Julio Cesar Cardoso – Debates Culturais
Continua
a velha política. Se Marina Silva tivesse realmente ideologia partidária não
teria se filiado ao PSB, pois este partido não professa as suas ideologias
políticas. É tudo uma grande sem-vergonhice.
É o vale-tudo da
encardida política. Quando necessário os fins justificam os meios, não importam
se estes sejam éticos ou morais. Quem não se lembra de o Lula ter procurado o
Paulo Maluf para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São
Paulo? Os antigos desafetos hoje estão abraçados: Lula, Sarney e Collor.
Recentemente, o deputado federal Márcio França (PSB-SP), sem pudor, defendeu a
adesão de Marina ao PSB, justificando os ensinamentos do ex-governador Miguel
Arraes e de Lula, abordados no site do Congresso em Foco: “Um dos principais
articuladores da aliança de Marina Silva e Eduardo Campos, o deputado Márcio
França (PSB-SP) afirma que não é possível ganhar eleição no Brasil sendo
“purista” na construção das coligações ou adotando “redutor ideológico”.
Presidente do PSB em São Paulo, o deputado diz que aprendeu com o avô de
Eduardo, o ex-governador Miguel Arraes (PSB), e com o ex-presidente Lula (PT)
que, para vencer uma eleição, não se pode recusar nenhum apoio”.
Ou seja, na
política se você não fizer amizade com o diabo não conseguirá êxito. E ainda
querem que o voto seja obrigatório e que a sociedade acredite nas “boas
intenções” de nossos políticos. É evidente que muitos estão esfuziantes com a
entrada da Marina, pois representa mais uma frente para tentar destronar o PT
do governo. Mas política deveria ser tratada com mais seriedade e não continuar
sendo um jogo de interesses subjacentes, pois o resultado dessas coligações e
adesões, depois da eleição, fatalmente obrigará o governo eleito a lotear os
cargos públicos como os seus colaboradores.
Marina e outros
estão somente em busca do poder sem se importar com os meios utilizados para
chegar aos seus objetivos. São todos maquiavélicos. Se puderem nos apunhalar pelas
costas para alcançar os seus desideratos, fazem-no sem acanhamento. É como bem
sintetizou Lênin: “Onde termina a política começa a trapaça”. E de trapaceiros
políticos o país está cheio.
Marina, em verdade,
é petista formada nas hostes lulista & Cia. e blefa que pretende sepultar a
velha República para chegar ao poder. A adesão de Marina ao PSB revela que os
partidos políticos estão falidos em matéria de identidade ideológica. Os
partidos deveriam ser extintos. Sobraria mais dinheiro para aplicar no social.
Em seu lugar, implantar-se-ia o sistema de candidatura avulsa, sem partido
político. Aliás, o senador Cristovam Buarque já tem uma PEC versando sobre a
matéria.
A extinção dos
partidos políticos poria fim a esse cipoal de siglas partidárias inúteis, bem
como contribuiria para elidir o fisiologismo indecente da troca de favores, que
obriga os governos repartirem os cargos públicos.
*Júlio César
Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado e mora em Balneário
Camboriú – SC – juliocmcardoso@hotmail.com
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