quarta-feira, 31 de maio de 2023

EM RESPOSTA A ATAQUES MACIÇOS DA RÚSSIA, UCRÂNIA MATA CIVIS

A contra-ofensiva do exército ucraniano ainda não começou e, enquanto isso, os militares ucranianos estão sofrendo perdas por causa dos ataques russos em andamento em todo o país. Em 28 de maio, a Ucrânia experimentou um dos maiores ataques de drones, 54 UAVs atingiram o país, declarou o presidente Vladimir Zelensky.

South Front, com vídeo | # Traduzido em português do Brasil

A capital do país foi alvo pela décima quarta vez em maio. O alerta aéreo em Kiev durou cinco horas. De acordo com as autoridades de Kiev, danos foram registrados em diferentes bairros da cidade por causa dos destroços caídos. Segundo informações, uma pessoa foi morta.

No dia seguinte, as greves continuaram.

Na noite de 29 de maio, outra série de explosões poderosas trovejou em Kiev. Mais danos dos destroços caídos foram novamente confirmados. No entanto, os funcionários de Kiev nunca revelam suas verdadeiras perdas.

Fontes locais também relataram greves nas regiões de Lviv, Zhytomyr, Odessa, Mykolaiv, Vinnytsia, Kirovograd, Cherkasy e Poltava. Ambos os drones e mísseis russos atingiram as instalações ucranianas.

A administração da região de Khmelnitsky reconheceu o ataque a uma instalação militar, danos à pista e a cinco aeronaves.

ESCALADA NO KOSOVO: GRANDE CONFLITO SE FORMANDO NO CENTRO DA EUROPA

 A escalada entre as autoridades locais e os sérvios já dura vários dias no norte do Kosovo. Na noite de 29 de maio, mais de 90 pessoas ficaram feridas em confrontos de rua.

South Front, com vídeo (em inglês) | # Traduzido em português do Brasil

O motivo da agitação são as eleições dos chefes dos municípios de North Kosovska-Mitrovica, Zvecan, Zubin-Potok e Leposavich. Em novembro do ano passado, os prefeitos dos assentamentos renunciaram em protesto contra a decisão das autoridades do Kosovo de substituir as placas sérvias por nacionais.

As eleições de novos prefeitos foram realizadas em 23 de abril. No entanto, os eleitores sérvios as boicotaram. Como resultado, apenas cerca de 3% dos eleitores participaram da eleição. Devido à falta de comparecimento dos eleitores sérvios, representantes da comunidade albanesa tornaram-se prefeitos em todos os quatro municípios.

Os sérvios que habitam essas cidades do norte da região saíram para protestar, não permitindo que os novos prefeitos entrassem nos prédios administrativos.

Os protestos, que se transformaram em confrontos com a polícia de Kosovo, começaram na sexta-feira.

Etiópia | Tigray: 270 mortos à fome entre suspeitas de desvio de ajuda

Autoridades da região de Tigray contabilizaram em 270 o número de mortos devido à fome nos últimos três meses, numa altura em que existem suspeitas do desvio da ajuda humanitária entregue por agências internacionais.

A ajuda visa fazer face à crise nesta zona da Etiópia, aprofundada pela guerra entre 2020 e 2022, entre o exército e a Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF).

Teklay Gebremedhin, administrador interino da zona noroeste da região, indicou que cerca de 100 pessoas morreram em campos de deslocados internos em Adi Daeron, Asgede, Endabaguna, Shiraro e Shire, enquanto os restantes são residentes de aldeias na área. "As coisas estão a piorar. As pessoas estão a morrer todos os dias", disse Teklay, que sublinhou ao jornal etíope "Addis Standard" que os milhares de recém-chegados ao campo de Endabaguna necessitam urgentemente de ajuda alimentar.

Além disso, outras 15 pessoas, incluindo duas crianças, morreram de fome nos distritos de Hauzen e Irob, na zona oriental de Tigray, conforme confirmado por Shushay Meresa, administrador em exercício na área. 

"Os residentes locais e especialmente os deslocados estão em más condições. Eles estão a pedir esmola com os seus filhos, é desanimador", lamentou.

Gebrehiwot Gebregzabher, da Comissão de Gestão de Riscos e Catástrofes de Tigray, sublinhou que "a fome e as mortes relacionadas com a fome estão a agravar-se devido à suspensão das entregas humanitárias", antes de sublinhar que as autoridades estão a "trabalhar arduamente" para concluir as investigações sobre o desvio da ajuda "o mais rapidamente possível".

Eleições na Guiné-Bissau: REDES SOCIAIS NA CAMPANHA POLÍTICA

As redes sociais estão a ser um meio muito utilizado para disseminação de mensagens de partidos concorrentes às eleições legislativas de 04 de junho na Guiné-Bissau, através de transmissões diretas ou conteúdos gravados.

Se nas primeiras eleições gerais e democráticas, realizadas em 1994, aguardava-se pelo telejornal — à noite — na Televisão da Guiné-Bissau (TGB) ou pelas reportagens dos enviados especiais dos jornalistas da Radiodifusão Nacional (RDN), para conhecer as incidências da campanha eleitoral, hoje a realidade é completamente diferente.

Um comício em Catió, no extremo sul da Guiné-Bissau, zona de difícil acesso devido às péssimas condições das estradas e com fraca cobertura de rede elétrica, chega através da internet rapidamente aos guineenses de outras partes do país.

Um discurso de um partido nas ilhas dos Bijagós, também zona de difícil acesso, com ligação marítima escassa, pode ser acompanhado em direto, basta que alguém tenha o sinal de internet no local e um smartphone.

Uma das estratégias de mobilização de eleitores passa pela aglomeração dos jovens para um jogo de futebol ou um torneio em homenagem ao partido financiador e nos tempos que correm não é raro dar-se de caras com a transmissão em direto no Facebook de uma partida, por exemplo em Boé.

Madina do Boé, no leste da Guiné-Bissau, quase junto à fronteira com a Guiné-Conacri, é o lugar onde em 1973, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) proclamou unilateralmente a independência da Guiné-Bissau.

Naquele local, de difícil acesso por estrada, às vezes é possível captar o sinal de internet, que é aproveitado pelos partidos para colocar na rede a sua ação de campanha eleitoral ou com um jogo de futebol num campo pelado ou num matagal.

Moçambique | LAVROV APONTA ENCONTRO DE NYUSI COM PUTIN PARA JULHO

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, apontou para o mês de julho um encontro entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e Vladimir Putin, à margem da cimeira Rússia-África, em São Petersburgo.

"Preparamo-nos para a segunda cimeira Rússia-África, em julho, em São Petersburgo e esperamos uma comitiva representativa de Moçambique, liderada pelo Presidente Nyusi. Além da agenda, haverá um encontro bilateral entre o Presidente Putin e o Presidente Nyusi", referiu Lavrov durante uma conferência de imprensa, em Maputo.

O chefe da diplomacia russa falava após ter sido recebido no Palácio da Presidência, em Maputo, por Filipe Nyusi, num encontro em que foi anunciado um reforço da cooperação bilateral, incluindo a retoma da cooperação técnico-militar, que tinha sido suspensa por causa da pandemia de covid-19.

Do lado moçambicano, Carlos Mesquita, ministro das Obras Públicas que acompanhou Lavrov ao longo da visita a Maputo, não se pronunciou sobre o convite a Nyusi, mas reiterou a vontade de Maputo retomar a cooperação tal como definida após a visita do chefe de Estado moçambicano à Rússia, em 2019.

A visita de Sergei Lavrov "é a demonstração inequívoca do interesse comum de levar por diante tudo o que foi acordado", disse Mesquita, sublinhando que "equipas técnicas estão a rever todos os memorandos e acordos", e acrescentando: "Daqui a mês e meio, na cimeira [em São Petersburgo] vamos ter oportunidade de eventualmente assinar novos acordos".

A visita de Lavrov a Maputo (a terceira, depois de 2013 e 2018) acontece cinco dias depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, ter visitado a capital moçambicana, com idênticos compromissos de reforço de cooperação bilateral e um convite para Nyusi visitar Kiev.

África do Sul | IMUNIDADE AOS BRICS, INCLUSIVE PUTIN

África do Sul emitiu uma ordem para conceder imunidade diplomática aos participantes da cúpula dos BRICS no país, inclusive Vladimir Putin, apesar de ser alvo de um mandado de prisão internacional.

O Ministério das Relações Exteriores da África do Sul emitiu uma ordem para conceder imunidade diplomática aos participantes da cúpula dos Brics no país, o que pode abrir caminho para a participação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, apesar de ser alvo de um mandado de prisão internacional.

"As imunidades e privilégios que serão concedidos aos participantes da reunião de chanceleres dos BRICS (que acontecerá nas próximas quinta e sexta-feira) e da cúpula dos BRICS (que acontecerá de 22 a 24 de agosto) são os previstos na Convenção de 1946 sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas e a Convenção de 1947 sobre os Privilégios e Imunidades dos Organismos Especializados", afirma um documento assinado ontem, segunda-feira, pela ministra das Relações Internacionais sul-africana, Naledi Pandor.

Perante a reação de alguns meios de comunicação sul-africanos, o porta-voz da chancelaria, afirmou nesta terça-feira através da sua conta no Twitter que "estas imunidades não anulam qualquer ordem judicial que possa ter sido emitida por um tribunal internacional contra qualquer participante da conferência".

"Essas imunidades são padrão para organizar conferências e cúpulas internacionais. Todos os países concedem imunidades semelhantes", acrescentou.

Segundo Monyela, a ordem se destina a "proteger" a cúpula das economias emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e "não indivíduos específicos".

Pandor confirmou no último mês de março que seu país convidou Putin a participar da cúpula dos Brics, apesar do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele por supostos crimes de guerra, embora tenha admitido que essa ordem é "motivo de preocupação".

Angola | TODOS TIVERAM PAI – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Todos tivemos pai ainda que muitos nunca o tenham conhecido. As mamãs angolanas sofreram tanto! Os portugueses faziam-lhes filhos e depois partiam sem deixar rasto. Os portugueses vendiam-lhes os maridos para as roças de café no Norte e muitos ficavam lá para sempre. Mortos ou moribundos. Os portugueses vendiam-lhes as filhas e os filhos para os engenhos e plantações dos brasis e américas. Elas resistindo como se resistir fosse o único sinal de humanidade que lhes restava. Ficavam com as crianças lutando heroicamente pela sobrevivência. Vendiam o corpo, vendiam a fome, vendiam a dignidade a troco da sobrevivência. 

Quando era criança percebi (demasiado tarde) que todos éramos filhos das mamãs da Kapopa, do Cangundo,  do Catumbo, do Dambi, essa regedoria longínqua onde as noites eram povoadas pelo pio da coruja. As mamãs da minha infância só tinham os seus filhos, nada mais. 

O meu pai foi apanhado com explosivos escondidos no fundo falso do seu carro. Material para derrubar à bomba o regime fascista de Salazar. Foi ele derrubado. Na tortura arrancaram-lhe os dentes da frente. No exílio forçado, na miserável condição de desterrado, exibia a sua condição de desdentado. Mas assim que vendeu a primeira partida de mabuba comprou dentes de ouro! Pedi mil vezes ao meu pai para me contar como foi a sua prisão, a tortura, as humilhações, os maus-tratos na prisão da PIDE na Rua do Heroísmo, cidade do Porto. E ele contava, sem tabus, sem medo de me traumatizar. 

Jeremias Sangumba não teve um pai que lhe contasse as suas desditas, as suas lutas, as suas derrotas e vitórias. Mesmo assim escreveu um livro onde interroga se Savimbi era um génio ou um genocida. Ele mesmo respondeu: Genocida! Deu uma entrevista à Deutshe Welle onde explicou tudo sobre o criminoso de guerra, a UNITA e seu papá, Jorge Sangumba.

Portugal | CHUVA MOLHA PARVOS

Henrique Monteiro | Henricartoon

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Afinal, Mendonça Mendes vai mesmo ser ouvido sobre o SIS a 6 de junho

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro vai mesmo ser ouvido na Assembleia da República, a 6 de junho, às 15h00, apesar de o Partido Socialista (PS) ter chumbado a proposta da Iniciativa Liberal, a 24 de maio.

Esta quarta-feira, no entanto, a IL fez o pedido para ouvir Mendonça Mendes na Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento, novamente, de forma potestativa, acabando o PS por votar a favor da data aprovada.

Ler completo em Notícias ao Minuto

Portugal | TUTTI-FRUTTI A DOIS

O caso Tutti Frutti, como muitos outros acordos nupciais sem casamento, joga-se a dois e não com todo o espectro do sistema. Mas, ainda assim, coloca em causa a sustentabilidade e confiança de todo o regime democrático.

Miguel Guedes* | Esquerda.net* | opinião

As notícias que dão conta de um pacto entre PSD e PS para a manutenção do poder previamente estabelecido em algumas freguesias em Lisboa não podem espantar todo o país como se de um caso regional se tratasse. Não um país que tem vivido com o Bloco Central em democracia num sistema de rotatividade ou plataforma conjunta.

As suspeitas que recaem sobre Fernando Medina em pelo menos cinco processos do Ministério Público, na altura em que era presidente da Câmara de Lisboa, vão para além de alegados crimes de corrupção, abuso de poder, participação económica em negócio, financiamento proibido de partidos e prevaricação de titular em cargo político. Assemelham-se a rotinas.

O facto de não haver acusação formulada após seis anos de investigação faz com que tudo se acabe por colocar no campo das hipóteses de mais um limbo central, directo ao esquecimento, prescrição ou dissipação. Na realidade, é aos visados que mais interessaria a possibilidade de se defenderem. Assim não sendo, soma-se mais um capítulo para o descrédito da política aos olhos do cidadão e ateia-se mais um incêndio em lume brando para o crescimento da demagogia.

Portugal | PCP E BLOCO DEVIAM ALIAR-SE?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Na Assembleia da República a oposição à esquerda da maioria absoluta conquistada pelo Partido Socialista ficou, após as últimas eleições, com seis deputados do PCP e cinco do Bloco de Esquerda. Em relação ao parlamento anterior a CDU, do PCP, e o BE perderam um total de 20 deputados.

Outro facto relevante saído dessas eleições de 30 de janeiro de 2022, para além da maioria absoluta conquistada pelo PS e da derrota do PSD, como todos se lembram, foi o da ascensão da direita revanchista no Parlamento, seja a de inspiração caceteira do Chega, seja a do fanatismo financeiro-capitalista da Iniciativa Liberal: apesar de divididos em muitas questões, apesar de a IL até recusar participar numa solução governativa com o Chega, eles têm em comum o facto de trabalharem politicamente, com afinco e militância, para eliminar do regime qualquer influência do PCP e do Bloco, bem como das políticas económicas e sociais que as duas formações de esquerda defendem.

Chega e IL são, neste momento, um inimigo político comum muito mais poderoso, mais financiado, mais ágil, mais influente nos media e mais votado pelo povo português do que os dois partidos de esquerda, que se juntam ao PSD nesse combate "anti-comunista" ou "anti-radicalismo de esquerda", um combate a que adere, com alegria, sempre que lhe convém, o próprio PS.

PCP e Bloco resolveram, entretanto, mudar as suas lideranças: Paulo Raimundo substituiu Jerónimo de Sousa; Mariana Mortágua, no fim-de-semana passado, substituiu Catarina Martins... mas, na verdade, tirando alguns ajustes de discurso e de estilo, ninguém pensa que a essas alterações de chefias corresponda uma mudança substancial das linhas políticas das duas formações.

Acontece que, quer num caso, quer no outro, face ao precipício político à beira do qual o Presidente da República colocou o governo de António Costa - que, face à facilidade com que se multiplicam os casos e casinhos que destroem a credibilidade do governo, parece estar disposto a dar um passo em frente, rumo ao abismo - Bloco e PCP têm de encarar a hipótese de um cenário de eleições antecipadas durante o próximo ano (ou até antes) e não em outubro de 2026, como estava previsto.

Se assim for, com a direita vitaminada pela crença de que chegou a sua hora de voltar ao poder, com o PS a pedir o voto útil aos eleitores que ideologicamente se colocam à esquerda para evitar o acesso do Chega ao governo, Bloco e PCP correm o risco de terem novas perdas em cima das perdas que já tiveram, e enfrentarem um ciclo político posterior de, ainda, maior dificuldade de afirmação, de penúria política extrema, de objetiva irrelevância institucional.

O PCP, o meu partido, e o Bloco teriam melhores hipóteses de preparar o seu futuro político se em vez de alimentarem o tradicional e histórico rancor que os separa (que vai das bases ao topo, diga-se) fossem capazes de construir algo que trouxesse uma proposta política progressista e eleitoralmente atraente, mantendo e respeitando as diferenças que os separam (por exemplo, em questões como a eutanásia ou a guerra na Ucrânia), continuando, separados, a competir entre si na conquista de maior influência social (por exemplo, nos sindicatos, nas autarquias, nas lutas das minorias, em diferentes extratos sociais), mas multiplicando parlamentarmente a força para o que, para quem pensa nesta área ideológica, é essencial defender: os valores democráticos da Constituição saída da Revolução dos Cravos, a defesa dos serviços públicos e das classes trabalhadoras, a resistência e o combate ao ascenso fulgurante do neofascismo, do racismo e do neoliberalismo desenfreado.

PCP e Bloco, para sobreviverem, têm de ser muito diferentes entre si. Mas, também para sobreviverem, neste momento político, PCP e Bloco deveriam saber trabalhar entre si.

Como já disse noutra altura, esse trabalho conjunto não vai acontecer. O rancor vindo do passado histórico e a desconfiança na lealdade recíproca parecem-me obstáculos intransponíveis. Sairá cara essa infantilidade.

*Jornalista

AFINAL QUANDO É QUE DEIXÁMOS DE SER HUMANOS? POIS…

Hoje vamos poder ver/ler um Expresso-mistério e temente à inteligência… artificial - que sempre tem sido propriedade e dádiva dos deuses a certos e incertos asnos que por aí se esparramam nas suas cadeiras do poder político-financeiro e de canudos universitarios reconhecendo as suas superioridades e impunidades em explorar e roubar as moles de plebeus modernamente escravizados e etc..

Salientamos que o Curto do Expresso em forma de newsletter só é mistério porque não vem assinado pelo autor. Ficamos sem saber quem foi o ou a jornalista ou similar que o gizou e veio até nós com tal nudez escriptografica. Tudo o resto já sabemos. Pelo menos os que não possuem nem usam a inteligência artificial e se estão borrifando para os medos impingidos pela denominada ficção científica que alimenta a prosa e os medos.

O ser humano (talvez a maioria) inovou para o lado da estupidez, da desumanidade que mais parece e é evidência real. Portanto, outra vez, parece e é. A desumanidade, as ambições desmedidas no interesse dos seus próprios umbigos, a sovinez, os roubos, as descaradas mentiras, as crueldades e indiferenças em que se confortam espezinhando com sorrisos, promessas e mentiras malévolas, os tais plebeus – o povinho – são mais que evidentes. Nada tem de ficção científica mas tudo de gula, ganancia e maldade de uns quantos contra o grosso da humanidade.

Podiamos ir por aí adiante nesta retórica. Seria uma prosa muito longa e dificil de terminar… Não. Não vamos por aí. Deixamos que leiam o Curto fazendo de conta que quase nada de mal se passa e que essa coisa das semelhanças da ficção científica com a realidade nada tem a ver com a realidade terrífica que nos mostra o futuro que, afinal, em muito já é o presente…

Terminando esta abertura ao Curto do Expresso pergunte-se: Afinal quando é que deixámos de ser humanos? Pois…

Inté. Boa semana, boa vida ou vida boa… Mas como?

O Curto a seguir. Ler é aprender… Pela positiva ou pela negativa. Aprender, aprender sempre.

Redação PG


Inteligência "implacável"

Expresso (curto)

Antes de mais um convite: hoje, às 14h00, Junte-se à Conversa com David Dinis, Tomás da Cunha e Diogo Pombo. Desta vez sobre "Benfica e o resto: o que aprendemos com o futebol esta época?". Inscreva-se aqui.

Bom dia,

Confesso que nunca fui particularmente fã de ficção científica, mas a verdade é que os enredos de alguns dos filmes mais famosos estão a tornar-se cada vez mais assustadoramente verosímeis. Tanto quanto sabemos, ainda não existem clones humanos como em Blade Runner, mas numa conversa online já é impossível ter a certeza se do outro lado está um ser humano ou um bot. A revolta de um exército de exterminadores robóticos contra o Homem, como a protagonizada por Schwarzenegger nos anos 1980, ainda parece inimaginável, mas em 2023 sucedem-se, em tom cada vez mais apocalíptico, os alertas sobre a ameaça que a Inteligência Artificial (IA) pode representar para a nossa existência.

O mais impressionante é que são os próprios criadores da IA a avisar que esta tecnologia acarreta um “perigo de extinção para a Humanidade”. Assim mesmo, tal e qual, ipsis verbis. Ainda ontem, 350 investigadores e peritos, entre os quais os líderes de algumas das maiores empresas de desenvolvimento de IA, como a OpenAI e a Google DeepMind, divulgaram uma carta aberta para sublinhar que a mitigação desse risco tem de ser encarada como “uma prioridade global”.

Entre os subscritores está também Geoffrey Hinton, um dos pioneiros da inteligência artificial, que no início deste mês se despediu da Google, onde era vice-presidente, para poder falar abertamente sobre os perigos, convencido de que a IA poderá levar ao fim da nossa civilização numa questão de anos. “Se há alguma forma de controlar a Inteligência Artificial, devemos descobri-la, antes que seja tarde demais”, avisou.

Numa entrevista recente ao Expresso, Yuval Noah Harari, um dos mais proeminentes pensadores da atualidade, também não poupou nas palavras: a IA é “uma bomba atómica para a política”, capaz de acabar com a democracia e espalhar a tirania pelo mundo, criando uma distopia pior do que a descrita por George Orwell em “1984”. “É o ataque mais radical” ao pensamento, à inteligência e à ciência, alertou, por seu lado, o sociólogo Noam Chomsky.

Assustados com os seus efeitos, são cada vez mais os especialistas, mesmo dentro da própria indústria, que pedem uma moratória no desenvolvimento desta tecnologia e apelam à sua regulamentação. Representantes do G7, que reúne os sete países mais industrializados do mundo, reuniram-se ontem, pela primeira vez, para discutir formas de mitigar os riscos e a União Europeia espera conseguir aprovar ainda este ano a primeira lei para controlar o seu uso.

O tempo urge, tendo em conta a vertiginosa evolução desta tecnologia. Sistemas de inteligência artificial já controlam as redes sociais e cada vez mais aspetos das nossas vidas; captam os nossos dados, sabem o que gostamos, o que pensamos ou acreditamos; e com os últimos desenvolvimentos na IA generativa, que tem no ChatGPT o seu produto mais famoso, são agora capazes de criar textos originais, responder a perguntas ou encetar conversas como se de um ser humano se tratasse. Nenhuma outra ferramenta foi capaz de operar uma revolução tão radical. E se é assim agora, como será daqui a 5 ou 10 anos?

OUTRAS NOTÍCIAS

Quinze meses depois do início da guerra, não só não se vislumbra o fim, como há sinais preocupantes que podem desencadear uma escalada do conflito. Ontem, pela primeira vez, um ataque de drones a Moscovo atingiu edifícios, provocando ferimentos em duas pessoas e danos em alguns prédios. Putin disse tratar-se “claramente de uma atividade terrorista”, levada a cabo pela Ucrânia para intimidar os cidadãos russos. Kiev já negou qualquer “ligação direta” com os ataques, embora tenha expressado satisfação pelos mesmos e avisado que outros deverão seguir-se. Apesar de ainda estarem a analisar o que terá acontecido, os Estados Unidos já fizeram saber que não apoiam ataques militares à Rússia no seu território. Analistas norte-americanos acreditam que a operação terá sido desencadeada pelas forças ucranianas em resposta à violenta vaga de ataques aéreos que nos últimos dias a Rússia lançou sobre Kiev e temem que se entre num perigoso "ciclo de ação e reação crescente". Siga todos os desenvolvimentos aqui.

Em Espanha, o Ciudadanos decidiu não apresentar listas às legislativas antecipadas de 23 de julho, depois do fracasso nas eleições regionais e municipais de domingo, que pode ditar o seu fim. O grande vencedor foi o PP – partido de direita, que constitui a maior força da oposição e que conseguiu a primeira vitória desde 2015. É quase certo que o PP ganhará as próximas legislativas; resta saber se precisará da extrema-direita do Vox, em franco crescimento, para formar Governo.

Por cá (Portugal)

O Governo discute esta tarde com os sindicatos da Administração Pública o regime especial de aceleração da carreira para os trabalhadores que foram afetados pelos dois períodos de congelamento (entre 2005 e 2007 e nos anos da troika). A proposta do Executivo, que deixa de fora os contratos individuais de trabalho e carreiras especiais como a dos professores, prevê que uma progressão que habitualmente demora 10 anos seja encurtada para seis. Mas são muitos os requisitos para se poder beneficiar deste “bónus”.

Um estudo sobre o impacto das redes sociais na saúde mental revelou que 86% dos jovens portugueses admitem estar viciados nestas plataformas. A esmagadora maioria assume que prefere comunicar através delas do que pessoalmente e quase metade reconhecem que estas têm um impacto negativo na sua saúde mental, “muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assistem”, nomeadamente incentivos à automutilação ou à restrição alimentar.

As famílias portuguesas estão mais otimistas no que diz respeito à sua situação financeira e ao estado da economia do país, com a confiança dos consumidores a atingir o valor mais alto desde fevereiro do ano passado. Já as empresas estão mais céticas. Da indústria ao comércio, da construção aos serviços, os indicadores de confiança caíram em maio em todos os setores.

Portugal tem 658 praias, mas só 54 têm a água verdadeiramente limpinha, sem qualquer vestígio de poluição, segundo o estudo da associação ambientalista Zero, com base nas análises oficiais realizadas nos últimos dois anos. Saiba quais são.

Um homem de 35 anos foi espancado na Avenida da República por três funcionários da EMEL, na sequência de uma discussão sobre o estacionamento irregular da sua viatura. A EMEL já abriu um inquérito de averiguação interno, retirando os três fiscais do contacto com o público, até ao apuramento do caso, que está também a ser investigado pela PSP. A empresa que assegura a gestão do estacionamento em Lisboa diz que exige “sentido de civismo” aos seus funcionários, mas aponta que estes recebem várias vezes “intoleráveis agressões físicas e psicológicas” por parte dos condutores. Entretanto, a EMEL vai rever o sistema de prémios a fiscais pelo número de multas passadas.

FRASES

“Meti-lhe meia dúzia de calmantes na comida e disparei um tiro na cabeça”,
Rosa Grilo, confessando ontem, pela primeira vez, ter assassinado o marido

"Não ter gás russo é mau para o ambiente",
Filipe Silva, presidente executivo da Galp, alegando que a decisão europeia de cortar nas importações de gás russo levou vários refinadores a recorrer a formas mais poluentes de produção de combustíveis

O QUE ANDO A LER

Terminei recentemente “O Castelo do Barba Azul”, o último volume da trilogia Terra Alta, do consagrado escritor espanhol Javier Cercas, que narra a vida conturbada de Melchor Marín, um marginal que se transforma em polícia famoso por feitos heroicos e que, depois de uma tragédia pessoal, acaba como um pacato bibliotecário. Neste derradeiro romance, o antigo agente viciado na leitura de Os Miseráveis confronta-se com o súbito desaparecimento da filha, partindo numa busca desesperada que o forçará a debater-se simultaneamente com o mais obscuro de si mesmo e com o pior da humanidade.

Como escreveu Mário Vargas Llosa numa crónica publicada no Expresso, “a história está tão bem conduzida que não se pode perder um instante na conspiração até que esta termina”. Mas esta trilogia é muito mais do que uma saga policial cativante que não se consegue parar de ler até à última página. É uma obra sobre o sentido de justiça e a redenção. Nas palavras de Llosa, “ trata-se de uma novela que tem algo de bálsamo, que nos consola das misérias que vemos ao nosso redor a cada instante”.

PODCASTS A NÃO PERDER

Nas eleições antecipadas de Espanha, Portugal vê-se ao espelho? Esta semana, no podcast Comissão Política discute-se os paralelos entre António Costa e Pedro Sanchéz, PSD e PP, Vox e Chega. Ouça o episódio para ficar a par do que se passa na política da nação vizinha, que tanto nos pode dizer, ou não, sobre a realidade portuguesa.

Esta semana, festejos futebolísticos encerraram a Feira do Livro de Lisboa mais cedo. Manuel Serrão protesta contra este cancelamento cultural. Rui Zink esteve nos festejos? Nega tudo, tal como Júlia Pinheiro. Já Rita Blanco encontrou-se com Carlos Moedas. Ouça o mais recente episódio da Noite da Má Língua, esta semana recheado de música e haikus.

Por hoje é tudo. Despeço-me com João e Maria, uma das minhas (muitas) músicas preferidas de Chico Buarque. Estou a contar as horas para ir vê-lo na sexta-feira.

LER O EXPRESSO

SAUDADE FRANQUISTA DOS ESPANHOIS VOTANTES À DIREITA VOLVER

Eleições antecipadas em Espanha: viragem à direita é “praticamente um dado adquirido”, mas irá o PP precisar do “bicho papão” Vox?

Os espanhóis votam nas legislativas cinco meses antes do previsto. Com uma viragem à direita dada como certa, resta saber se a extrema-direita do Vox será parceira. Mas há uma “dimensão tática” na decisão dos socialistas que pode “entalar” os partidos mais à esquerda, que foram "dizimados": comparando com a situação portuguesa, seria o equivalente ao PS ir para a oposição com um BE “muito pequenino”

panha foi às urnas no último domingo e o resultado trouxe uma reviravolta que foi muito além dos votos contados. Surpreendendo até membros do seu próprio Governo, o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou que as eleições legislativas, previstas para o final do ano, vão afinalrealizar-se já a 23 de julho.

O anúncio foi assim uma reação do socialista a uma derrota que foi tanto numérica como simbólica. Contas fechadas, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, no Governo desde 2018) perdeu alguns dos seus importantes bastiões, incluindo Sevilha e Valência. Já o Partido Popular (PP, partido de direita que é a maior força da oposição) conseguiu a maioria dos votos (35,5%) e uma dupla maioria absoluta em Madrid (no governo regional e autarquia).

“Havia sinais claros de que seguíamos nesta direção. A diferença é que a intensidade do sinal foi mais forte do que aquilo que todos estavam à espera, inclusive o PP”, aponta Jorge M. Fernandes.

Para o investigador do Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC), a derrota do PSOE resulta do desgaste normal de um partido do governo, mas não só. “O PSOE clássico ficou em casa, porque não se revê no caminho que o partido levou estes anos.” -- (continua... se comprar)

Cláudia Monarca Almeida | Imagem: Pedro Sánchez / Javier Soriano

Artigo Exclusivo para assinantes, no Expresso

ESPANHA BALANÇA PARA A DIREITA

Enrico Bertuccioli, Itália | Cartoon Movement

Pedro Sánchez diz que espanhóis precisam esclarecer o que querem após ganhos de partidos conservadores e de extrema-direita...
https://www.theguardian.com/world/2023/may/29/spain-pm-calls-snap-elect…

SURDO, MAS NÃO CEGO PARA O DECLÍNIO DOS EUA -- Patrick Lawrence

No discurso recente de Fiona Hill é possível detectar os sinais muito fracos da elite política de Washington respondendo à imensa mudança de poder global que está em andamento. 

Patrick Lawrence* | Especial para Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Considero o avanço entre as nações não ocidentais em direção ao que hoje chamamos de uma nova ordem mundial o desenvolvimento mais importante de nosso tempo.

Esta virada na roda da história definirá nosso século, não é demais dizer. Mas, ao ouvir os discursos, pronunciamentos e comentários improvisados ​​do poder e das panelinhas políticas em Washington, você pensaria que não existe tal elefante na sala.

E assim, eu pergunto: posso ser o único a me perguntar se aqueles que moldam e conduzem a política externa americana são cegos para essa imensa mudança global, ou surdos para o que o não-ocidente ultimamente tem a dizer ao Ocidente, ou estúpidos demais para entender eventos, ou em negação, ou talvez alguns dos quatro?

Cegos, surdos, estúpidos, em negação covarde, este último um subconjunto de estúpidos: cada uma dessas explicações tem suas tentações quando avaliamos as capacidades cognitivas das elites que se isolam dentro do Washington Beltway.

Mas tem sido muito difícil estabelecer com certeza a causa da aparente incapacidade ou recusa de nosso pessoal político em reconhecer que a história mundial entrou em um período de mudança de época.

A propaganda restringe discurso mais que a censura: notas da borda da matriz narrativa

O maior impedimento à liberdade de expressão é a crença das pessoas de que a possuem. Não censura. Não recusa a vozes críticas da plataforma. Não a guerra ao jornalismo. É o fato de que a maioria das pessoas é propagandeada para dizer o que os poderosos querem que digam, e não sabe disso.

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com | em Substack | # Traduzido em português do Brasil

O que torna nosso dilema tão historicamente único é que vivemos sob um império que faz uso extensivo da ciência pós-Bernays de manipulação psicológica em massa para induzir seus súditos a acreditar que estão pensando, falando e coletando informações livremente. Desta forma, nossos governantes suprimem qualquer revolução muito antes de começar, não melhorando a vida das pessoas, nem pela repressão violenta, mas manipulando as pessoas para que pensem que não há nada contra o que se revoltar, porque elas não têm governantes e já são livres.

Em nossa civilização, a maioria das pessoas está pensando, falando, reunindo informações, trabalhando, comprando, movendo-se e votando exatamente como nossos governantes querem, porque esses sistemas de condicionamento psicológico em grande escala foram impostos para manter o comportamento humano alinhado com o império. Somos treinados para acreditar que somos livres enquanto nos comportamos exatamente como nossos governantes querem que nos comportemos, e para desprezar outras nações e balançar a cabeça ao ver como seu povo não é livre.

O que o partidário mainstream médio realmente quer dizer quando diz que quer “liberdade de expressão” é que ele quer ser capaz de regurgitar as narrativas que servem ao poder que foram colocadas em suas mentes pelos poderosos. Isso não é liberdade de expressão, é um discurso profundamente escravizado. Mas eles não podem ver. Por projeto.

Esse problema pode ser resolvido simplesmente trazendo a consciência para ele de todas as maneiras que pudermos. A manipulação só funciona se você não souber o que está acontecendo, então chamar a atenção para ela e descrever como ela acontece de todas as maneiras possíveis ajuda as pessoas a começarem a ver através dela.

A GUERRA DA UCRÂNIA APÓS A QUEDA DE BAKHMUT -- Rafael Poch

Esqueça a propaganda ocidental. Os sinais mostram que as forças de Kiev estão se esgotando – e por isso a anunciada “contraofensiva” tarda tanto. OTAN tenta reverter o quadro com armamento pesado. A China não quer ser a próxima vítima

Rafael Poch | no CTXT | em Outras Palavras | Tradução: Rôney Rodrigues | # Publicado em português do Brasil

O exército russo, ou melhor, o grupo Wagner associado a ele, completou a conquista de Bakhmut esta semana. Até 2016, aquela cidade arruinada do Donbass se chamava Artiomovsk, em homenagem ao líder bolchevique Fyodor Sergeyev (cujo nome de guerra era Artyom). Sergeyev inspirou a República de Donetsk durante a guerra civil e lutou em 1918 contra intervencionistas estrangeiros, russos brancos e nacionalistas ucranianos. Quando a população do Donbass proclamou a República Popular de Donetsk em 2014, como reação à mudança de regime patrocinada pelos Estados Unidos e pela União Europeia no calor da revolta popular em Kiev, a nova república declarou-se sucessora daquela primeira república de 1918. Assim, em 2016, o presidente ucraniano Petro Poroshenko mudou o nome da cidade como parte da campanha para remover nomes, monumentos e símbolos soviéticos e substituí-los pela narrativa nacionalista do novo regime.

Na guerra em curso, a cidade foi declarada uma “fortaleza inexpugnável” pelo governo de Kiev, que construiu ali uma de suas três linhas fortificadas de defesa. A imprensa ocidental e ucraniana comentou há alguns meses sobre a “importância estratégica” de Bakhmut/Artiomovsk. Agora que foi tomada pelos russos, em uma refrega militar iniciada em fevereiro passado, a mesma mídia e pessoas se referem à cidade como “estrategicamente irrelevante”. Com Bakhmut aconteceu o mesmo que com o jornalista Seymour Hersh, “jornalista brilhante e premiado” e “vencedor do Pulitzer” até revelar em detalhes como os Estados Unidos explodiram os gasodutos NordStream por ordem do presidente Biden; então Hersh tornou-se um “jornalista polêmico”. Agora, a conquista russa de Bakhmut mal foi noticiada por aqui.

A tomada de Bakhmut, onde a Ucrânia destacou unidades de elite que planejava usar em sua anunciada “contraofensiva”, é um indicador de que a Ucrânia está perdendo a guerra e registrando muito mais baixas em combate do que o exército russo, de acordo com as análises mais confiáveis.

Não há justificativa para os ataques de Kiev contra civis na região russa de Belgorod

Se um supremacista branco bombardeasse um abrigo no Ocidente que abrigava refugiados, seria uma notícia global, mas o bombardeio de Kiev a um abrigo na região de Belgorod que abrigava russos temporariamente evacuados dificilmente provocaria qualquer resposta.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

guerra por procuração OTAN-Rússia viu ambas as partes brigando na Ucrânia nos últimos 15 meses, mas a tendência mais recente é que este estado campo de batalha começou a atacar o território da Rússia antes de 2014 com total apoio de seus patronos. Kiev não apenas cometeu atos de terrorismo, como assassinato de jornalistas e ataques com drones contra estruturas residenciais , mas até encenou uma invasão por procuração na região de Belgorod, na Rússia, na semana passada. Cada um desses crimes foi recebido com um encolher de ombros do Ocidente.

Portanto, não é surpreendente que este bloco de fato da Nova Guerra Fria não condene Kiev por realizar seu maior número de ataques de artilharia em um dia contra alvos puramente civis na região de Belgorod na segunda-feira. A CNN relatou casualmente um dia depois, pouco antes de o governador Vyacheslav Gladkov informar a seus seguidores no Telegram que um abrigo que abrigava temporariamente os residentes evacuados de sua região havia acabado de ser bombardeado. Segundo ele, “Algumas pessoas foram mortas e feridas”, embora o Ocidente não dê a mínima.

Se um supremacista branco bombardeasse um abrigo no Ocidente que abrigava refugiados, então seria uma notícia global, mas o bombardeio de Kiev a um abrigo na região de Belgorod que abrigava russos temporariamente evacuados dificilmente provocaria qualquer resposta. Esses padrões duplos expõem a agenda russofóbica por trás dessa guerra por procuração, particularmente no que diz respeito ao Ocidente transformando a Ucrânia em uma “anti-Rússia”, exatamente como Moscou afirmou em várias ocasiões, com o presidente Putin fazendo isso recentemente na terça-feira .

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