Merkel/Visita:
Cinco horas de encontros com Presidente, primeiro-ministro e empresários
Lisboa, 12 nov
(Lusa) - A chanceler alemã estará hoje em Lisboa para uma visita oficial de
cinco horas num momento em que internamente cresce a contestação ao programa
assinado com a 'troika', a que Merkel diz manter-se "fiel".
Esta é a primeira
vez que a chefe do Governo da Alemanha visita oficialmente Portugal e
reunir-se-á com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e o ministro
dos Negócios Estrangeiros e com empresários dos dois países.
Fontes diplomáticas
portuguesas, citadas pela agência EFE, afirmaram que a deslocação de Merkel é
vista como um "sinal de esperança" numa conjuntura de crise.
Segundo disse a
própria numa entrevista à RTP, esta visita é "uma contribuição" para
mostrar que a Alemanha "quer ajudar" e "para ver o que se pode
melhorar na cooperação entre empresas para gerar mais empregos" e para que
"haja força económica em Portugal".
Na mesma entrevista
disse que os programas de ajustamento financeiros aplicados a países como
Portugal não são "ideias" suas, que a 'troika' de credores
internacionais "negoceia" com cada um dos países que pede resgate,
mas defendeu as virtudes destes planos, aos quais garantiu manter-se "fiel".
No caso português,
e ao contrário daquilo que defende a oposição e diversas personalidades dentro
e fora de Portugal, disse que o programa está bem estruturado "como um
todo", rejeitando trata-se de "mera austeridade". E elogiou o
Governo pela coragem com que tem aplicado todas as medidas e o país pelo
cumprimento, também corajoso, dos compromissos assumidos.
Descartando a
necessidade de renegociação ou de novo resgate, considerou que agora é
necessário esperar algum tempo para ver o resultado das reformas em curso
porque o processo, embora "doloroso", será bem-sucedido.
Os partidos
portugueses dividem-se entre o repúdio e o agrado face à visita de Merkel.
Enquanto o PCP e o
BE protestam contra o que consideram uma "afronta à soberania
nacional" e uma "provocação ao povo português", o PS, que tem
defendido a renegociação dos termos do acordo com os credores internacionais,
espera que a chanceler alemã "identifique e apreenda" os efeitos da
"política errada da austeridade".
O PSD diz que
Angela Merkel não tem culpa da situação a que chegou o país e o CDS considera a
visita "absolutamente normal", defendendo que a presença de
empresários alemães é "uma oportunidade para aumentar as trocas
comerciais".
Com esta visita,
Merkel inicia em Lisboa uma semana de encontros bilaterais, cinco em seis dias,
centrada na crise europeia.
Depois de Lisboa,
encontra-se na quarta-feira com o primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, e,
na quinta-feira, com os primeiros-ministros de França, Jean Marc Ayrault, e da
Holanda, Mark Rutte, sempre em Berlim.
Angela Merkel
encerra a semana em Moscovo, onde se reunirá com o presidente Vladimir Putin.
MP. // VC.
Reformas
estruturais marcam arranque da sexta avaliação da 'troika'
Lisboa, 12 nov
(Lusa) - A consolidação orçamental, o sistema financeiro e as reformas
estruturais serão "os grandes pilares" da sexta avaliação da 'troika'
ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) de Portugal, que hoje
começa.
À semelhança de
avaliações anteriores, o Executivo espera que também esta corra de forma
positiva.
"Todas as
avaliações da 'troika' ao PAEF de Portugal, que "olham para cada um destes
pilares, para ver se o país está no caminho certo ou não, têm corrido bem"
e a sexta "também irá correr bem", afirmou o secretário de Estado
adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas.
Da sexta avaliação
da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central
Europeu), o Governo "não espera nada de diferente" do que "tem
sido até agora", disse, referindo que "o segredo do sucesso" de
Portugal nas avaliações "tem sido a preparação" das equipas dos
vários ministérios.
De acordo com o
Ministério das Finanças, "as autoridades portuguesas com responsabilidades
no âmbito do Programa irão analisar, juntamente com representantes da Comissão
Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE),
o trabalho realizado até ao momento e o planeamento dos trimestres
seguintes".
O ministro das
Finanças, Vítor Gaspar, prevê apresentar em fevereiro o plano para "cortes
estruturais na despesa na ordem de 4.000 milhões de euros", uma data
anunciada durante uma audiência perante a comissão parlamentar de
acompanhamento do programa de assistência a Portugal.
Fevereiro é a data
do sétimo exame regular da 'troika'.
SMS (PGR/PPF)// VC.
*Título PG
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