O ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, garantiu hoje que as relações
entre Portugal e Angola são normais e defendeu que há "pequenas
coisas" que se resolverão "com o tempo e a vontade dos homens".
"As relações
nunca deixaram de ser, habitualmente, no quotidiano, normais. Há umas pequenas
coisas que o tempo ajudará a resolver e a vontade dos homens", afirmou o
ministro Rui Machete, quando questionado pelos jornalistas sobre a tensão
diplomática desencadeada há duas semanas com o anúncio pelo Presidente
angolano, José Eduardo dos Santos, da suspensão da construção da parceria
estratégica com Portugal.
Questionado sobre
se o Governo português já conseguiu falar com o executivo angolano, o ministro
dos Negócios Estrangeiros escusou-se a responder.
"Não vou
prestar declarações sobre isso", disse.
Machete, que falava
aos jornalistas após a sessão de abertura da II Conferência sobre o Futuro da
Língua Portuguesa no Sistema Mundial, em Lisboa, foi questionado sobre a
ausência do embaixador de Angola em Portugal nesta iniciativa.
Segundo a
organização, apenas esteve presente o embaixador de Angola junto da CPLP.
"Não sei, não
sei", referiu apenas o ministro.
José Eduardo dos
Santos anunciou a 15 de outubro a suspensão da parceria estratégica entre
Luanda e Lisboa.
Alguns dias antes,
em entrevista à Rádio Nacional de Angola, o ministro dos Negócios Estrangeiros
português, Rui Machete, tinha pedido desculpa a Luanda pelas investigações do
Ministério Público português, declarações que provocaram polémica em Lisboa.
Na semana passada,
o chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti, disse, em entrevista à
Televisão Pública de Angola, que Luanda deixou de considerar prioritária a
cooperação com Portugal, elegendo África do Sul, China e Brasil como alternativas.
Sobre a realização
da primeira cimeira bilateral, inicialmente prevista para o final deste ano e
adiada para fevereiro de 2014, o ministro angolano disse não ter "muita
certeza" sobre a efetiva realização.
Em resposta, o
ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, declarou que o Governo português
dá prioridade à resolução de "todas as perturbações que possam
existir" na relação entre Portugal e Angola, que pretende manter e
aprofundar.
Lusa
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