segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Primeiro-ministro da Ucrânia diz que protestos na capital estão descontrolados

 

Jornal de Notícias
 
O primeiro-ministro da Ucrânia, Mykola Azarov, afirmou esta segunda-feira que os protestos na capital, Kiev, estão "descontrolados" e responsabilizou as forças políticas da oposição por aquilo que disse assemelhar-se a "um golpe de Estado".
 
Azarov disse que o Governo "tem informação de que está a ser preparado um assalto ao edifício do parlamento", numa reunião que manteve hoje em Kiev com os embaixadores da União Europeia, Estados Unidos e Canadá na Ucrânia, segundo relataram meios de comunicação locais.
 
"Agora, a situação mudou. Por um lado, não retiramos a responsabilidade às forças de segurança, mas por outro, os políticos que se associaram a estas ações radicalizaram a situação", sustentou o governante.
 
Azarov acrescentou que as ações de protesto -- exigindo eleições antecipadas para a presidência e para o governo do país - passaram de reunir multidões a serem "descontroladas", ou "melhor, dirigidas por determinadas forças políticas", que "têm a ideia de que se pode reverter a ordem estabelecida".
 
"Isto tem todos os sinais de um golpe de Estado. É muito grave. Nós demonstramos paciência, mas queríamos que os nossos parceiros não sentissem que há permissividade", disse.
 
O primeiro-ministro disse que "para alcançar esses objetivos, recorrem a métodos totalmente ilegais: instam pessoas a assaltar edifícios oficiais, a bloquear o trabalho das instituições e fazem ultimatos", acrescentando: "Este caminho não leva a qualquer parte".
 
Azarov referia-se aos incidentes ocorridos este domingo, quando grupos descontrolados trataram de assaltar o complexo presidencial, enquanto outro grupo ocupava o edifício da câmara da capital, enquanto decorria a maior manifestação dos últimos dias.
 
O governante pediu a ajuda dos embaixadores para que os respetivos países influenciem os líderes da oposição para que os manifestantes não utilizem a força.
 
O chefe do governo ucraniano revelou ainda que o responsável da polícia de Kiev foi demitido pela violenta ação de despejo dos manifestantes acampados na praça da Independência na madrugada de sábado.
 
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu hoje que as manifestações na Ucrânia não são uma revolução, mas um massacre.
 
Putin acreditam que as ações de protesto - motivadas, de acordo com a oposição, pela recusa do Presidente ucraniano de assinar um Acordo de Associação com a União Europeia, optando pela ajuda financeira oferecida por Moscovo -, "têm pouca a ver com as relações entre a Ucrânia e a EU" e obedecem a interesses de quem "quer agitar os processos políticos internos".
 
"Trata-se de uma ação bem planeada de antemão", preparada com vista às eleições presidenciais de 2015, defendeu o Presidente russo, que manifestou esperança que a situação em Kiev se estabilize, afirmando que a Rússia "apoiará qualquer eleição na Ucrânia, seja qual for".
 
O protesto de domingo em Kiev contou com a participação de mais de 100 mil ucranianos, naquele que foi considerado pela oposição como o maior protesto ocorrido no país desde a Revolução Laranja de 2004.
 
Cerca de 100 polícias e 50 manifestantes ficaram feridos nos confrontos que se registaram depois de a polícia ter procurado dispersar cerca de mil manifestantes no sábado da Praça da Independência, causando mais de 30 feridos, o que levou à demissão do chefe da polícia de Kiev.
 
Na noite de sábado, uma ordem judicial proibiu manifestações na Praça da Independência e nas suas imediações até 07 de janeiro.
 
Foto Vassily Mxssimov - AFP
 
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