sábado, 26 de janeiro de 2013

Zona euro está desalinhada do resto do mundo nas medidas para combater crise




Jornal i - Lusa

O bilionário George Soros considerou hoje que a zona euro está desalinhada face ao resto do mundo no que diz respeito às medidas consideradas necessárias para sair da crise económica, especialmente pela recusa de injetar mais dinheiro nas economias.

“A zona euro, dominada pela Alemanha, está desalinhada com o resto do mundo e, ainda que a crise do euro esteja mais ou menos controlada, continua a existir uma grande desacordo sobre a forma de sair da recessão”, afirmou o bilionário americano, nascido na Húngria, numa entrevista à agência Bloomberg no âmbito do Fórum Económico Mundial que decorre em Davos, na Suíça.

Este desacordo “agudizou-se este ano após o Japão decidir mudar de rumo”, afirmou o financeiro em referência à decisão do Banco Central do Japão de promover uma política centrada em reanimar uma economia estagnada e presa na deflação, com a compra de ativos como forma de injetar mais dinheiro na economia (banco central cria dinheiro para comprar ativos dos bancos, liberta os balanços dos bancos que acabam por ter mais liquidez para emprestar).

O magnata, que tem sido muito critico da política económica alemã, explicou que existe um medo, “principalmente da Alemanha”, que da injeção de liquidez na economia da zona euro resulte uma aumento descontrolado da inflação e que isso coloque em causa a recuperação.

O medo da subida da inflação de forma descontrolada é para o responsável completamente infundado. Este é um medo recorrentemente apontado aos responsáveis políticos alemães, que surge depois do episódio de hiperinflação na Alemanha em 1923.

Soros diz que a chanceler alemã Angela Merkel “fez o que tinha a fazer para salvar o euro apoiando Draghi [presidente do Banco Central Europeu] em vez do governador do banco central da Alemanha e agora o euro está para ficar”, mas considera que “qualquer complacência ou otimismo são prematuros”.

“A Alemanha fez o mínimo possível para salvar o euro e após salvá-lo, as concessões que fez o seu Governo [de Angela Merkel] estão-se a desvanecer”, disse.

George Soros considerou mesmo que foram as políticas de injeção de liquidez na economia seguidas por alguns países – como é o caso dos Estados Unidos – que permitiram recuperar o controlo e “evitar o erro cometido durante a Grande Depressão” dos anos 30.

O bilionário afirmou ainda que os investidores ainda não conseguem entender como funcionam os mercados financeiros apesar das medidas tomadas na sequência da crise para limitar os produtos complexos.

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