segunda-feira, 24 de abril de 2023

Portugal | 25 de Abril de 1974 - A REVOLUÇÃO NÃO FOI ASSIM TÃO BRANDA

O novo livro do historiador António Araújo, Morte à PIDE!, regressa ao 25 de Abril de 1974 e à sede da polícia política para lançar a pergunta: foi mesmo uma revolução branda, sem sangue? E os cinco mortos daquele dia? E que destino tiveram os agentes daquela força?

Tornou-se um lugar-comum descrever o 25 de Abril de 1974 como uma revolução sui generis, sem derramamentos de sangue nem violências. O carácter pacífico dos acontecimentos revolucionários teve mesmo expressão simbólica nas flores postas por soldados e populares nos canos das espingardas que se mantiveram silenciosas durante todo o golpe militar. A imagem da "revolução dos cravos" correu mundo. Dois jornalistas espanhóis diriam que Portugal passou de "um lugar de escravos a uma pátria de cravos". Tratou-se de uma "branda revolução", observará, dez anos mais tarde, Willy Brandt.

O historiador Kenneth Maxwell afirmava ter sido "uma revolução asseada"; mas, cauteloso, não deixou também de avisar que "as flores murcham depressa". Nas páginas do suíço Le Courrier escrevia-se que "o golpe de Estado que ontem se viveu em Portugal não tem igual nos anais da história". A Time, por seu turno, falou num golpe "quase sem derramamento de sangue" e a Newsweek num "cavalheiresco golpe de Estado em Portugal", sublinhando que "mal se disparou um tiro". Pese a diferença da forma, o que diziam estas prestigiadas publicações norte-americanas pouco diferia do que escreveu, por essa altura, uma criança portuguesa de 11 anos, Custódio Joaquim da Silva, numa redacção intitulada "Como eu vejo o 25 de Abril":

"O 25 de Abril tem cravos vermelhos nas espingardas.
Não ouvi tiros.
Toda a gente estava contente.
Eu não quero que se acabe o 25 de Abril."  (continua)

Ler completo em Página Global,  AQUI

Portugal | QUEM ODEIA A DESGRAÇA... ODEIA A QUEM DEGRAÇOU -- Ary dos Santos

Abril 74: Terra da Fraternidade, em Cada Esquina um Amigo, em Cada Rosto Igualdade

Angola | CONFISSÕES DO FAXINA DE MOBUTU – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

Rafael Massanga Savimbi é filho do criminoso de guerra Jonas Malheiro Sidónio que adoptou o pseudónimo de Savimbi (pai da morte, cadáver). Todos gostaram muito do acrescento ao nome de baptismo mas isso é lá com eles. O rebento publicou um texto onde recorda o seu primo agora falecido e ao qual chama “Araújo Savimbi Pena”. Mas o defunto assinava Araújo Kacyke Pena. 

O texto é muito importante porque Rafael revela este relato do seu primo Kacyke: “depois de alguns dias de relativa acalmia na base onde se encontravam, as unidades das Forças do Governo atacaram-lhes de surpresa e o tiroteio se fazia exactamente em direção aos aposentos provisórios do Pai e na azáfama tudo o que conseguiu foi dizer: Oh Pai parta agora daqui….Oh Malan tirem o Pai daqui…… e ainda viu o Pai a correr evacuado e protegido pelo seu reduto de guarda-costas que lhe foram fiéis até a morte”.

O Rafael Massanga ainda não sabe que as “Forças do Governo” eram duas instituições nacionais que têm a responsabilidade de garantir a defesa e segurança dos angolanos: Polícia Nacional e Forças Armadas Angolanas. Ficava-lhe bem nomeá-las. Quanto mais não seja para provar que é angolano e já nada tem a ver com aas forças estrangeiras que o criminoso de guerra Jonas Savimbi serviu, nomeadamente os racistas da África do Sul.

O primo do defunto que ainda não conhece a Polícia Nacional e as Forças Armadas Angolanas revela mais um pormenor importantíssimo citando o defunto Araújo Kacyke Pena, quando as forças nacionais de defesa e segurança atacaram o covil da rebelião armada:

 “Na refrega do fogo cruzado a tentar salvar um dos últimos telefones satélites, Kacyke cai e é capturado juntamente outros companheiros por homens sob o comando de um oficial de nome “ Valentía” que tinha sua fotografia em mãos (sinal de que o oficial dispunha de informação classificada e actualizada do teatro onde estava a operar). Feito prisioneiro, foi interrogado vezes sem conta para ver se sabia do paradeiro do tio, e de forma corajosa como nos filmes, respondeu firmemente que há muitos meses que não tinha visto seu tio”.

Kacyke foi ferido e feito prisioneiro. As forças de segurança salvaram-no. Como salvaram tantos outros. Um deles, Abel Chivukuvuku, estava gravemente ferido. Corria o risco de perder uma perna. Ficou inteiro e está vivo. Mas já se esqueceu dos seus salvadores. Ou Alcides Sakala que estava moribundo na mata e foi salvo pelas FAA. Também já esqueceu os seus salvadores e continua traidor como sempre.

Angola | Inocência Pinto foi nome mais votado para PGR angolana, seguido de Pitta Gróz

Os resultados do sufrágio foram apresentados pelo presidente da Comissão Eleitoral do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público (CSMMP), Arcanjo Custódio, que anunciou os três candidatos aos cargos de procurador-geral da República e de vice-procurador-geral da República, que irão ser apresentados ao Presidente da República.

Dos 10 pré-candidatos aprovados pela Comissão Eleitoral um acabou por desistir, informou o mesmo responsável, indicando que a desistência foi "voluntária" e "não houve qualquer tipo de pressão física e moral".

Entre os nomes admitidos, encontrava-se o atual procurador-geral, Pitta Gróz, que tinha renunciado ao cargo em dezembro de 2022, mas acabou por se recandidatar para "total surpresa" dos seus pares que conheceram a decisão poucas horas antes da Comissão Eleitoral aprovar os nomes para o provimento destes cargos, na sexta-feira.

Caberá agora ao Presidente da Republica escolher, de forma discricionária dois nomes, um para procurador-geral e outro para vice-procurador, o que significa que o mais votado poderá não ser o escolhido do Presidente da República, João Lourenço.

Angola | AS MARCAS DA LIBERTAÇÃO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

Virgílio de Fontes Pereira fez um discurso na Assembleia Nacional que devia ser distribuído porta a porta em todo o país. Porque ia dar de comer a quem está faminto de esperança. De acreditar. De encarar o futuro com esperança. Quando temos fome é preciso que alguém nos dê uma palavra de solidariedade. O líder do grupo parlamentar do MPLA deu ao país essa palavra. Quando vivemos atazanados pela pobreza precisamos que alguém nos dê uma mão para sairmos da exclusão. Essa mão foi dada pelo deputado Virgílio de Fontes Pereira. Agora todos sabemos que o MPLA regressou a casa. O MPLA é de novo o povo.

O amplo movimento que juntou todos os que lutavam pela Independência Nacional, nos anos 50, deixou uma marca indelével logo nos primeiros passos da sua vida. Enxotou o medo. Ensinou-nos que só tínhamos a perder as correntes de escravos. Aos que eram privilegiados, ensinou que só teriam dimensão humana se encostassem a pele ao chão na luta pela liberdade do Povo Angolano. Caso contrário seríamos sempre agentes ou apoiantes do colonialismo, o mais grave crime que alguma vez foi cometido contra a Humanidade. Digam agora quem mais deixou tão profunda marca na História de Angola.

O amplo movimento, liderado por patriotas da dimensão de Ilídio Machado ou Mário Pinto de Andrade, juntou no seu seio estivadores, serventes, médicos, engenheiros, cantineiros, estudantes, enfermeiros, camponeses do algodão e do café, privilegiados e deserdados, justiçados e injustiçados, pobres e ricos. Digam agora que outra organização política deixou uma marca tão profunda de unidade na luta pela liberdade.

O amplo movimento, ciente da sua força imparável e invencível, disse às autoridades coloniais que tinha chegado a hora da Independência Nacional. A resposta foi brutal. Os dirigentes e militantes do amplo movimento foram forçados ao exílio ou enclausurados nas masmorras. Sem querer, os colonialistas multiplicaram cada patriota por mil. Chegou aquele por quem esperávamos, levando a cada cubata, a cada tugúrio, a cada oficina, a cada plantação, a cada casa, a cada escritório, a sagrada esperança na Luta Armada de Libertação Nacional. Agostinho Neto chegou. Na História Universal nenhum outro dirigente político deixou o perfume da Poesia na libertação de um povo. Mais ninguém no mundo tem essa marca.

O MPLA criou o Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA). Nas suas fileiras encontraram-se, de armas na mão, camponeses e operários, estudantes e analfabetos, deserdados, remediados e até ricos. Todos unidos na causa pela liberdade. Todos lutando pelo Povo Angolano. Os militantes do MPLA levaram a luta armada ao Norte e ao Leste. Lutaram clandestinamente nas cidades. Morreram em combate. Apodreceram nos campos de concentração e nas prisões. Nenhum partido político no mundo deixou essas marcas de coragem e abnegação.

África | Sudão lutando em seu 10º dia: uma lista dos principais eventos

Batalhas violentas no Sudão desencadearam operações para evacuar cidadãos estrangeiros e funcionários da embaixada por terra, ar e mar.

Al Jazeera* | # Traduzido em português do Brasil

Aqui está a situação na segunda-feira, 24 de abril de 2023:

- De acordo com relatos locais, a segunda-feira começou como um dia tranquilo em Cartum, com os países estrangeiros correndo para evacuar seus nacionais.

- As batalhas têm ocorrido na região oeste de Darfur, onde o grupo de ajuda Médicos Sem Fronteiras disse que seus médicos na cidade de El Fasher ficaram "sobrecarregados" com o número de pacientes com ferimentos de bala, muitos deles crianças.

- Em outros combates, o Exército disse ter repelido um ataque do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido à prisão de Kober, em Cartum, onde o governante de longa data do Sudão, Omar al-Bashir, e ex-oficiais de seu movimento estão detidos desde sua deposição em 2019.

Civis e vítimas

- Mais de 420 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas desde o início dos combates em 15 de abril, segundo dados da ONU.

- Alguns hospitais foram bombardeados e outros saqueados, deixando mais de dois terços dessas instalações médicas em Cartum e nos estados vizinhos “fora de serviço”, disse o sindicato dos médicos.

- A Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional disse que está aumentando a assistência às pessoas presas entre as facções em guerra.

- O Sudão experimentou um “colapso quase total” do serviço de internet e telefone no domingo, de acordo com o serviço de monitoramento NetBlocks.

Dezenas de mortos em ataque em Burkina Faso perto da fronteira com Mali

A violência mais recente ocorre quando os líderes militares do país intensificam os esforços para reprimir uma revolta que já matou milhares.

Al Jazeera* | # Traduzido em português do Brasil 

Cerca de 60 civis foram mortos em um vilarejo no norte de Burkina Faso, de acordo com o promotor local, que anunciou uma investigação sobre o ataque.

Citando informações da polícia da cidade de Ouahigouya, o procurador Lamine Kabore disse que o ataque ocorreu na sexta-feira na aldeia de Karma, perto da fronteira com o Mali.

O comunicado disse que os perpetradores usavam uniformes das forças armadas de Burkina Faso, mas não deu mais detalhes sobre o ataque.

“Os feridos foram evacuados e estão sendo atendidos em nossas unidades de saúde”, disse Kabore à agência de notícias AFP, acrescentando que os perpetradores “levaram vários bens”.

EUA | SNOWDEN E TEIXEIRA

O comportamento do The New York Times e do Washington Post  no caso atual envolvendo documentos secretos é realmente chocante. Em contraste com 10 anos atrás, eles agora veem sua missão como servir ao estado de segurança, não ao conhecimento público.

Craig Murray* | CraigMurray.org.uk | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Dez anos atrás, o WikiLeaks ajudou Edward Snowden a escapar e publicar suas revelações no The Intercept , Guardian , New York Times e outros. 

Em 2023, Jack Teixeira é  rastreado  pela frente de serviço secreto do Reino Unido Bellingcat em conjunto com o The New York Times e, em paralelo com o The Washington Post , não para ajudá-lo a escapar ou ajudá-lo a publicar ou contar às pessoas seus motivos, mas para ajudar a prisão do estado ele. 

Esses veículos acessaram um cache de pelo menos 300 documentos secretos adicionais ao fazê-lo - e os mantiveram em segredo, com exceção de alguns trechos que encaminham principalmente a narrativa oficial do estado.

O contraste com 10 anos atrás conta uma verdade muito real e gritante. A ideia de que a mídia legada de alguma forma serve à verdade ou ao interesse público está agora completamente enterrada. A mídia legada serve ao estado e o estado serve aos bilionários.

O WikiLeaks está agora tão paralisado por ataques às suas finanças, pessoal e logística que está quase inoperável. O equipamento de propaganda Bellingcat foi concebido como uma forma de combatê-lo, produzindo material com o frisson de acesso secreto, mas na verdade como uma saída para os serviços de segurança. Uma quantidade surpreendente de “opinião liberal” cai nessa.

TODOS OS IMPÉRIOS SÃO MORTAIS, O “IMPÉRIO DOS EUA” TAMBÉM

Thierry Meyssan*

Na semana passada, eu interrogava-me sobre a realidade da rivalidade entre os Estados Unidos e a China. Talvez a « armadilha de Tucídides » não seja mais que uma cortina de fumo que mascara a desintegração iminente do « império americano ». No presente artigo, eu resumo o seu percurso, o qual os Ocidentais não apreenderam, e apelo à reflexão naquilo que poderá advir quando ele tiver desaparecido.

URSS afundou-se sobre si própria, não a partir da guerra do Afeganistão (1979-89), mas a partir da catástrofe de Chernobyl (26 de Abril de 1986). De repente os Soviéticos deram-se conta que o Estado já não dominava a situação. Os membros do Pacto de Varsóvia, que Leonid Brejnev havia tornado vassalos, revoltaram-se. As Igrejas, as Juventudes Comunistas e os Gays da Alemanha de Leste fizeram cair o Muro de Berlim [1]. Não apenas a URSS não reagiu, como abandonou os seus aliados fora da Europa, nomeadamente Cuba. O Primeiro Secretário do partido, Mikhail Gorbachev, transformou-se de reformador em liquidatário. A URSS implodiu, criando muitos novos Estados independentes. Depois foi a descida aos infernos. Alguns « Russos Novos » apropriaram-se dos bens colectivos e encetaram uma guerra à metralhadora nas ruas de Moscovo (Moscou-br) e de São Petersburgo. A produção colapsou. Tornou-se difícil encontrar comida em muitas regiões russas. Numa quinzena de anos a esperança de vida caiu brutalmente. A queda foi tão brutal que ninguém teria pensado então que o país se ergueria rapidamente.

Simultaneamente, os Estados Unidos imaginam o que poderiam fazer sem rival. O Presidente George H. Bush Sr dirigindo-se ao Congresso, reunido em sessão solene em 11 de Setembro de 1990, lança a ideia de uma «Nova Ordem Mundial». Ele acaba de encenar uma guerra no Golfo à qual quase todos os Estados do mundo se juntam. Antes mesmo da dissolução da URSS, os Estados Unidos tornaram-se a hiperpotência que ninguém contesta [2]. O straussiano Paul Wolfowitz elabora uma doutrina visando prevenir a emergência de um novo competidor, que poderia ocupar o lugar da União Soviética. Sem hesitar, ele designa o projecto político de François Mitterrand e de Helmut Köhl, a União Europeia, como o inimigo a abater. Esta é minada, desde o início, com a obrigação de incluir todos os Estados do Pacto de Varsóvia e da antiga URSS até que as suas instituições se tornassem incapazes e a inscrição no Tratado de Maastricht da defesa da UE por Washington.

Portugal | ULTRAPASSAGEM PELA DIREITA

Henrique Monteiro | Henricartoon

Portugal - Sondagem | PSD ultrapassa PS, mas só há maioria à Direita com o Chega

Rafael Barbosa | Jornal de Notícias

Sociais-democratas crescem à custa dos Liberais e Chega mantém terceiro lugar. Socialistas perdem 13 pontos face às legislativas.

O PSD de Luís Montenegro (28,6%) ultrapassou o PS de António Costa (28,3%). São escassas três décimas, num cenário em que os socialistas também estancam as perdas e até registam uma pequena recuperação face a janeiro passado. De acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, o Chega mantém-se num sólido terceiro lugar (12,1%). Bem mais para baixo surge o BE (6,3%), que ultrapassa a Iniciativa Liberal (6,1%). Segue-se o PAN (4,5%), que parece ressurgir das sombras, ao contrário da CDU (3,5%), que se afunda um pouco mais. Fecham a tabela o Livre (2,7%) e um agonizante CDS (1,3%)

A sondagem dá indicações contraditórias sobre a capacidade de Luís Montenegro de conduzir o PSD à vitória nas legislativas (que, por enquanto, são virtuais). Se compararmos com a última pesquisa da Aximage, em janeiro passado, os sociais-democratas crescem quase quatro pontos percentuais (copo meio cheio). No entanto, se a comparação se fizer com as últimas eleições legislativas, ainda está meio ponto abaixo (copo meio vazio).

QUAL É A ALTERNATIVA?

São, igualmente, duvidosas as conclusões que se podem retirar relativamente à construção de uma alternativa. Se utilizarmos a terminologia que Marcelo Rebelo de Sousa impôs no espaço público, é certo que existe uma alternativa aritmética à Direita. Somados os resultados do PSD, do Chega, da Iniciativa Liberal e até do CDS, daria 48 pontos percentuais, mais do que suficiente para uma maioria parlamentar. Até porque a Esquerda (PS, BE, CDU e Livre) só ficaria umas décimas acima dos 40 pontos.

A situação é bem diferente quando se fazem as contas a uma alternativa política (ou seja, na terminologia do presidente-comentador, sem a extrema-direita do Chega): o resultado conjugado de PSD, Liberais e CDS seria de 36 pontos percentuais (os mesmos que em janeiro passado, uma vez que os ganhos do PSD são equivalentes às perdas da IL). Mas talvez seja importante começar a olhar para o PAN, o partido que diz que não é de Esquerda nem de Direita. Aqui somados, já daria para ultrapassar os 40 pontos.

Portugal | ADMITAM QUE SÓ NÃO QUEREM CELEBRAR ABRIL

Ano após ano há, à direita, quem crie uma polémica em torno das celebrações da Revolução de Abril. Há sempre alguma coisa errada com o dia. Após tantas sucessivas polémicas, o problema não são as celebrações, mas sim o que se celebra.

AbrilAbril | editorial

À mínima questão dá-se a exacerbação do que retira do foco o que se devia discutir e centra-se o acessório. A acção política definida somente com base na espuma dos dias tem esse objectivo e a direita, à boleia de uma comunicação social que não se imiscuindo de uma agenda própria veicula determinadas agendas, tem o suporte e plataforma para colocar em marcha os seus objectivos. As celebrações da Revolução de Abril são a prova do algodão que, de facto, não engana.

Que se analisem os vários exemplos nos últimos anos. Foi a sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República, foram os desfiles na Avenida da Liberdade enquadrados nas comemorações populares da Revolução, é agora a vinda do Presidente da República Federativa do Brasil a Portugal que terá enquadramento institucional. Tudo isto serviu e serve para manchar as celebrações da Revolução, para impedir que se discuta o valor do dia que derrubou o fascismo. Tanta polémica não é em vã, tem um claro objectivo.

Dos que instrumentalizam pequenas questões e as amplificam, a táctica requentada traduz objetivos de fundo. Nunca a afirmar o valor do dia, somente o valor da polémica, nunca os vimos a exaltar os valores democráticos, somente o lateral e supérfluo e isso apenas porque não querem e não respeitam o dia que deu corpo ao sonho da liberdade. 

Portugal | ONDE ESTÁS APÓS 25 DE ABRIL DE 1974? À ESPERA DA NOVA REVOLUÇÃO!

CRAVO MURCHO, CRAVO MURCHO, DIZ-NOS QUANDO FLORESCES E DEIXAS DE SER EFÉMERO

A 24 de Abril de 1974 o tio Balsemão de Bilderberg Impresa estava a esfregar as mãos num prédio de Lisboa, ali ao Marquês de Pombal, na Rua Duque de Palmela com a Rua Castilho. Era Abril mas estava friote (fresco, como sói dizer-se em português do bom e do melhor). 

O salazarismo-nazi-fascista ia cair sobre o padrinho do atual presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, um tal professor Marcelo Caetano das “conversas em família” que objetivava perdurar a ditadura fascista e empatar a revolução e a liberdade democrática. Tio Balsemão e os Marcelos tudo farinha do mesmo saco. Os enfarinhados começaram a aparecer muito democráticos e a botar faladura, dizendo-se regozijados pelo derrube do salazarismo fascista dos 48 anos transactos. Balelas. Esses eram onde estavam no 25 de Abril de 1974, pendurados e expectantes para tomar o poder e travar a revolução. Conseguiram, ao longo de quase 50 anos a vitória foi certa… Assim é cada vez mais na atualidade. Portugal ruma repelentemente cada vez mais à direita nazi-fascista.

Tendo por engodo o engano, esses tais que  conseguiram vindo até aos dias de hoje avacalhando a democracia a seu modo e conveniências, apertando os gasganetes à democracia de facto e popular, ao poder popular, locupletando-se com o poder usando argumentos maviosos carregados da palavra povo mas pensando em escravos que lhes garantissem e garantem a obesidade das suas contas bancárias, dos bens adquiridos por via de negociatas dúbias, de corrupções, de roubos consentidos. Eles são os imoralmente muito ricos e ultra ricos, o povo de então - como o de antes - e de agora são os pobres, os trabalhadores, os emigrantes, os despojados das riquezas que produzem para usufruto de somente uns quantos sem-vergonha e sem um pingo de humanidade distribuírem por entre eles, um grupo restrito. Democracia? Que democracia? Desigualdades gritantes, exploração esclavagista, mentiras às toneladas, propalação de ilusões etc, etc. Desonestidades permanentes e revoltantes que nos conduzem a concluir como logo após meses do 25 de Abril de 1974 passamos a ficar de plantão à espera da nova revolução.

A seguir o Curto do tio Balsemão Bilderberg Impresa, um entre uns quantos “democratas” saídos do ninho da contenção à liberdade, justiça e democracia de facto a que em Portugal e no mundo os povos anseiam mas de que se esquecem ou não sabem por isso lutar. É o que está à vista por todo o mundo e em Portugal também. Por isso aqui se exclama por vezes: “abram os olhos mulas!” Porque são as mulas que carregam o peso do mundo na totalidade. Como na totalidade esperam a nova revolução.

O Curto. Vá ler. Do mal o menos.

MM | PG

EUA | Biden DOJ indicia quatro americanos por liberdade de expressão 'armada

Cidadãos americanos estão sendo processados ​​por discursos e atividades políticas que não se alinham com os desejos do governo.

Caitlin Johnstone* | CaitlinJohnstone.com | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

O Departamento de Justiça do governo Biden acaba de acusar quatro membros do Partido Socialista do Povo Africano (APSP) por conspirar para agir como agentes da Rússia usando discurso e ação política de maneiras que o DOJ diz que “armaram” os direitos da Primeira Emenda dos americanos.

O Washington Post  informa:

“As autoridades federais acusaram quatro americanos na terça-feira de papéis em uma campanha maligna de propaganda pró-Kremlin na Flórida e no Missouri – expandindo um caso anterior que acusou um agente russo de operar agentes de influência ilegal nos Estados Unidos”.

O FBI sinalizou seu interesse nas supostas atividades em uma série de batidas no verão passado, momento em que as autoridades acusaram um moscovita, Aleksandr Viktorovich Ionov, de trabalhar durante anos em nome de funcionários do governo russo para financiar e dirigir grupos políticos marginais nos Estados Unidos. Estados. Entre outras coisas, Ionov supostamente assessorou as campanhas políticas de dois candidatos não identificados a cargos públicos na Flórida.

Os esforços de influência de Ionov foram supostamente dirigidos e supervisionados por oficiais do FSB, um serviço de inteligência do governo russo.

Agora, as autoridades acrescentaram acusações contra quatro americanos que supostamente seguiram as ordens de Ionov por meio de grupos como o Partido Socialista do Povo Africano e o Movimento Uhuru na Flórida, Black Hammer na Geórgia e um grupo político não identificado na Califórnia - parte de um esforço para influenciar a política americana.”

A Índia está introduzindo um modelo exclusivo de desdolarização

Todas as exportações do parceiro menor em um determinado par serão desdolarizadas, enquanto o parceiro maior as igualará com suas próprias exportações. Essa política pragmática garante que haja moeda nacional suficiente em circulação para atender às suas necessidades comerciais bilaterais mínimas, ao mesmo tempo em que mantém uma quantidade confortável de dólares circulando para facilitar seu comércio com outros países que ainda se sentem mais confortáveis ​​usando o dólar.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Índia e Bangladesh concordaram em desdolarizar parcialmente seu comércio de acordo com um modelo único que pode se tornar o padrão global no futuro próximo. Todos os US$ 2 bilhões de especialistas de Bangladesh para a Índia serão desdolarizados, enquanto a Índia igualará essa quantia ao desdolarizar um nível equivalente a cerca de US$ 13,69 em exportações para Bangladesh. Em outras palavras, todas as exportações do parceiro menor em qualquer par serão desdolarizadas, enquanto o parceiro maior irá igualar isso com suas próprias exportações.

Essa política pragmática garante que haja moeda nacional suficiente em circulação para atender às suas necessidades comerciais bilaterais mínimas, ao mesmo tempo em que mantém uma quantidade confortável de dólares circulando para facilitar seu comércio com outros países que ainda se sentem mais confortáveis ​​usando o dólar. É tão simples que qualquer par de países poderia facilmente imitar o modelo desses dois se tivessem vontade política, o que um número crescente deles realmente faz depois que os EUA armaram o dólar contra a Rússia no ano passado.

O BRICS E O FUTURO DO SUL GLOBAL

Centro produtivo mundial desloca-se e o bloco busca expansão em alianças com organizações de integração regional. Expansão é gradual, mas propõe outros paradigmas de desenvolvimento, não-ocidentais e baseados em justiça social e ambiental

Fernando Marcelino* | Outras Palavras

O cenário internacional agora é de desordem, confrontos e conflitos. Há um fosso cada vez maior entre os países do Norte e do Sul Global. Para o Sul Global, o capitalismo dominante imposto pelo Norte aumenta a exclusão, concentra renda e riqueza, mas não é mais a única alternativa eficaz em grande escala disponível na atual ordem global.

Mesmo com as fragilidades econômicas enfrentadas por boa parte dos países do Sul Global na década de 1980 e a hegemonia unipolar estadunidense da década de 1990, fortalecendo a subordinação plena dos países às instituições, às normas, ao mercado e à ordem liberais, o Sul Global também ganhou maior espaço no século XXI, sobretudo pelo maior protagonismo de potências emergentes.

As mudanças e realinhamentos na geopolítica mundial criaram espaço para que potências emergentes como China, Índia e Brasil expandissem suas áreas de influência e de cooperação para outros países não industrializados, ao lado da re-emergência da Rússia, ressurgimento da África, países com desenvolvimento nacional na África e América Latina. Além disso, ao longo das décadas, surgiram também diversas iniciativas e organismos regionais ou temáticos com o intuito de reunir países do Sul Global, a fim de facilitar a cooperação e de coordenar posicionamentos, como é o caso do G-77, da Liga dos Estados Árabes, da União Africana, da Celac, da Unasul, do Fórum IBAS, da Opep, entre tantos outros. Também se destacam mudanças nos padrões comerciais e de investimento, havendo expansão de acordos e realização de programas de investimentos entre países da América Latina, da África e da Ásia.

O ATAQUE ISRAELITA AO SUL DO LÍBANO E A CRISE DE AL ALQSA

O acordo surpresa entre o Irã e a Arábia Saudita assinado em 10 de março pode conter a chave da reconciliação política no Líbano.

Steven Sahiounie* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

O grupo de resistência palestino Hamas atacou Israel com foguetes vindos do sul do Líbano em 6 de abril. A resistência estava respondendo aos repetidos ataques aos palestinos que rezavam dentro da Mesquita de Al Aqsa em Jerusalém durante o mês sagrado do Ramadã.

Colonos judeus extremistas insistiram em ir à Mesquita, contra tradições de longa data, o que provocou tensões e a polícia israelense usou táticas brutais contra os palestinos que rezavam, incluindo espancar mulheres e prender 400.

O governo extremista do primeiro-ministro israelense Netanyahu se opõe à criação de um estado palestino e apóia a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, o que encorajou os colonos fanáticos que foram à mesquita.

Em 7 de abril, ataques aéreos israelenses atingiram o sul do Líbano em retaliação, marcando a maior escalada entre Israel e o Líbano em quase 20 anos. Não houve vítimas relatadas de nenhum dos lados após os ataques olho por olho. O Hamas é apoiado pelo Hezbollah, o grupo de resistência libanês.

O Departamento de Estado dos EUA condenou o ataque a Israel e disse que Israel tinha o direito de se defender contra todos os ataques. Nenhuma menção ao direito dos palestinos de rezar dentro de sua própria mesquita durante um período religioso. Os EUA apóiam apenas os direitos dos judeus, e os palestinos cristãos e muçulmanos ficam indefesos.

Samir Geagea, cujas Forças Libanesas Cristãs (LF) muitas vezes lutaram contra combatentes palestinos na guerra civil, denunciou o ataque e Fouad Abu Nader, outro ex-comandante do LF, pediu a prisão do líder do Hamas.

Israel e os Estados Unidos usaram o Líbano como palco para travar guerras por procuração. A criação de Israel em 1948 causou um enorme fluxo de refugiados palestinos no Líbano, e depois de tantos anos sem que nenhum direito palestino fosse restaurado; esses velhos problemas persistem por todo o Oriente Médio, que é refém do Estado de Apartheid de Israel.

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