sexta-feira, 2 de junho de 2023

Angola | O Hospital do Entulho e Manifestantes Pacíficos – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No dia 5 de Junho de 1991 o chefe dos serviços secretos militares do regime de apartheid, Comandante De la Ray, emitiu uma ordem para serem criadas bases secretas no Cuando Cubango a fim de serem escondidos 20.000 soldados da UNITA e as suas melhores armas, inclusive a artilharia e os mísseis Stinger, ofertados pelo presidente Reagan a Jonas Savimbi. As bases secretas receberam os seguintes nomes: Licua, Girafa, Palanca e Tigre. “Devem ser aquartelados os melhores comandantes”, diz o documento.

A ordem secreta chegou às mãos do “oficial de ligação” da UNITA, Isaías Samakuva, e do “cunhado de Savimbi”, Abílio Camalata Numa, o assassino de serviço. As ordens foram cumpridas, sendo os militares distribuídos pelas bases criadas. O objectivo era incluir 7.000 homens em cada base mas só conseguiram juntar 20.000, o que deu 5.000 soldados por quartel . Jonas Savimbi tinha assinado o Acordo de Bicesse apenas cinco dias antes, no dia 31 de Maio, faz hoje 32 anos.

Miguel Nzau Puna e Tony da Costa Fernandes, dirigentes e fundadores da UNITA, quando souberam da traição ao acordado em Bicesse, afastaram-se de Savimbi e denunciaram publicamente a existência das bases secretas. Mas não sabiam o local. A ONU (UNAVEM) supervisionava o cumprimento do que foi acordado e Margaret  Anstee anunciou que ia imediatamente verificar a veracidade da denúncia dos dois generais.  Ninguém quis apurar a verdade. Porque foi considerado que os dois denunciantes agiram apenas para prejudicar o líder da UNITA. Assim, não foram encontradas bases secretas!

Na época já existiam meios tecnológicos (satélites) para rastrear o território angolano e detectar grandes concentrações (5.000 em cada base) de pessoas e armas pesadas. O território só podia ser fronteiriço.  Os EUA tinham capacidade para isso. Não o fizeram porque apoiaram a decisão dos serviços secretos militares da África do Sul. E não se opuseram ao plano “se a UNITA ganhar as eleições tudo bem, se perder tomamos o poder pela força.”

 O documento secreto só chegou ao conhecimento do Estado Angolano em 2014. Demasiado tarde para evitar a rebelião armada de Savimbi em 1992 e que durou até 2002. Mas demonstra por que razão o Acordo de Bicesse nunca valeu nada para a direcção da UNITA. 

Portugal | A NOVELA QUE ESCONDE O DRAMA

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

Um dia que se faça a história de todos os casos que abalaram o Governo de António Costa desde que obteve a maioria absoluta, contar-se-á como o mais infantil dos acontecimentos se avolumou na opinião pública e na Oposição como uma arrastada e desconcertante arma de arremesso político. Sobre a menoridade da prepotência e a maximização da opacidade. Os tristes episódios de "faroeste" no Ministério das Infraestruturas são o caso político mais irrelevante, desinteressante e inconsequente dos últimos tempos, esponja que tudo absorve e tudo seca sobre o que verdadeiramente importa. Aqui jaz tudo o que aconteceu à TAP, tudo o que ainda mexe sobre o seu presente, tudo o que pode ou não fazer o seu futuro, reduzido a nada senão - quando muito - à miséria da condição humana a fazer os seus rotineiros estragos.

João Galamba afirmou na CPI ter sido António Mendonça Mendes que lhe disse para ligar para o SIS. Eugénia Cabaço assegurou - na mesma CPI - ter sido a própria a ligar para o SIRP, tendo recebido, de seguida, um telefonema do SIS. António Costa afirma que foi Eugénia Cabaço que ligou para o SIRP. Perante tantas versões, umas contraditórias, outras omissas, há alguém que silencia a verdade. E o cidadão comum pergunta-se sobre o que é que isto realmente interessa. Que relevância terá este folhetim e que conveniência impede o Governo de falar a uma só voz, não contando toda a verdade sobre tudo o que se passou? Há muito tempo que há uma novela que esconde o drama.

António Costa não pode permitir que erros menores e precipitações sobre alguém que subtraiu um computador ao Estado se transformem num segredo de polichinelo. A Oposição demonstra sérias dificuldades em fazer o seu papel quando é o Governo que insiste, por sistema, em atirar aos próprios pés. E perante tão inusitada caça à distinta sombra, a pergunta que muitos fazem é se alguns ministros atiram aos pés para que nos distraiamos de partes relevantes da figura de corpo presente ou se tudo isto é mesmo gosto pelo enredo. Por vezes, parece que uma parte da táctica deste Governo é fazer figura de corpo presente e que esse prémio de assim existir é bastante, mais do que suficiente para manter a Oposição aos papéis, sem discutir aquilo que verdadeiramente interessa ao país.

*Músico e advogado

O autor escreve segundo a antiga ortografia

Portugal | CAMA FEITA

Henrique Monteiro | Henricartoon

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) PODE DESTRUIR E MATAR SEM SE FARTAR?

Drone comandado por Inteligência Artificial "mata" o operador durante simulacro

Durante um teste realizado pelos militares dos Estados Unidos, um drone foi contra as ordens do responsável e disparou contra ele. Nenhuma pessoa foi realmente ferida, mas o simulacro trouxe algumas preocupações sobre a Inteligência Artificial.

O incidente foi divulgado no mês passado, pelo coronel Tucker "Cinco" Hamilton, chefe de testes e operações de Inteligência Artificial da Força Aérea dos Estados Unidos, durante um encontro sobre tecnologia e os futuros combates aéreos, que se realizou em Londres, avança o "The Guardian".

De acordo com os relatos de Hamilton, durante o teste, o drone recebeu ordens para "destruir os sistemas de defesa aérea do inimigo", porém, quando o operador o alertou para "não matar certos indivíduos", o drone viu o agente como uma ameaça que o impedia de concretizar o objetivo e acabou por disparar contra ele.

Além disso, quando o responsável o alertou de que ao matá-lo perderia pontos, o aparelho destruiu a torre de comunicação para que ninguém interferisse na sua missão, informa o "The Guardian".

O coronel deixou um alerta acerca da confiança excessiva na Inteligência Artificial, visto que, apesar de tudo, continuam a ser sistemas "fáceis de manipular e muito frágeis".

Após a divulgação desta ocorrência, a porta-voz da Força Aérea dos EUA, Ann Stefanek, "negou que tal simulação tivesse ocorrido", relata o jornal britânico.

"O Departamento da Força Aérea não realizou nenhuma dessas simulações de drones e continua comprometido com o uso ético e responsável da tecnologia de Inteligência Artificial", acrescentou Stefanek.

No ano passado, o coronel Hamilton declarou numa entrevista para o "Defense IQ" - "um dos maiores eventos de defesa e organizações de pesquisa do mundo", como é descrito no site do evento - que: "A IA (Inteligência Artificial) não é uma moda passageira, a IA está a mudar para sempre a sociedade e as forças armadas".

 Beatriz Motta | Jornal de Notícias

A INSANIDADE QUE DOMINA O OCIDENTE

Em 30 de maio,  a Newsweek  intitulou  “Rússia 'no curso' para o conflito da OTAN, diz o comandante” , e relatou que Karel Rehka, o comandante das Forças Armadas da Chechia, disse que, “Vemos a guerra entre a Rússia e a Aliança do Atlântico Norte como o pior cenário possível, mas não é impossível”, disse Rehka. "É possível." A Rússia, acrescentou o comandante, “está atualmente em curso para um conflito com a Aliança”. … A dissuasão da OTAN, acrescentou, é a solução para mostrar a Moscovo que “não vale a pena porque simplesmente não consegue” derrotar os seus rivais ocidentais por meios militares.

Eric Zuesse* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

A suposição inquestionável do Ocidente é que a Rússia está atualmente engajada em uma invasão da Ucrânia com o propósito de “derrotar seus rivais ocidentais por meios militares”. Mas essa afirmação é flagrantemente falsa, como será aqui documentado através dos links:

Em 17 de dezembro de 2021, a Rússia apresentou formalmente à OTAN uma proposta de negociação:

 “Todos os Estados membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte se comprometem a abster-se de qualquer nova ampliação da OTAN, incluindo a adesão da Ucrânia, bem como de outros Estados.”

Isso foi proposto dentro de um  contexto  que se abriu com:

“As Partes pautarão suas relações pelos princípios da cooperação, igualdade e segurança indivisíveis. Eles não devem fortalecer sua segurança individualmente, dentro de organizações internacionais, alianças militares ou coalizões à custa da segurança de outras Partes.”

Defesa aérea de Kiev enlouquece e não consegue interceptar ataques russos

Na noite de 2 de junho, as forças russas lançaram outra onda de ataques contra instalações militares em toda a Ucrânia. Um dos alvos era a capital do país, Kiev. Apesar dos esforços hercúleos das autoridades ucranianas para esconder suas perdas e impedir que qualquer filmagem se espalhe online, os vídeos da Ucrânia muitas vezes revelam que as afirmações do oficial de Kiev não correspondem à realidade.

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Na noite de sexta-feira, o alerta aéreo soou em todas as regiões ucranianas. De acordo com relatórios preliminares, explosões ocorreram nas regiões de Cherkasy, Zhytomyr e Kirovograd, bem como em Kiev.

O recente ataque teria sido realizado por bombardeiros estratégicos russos Tu-95MS, que lançaram mísseis da região do Cáspio, bem como por UAVs kamikazze russos do tipo Geran lançados de diferentes direções.

Ontem à noite, vários vídeos da capital ucraniana revelaram que mísseis russos continuam atingindo seus alvos e destroem sistemas de defesa aérea (ADS), inclusive estrangeiros. Além disso, os vídeos mostraram que esses sistemas de defesa aérea causam mais danos à infraestrutura civil do que aos drones e mísseis russos. 

Novos vídeos de câmeras instaladas em Kiev mostraram outro ADS enlouquecendo. Numerosos mísseis terra-ar são vistos falhando, visando as áreas residenciais da cidade.

Outro vídeo confirmou que pelo menos um dos ADS em Kiev foi destruído na noite passada. Uma grande explosão foi vista na área de sua implantação. O alvo era provavelmente um sistema estrangeiro, IRIS-T alemão ou outro sistema Patriot fabricado nos Estados Unidos, que são implantados na capital provavelmente para proteger os centros de tomada de decisão ucranianos. No entanto, eles não executam bem suas tarefas. LINK

Depois que o ADS foi atingido, ele lançou seu último míssil, que também atingiu uma área residencial.

Instalando seus ADSs nas áreas residenciais da cidade, Kiev e seus comandantes da OTAN estão usando os moradores da capital como um escudo humano para seus caros sistemas. Isso levou ao fato de que muitos mísseis perdem o controle dos alvos e caem sobre edifícios civis ou se autodestroem, e seus destroços caem nas ruas, aumentando os danos.

Ler/Ver em South Front:

2 Sistemas Patriot, 29 Mísseis Storm Shadow, Sede da Inteligência Militar em Kiev: a Rússia avaliou as perdas ucranianas

Contra-ofensiva da primavera ucraniana rotineiramente remarcada para o verão

O Estado da União espera que a guerra por procuração OTAN-Rússia se expanda

No caso de Kiev ganhar e manter terreno na Bielorrússia, Moldávia, Rússia e/ou nas antigas regiões da Ucrânia, nenhuma das quais pode ser dada como certa, é claro, então o Ocidente pode alegar que a contra-ofensiva valeu a pena.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A 52ª sessão do Conselho de Chefes de Agências de Segurança e Serviços Especiais da CEI ocorreu em Minsk na quinta-feira, durante a qual representantes do Estado da União expressaram preocupação de que a guerra por procuração OTAN- Rússia se expanda . O chefe do FSB, Bortnikov, do lado russo, compartilhou sua avaliação de que este bloco é responsável pela sabotagem em seus dois países. Ele também alertou que “o Ocidente encoraja ativamente a Moldávia a se envolver no conflito ucraniano, limpando a Transdniestria Gagauzia ”.

Quanto ao lado bielorrusso do Estado da União, foi representado de forma mais importante pelo presidente Lukashenko, que aumentou a conscientização sobre o plano de golpe iminente do Ocidente contra ele. Segundo ele, “não estamos mais em 2020, quando as meninas iam aos comícios com saias brancas curtas e segurando flores. As pessoas estão prontas para vir aqui com armas.” Ele disse que isso ocorre porque o Ocidente agora exige que as figuras da “oposição” que eles hospedam cometam ataques terroristas para continuar recebendo financiamento.

Bortnikov e Lukashenko compartilharam suas opiniões no mesmo dia em que o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que havia rechaçado os terroristas ucranianos naquela manhã que tentaram se infiltrar na região de Belgorod em uma repetição do incidente da semana passada . Esses três desenvolvimentos sugerem que o governo de KievEsses três desenvolvimentos sugerem que a próxima contra-ofensiva possivelmente tentará expandir o escopo geográfico dessa guerra por procuração para incluir a Bielorrússia , a Moldávia e/ou o território da Rússia antes de 2014 , talvez até de uma só vez.

Trump é ruim porque é semelhante a outros presidentes dos EUA, não porque é diferente

Já estamos vendo uma tonelada de drama ridículo sobre a segunda corrida presidencial de Trump, alegando que ele se tornou ainda mais extremista e fascista do que quando era presidente, o que equivale a uma repetição da narrativa "Trump é um segundo Hitler" que dominou a política dos EUA. discurso em sua primeira corrida.

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com | em Substack | # Traduzido em português do Brasil

Um artigo do Washington Post intitulado "O aprofundamento da radicalização de Donald J. Trump" afirma que "Trump está esboçando os contornos de um segundo mandato potencialmente mais perigoso e caótico do que o primeiro", citando um professor da Universidade de Nova York que diz: "Quando autoritários os líderes perdem o cargo, eles voltam, tipo, 10 vezes pior – eles nunca ficam menos extremistas, eles sempre ficam mais extremistas”.

Mas quando você olha para as evidências dos autores de que Trump está se tornando mais perigoso e malvado, não há nada sobre assassinato de líderes estrangeiros, sanções de fome, temeridade da Guerra Fria, campanhas de bombardeio em massa ou o veto de Trump no Iêmen, ou qualquer outro horror que ele desencadeou sobre o world como comandante-em-chefe de 2017 a 2020. Em vez disso, o artigo fala sobre suas atitudes em relação ao motim no Capitólio de 6 de janeiro e seus comentários do tipo "agarre-os pela buceta" sobre as mulheres.

Trump intensificou as agressões da Guerra Fria contra a Rússia, ajudou a colocar os EUA no caminho certo para a guerra com a China, matou dezenas de milhares de venezuelanos com sanções de fome, vetou tentativas de salvar o Iêmen do genocídio apoiado pelos EUA, assassinou o principal comandante militar do Irã, trabalhou para fomentar guerra civil no Irã usando sanções de fome e operações da CIA com o objetivo declarado de efetuar a mudança de regime, ocupou campos de petróleo sírios com o objetivo de impedir a reconstrução da Síria, lançou repetidos ataques aéreos contra o governo sírio, aumentou muito o número de tropas no Oriente Médio e em outros lugares, aumentou muito o número de bombas lançadas por dia desde o governo anterior, matando um número recorde de civis e reduzindo a responsabilidade militar por esses ataques aéreos. Ele também prendeu Julian Assange ao escalar a guerra do império contra o jornalismo por expor os crimes de guerra dos EUA.

Todos os quais estão em perfeito alinhamento com as ações dos predecessores de Trump e do sucessor de Trump.

Itália | Governo de Meloni é um regime de empresas privadas normalizando o fascismo

O governo de Giorgia Meloni é um regime de empresas privadas que está normalizando o fascismo

Maurizio Coppola, do Potere al Popolo (Poder para o Povo), fala sobre a campanha de seu partido por um salário mínimo de 10 euros, o ataque do governo de Giorgia Meloni aos trabalhadores e a tentativa de normalizar o autoritarismo e o fascismo

Muhammed Shabeer* | Peoples Dispatch | Entrevista | # Traduzido em português do Brasil

O Peoples Dispatch (PD) fala com Maurizio Coppola, do partido político de esquerda italiano Potere al Popolo (Poder para o Povo), sobre as políticas do governo de extrema direita na Itália liderado por Giorgia Meloni e as campanhas empreendidas pela classe trabalhadora italiana para resistir as políticas anti-trabalhadores, anti-refugiados e misóginas da coalizão governante. 

Peoples Dispatch  (PD): Você pode nos contar sobre a campanha de Potere al Popolo para garantir um salário mínimo de 10 euros (US$ 10,72 USD) por hora na Itália? Qual tem sido a resposta do governo à instituição do salário mínimo no país?

Maurizio Coppola (MC) : A Itália é um dos poucos países da União Europeia sem um salário mínimo legal; 21 dos 27 países da UE instituíram salários mínimos. Na Itália, os salários mínimos são determinados apenas em acordos coletivos de trabalho, mas esses salários costumam ser muito baixos – cerca de quatro a seis euros por hora. Além disso, a Itália é o único país do continente onde, desde 1990, os salários reais não crescem — inclusive diminuíram 3% nos últimos 30 anos. Assim, uma em cada 10 pessoas na Itália é trabalhadora pobre, entre os jovens, esse número aumenta para um em cada seis.

Já há um ano, Potere al Popolo iniciou uma campanha política buscando a introdução de um salário mínimo legal. No final de maio, juntamente com a aliança Unione Popolare, apresentamos uma proposta legislativa para instituir um salário mínimo de pelo menos 10 euros (US$ 10,72) por hora, que também será automaticamente indexado à inflação. Em 2 de junho, em toda a Itália, iniciaremos a coleta de assinaturas. É uma forma de responder a uma necessidade concreta das pessoas cujas condições de trabalho e de vida estão hoje severamente atacadas e, ao mesmo tempo, organizá-las nos locais de trabalho, nos bairros e nas comissões locais.

Apesar da urgência da demanda, o governo de Giorgia Meloni continua dizendo que não há necessidade de regular os salários. Sua oposição a um salário mínimo legal está em continuidade com a política neoliberal de seu antecessor e ex-chefe do Banco Central Europeu, Mario Draghi. Hoje, o governo prefere intervir com alguns cortes pontuais na carga tributária do trabalho que trazem temporariamente algumas migalhas para a carteira dos trabalhadores, a introduzir uma redistribuição sistemática da riqueza produzida. Isso confirma que o governo de Giorgia Meloni é um regime de empresas privadas e não da classe trabalhadora. 

A polícia britânica deteve o jornalista Kit Klarenberg e o interrogou sobre The Grayzone

A polícia antiterrorista britânica deteve o jornalista Kit Klarenberg em sua chegada ao aeroporto de Luton, em Londres, e o submeteu a um longo interrogatório sobre suas opiniões políticas e reportagens para o The Grayzone.

Max Blumenthal* | The Grayzone | # Traduzido em português do Brasil

Assim que o jornalista Kit Klarenberg desembarcou em seu país natal, a Grã-Bretanha, em 17 de maio de 2023, seis oficiais antiterroristas anônimos à paisana o detiveram. Eles rapidamente o escoltaram para uma sala dos fundos, onde o interrogaram por mais de cinco horas sobre sua reportagem para este veículo. Eles também perguntaram sobre sua opinião pessoal sobre tudo, desde a atual liderança política britânica até a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A certa altura, os interrogadores de Klarenberg exigiram saber se o The Grayzone tinha um acordo especial com o Federal Security Bureau (FSB) da Rússia para publicar material hackeado.

Durante a detenção de Klarenberg, a polícia apreendeu os dispositivos eletrônicos e os cartões SD do jornalista, tirou suas impressões digitais, colheu amostras de DNA e o fotografou intensivamente. Eles ameaçaram prendê-lo se ele não obedecesse.

O interrogatório de Klarenberg parece ser a forma de Londres retaliar pelas reportagens de grande sucesso do jornalista que expunham as principais intrigas da inteligência britânica e americana. Somente no ano passado, Klarenberg revelou como uma conspiração de conservadores da linha dura da segurança nacional violou a Lei de Segredos Oficiais para explorar o Brexit e instalar Boris Johnson como primeiro-ministro. Em outubro de 2022, ele ganhou as manchetes internacionais com sua exposição dos planos britânicos de bombardear a ponte Kerch que conecta a Crimeia à Federação Russa. Então veio seu relatório sobre o recrutamento pela CIA de dois sequestradores do 11 de setembro em abril, uma sensação viral que gerou enorme atenção nas mídias sociais.

Entre as exposições mais importantes de Klarenberg estava seu relatório de junho de 2022 desmascarando o jornalista britânico Paul Mason como um colaborador do estado de segurança do Reino Unido determinado a destruir The Grayzone e outros meios de comunicação, acadêmicos e ativistas críticos do papel da OTAN na Ucrânia.

Como as reportagens de Klarenberg sobre Mason dependiam fortemente de e-mails vazados, Mason o acusou falsamente de “ajudar uma campanha de desinformação de hack e vazamento apoiada pelo estado russo”. Mason também relatou o vazamento de seus e-mails à polícia britânica.

Emma Briant, uma autointitulada especialista em desinformação que participou da campanha de Mason para sabotar os críticos da OTAN, despachou advogados para exigir que Klarenberg removesse da internet todos os seus artigos que a mencionam. As cartas dos advogados também ameaçavam com superinjunções caras  para evitar novas denúncias e desafiavam a “autenticidade” do conteúdo dos e-mails.

As cartas de cessar e desistir também levantaram alegações falsas e difamatórias contra Klarenberg, incluindo que ele estava pessoalmente envolvido na invasão de seu e-mail e conta do Twitter.

Gravações vazadas expõem a chocante corrupção do estado na Moldávia

Gravações vazadas expõem a chocante corrupção do estado na Moldávia 'governada pelos EUA'

O Grayzone obteve gravações de vídeo de figuras bem relacionadas dentro da comunidade política e empresarial da Moldávia, testemunhando abertamente a classificação da corrupção no governo e na economia do país, enquanto delineava esquemas para enriquecer investidores ocidentais por uma taxa apropriada.

Kit Clarenberg* | The GrayZone | # Traduzido em português do Brasil

A invasão da Ucrânia colocou o pequeno país da Moldávia na periferia imediata de um conflito com significado global. Fazendo fronteira com a Ucrânia, contando com centenas de milhares de russos étnicos como cidadãos, e abrigando a região separatista da Transnístria, o governo obstinadamente pró-Ocidente da Moldávia tem sido atingido por crise após crise desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

O presidente Maia Sandu, do Partido de Ação e Solidariedade (PAS), manteve-se firme enquanto os murmúrios de uma iminente invasão ucranianatramas russas para desestabilizar o país e vastos protestos antigovernamentais reverberavam quase mensalmente. A chave para sua resistência tem sido o apoio incondicional das autoridades ocidentais.

O patrocínio dos estados da OTAN persistiu, apesar da corrupção em escala industrial nos níveis mais altos do governo. De fato, como veremos, a corrupção estrangeira na Moldávia é ativamente facilitada e perpetuada com o apoio de Bruxelas e Washington, e continua em ritmo acelerado com seu pleno conhecimento, consentimento e até assistência.

O Grayzone obteve exclusivamente gravações de vídeo de várias figuras bem relacionadas dentro da comunidade política e empresarial de Chisinau abertamente - e com orgulho - testemunhando a classificação de má conduta no governo e na economia do país, enquanto delineava vários esquemas para enriquecer investidores ocidentais por uma taxa apropriada. É a descrição mais nítida de como a corrupção opera na Moldávia que já surgiu, sublinhando gravemente sua natureza endêmica e institucionalizada.

Nas gravações, brincalhões se passando por ricos empresários americanos contataram o político e advogado moldavo Stanislav Pavlovschi , pedindo ajuda para garantir um retorno gigantesco por investir US$ 50 milhões em Chisinau. Os brincalhões são cidadãos privados que abordaram The Grayzone com a filmagem bombástica e pediram para permanecer anônimos.

Muito rapidamente, Pavlovschi – um ex-juiz do Tribunal Europeu de Direitos Humanos e autoproclamado defensor dos direitos humanos – disse a eles que um “bom advogado” e contratos estanques não seriam de nenhuma utilidade para eles lá, pois “o nível de corrupção é muito alto." Ele observou que o país era efetivamente uma colônia de Bruxelas e Washington:

“A Moldávia agora é governada pelo Embaixador dos Estados Unidos… Ele está praticamente governando a Moldávia neste estágio específico. Você tem centenas de consultores para a UE... trabalhando para todos os ministérios aqui na Moldávia. Portanto, está sob um controle muito, muito rígido por parte da UE”.

Quando questionado sobre como esse estado de coisas poderia funcionar, dados os altos níveis de corrupção, Pavlovschi respondeu que funcionava “perfeitamente”, “absolutamente”, “brilhantemente” – “todo mundo adora dinheiro”.

Reino Unido diz que a Ucrânia já pode realizar ataques aéreos dentro da Rússia

Ministro do Reino Unido diz que está tudo bem para a Ucrânia realizar ataques aéreos dentro da Rússia

O que está por trás dos comentários do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido e o que podemos esperar da OTAN a longo prazo? Escalação. Escalação. Escalação.

Martin Jay* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

O que está por trás dos comentários do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido e o que podemos esperar da OTAN a longo prazo? Escalação. Escalação. Escalação.

Muito se falou nas últimas semanas sobre a guerra na Ucrânia sendo levada para o próximo nível. Para a OTAN e as elites ocidentais, esta é uma progressão natural baseada em políticas e ideias equivocadas que vêm sendo realizadas há mais de um ano e não atingiram o objetivo. Além disso, é interessante examinar a entrevista de Jens Stoltenberg com o Washington Post sob o microscópio, onde ele recua de toda a retórica de destruir a Rússia e vencer a guerra na Ucrânia para meramente “precisamos prevalecer na Ucrânia”. Uma descida e tanto. Acrescente a isso seu comentário extraordinário sobre a guerra que começou em 2014 e as contradições e o pânico começam a se acumular, deixando o observador se perguntando se há alguma consistência do Ocidente com seus objetivos na Ucrânia. Tem muita fake news sobre isso. Na verdade,

Certamente a maior mentira, entregue como notícias falsas, é com essa noção de que a OTAN tem tudo a ver com 'reduzir a escalada' da guerra. Que bacalhau total. Existe alguém, mesmo pessoas que trabalham para a OTAN, que realmente acredita nesse lixo? Uma e outra vez vemos o Ocidente levar a Rússia ao seu limite e uma e outra vez Putin mantém a cabeça fria, parecendo às vezes ser o único que parece entender o que está em jogo ao aumentar o jogo. O que Zelensky poderia estar tentando alcançar enviando drones para o Kremlin? Escalação. O que a OTAN poderia estar esperando ao trabalhar em um plano para enviar F-16 para a Ucrânia? Escalação.

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