PMA – MLL - Lusa
Maputo, 27 mai
(Lusa) - O presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Jorge Arroz,
disse hoje não se sentir "nada intimidado" por ter sido detido no
domingo, declarando que a greve dos médicos vai continuar "pelo tempo que
for preciso".
Jorge Arroz, 32
anos, que saltou do anonimato para a ribalta por, em janeiro, "ousar"
liderar a primeira greve dos médicos na história de Moçambique, foi retirado
pela polícia da sede da Associação Médica em Maputo e encaminhado à cela de uma
esquadra da capital por, alegadamente, estar a preparar o encerramento de
unidades sanitárias.
A ação que terá
motivado a detenção enquadra-se na greve que os profissionais de saúde
moçambicanos observam há uma semana por melhores condições salariais e de
trabalho.
O presidente da AMM
acabou sendo libertado na madrugada de hoje e, esta manhã, reuniu-se com centenas
de profissionais de saúde, para um ponto da situação da paralisação.
Em declarações aos
jornalistas após o encontro, Jorge Arroz afirmou que as quatro horas que passou
na cela não o abalaram e que vai continuar a liderar a classe na greve, até que
o Governo responda ao caderno reivindicativo.
"Não me sinto
nada intimidado, o que eu sofri não vai abalar de nenhuma forma a causa. Mesmo
os polícias que me detiveram identificam-se com a nossa causa", afirmou
Jorge Arroz, que, no final da reunião, foi alvo de muito encorajamento por
parte dos profissionais de saúde ali presentes.
O presidente da AMM
declarou que os profissionais de saúde estão dispostos a paralisar a atividade
por "três, quatro meses, pelo tempo que for preciso, até que o Governo
responda ao caderno reivindicativo".
Os profissionais de
saúde de Moçambique exigem um aumento de 100 por cento de salário e do subsídio
de risco, bem como a aprovação do Estatuto Médico.
Hoje de manhã, o
Hospital Central de Maputo, o mais importante de Moçambique, foi patrulhado por
polícias armados e com cães, que, pouco tempo depois, abandonaram o local.
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