Pedro d'Anunciação – Sol, opinião
Álvaro Costa, um
humilde fabricante de meias de Barcelos, homem de poucas letras e de estudos
limitados, deu uma lição ao Governo, ao conseguir anular em tribunal um swap
que o Santander lhe vendeu nos tempos áureos desse negócio bancário, com o
pretexto de ficar com juros fixos, e que depois, com a descida acentuada de
juros, lhe saiu caríssimo.
Álvaro Costa fez o
que qualquer detentor de swaps desprevenido deveria ter feito, com mais ou
menos formação educativa, a começar pelo Governo, no caso de serviços ou
empresas públicas. Mas o nosso Governo mostra-se apenas empenhado em cortar
pensões e vencimentos da Função Pública, e direitos dos trabalhadores em geral
(coisas com que os países mais adiantados conseguem subir as suas produtividades
laborais, que cá só descem – o único que sobe é a dívida pública). E nem o
exemplo de Álvaro Costa o estimulou a outras posições (o que não admira, tendo
em conta que a actual ministra das Finanças era directora financeira de uma
empresa que contratou um swap, precisamente na altura em que o swap foi
contratado).
O caso de Álvaro
Costa, por contraste com o Governo, tornou-se tão gritante, que mereceu vir na
1ª pág. do DN. Mas nem assim o Governo parece ter mudado a sua inacção nestes
casos.
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