Maputo, 26 out - O
Presidente moçambicano, Armando Guebuza, condenou sábado o ataque, atribuído à
Renamo, que destruiu um autocarro na zona de Muxúnguè, em Sofala, no centro de
Moçambique, causando um morto e ferimentos em nove pessoas, incluindo uma
criança.
O porta-voz da
Presidência de Moçambique, Edson Macuácua, disse que apesar do "ataque
perpetrado pela Renamo", o chefe de Estado moçambicano pretende dialogar
com o líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, que se encontra
em parte incerta. Em declarações aos jornalistas, Edson Macuácua disse que o
Presidente moçambicano considera que "a única solução de qualquer
diferença é o diálogo".
O ataque contra o
autocarro ocorreu cerca das 09:30 (08:30 em Lisboa), quando um grupo de homens
metralhou o veículo que fazia a ligação Machanga-Beira, junto do rio Repembe.
Depois de metralharem o autocarro, os atacantes incendiaram-no e puseram-se em
fuga.
Em contacto com a
Lusa, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que os atos não podem ser
imputados ao principal partido da oposição moçambicana, porque este
"perdeu a voz do comando".
Na segunda-feira,
as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FADM) anunciaram um ataque e
ocupação do local onde Afonso Dhlakama viveu durante um ano, e, segundo a
imprensa moçambicana, houve pilhagens de bens do lider da oposição.
Desde que foi
desalojado do acampamento em que vivia em Sandjudjira, na província de Sofala,
centro de Moçambique, pela ofensiva do exército moçambicano, Afonso Dhlakama é
dado pela imprensa local como "fugitivo", mas desconhece-se se pesa
sobre ele um mandado judicial.
Na sexta-feira, a
Renamo anunciou a morte do deputado da sua bancada parlamentar Armindo Milaco
em resultado do ataque contra Sandjudjira.
Entretanto, o
porta-voz da Presidência criticou as organizações da sociedade civil
moçambicana por não condenarem o ataque, considerando o silêncio como
"estranho e preocupante".
Na quarta-feira,
organizações moçambicanas Armando Guebuza, de violar a Constituição com o
ataque do exército à base da Renamo, sob pretexto de reposição da ordem
pública, porque, dizem, constitucionalmente esta ação cabe à polícia.
Hoje, o porta-voz
da Presidência moçambicana afirmou que se as forças de defesa e segurança
fizessem "o contrário seria uma inconstitucionalidade".
Para Edson Macuácua
"é estranho e preocupante que quando acontecem ataques da Renamo contra
todo o tipo de alvos, incluindo contra crianças, as organizações da sociedade
civil fiquem em silêncio", mas quando o exército reage a ataques, apareçam
"discursos inflamatórios de condenação".
"Qual é a
agenda desses organismos?", questionou Edson Macuácua, que acusou as
organizações da sociedade civil moçambicana de "defenderem interesses inconfessáveis".
Moçambique
atravessa a sua pior tensão política e militar desde a assinatura do Acordo
Geral de Paz em 1992.
MMT // JMR - Noticias
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