar pelos crimes cometidos. E o celibato não deve ser imposto, é claro, mas convém não confundir a beira da estrada com a estrada da Beira. Os que tanto insistem em falar no celibato estão, também eles, a mostrar maior preocupação com os abusadores que com as vítimas.

*Jornalista

Portugal | O TIRA-TEIMAS

Henrique Monteiro | Henricartoon

DE OLHOS BEM ABERTOS

Margarida Cardoso, jornalista | Expresso (curto)

Bom Dia!

Bem-vindo a mais um Expresso Curto, 104 anos depois do Governo da I República lançar a política de habitação social, com a construção de bairros operários na margem sul do Tejo

Era uma vez um empresário que queria inovar e criar um novo material para fazer solas inspirado nas pipocas ou nas claras em castelo. Começou a trabalhar a sua ideia com o Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (Universidade do Minho), mas quando precisou de equipamento de raiz para dar o passo seguinte e concretizar a experiência, foi forçado a recorrer a um produtor asiático.

“Tive de ir à Ásia para encontrar um fabricante disposto a investir na nova tecnologia”, assume Pedro Castro, da Aloft, empresa de Vila do Conde especializada em componentes e calçado, protagonista desta história de dependência asiática na inovação.

Pode até ser uma dupla dependência, no equipamento e na produção da própria matéria-prima: Os alemães da BASF, potenciais parceiros no fabrico do Eblast, que promete reduzir o consumo de matéria-prima através do princípio da hiper expansão, um pouco à semelhança do que acontece com o milho das pipocas ou as claras batidas em castelo, já fizeram saber que querem colocar a produção na Ásia por ser lá que estão as grandes fábricas de calçado desportivo suas clientes.

De olhos bem abertos na hora de colaborar com a Ásia, Pedro Castro procura, mesmo assim, “manter alguns trunfos em casa”. “Dissemos ao fabricante que queremos os sinais eletrónicos abertos. É a forma de concluirmos o projeto em Portugal e preservarmos algum conhecimento dentro de portas”, conta ao Expresso.

O jornal The Guardian fala do mesmo tema noutro ângulo, num artigo revelador da forma como o Ocidente está a perder a corrida tecnológica para a China, já à frente dos EUA “em quase todos os campos”. Um estudo do Australian Strategic Policy Institut indica que até em áreas como os nanomateriais ou a biologia sintética, a China está a “posicionar-se como a principal superpotência científica e tecnológica do mundo”.

Mas não era precisamente pela inovação que o Ocidente poderia manter uma vantagem competitiva face à concorrência da China e da Ásia em geral? “Quando deixamos de ter indústria, deixamos de ter inovação. Dizer que não temos indústria, mas vamos inovar é uma ideia sem futuro. Por isso é tão importante reindustrializar a Europa. É a única forma de não perdermos o pouco que ainda temos por cá”, responde Mário Jorge Machado, presidente da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.

“Se este processo de intenções demorar muito a ser concretizado, perdemos a indústria que ainda temos e perdemos a capacidade de inovar, como já está a acontecer nas baterias ou nos produtos químicos”, sustenta.

Não é por acaso que a China, a segunda maior economia do mundo, atrás dos EUA, “já é o país com mais patentes registadas em 2021 e 2022”, confirma José Conde Rodrigues, presidente do Movimento Europeu em Portugal. E a Europa, “a pouco e pouco vai ficando ofuscada. Nesta primeira metade do século XXI, está a perder capacidade até na inovação, o que significa perder autonomia estratégica e ficar, cada vez mais, na sombra do desenvolvimento”, diz ao Expresso o autor do artigo de opinião “China, o abraço da serpente”, onde defende que o país de Xi Jinping sabe usar “o abraço lento da serpente, o tempo longo da sua história, para atacar as vítimas sem que estas sintam a aproximação do fim”.

Da China, da sessão anual da Assembleia Popular Nacional e a Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, chegaram este fim-de-semana algumas mensagens em números e não só sobre o futuro próximo: as despesas militares vão aumentar 7,5%, a oitava subida consecutiva do segundo maior orçamento militar do mundo, a meta para o crescimento do PIB este ano é de 5% e Pequim vai lutar “resolutamente” contra a “independência” de Taiwan, “em prol da reunificação da pátria”. Xi Jinping foi claro no apelo para o país acelerar o seu desenvolvimento científico e tecnológico e garantir maior autossuficiência. “Para abrir novas áreas de desenvolvimento e promover novos motores de crescimento e pontos fortes frente à feroz competição internacional, a China deve confiar na inovação científica e tecnológica”, sustenta o presidente chinês, citado pelo The Guardian.

Golpes sobre golpes - Ex-Presidente da República Centro-Africana exilado em Bissau

O antigo Presidente da República Centro-Africana (RCA), François Bozizé, está exilado em Bissau a pedido da Comunidade de Estados da África Central (CEMAC), avançaram fontes do Governo guineense.

François Bozizé, 76 anos, chegou a Bissau na passada quinta-feira (02.03), num voo especial, oriundo do Chade, onde se encontrava desde 2021,.

Fontes do Governo guineense precisaram que vários países africanos intercederam junto do presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que aceitou dar asilo à Bozizé "por razões humanitárias".

As mesmas fontes indicaram à Lusa que Bozizé se encontra a viver numa casa no centro de Bissau.

Ex-Presidente exilado

De acordo com vários analistas, Bozizé, cristão, estava a liderar, a partir do Chade, uma coligação de rebeldes que tentam derrubar o atual regime na RCA, liderado por Félix Archange Touadera.

Bozizé governou a RCA desde 2003, quando derrubou Ange Felix Parasse, num golpe de Estado, até ser também derrubado num outro golpe, por rebeldes comandados por Michel Diottadi, um muçulmano, em 2013.

Desde aquela altura que a RCA, um dos países mais pobres do mundo, está mergulhado em crises e tentativas de golpe, com Bozizé suspeito de ser um dos principais desestabilizadores.

Portugal e outros países integram uma força de capacetes azuis das Nações Unidas, MINUSCA, que tenta manter a paz naquele país.

Deutsche Welle  | Lusa

SAÚDE E EDUCAÇÃO EM GREVE NA GUINÉ-BISSAU

Setores da saúde e educação guineenses paralisam esta semana, acusando o Governo de "falta de interesse" na resposta às suas reivindicações. Pagamento de dívidas e efetivação de novos ingressos estão entre as exigências.

A Frente Social da Guiné-Bissau, que junta os sindicatos da saúde e da educação, inicia uma greve de uma semana esta segunda-feira (06.03), perante a "falta de interesse" do Governo para resolver as reivindicações daqueles setores.

Os quatros sindicatos, dois do setor da saúde e dois do setor da educação, decidiram avançar para a greve até sexta-feira, porque, apesar das discussões e da mediação de uma organização de mulheres, o "Governo de iniciativa presidencial, liderado por Nuno Gomes Nabiam, não voltou à mesa negocial".

Contactado pela agência Lusa na sexta-feira, o porta-voz da Frente Social e presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins da Guiné-Bissau, Yoyo João Correia, disse que a greve, cujo pré-aviso foi entregue ao Governo no início de fevereiro, se mantém, porque o Executivo continua sem dialogar.

Falta de consenso

Na última paralisação, em novembro, o porta-voz da Frente Social já lamentava a falta de consenso entre os sindicatos e Governo e apelava à negociação. Em entrevista à DW, Yoyo Correia reiterava que "os pontos constantes do caderno reivindicativo [dos trabalhadores] são essenciais", mas deixava a ressalva: a equipa negocial dos sindicatos é "flexível".

Os funcionários dos setores da saúde e educação reivindicam, entre dezenas de pontos, o pagamento de dívidas, a efetivação de novos ingressos, a aprovação de estatutos de carreira dos profissionais de diagnóstico e terapêutica ou resolução de irregularidade na aplicação do Estatuto de Carreira Docente.

Deutsche Welle | Lusa

Angola | A INJUSTIÇA DAS ORDENS SUPERIORES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Dr. São Vicente é um inocente preso e um condenado sem provas. Isto faz dele preso político do mobutismo reinante. Na prisão de Viana todos sabem que ele é um “preso especial”. Mas ninguém sabe explicar por que razão é “especial”. É difícil perceber que no Estado Democrático e de Direito alguém seja acusado sem provas. E é ainda mais incompreensível que um colectivo de magistrados judiciais condene com base em fantasias e invenções. Isso não é Justiça. É barbárie, vingança e inveja.

O Dr. São Vicente está com cinco meses de excesso de prisão preventiva. Quem dá as “ordens superiores” quer mantê-lo preso a todo o custo. A situação é ilegal e injusta mas em Angola ninguém diz nada: Nem Comunicação Social, nem Nações Unidas, nem ONG, ninguém. Como se fosse normal manter um dos maiores investidores angolanos ilegalmente preso durante tanto tempo.

Ainda não perceberam que manter o Dr. São Vicente como refém não produz o que querem? Ainda não entenderam que os inocentes não são culpados? O Dr. São Vicente só está preso porque quem devia ser independente e isento aceitou cumprir “ordens superiores” e prendeu um cidadão angolano que pouco tempo antes, a Procuradoria-Geral da República declarou não ser suspeito de nada nem ter cometido qualquer crime. Ordens ilegítimas e ilegais levaram obedientes a acusar um inocente. Ordens ilegais, ilegítimas, abusivas, ditatoriais. Sem as “ordens superiores” o Dr. São Vicente nunca seria condenado!

Estão todos entretidos com os escândalos da Justiça. Mas ninguém fala dos escândalos das “ordens superiores” nem de quem dá as “ordens superiores” e depois se esconde. No regime democrático e no Estado de Direito nada é mais grave do que o titular de um órgão de soberania violar a separação de poderes. Ordens atrás de ordens ilegítimas e ilegais estão a demolir o Poder Judicial que é a trave mestra da democracia. O maior escândalo que estamos a viver é fazer dos Tribunais, repartições do Palácio da Cidade Alta e dos magistrados judiciais criados às ordens do titular de um órgão de soberania que impõe a sua vontade ditatorial aos outros órgãos de soberania. 

Além do peculato de que foi acusado e condenado apesar de ter provado ser inocente quando a PGR que o acusou não provou nada, o Dr. São Vicente foi também acusado de fraude fiscal e de branqueamento de capitais. Também aqui a PGR só acusou e não provou nada. Porque a acusação foi ditada por “ordens superiores”. Pelo dono. Pelo patrão.

Desculpem a linguagem mais técnica mas tem que ser. A legislação que prevê e pune a fraude fiscal é a Lei nº 3-14 de 10 de Fevereiro. E aqui começa a batota. A lei não pode ser aplicada ao período anterior a 10 de Fevereiro de 2014. Ora a AAA Seguros deixou de operar como líder do Co-Seguro das actividades petrolíferas em Março de 2016. Logo a lei seria aplicável apenas a dois anos (Fevereiro de 2014 a Março de 2016). Mas não foi isso que a PGR fez. A PGR viu fraude fiscal de 2001 a 2022! Por “ordem superior” a lei é retroactiva para a AAA. Depois inventaram números à toa!

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