segunda-feira, 14 de outubro de 2013

PROIBIR A MANIFESTAÇÃO NA PONTE 25 DE ABRIL... SALAZAR NÃO FARIA MELHOR

 
 
Leandro Vasconcelos

Muitos milhares participam todos os anos na meia-maratona que percorre a Ponte 25 de Abril no sentido sul-norte. Exatamente o que pretendia a CGTP. Mas então foram evocados motivos de segurança para proibir o desfile da manifestação. Agora são motivos de segurança mas para a meia-maratona nunca de tal se lembraram porque não faz sentido.

O argumento não é válido, evidentemente. Percebe-se que o regime quer proibir a manifestação da CGTP dê por onde der. É um balão de ensaio, são os fascistas a sair da casca, a adquirir descaramento e a sentirem-se confiantes. Agora proibem esta manifestação, depois proibem outra e mais outra. E mais aquilo... Tudo com base em falsos argumentos - antidemocráticos e inconstitucionais - que querem mascarar para não se revelarem tão fascistas como de facto são.

Um dia isto vai virar e depois é que vão ser elas. É o que diz o povo. E as vozes do povo chegam sempre ao céu, as dos burros é que não. Para que não subsistam dúvidas o documento fotográfico de uma meia-maratona a desfilar na Ponte 25 de Abril aqui fica, mais acima. Como acima e junto se espelha o descaramento fascista do governo e de Miguel Macedo, ministro das polícias, o democrata que afinal só é democrata às vezes.

Proibir o desfile da manifestação na Ponte 25 de Abril... Salazar não faria melhor.
 

Portugal - PASSOS COELHO: DA AMBIÇÃO DE PODER À VOCAÇÃO PARA A DITADURA

 
 
Miguel Urbano Rodrigues
 
Os inimigos do povo, encastelados no governo, recolhem os benefícios do conformismo de milhares de portugueses. Contemplar esse bando de políticos tal como é e não como, mascarado, se retrata e exibe, tornou-se hoje uma necessidade.

É difícil expressar o que senti ao acompanhar o programa da RTP em que Passos Coelho respondeu a perguntas de 20 cidadãos convidados por aquela emissora de televisão.

Alguns camaradas tendem a ver no atual Primeiro-ministro uma caricatura de Maquiavel sem a inteligência do autor do Príncipe.

Não os acompanho. A sua intervenção no referido programa permitiu-me confirmar a opinião que formei do político e do homem.

É minha convicção de que não pretende enganar o povo porque não tem consciência do papel que desempenha no exercício do poder político.

Passos faz-me lembrar aquilo a que a escritora sionista estadunidense Hannah Arendt chamou a banalidade do mal no seu livro sobre o julgamento de Eichmann. Mas, diferentemente dos carrascos nazis que de consciência tranquila praticavam rotineiramente crimes medonhos cumprindo ordens, o Primeiro-ministro julga-se investido de uma tarefa histórica. É ele quem, a serviço de um poder estrangeiro, elabora o plano para a execução dos crimes de que é vitima o povo português. Sente orgulho como intermediário. Vê-se como um predestinado incumbido da missão de salvar a pátria do atoleiro em que se encontrava quando, por via eleitoral, recebeu as insígnias do poder politico.

Admito que não tem a noção do mal que semeia.

A ideia que faz de si próprio melhorou provavelmente com a autoavaliação do seu desempenho no indecoroso programa, montado pela RTP para lhe envernizar a imagem que projeta através da resposta a perguntas quase todas inofensivas. A maioria, formulada por cidadãos sem experiência política, incidiu sobre temas pontuais ou locais. Com duas excepções, não foi questionado pela governação catastrófica da equipa a que preside, tendo Portas por lugar-tenente.

Registei apenas duas exceções: a primeira e a última perguntas.

A primeira incidiu sobre as suas insanáveis contradições e incoerência: incumprimento de compromissos assumidos, e o hábito banalizado de impor hoje o que na véspera garantia que jamais faria. Na última perguntaram-lhe se acredita ter condições mínimas para se manter à frente do governo após o desastre a que conduziu o país.

A ambas as questões respondeu quase eufórico, como um irresponsável. Aproveitou a primeira, para, numa pirueta, ignorando-lhe o conteúdo, repetir o seu bolorento e monocórdico discurso sobre os benefícios futuros da sua política de austeridade. O auditório (100 cidadãos selecionados pela RTP) teve de ouvir a lengalenga sobre os «sacrifícios» e a forma compreensiva como o povo os aceita, sua certeza de que o país está a caminho de vencer a crise. Manifestou alegria por indicadores fantasistas sobre a diminuição do desemprego e o crescimento da economia e a iminência de investimentos que vão chover sobre Portugal, etc, etc.

A última pergunta ofereceu-lhe a oportunidade, esperada, de esboçar o auto-elogio ditirâmbico da sua governação.

Foi categórico sobre a sua permanência no poder. Claro que fica. Conforta-o a certeza de que um dia, talvez não distante, o povo, finalmente grato, reconhecerá o significado histórico da sua obra.

Não é homem de dúvidas. Falou com a firmeza de Júlio César ao dirigir-se ao Senado no regresso triunfal a Roma depois de ter derrotado Pompeu em Farsala. Parecia, pela fogosidade, assumir o orgulho de Cromwell ao prever no Parlamento britânico que as suas reformas seriam o alicerce da futura grandeza da Inglaterra.

A VOCAÇÃO PARA A TIRANIA

Como é possível termos chegado a este pantanal, perguntam hoje, angustiados mas perplexos, milhões de portugueses. Como pôde esse homem e a sua equipa de inimigos do povo semear tanta destruição em dois anos?

Há políticos maléficos, mas que são dotados de uma inteligência diabólica.

Não é o caso de Passos. Além de inculto, é pouco inteligente. Mas não se apercebe da sua pequena dimensão humana e intelectual. Crê, repito, que está a fazer grandes coisas.

Ao fechar o televisor, meditei sobre a farsa a que tinha assistido.

Em Portugal cresce agora, a cada dia, a indignação provocada por uma política de desprezo pelo povo trabalhador, política que arruinou o pais e tripudia impunemente sobre direitos e garantias constitucionais.

O protesto nas ruas e lugares de trabalho adquiriu carácter permanente, abrangendo camadas da população que tradicionalmente não participavam em greves e manifestações. Mas essa ruptura de mecanismos de alienação não é generalizada.

A tomada de consciência das massas brota da conclusão, filha do sofrimento, de que isto não pode continuar como está, pelo que é urgente correr com este governo de pesadelo.

O alargamento da frente de luta é ainda, contudo, insuficiente. Uma parcela ponderável da população não participa da mobilização contra o monstruoso sistema de poder implantado no país.

A comunicação social, controlada pela engrenagem do grande capital, em vez de contribuir para ascensão das lutas populares, cumpre um papel desmobilizador. Os jornais ditos de referência, a televisão e a rádio criticam com displicência a obra devastadora de Passos & Companhia, mas não lhe contestam a legitimidade para a prosseguir.

Nesse jogo de astúcias, o papel dos analistas políticos – quase todos gente ligada ao poder – favorece a tendência de faixas importantes da população para aceitar com resignação, quase como fatalidade, a destruição do país.

Muitos cidadãos que condenam e desaprovam o desgoverno permanecem passivos. Cruzam os braços perante um suposto inelutável. Estabelecem clivagens entre os ministros. Alguns surgem-lhes no quotidiano como pessoas normais, ate bondosas.

Esses portugueses que assistem sem participar são, afinal, iludidos pela banalidade do mal.

Já lembrava Cervantes no Dom Quixote que a diferença entre el cuerdo y el loco é menos transparente do que muita gente imagina. Em muitos casos não é facilmente identificável.

Os inimigos do povo, encastelados no governo, recolhem os benefícios do conformismo de milhares de portugueses.

Contemplar esse bando de políticos tal como é e não como, mascarado, se retrata e exibe, tornou-se hoje uma necessidade.

Contrariamente a Portas, perverso e maléfico, mas dotado intelectualmente – Passos, repito, é pouco inteligente.

Não consegue sequer disfarçar o seu pendor para métodos autocráticos. Abomina a Constituição, desrespeita-a, viola-a com frequência. Desejaria poder despedaçá-la, revogá-la, mas não pode.

Enche diariamente a boca com a palavra democracia, apesar de incompatível com ela.

Identifico nele uma frustração indisfarçável por não estar ao seu alcance governar no quadro institucional do regime para o qual está vocacionado: a ditadura!
 
Vila Nova de Gaia, 10/Outubro/2013
 
O original encontra-se em http://www.odiario.info/?p=3054

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
 

PORTUGAL VIOLA DIREITOS DA CRIANÇA, ACUSA UNICEF

 


Relatório oficial do Fundo da ONU para a Infância fala em retrocesso nos Direitos da Criança e na violação de tratados internacionais assinados pelo Estado.

Daniel Ribeiro, correspondente em Paris - Expresso
 
O relatório do comité português da UNICEF sobre os direitos das crianças portuguesas, a que o Expresso teve acesso, revela situações dramáticas e apela à vigilância sobre as consequências da política de austeridade impostas pelo Governo de Lisboa.
 
Dirigido à Organização das Nações Unidas (ONU), o documento, elaborado depois de alguns meses de inquéritos no terreno, de entrevistas e de análise às políticas públicas portuguesas, afirma que mais de 500 mil adolescentes e crianças portuguesas perderam o direito ao abono de família entre 2009 e 2012 e que muitas não têm acesso "aos mínimos" na alimentação, na saúde e na educação.
 
Segundo o relatório, que vai ser discutido brevemente na ONU, a atual política de austeridade do Governo português em relação às crianças pode violar a convenções internacionais assinadas pelo Estado, sobre o acesso dos mais jovens à saúde, à educação e à proteção social.
 
Devido à crise, a situação agravou-se - "28,6 por cento das crianças portuguesas estavam, em 2011, em risco de pobreza", diz a UNICEF. Hoje, depreende-se do relatório, a situação é bem pior.
 
Nas recomendações que faz, a UNICEF pede que as medidas de austeridade, em Portugal, sejam avaliadas por uma instituição independente para que os Direitos da Criança sejam, "hoje e no futuro", minimamente garantidos.
 
O relatório descreve situações de fome e de carências primárias dramáticas das crianças portuguesas e lembra ao Governo que, apesar da crise e da austeridade, tem o dever de assegurar os requisitos dos tratados internacionais que assinou sobre os Direitos das Criança.
 
"23 anos depois da ratificação por Portugal (da convenção sobre os direitos dos mais jovens), as crianças ainda não são vistas por todos os decisores políticos como titulares de direitos", escreve a UNICEF.
 
Este relatório foi elaborado pelo comité português para a UNICEF, com base na pesquisa do organismo e nas informações cedidas por ONG's nacionais.
 
Leia mais em Expresso
 

Portugal: PORTAS, MAIS UM ALDRABÃO PARA A COLEÇÃO

 

Balneário Público
 
Paulo Portas falou. Está falado. A espécie de conferência de imprensa aconteceu quando ainda decorria a reunião extraordinária do Conselho de Ministros. Extraordinário. E, como se percebeu, não foi Passos Coelho que falou. Esse nem estava ali porque estava a presidir ao tal Conselho de Delinquentes (ler entrevista de Mário Soares que já entendem). Mas foi Passos Coelho que anteriormente afirmou que as medidas restritivas a tomar por parte do governo seriam anunciadas por ele… Mais uma mentira. Falou Paulo Portas, e só, unicamente, sobre os cortes nas pensões de sobrevivência. Os cortes da pensão de viuvez. Era a TSU dos reformados, era a linha vermelha que Portas dizia não passar. Mas passou. Usou foi de eufemismos para afastar o termo TSU. Portas, trafulha, usou e abusou de eufemismos. Anunciou que só quem recebe mais de 2 mil euros é que verá cortes no suplemento de viuvez (a tal sobrevivência). E só assim vão arrecadar 100 milhões de euros, como se comprometeram com a troika? Impossível. Portas omitiu muito. Demais. Falta saber o quê? Mais adiante, no tempo, logo saberemos a verdade sobre o que omitiu. Então, com toda a legitimidade, poderemos novamente considerar este vice-primeiro-ministro um grandíssimo aldrabão. Mais um, mais uma vez, naquele bando de “delinquentes” que até merecem “ser julgados” por uma justiça futura, porque a atual faz da justiça o mesmo que manteiga em focinho de cão e desaparece, aquiesce, cede, conluia-se, com os tais e outros delinquentes que passam pelos governos, pelos bancos, pelos lugares onde podem e conseguem (impunemente) roubar em proveito próprio e das máfias a que pertencem. Quase assim, é Mário Soares quem o diz em entrevista saída a público este domingo (vide jornais do dia com extratos). Foi entrevistado para o Diário de Notícias, salvo erro. E assim vai Portugal. Uns quantos vão bem e a maioria vai muito mal. Portas falou. Julgou que enganou, que iludiu os portugueses. Talvez alguns, não todos. Desiluda-se Portas, porque a tal linha vermelha que ele disse nunca ultrapassar… já era, já a ultrapassou. E vai ultrapassá-la muito mais. Mais um aldrabão para a coleção.
 
Manuel Tiago
 
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Portugal: NÃO HÁ HOLOCAUSTOS SEM FASCISTAS… NÓS TEMOS

 


Imagem Escolhida em We Have Kaos in the Garden

Imagem feita através da ideia original do amigo https://www.facebook.com/silvino.ferreira.90.

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Portugal: A COLIGAÇÃO É AQUILO QUE VIRAM E PIOR

 

Ana Sá Lopes – Jornal i, opinião
 
Foi preciso uma semana inteirinha para o governo esclarecer os cortes nas pensões de viuvez. 96% dos beneficiários respiraram de alívio: o corte só vai atingir os detentores de rendimentos superiores a 2000 euros, uma fortuna a preços actuais. Portas fez o seu papel de grande actor dramático inglês: “Houve quem quisesse assustar e alarmar sem escrúpulos os idosos”.
 
Esse “quem” tem nome: foi o próprio governo que quis assustar e alarmar sem escrúpulos os idosos e os deixou uma semana paralisados de maneira a que ontem suspirassem, na sua esmagadora maioria, de alívio.
 
Se a fuga de informação que deixou Portas “furioso”, como escrevia o “Expresso”, veio da ala PSD do governo (instituição onde, neste momento, se encontram os maiores inimigos de Portas) é uma prova cabal que o estado da coligação é tão gasoso como o era no dia 2 de Julho quando Portas anunciou a irrevogável demissão.
 
A teoria da conspiração alternativa – que vem do outro lado do ringue – é que a informação foi posta a circular pelo próprio CDS para poder proporcionar ontem o momento de alívio à grande maioria dos viúvos deste país. As duas teorias são exemplares da decadência a que o governo chegou em vésperas de entrega de um Orçamento do Estado impossível – e com todos os ingredientes para poder vir a ser novamente chumbado pelo Tribunal Constitucional.
 
Não há explicação para que o governo (a ala PSD, mais a ala CDS ou o “bando de adolescentes” como diz Marques Mendes) tenha deixado o país suspenso durante uma semana sem um esclarecimento decente sobre a dimensão do cortes das pensões de viuvez, que afectam um dos mais frágeis grupos da sociedade, neste momento encarregado de sustentar os filhos desempregados à conta de uma política económica desastrosa que conduz à recessão.
 
O Presidente da República cometeu um grave erro quando, depois de num primeiro momento ter manifestado desconfiança na solução avançada pelo PSD e CDS para a crise na coligação, não convocou eleições antecipadas no Verão. A “confiança” e a “solidez” quebraram-se para nunca mais voltar. Pedro e Paulo vão continuar a odiar-se em privado e já não o conseguem esconder convenientemente em público. As respectivas cortes estão tão acirradas como na semana que se seguiu à demissão de Vítor Gaspar. E não existe limite para a “falta de escrúpulos”: quando o Orçamento for público, ele revelar-se-á em todo o seu esplendor.
 

Portugal: GOVERNO PROIBE MANIFESTAÇÃO DA CGTP NA PONTE 25 DE ABRIL

 


MAI diz que não é possível manifestação na Ponte 25 Abril
 
Jornal i - Lusa
 
O ministro já tinha transmitido esta posição à Central Sindical na semana passada e propôs, como alternativa, que a marcha de protesto se realizasse na Ponte Vasco da Gama, o que a CGTP rejeitou
 
O Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, afirmou hoje que não é possível fazer a travessia da Ponte 25 de Abril no dia 19, no âmbito de uma manifestação da CGTP, por razões de segurança.
 
"Por estritas razões de segurança não é possível fazer o atravessamento da Ponte 25 de Abril", disse Miguel Macedo aos jornalistas após uma reunião de cerca de uma hora e meia com a CGTP.
 
O ministro já tinha transmitido esta posição à Central Sindical na semana passada e propôs, como alternativa, que a marcha de protesto se realizasse na Ponte Vasco da Gama, o que a CGTP rejeitou.
 
Na altura, Miguel Macedo tinha dois pareceres negativos sobre os riscos de insegurança de um protesto na Ponte 25 de Abril.
 
Em comunicado divulgado no sábado, o MAI destacou que, face à intenção da CGTP de realizar dia 19 uma manifestação na Ponte 25 de Abril, ouviu o Conselho de Segurança da Ponte 25 de Abril e a PSP, "as duas entidades com competência legal para pronúncia sobre a matéria", que deram parecer desfavorável, pelo que esta ponte "não poderá ser utilizada para o efeito pretendido.
 
Segundo o MAI, a PSP justificou com razões de falta de segurança o parecer negativo à realização da marcha.
 
Hoje, o ministro mencionou um terceiro parecer negativo elaborado pela Lusoponte, a entidade concessionária da exploração da Ponte 25 de Abril.
 
"Não se pode ignorar três pareceres técnicos", disse o governante, assegurando que "não está em causa o direito à manifestação, o que está em causa é conciliar o direito à manifestação com o direito à segurança", salientou Miguel Macedo.
 
O ministro disse ainda que o Governo apresentou uma alternativa de "boa-fé" e para que a marcha se realizasse "em segurança e liberdade" e voltou a apelar ao "bom senso e à responsabilidade".
 
"Esta não é uma matéria em que se possa confiar na sorte. Se algo correr mal alguém tem de assumir a responsabilidade", adiantou.
 
À saída deste encontro a CGTP reafirmou que a intenção de realizar a manifestação na Ponte 25 de Abril, argumentando que vai garantir todas as questões de segurança.
 
À saída do encontro com Miguel Macedo, o secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos, disse que a CGTP está disponível para deixar livres as duas faixas laterais da ponte para a circulação de viaturas de emergência e assegurar um cordão humano para enquadrar os manifestantes, de modo a que o desfile decorra ordeiramente.
 
"Vamos continuar tranquilamente a organizar a manifestação de dia 19. Não vamos entrar em especulações nem dramatizações", disse Arménio Carlos aos jornalistas.
 
Fonte do Ministério da Administração Interna disse entretanto à Lusa que poderá ser enviado ainda hoje à CGTP uma comunicação formal de que não há condições para a travessia da Ponte.
 
A realização de manifestações está regulada por um decreto-lei de 1934, o "decreto 406", cujo artigo 6º define as condições de realização dos protestos, nomeadamente, as relacionadas com a segurança.
 
Na foto: Ponte 25 de Abril repleta de pessoas, todos os anos atletas profissionais, amadores e curiosos que a atravessam de sul para norte numa competição, manifestação desportiva tradicional. E a segurança não é posta em causa todos os anos?
 
 
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SE UM PUTO NITO INCOMODA MUITA GENTE… O MPLA NUNCA RESPEITARÁ A LEI

 

REGIME É UM GIGANTE MEDROSO
 
Orlando Castro, William Tonet – Folha 8 – 12 outubro 2013
 
O regime dete­ve, e assim continua, no dia 12 de Setembro um perigoso agente da luta contra a segurança do Estado. Sem acusação formal, sobretudo por se tratar de alguém altamen­te preparado em técnicas terroristas, o detido estará – dizem os advogados de defesa – a ser torturado. Trata-se de Manuel Nito Alves, um jovem, melhor, um puto de 17 anos de ida­de, activista do Movimen­to Revolucionário.
 
Tudo leva a crer que a de­tenção do jovem se insere no propalado diálogo que o regime diz querer man­ter com a juventude. Isto porque, como se percebe, o diálogo só é possível quando os interlocutores estão sempre de acordo com as teses oficiais. Os que discordarem e te­nham ideias próprias, são enclausurados nas fedo­rentas e discriminatórias masmorras do “revolucio­nário” regime no poder.
 
Neste caso concreto, admite-se que o nome do jovem tenha acciona­do todos os fantasmas que ainda pululam numa maioria de altas figuras do regime, pondo em estado de alerta muitos dos que, impávida e serenamente, procuram ocultar o seu papel no 27 de Maio de 1977, o tal golpe em que morreram muitos milha­res de angolanos, entre os quais o outro Bernardo “Nito” Alves Baptista.
 
E se os acontecimentos de 27 de Maio de 1977 fo­ram o resultado de uma provocação, longa e pa­cientemente planeada, tendo como responsável máximo Agostinho Neto, que temia perder o poder. Não se acreditando que o actual presidente esteja na mesma situação, o que o leva a temer vir a estar, na mesma posição?
 
Naquele tenebroso 27 de Maio, onde o actual pre­sidente da República foi coordenador da Comis­são de Inquérito, o preso mais novo tinha 12 anos; o Joy e escapou à morte “in extremis”. Nas purgas subsequentes, os meno­res conotados e cataloga­dos com outras forças da oposição ou da sociedade civil foram igualmente detidos e muitos cobarde­mente assassinados. Hoje passa-se o mesmo.
 
Nito (Alves), activista do Movimento Revolucioná­rio em Angola, detido no dia 12 de Setembro, tem apenas 17 anos de idade (de luta, a fazer fé nas au­toridades, deve ter para aí 37 anos) e esteve três semanas em isolamento, provavelmente com aulas de reeducação política, nas instalações da Direc­ção Provincial da Investi­gação Criminal (DPIC).
 
Como se sabe, a reedu­cação política impõe um austero regime da apren­dizagem onde, ao contrá­rio do que diz, por exem­plo, Salvador Freire da Associação Mãos Livres, a “tortura” é uma mera dis­ciplina de dignificação do espírito e do necessário reconhecimento reveren­cial ao divino “arquitecto da paz e querido líder”
 
Manuel Baptista Chegon­de Nito Alves sairá, se sair, da prisão já com um diploma de cidadão ree­ducado que jamais man­dará imprimir T-shirts com palavras contra o Presidente José Eduardo dos Santos.
 
Já no fim de Maio, sem­pre no âmbito do diálo­go juvenil superiormente orientado por Eduardo dos Santos, outro jovem - Emiliano Catumbela – foi detido quando participa­va numa vigília organiza­da em protesto contra o Governo e em memória de Elias Cassule e Alves Camulingue, dois mem­bros do movimento e que desapareceram em com­bate.
 
Bem diz o advogado da Associação Mãos Livres, David Mendes, que as “detenções arbitrárias” apenas pretendem “de­sincentivar” os protestos pacíficos dos jovens que, aliás, cumprem quase to­dos os requisitos legais quando pretendem ma­nifestar-se. Quase todos porque, reconheça-se, lhes falta o principal: estar de acordo com o regime.
 
Recorde-se que, na ver­são oficial, amplamente divulgada e todos os anos reiterada pela estratégia do MPLA que visa ir de mentira em mentira até à “verdade” final, os acon­tecimentos do 27 de Maio de 1977 não passaram de um golpe de Estado, cujo fim era destituir e assas­sinar o presidente Agosti­nho Neto.
 
Essa “verdade” oficial esbarra, contudo, na me­mória dos chamados “fraccionistas” que – ao contrário dos desejos dos carrascos de então - escaparam ao massacre. Assim, o que era uma de­monstração cabal de soli­dariedade com Agostinho Neto mas contra o gover­no da então República Popular de Angola, onde grassava a incompetência e a corrupção (herdadas, segundo disse esta sema­na o Procurador-Geral da República, do sistema colonial) foi transformada em tentativa de golpe de Estado.
 
Se há expressão que se coaduna com a realidade dos acontecimento, ela é a de David Birmingham, historiador britânico, quando fala da “Insurrei­ção desarmada de mas­sas”. O romantismo da iniciativa, à qual aderiu maciçamente uma popu­lação que, como hoje, está sequiosa de justiça e equi­dade social, acabou por demonstrar que, afinal, Agostinho Neto estava manietado por um núcleo duro de extremistas.
 
Não será líquido que em caso de sucesso, Nito Al­ves deixasse Agostinho Neto continuar no poder. No entanto, também é crí­vel a tese de que o então ministro da Administração Interna venerava o presi­dente a ponto de, ingenua­mente, acreditar que ele seria incapaz de pactuar com os que faziam da ra­zão da força a força da sua razão, de que é exemplo acabado Lúcio Lara.
 
Sabe-se hoje, até pela própria evolução (ou es­tagnação) do MPLA, que Agostinho Neto só valori­zava todos aqueles que ti­nham total liberdade para pensar como ele. Exacta­mente como agora. Se as­sim não fosse o “cadafal­so” era, como continua a ser hoje, a solução.
 
Que o digam, embora em épocas diferentes, Viria­to da Cruz ou Rodrigues Miguéis e, entre outros, os comandantes da fren­te Leste (Paganini, Joa­quim, Carlos, Roquete), da Rebelião da “Gibóia”, transformada em Revol­ta de Leste, encabeçada respectivamente pelo co­mandante Barreiro Frei­tas, “Gibóia”, substituído mais tarde por Daniel Chipenda.
 
A execução sem julga­mento (mantém-se hoje a tese de que até prova em contrários os adversários são inimigos) de Paganini e companhia, oriundos do Leste, numa zona sob o comando do comandan­te Toca, natural do Norte, foi vista como uma pura eliminação de quadros da região pelos que vinham de fora.
 
Recorde-se que em 1965, Agostinho Neto mandou (e nem os extremismos coloniais chegaram a tan­to) enterrar vivo Matias Miguéis, então vice-pre­sidente que havia trocado o MPLA pela FNLA. Para dar enfâse a tão bárbara crueldade, a vítima ficou com a cabeça de fora para que os mabecos que ali o colocaram pudessem nele cuspir e urinar.
 
O assassinato de Deolin­da Rodrigues, ordenado pelo comandante Gour­gel da FNLA, à revelia de Holden Roberto, poderá ter sido uma retaliação ao que fora feito a Matias Miguéis.
 
Foi com este enquadra­mento que Barreiro Frei­tas, também conhecido por “Katuwa Mitwé”, en­cabeçou em Dezembro de 1969 um movimento de contestação de guer­rilheiros “mbundu” (Sul de Angola), que partiu do Leste com a firme inten­ção de chegar a Lusaka e fazer contas com Agos­tinho Neto. A iniciativa gorou-se na fronteira por desentendimentos inter­nos.
 
O “golpe” do 27 de Maio nada mais foi, na sua gé­nese, do que uma mani­festação que, como as de hoje, causou alergias ao regime. E o que era pe­queno transformou-se em grande, em imenso. E eis quando, no dia seguinte, os corpos carbonizados de Eugénio Veríssimo da Costa (Nzaji), membro do Comité Central do MPLA e da Segurança das FA­PLA; José Gabriel Paiva (Bula), chefe adjunto do Estado-Maior General; major Saydi Mingas (Lu­tuima), membro do Co­mité Central e ministro da Finanças; Paulo Silva Mungungu (Dangereux), membro do Comité Cen­tral e do Estado-Maior Geral; comandante Euri­co Gonçalves, membro do Estado-Maior General, que se suicidou com um tiro na cabeça; António Garcia Neto, director da cooperação internacional; Cristino Santos e João Ro­drigues são encontrados num jipe e numa ambu­lância, na zona da Boa­vista. De acordo com a versão oficial, que é vero­símil, embora existam ou­tras, e até em função dos cargos que ocupavam, a DISA de Onambwe vazou a informação, destes diri­gentes terem sido mortos pelos apoiantes de Nito Alves, quando é consabi­do terem sido eliminados, por um agente infiltrado, precisamente, um dos assessores de Onambwe, que, tendo sido o único que matou, nunca tenha ficado preso, o célebre “Tony Laton”.
 
Durante os meses seguin­tes, milhares de angolanos desapareceram (apesar de estarem, supostamen­te, sob custódia das forças leais a Agostinho Neto), muitos foram torturados, outros mortos, sem qual­quer julgamento ou or­dem do tribunal militar, criado para o efeito, mas cujas semelhanças com um tribunal de Adolph Hitler, que matava indis­criminadamente judeus, não são mera coincidên­cia.
 
NOTA DE IMPRENSA
 
A Associação Mãos Livres, tem vindo a acompanhar com bastan­te preocupação a forma como está a ser dirigido o processo Nº 9848/13 – OP, conhecido como “Caso Nito Alves”, cuja instrução está a cargo do instrutor Mateus André;
 
No dia 1 de Outubro de 2013, os advogados da Associação, remete­ram um requerimento solicitando a liberdade provisória de “ Nito Alves” nos termos do Nº 2 do artº 10º da Lei Nº 18-A/92 de 17 de Julho – Lei da Prisão Pre­ventiva, uma vez que o crime de que vem acusado, “ ultraje ao Presidente da República”, previsto e punível nos termos do art.º 25º da lei nº 23/10 de 03 de Dezembro - Lei dos Crimes contra a Segurança do Estado, a sua moldura penal abstrata, a pena, eventualmente, a ser aplicada, não ultrapassa os três (3) anos de prisão;
 
Os advogados que estão a acompanhar este processo: “Caso Nito Alves” con­tactaram a PGR e lamentavelmente, deles recebemos a informação dos autos terem sido remetidos para um órgão superior não identificado, por isso, não foi decidido o requerimento;
 
A Associação Mãos Livres, condena toda e qualquer forma de interferência de pessoas ou instituições, não ligadas à instrução na determinação de medidas de coacção processual e exige o cumprimento das normas processuais e a liberda­de do jovem menor Nito Alves.
 
Luanda, aos 8 de Outubro de 2013
 
O Presidente - Dr. Salvador Freire dos Santos
 

FF de Timor-Leste pede a clubes portugueses para estarem atentos ao futebol timorense

 


Díli, 11 out (Lusa) - O vice-presidente da Federação de Futebol de Timor-Leste (FFTL) afirmou hoje que o futebol que se joga no país é português e brasileiro e pediu aos grandes clubes portugueses para estarem atentos ao futebol timorense.
 
"O Real Madrid abriu aqui uma escola e esperamos que não seja só o Real Madrid. Era melhor que fosse o Sporting, o Benfica ou o Porto. O nosso futebol é mais português e brasileiro", afirmou à agência Lusa Filomeno Fernandes, o vice-presidente da FFTL.
 
Segundo aquele responsável, antigamente "no tempo português" havida jogadores de origem timorense a jogar em clube portugueses, como no Belenenses, Beira-Mar e Boavista, mas agora não há cooperação com os clubes.
 
"Temos aqui muitos jogadores que podíamos mandar para Portugal. Pedimos para que estejam mais atentos ao futebol em Timor-Leste. Os portugueses estão aqui. Fazemos um apelo aos nossos irmãos portugueses para verem os nossos melhores jogadores para os mandar para Portugal. Este é o nosso desejo", afirmou à Lusa.
 
Atualmente, Timor-Leste tem quase uma dezena de atletas a jogar fora do país.
 
"Dois já foram para Europa. Um está em Espanha e outro no Sporting em Portugal", disse, explicando que os dois são menores.
 
Depois, acrescentou Filomeno Fernandes, estão dois a jogar na Coreia do Sul, um no Qatar, três na Indonésia e dois na Tailândia.
 
"Para o Sporting foi o Pedro como júnior. Vai jogar na escola do Sporting. Já foi fazer exames médicos", disse, acrescentando que o futebolista foi escolhido na sequência de um encontro realizado entre Timor-Leste e o Sporting na Coreia do Sul.
 
MSE // PJA - Lusa
 
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NR: Devido á extinção do nosso blogue Timor Lorosae Nação, no prazo de uma semana, toda a matéria relacionada com o sudeste asiático, Oceânia, pacífico, Ásia e médio oriente passa a ser publicada no Página Global nas secções correspondentes e que em breve serão ativadas de modo mais eficiente. Timor-Leste e Macau estão incluídos.
 

Timor-Leste: PRÉMIO DIREITOS HUMANOS “SÉRGIO VIEIRA DE MELO” - candidaturas

 


Abertas candidaturas para sexta edição do Prémio Direitos Humanos de Timor-Leste
 
Díli, 14 out (Lusa) - A Presidência de Timor-Leste anunciou hoje a abertura de candidaturas para a sexta edição do Prémio Direitos Humanos "Sérgio Vieira de Mello", cujo vencedor será conhecido a 10 de dezembro.
 
O prémio tem como objetivo destacar as atividades de cidadãos timorenses e estrangeiros, organizações governamentais e não-governamentais na promoção, defesa e divulgação dos Direitos Humanos em Timor-Leste.
 
As candidaturas podem ser entregues na Presidência até dia 20 de novembro.
 
O prémio foi criado em 2009 pelo antigo Presidente timorense e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, e é atribuído nas categorias Direitos Civis e Políticos e Direitos Sociais, Económicos e Culturais.
 
O brasileiro Sérgio Vieira de Mello foi morto em agosto de 2003 no Iraque num atentado terrorista, depois de ter sido, entre 1999 e 2002, responsável pela administração transitória da ONU em Timor-Leste.
 
Em 2012, o Prémio Direitos Humanos Sérgio Vieira de Mello foi entregue à organização não-governamental timorense Belun, à Fundação Fraternidade Franciscana da Divina Previdência e à Clínica do Bairro Pité.
 
MSE // MLL – Lusa - Foto em Sapo TL
 
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Representatividade feminina na assembleia de Macau a mais elevada desde 2001

 


Macau, China, 14 out (Lusa) - A Assembleia Legislativa de Macau, que inicia funções na próxima quarta-feira, conta com a maior representatividade feminina desde 2001, com sete mulheres num universo de 33 deputados, perfazendo um quinto do novo hemiciclo.
 
A maioria das mulheres (cinco) conquistou um assento através do sufrágio universal, com a eleição por sufrágio indireto a figurar como a outra via de entrada (duas), dado que, ao contrário de 2009, a lista de deputados nomeados pelo chefe do executivo não contemplou qualquer representante do sexo feminino.
 
Além de refletir a maior representatividade feminina desde a criação da Região Administrativa Especial, o novo hemiciclo apresenta, a este nível, uma diferença significativa face ao elenco da anterior legislatura.
 
Agora, existem sete elementos do sexo feminino num total de 33 deputados (21,2%), enquanto em 2009 eram apenas quatro mulheres num universo de 29 (ou seja, 13,7%), o que mostra uma diferença nas taxas de representatividade feminina de sete pontos percentuais, de acordo com os dados compilados pela agência Lusa.
 
A presença feminina no hemiciclo para os próximos quatro anos apenas encontra paralelo com o período 2005-2009, altura em que 'elas' também constituíam um quinto da Assembleia Legislativa (20,6%, eram seis em 29). Já em 2001-2005 perfaziam 18,5% do hemiciclo, dado que eram cinco em 27.
 
Das sete mulheres que integram o novo elenco, três foram reeleitas por sufrágio universal: Kwan Tsui Hang, Angela Leong e Melinda Chan.
 
A estas somam-se Song Pek Kei e Wong Kit Cheng (ambas eleitas pelo sufrágio universal) e Lei Cheng I e Chan Hong (ambas da via indireta).
 
Dos 33 deputados que compõem a Assembleia Legislativa, apenas nove são caras novas, já que se contabilizam 24 reeleitos ou reconduzidos (no caso dos nomeados pelo chefe do executivo).
 
A média etária dos deputados ronda os 52 anos, à semelhança do que se verificou na legislatura anterior: Song Pek Kei (28 anos) é o rosto mais jovem e Vítor Cheung Lup Kwan (75 anos) mantém o título do mais velho.
 
Em termos de naturalidade, mais de metade nasceu em Macau, mas a diferença não é muito expressiva.
 
De acordo com os dados compilados pela agência Lusa, no caso dos deputados eleitos, sete dos 14 que compõem a 'bancada' da via direta e sete dos 12 da indireta são da 'terra'.
 
A Assembleia Legislativa de Macau vai passar a contar com 33 deputados, 14 dos quais eleitos pelo sufrágio universal e 12 pela via indireta (pelas associações) - mais dois por cada uma das vias -, mantendo-se o figurino dos sete deputados nomeados pelo chefe do executivo.
 
A V legislatura tem início na próxima quarta-feira, dia 16, com um plenário reservado à eleição do presidente, vice-presidente e 1.º e 2.º secretários.
 
DM // MLL – Lusa
 
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Moçambique: Renamo distancia-se do ataque ao posto da Guarda Fronteira em Muanza

 

Alfredo Manjate – Verdade (mz)
 
A Renamo não assume a autoria do ataque armando ocorrido na madrugada do último sábado (12) ao posto da Polícia da Guarda Fronteira, no distrito de Muanza-Sofala, onde há indicações de ter havido vítimas mortais e feridos por parte das forças governamentais. Já o Executivo afirma categoricamente que o mesmo foi protagonizado por homens da “Perdiz”.
 
Segundo o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, não é postura dos homens da “Perdiz” protagonizarem ataques armados, pois estes apenas reagem a tais actos. Entretanto, segundo fontes não oficiais, o referido ataque surge em resposta ao assassinato de um ex-guerrilheiro, de nome Oliveira Magazanhica, que prestava trabalhos no quartel-general da Renamo, localizado em Santujira.
 
Magazanhica teria sido executado depois de ter sido torturado e mantido me cativeiro entre os dias 25 e 27 de Setembro em Nhamatanda, onde tinha ido visitar a família. O acto foi denunciado pela “Perdiz”, que acusa a PRM de estar a perseguir e assassinar os seus membros em conluio com os secretários dos bairros e com a Polícia Comunitária, que vão de casa em casa dos desmobilizados.
 
Governo não tem dúvidas de que o ataque seja da autoria da Renamo
 
Para o ministro de Defesa Nacional, Filipe Nyussi, aquele ataque é mais uma demonstração de que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique precisam de estar em todos os cantos do país a vasculhar aqueles que por via do diálogo ou usando os mecanismos democraticamente estabelecidos não pretendem resolver as diferenças que possam existir.
 
Nyussi entende que esses ataques visam fragilizar as Forças de Defesa e Segurança do país, daí que os seus protagonistas devem ser procurados, encontrados e responsabilizados por esses actos. Este garante ainda que nessa troca de tiros, ocorrido no sábado, não houve vítimas mortais da parte das forças governamentais.
 
"As FADM vão garantir a realização de eleições"
 
Sobre as ameaças feita pela Renamo no sentido de inviabilizar as eleições de 20 de Novembro, o governante assegurou que as FADM irão acautelar essa situação. Nyussi argumentou que é função das FADM defender a soberania e no caso das eleições, defender as eleições.
 
"Se as Forças Armadas não defenderem a democracia, não estarão a cumprir o seu papel institucional. Temos que fazer de tudo para que as eleições aconteçam”, referiu. Para Nyussi quem tentar sabotar as eleições tem medo da democracia e do povo, defendeu.
 
Entretanto, a Renamo, apesar de já se ter distanciado promete reagir a este caso. O ataque em causa acontece dias depois de a Renamo ter revelado que se confrontou com as Forças de Defesa e Segurança em pleno Dia da Paz, que se assinalou no dia 4 de Outubro.
 
O referido confronto ocorreu entre os distritos de Dondo e Nhamatanda, em Sofala, e tal como das outras vezes, não revelou o número de mortos, tendo deixado tal “tarefa” para o Governo.
 

NOAM CHOMSKY E O LABIRINTO AMERICANO

 


Ele sustenta: na Síria, Washington adotou lógica da Máfia, e perdeu; no Congresso, Obama é vítima da ultradireita, que age como os nazistas
 
Entrevista a Harrison Samphir, no Znet - Tradução: Vinícius Gomes - Imagem de HikingArtist – em Outras Palavras
 
Noam Chomsky é, aos 84 anos, um dos maiores intelectuais no mundo. Seu trabalho e suas realizações são bem conhecidos – ele é linguista norte-americano, professor emérito no Massachussets Institute of Technology (MIT) há mais de 60 anos, analista e ativista político constante, crítico original do capitalismo e da ordem mundial que tem como centro os Estados Unidos
 
Nessa entrevista, Chomsky debate a paralisação do governo norte-americano, por disputas incessantes no sistema político e, em especial, chantagem das forças de direita mais primitivas. Também aborda os sinais de perda de influência de Washington na Síria e da emegência, na América do Sul, de um conjunto de governos que afasta-se dos EUA, pela primeira vez em dois séculos.
 
Gostaria de começar com a paralisação recente do governo dos EUA. Por que ela é diferente dessa vez, se já aconteceu no passado?
 
Noam Chomsky: Paul Krugman fez há dias, no New York Times, um ótimo comentário a respeito. Lembra que o partido republicano é minoritário entre a opinião pública e controla a Câmara [House of Representatives, que junto do Senado representa o Legislativo nos EUA]. Está levando o governo à paralisação e talvez ao calote de suas dívidas. Conseguiu a maioria por conta de inúmeras artimanhas. Obteve uma minoria de votos, mas a maioria das cadeiras. Está se utilizando disso para impor uma agenda extremamente nociva para a sociedade. Foca particularmente a questão do sistema de saúde público.
 
Os EUA são o único, entre os países ricos e desenvolvidos, que não possue um sistema nacional de saúde pública. O sistema norte-americano é escandaloso. Gasta o dobro de recursos de países comparáveis, para obter um dos piores resultados. E a razão para isso é ser altamente privatizado e não-regulado, tornando-se extremamente ineficiente e caro. Aquilo que alguns chamam de “Obamacare” é uma tentativa de mudar esse sistema de forma suave – não tão radicalmente como seria desejável – para torná-lo um pouco melhor e mais acessível.
 
O Partido Republicano escolheu o sistema de saúde como alavanca para conquistar alguma força política. Quer destruir o Obamacare. Essa posição não é unânime entre os republicanos, é de uma ala do partido – chamada de “conservadora”, de fato, profundamente reacionária. Norman Orstein, um dos principais comentaristas conservadores, descreve o movimento, corretamente, como uma “insurgência radical”.
 
Então, há uma insurgência radical, que implica grande parte da base republicana, disposta a tudo – destruir o país, ou qualquer coisa, com o intuito de acabar com a Lei de Assistência Acessível (o Obamacare). É a única coisa a que foram capazes de se agarrar. Se falharem nisso, terão de dizer a sua base que mentiram para ela, ao longo dos últimos cinco anos. Por isso, estão dispostos a ir até onde for necessário. É um fato incomum – penso que único – na história dos sistemas parlamentaristas modernos. É muito perigoso para o país e para o mundo.
 
Como a paralisação poderia terminar?
 
Bem, a paralisação por si só é ruim – mas não devastadora. O perigo real surgirá nas próximas semanas. Há, nos Estados Unidos, uma legislação rotineira – aprovada todo ano – que permite ao governo tomar dinheiro emprestado. Do contrário, ele não funciona. Se o Congresso não autorizar a continuação da tomada de empréstimos, talvez o governo peça moratória. Isso nunca aconteceu e um calote do governo norte-americano não seria muito prejudicial apenas aos EUA. Ele provavelmente afundaria o país, de novo, numa profunda recessão – mas talvez também quebre o sistema financeiro internacional. É possível que encontrem maneiras para contornar a situação, mas o sistema financeiro mundial depende muito da credibilidade do Departamento do Tesouro dos EUA. A credibilidade dos títulos de dívida emitidos pelos EUA é vista como “tão boa quanto ouro”: esses papéis são a base das finanças internacionais. Se o governo não conseguir honrá-los, eles não possuirão mais valor, e o efeito no sistema financeiro internacional poderá ser muito severo. Mas para destruir uma lei de saúde limitada, a extrema direita republicana, os reacionários, estão dispostos a fazer isso.
 
No momento, os EUA estão divididos sobre como o tema será resolvido. O ponto principal a observar é a divisão no Partido Republicano. O establishment republicano, junto com Wall Street, os banqueiros, os executivos de corporações não querem isso – de maneira nenhuma. É parte da base que deseja, e tem sido muito difícil controlá-la. Há uma razão para terem um grande grupo de delirantes em sua base. Nos últimos 30 ou 40 anos, ambos os partidos que comandam a política institucional dos EUA inclinaram-se para a direita. Os democratas de hoje são, basicamente, aquilo que se costumava chamar, há tempos, de republicanos moderados. E os republicanos foram tanto para a direita que simplesmente não conseguem votos, na forma tradicional.
 
Tornaram-se um partido dedicado aos muito ricos e ao setor corporativo – e você simplesmente não consegue votos dessa maneira. Por isso, têm sido compelidos a mobilizar eleitores que sempre estiveram presentes no sistema político, mas eram marginais. Por exemplo, os extremistas religiosos. Os EUA são um dos expoentes no que se refere ao extremismo religioso no mundo. Mais ou menos metade da população acredita que o mundo foi criado há alguns milhares de anos; dois terços da população está aguardando a segunda vinda de Cristo. A direita também teve de recorrer aos nativistas. A cultura das armas, que está fora de controle, é incentivada pelos republicanos. Tenta-se convencer as pessoas de que devem se armar, para nos proteger. Nos proteger de quem? Das Nações Unidas? Do governo? Dos alienígenas?
 
Uma enorme parcela da sociedade é extremamente irracional e agora foi mobilizada politicamente pelo establishment republicano. Os líderes presumem que podem controlar este setor, mas a tarefa está se mostrando difícil. Foi possível perceber isso nas primárias republicanas para a presidência, em 2012. O candidato do establishment era Romney, um advogado e investidor em Wall Street – mas a base não o queria. Toda vez que a base surgia com um possível candidato, o establishment fazia de tudo para destruí-lo, recorrendo, por exemplo, a ataques maciços de propaganda. Foram muitos, um mais louco que o outro. O establishment republicano não os quer, tem medo deles, conseguiu nomear seu candidato. Mas agora está perdendo controle sobre a base.
 
Sinto dizer que isso tem algumas analogias históricas. É mais ou menos parecido com o que aconteceu na Alemanha, nos últimos anos da República de Weimar. Os industriais alemães queriam usar os nazistas, que eram um grupo relativamente pequeno, como um animal de combate contra o movimento trabalhista e a esquerda. Acharam que podiam controlá-los, mas descobriram que estavam errados. Não estou dizendo que o fenômeno vai se repetir aqui, é um cenário bem diferente, mas algo similar está ocorrendo. O establishment republicano, o bastião corporativo e financeiro dos ricos, está chegando em um ponto em que não consegue mais controlar a base que mobilizou.
 
Na política externa, as notícias sobre a Síria sumiram da mídia convencional, desde a aprovação do acordo para confiscar as armas químicas do arsenal de Assad. Você pode comentar esse silêncio?
 
Nos EUA, há pouco interesse sobre o que acontece fora das fronteiras. A sociedade é bem insular. A maioria das pessoas sabe bem pouco sobre o que acontece no mundo e não liga tanto para isso. Está preocupada com seus próprios problemas, não têm o conhecimento ou o compreensão sobre o mundo ou sobre História. Quando algo, no exterior, não é constantemente martelado pela mídia, esta maioria simplesmente não sabe nada a respeito.
 
A Síria vive uma situação muito ruim, atrocidades realmente terríveis, mas há lugares muito piores no mundo. As maiores atrocidades das últimas décadas têm ocorrido no Congo – na região oriental –, onde mais ou menos 5 milhões de pessoas foram mortas. Nós – os EUA – estamos envolvidos, indiretamente. O principal mineral em seu celular é o coltan, que vem daquela região. Corporações internacionais estão lá, explorando os ricos recursos naturais Muitas delas bancam milícias, que estão lutando umas contra as outras pelo controle dos recursos, ou de parte deles. O governo de Ruanda, que é um cliente dos EUA, está intervindo maciçamente, assim como Uganda. É praticamente uma guerra mundial na África. Bem, quantas pessoas sabem disso? Mal chega à mídia e as pessoas simplesmente não sabem nada a respeito.
 
Na Síria, o presidente Obama fez um discurso sobre o que chamou de sua “linha vermelha”: não se pode usar armas químicas; pode-se fazer de tudo, exceto utilizar armas químicas. Surgiram relatórios credíveis, afirmando que a Síria utilizou essas armas. Se é verdade, ainda está em aberto, mas muito provavelmente é. Nesse ponto, o que estava em jogo é o que se chama de credibilidade. A liderança política e os comentaristas de política externa indicavam, corretamente, que a credibilidade norte-americana estava em jogo. Algo precisava ser feito para mostrar que nossas ordens não podem ser violadas. Planejou-se um bombardeio, que provavelmente tornaria a situação ainda pior, mas manteria a credibilidade dos EUA.
 
O que é “credibilidade”? É uma noção bem familiar – basicamente, a noção principal para organizações como a Máfia. Suponha que o Poderoso Chefão decida que você terá que pagá-lo, para ter proteção. Ele tem de “bancar” essa afirmação. Não importa se precisa ou não do dinheiro. Se algum pequeno lojista, em algum lugar, decidir que não irá pagá-lo, o Poderoso Chefão não deixa a ousadia impune. Manda seus capangas espancá-lo sem piedade, ainda que o dinheiro não signifique nada para ele. É preciso estabelecer credibilidade: do contrário, o cumprimento de suas ordens tenderá a erodir. As relações exteriores funcionam quase da mesma maneira. Os EUA representam o Poderoso Chefão, quando dão essas ordens. Os outros que cumpram, ou sofram as consequências. Era isso que o bombardeio na Síria demonstraria.
 
Obama estava chegando a um ponto do qual, possivelmente, não seria capaz de escapar. Não havia quase apoio internacional nenhum – sequer da Inglaterra, algo incrível. A Casa Branca estava perdendo apoio internamente e foi compelida a colocar o tema em votação no Congresso. Parecia que seria derrotada, num terrível golpe para a presidência de Obama e sua autoridade. Para a sorte do presidente, os russos apareceram e o resgataram com a proposta de confiscar as armas químicas, que ele prontamente aceitou. Foi uma saída para a humilhação de encarar uma provável derrota.
 
Faço comentário adicional. Você perceberá que este é um ótimo momento para impor a Convenção sobre Proibição de Armas Químicas no Oriente Médio. A verdadeira convenção, não a versão que Obama apresentou em seu discurso, e que os comentaristas repetiram. Ele disse o básico, mas poderia ter feito melhor, assim como os comentaristas. A Convenção sobre Proibição de Armas Químicas exige que sejam banidas a produção, estocagem e uso delas – não apenas o uso. Por que omitir produção e estocagem? Razão: Israel produz e estoca armas químicas. Consequentemente, os EUA irão evitar que tal convenção seja imposta no Oriente Médio. É um assunto importante: na realidade, as armas químicas da Síria foram desenvolvidas para se contrapor às armas nucleares de Israel, o que também não foi mencionado.
 
Você afirmou recentemente que o poder norte-americano no mundo está em declínio. Para citar sua frase em Velhas e Novas Ordens Mundiais, de 1994, isso limitará a capacidade dos EUA para “suprimir o desenvolvimento independente” de nações estrangeiras? A Doutrina Monroe está completamente extinta?
 
Bem, isso não é uma previsão, isso já aconteceu. E aconteceu nas Américas, muito dramaticamente. O que a Doutrina Monroe dizia, de fato, é que os EUA deviam dominar o continente. No último século isso de fato foi verdade, mas está declinando – o que é muito significativo. A América do Sul praticamente se libertou, na última década. Isso é um evento de relevância histórica. A América do Sul simplesmente não segue mais as ordens dos EUA. Não restou uma única base militar norte-americana no continente. A América do Sul caminha por si só, nas relações exteriores. Ocorreu uma conferência regional, cerca de dois anos atrás, na Colômbia. Não se chegou a um consenso, nenhuma declaração oficial foi feita. Mas nos assuntos cruciais, Canadá e EUA isolaram-se totalmente. Os demais países americanos votaram num sentido e os dois foram contra – por isso, não houve consenso. Os dois temas eram admitir Cuba no sistema americano e caminhar na direção da descriminalização das drogas. Todos os países eram a favor; EUA e Canadá, não.
 
O mesmo se dá em outros tópicos. Lembre-se de que, algumas semanas atrás, vários países na Europa, incluindo França e Itália, negaram permissão para sobrevoo do avião presidencial do boliviano Evo Morales. Os países sul-americanos condenaram veementemente isso. A Organização dos Estados Americanos, que costumava ser controlada pelos EUA, redigiu uma condenação ácida, mas com um rodapé: os EUA e o Canadá recusaram-se a subscrever. Estão agora cada vez mais isolados e, mais cedo ou mais tarde, penso que os dois serão, simplesmente, excluídos do continente. É uma brusca mudança em relação ao que ocorria há pouco tempo.
 
A América Latina é o atual centro da reforma capitalista. Esse movimento poderá ganhar força no Ocidente?
 
Você está certo. A América Latina foi quem seguiu com maior obediência as políticas neoliberais instituídas pelos EUA, seus aliados e as instituições financeiras internacionais. Quase todos os países que se orientaram por aquelas regras, incluindo nações ocidentais, sofreram – mas a América Latina padeceu particularmente. Seus países viveram décadas perdidas, marcadas por inúmeras dificuldades.
 
Parte do levante da América Latina, particularmente nos últimos dez a quinze anos, é uma reação a isso. Reverteram muitas daquelas medidas e se moveram para outra direção. Em outra época, os EUA teriam deposto os governos ou, de uma maneira ou de outra, interrompido seu movimento. Agora, não podem fazer isso.
 
Recentemente, os EUA testemunharam o surgimento de seus primeiros refugiados climáticos – os esquimós Yup’ ik – na costa sul na ponta do Alaska. Isso coloca em mórbida perspectiva o impacto humano no meio ambiente. Qual é sua posição acerca dos impostos sobre emissões carbono e quão popular pode ser tal medida nos EUA ou em outro país?
 
Acho que é basicamente uma boa ideia. Medidas muito urgentes têm de ser tomadas, para frear a contínua destruição do meio ambiente. Um imposto sobre carbono é uma maneira de fazer isso. Se isso se tornasse uma proposta séria nos EUA, haveria uma imensa propaganda contrária, desencadeada pelas corporações – as empresas de energia e muitas outras –, para tentar aterrorizar a população. Diriam que, em caso de criação do tributo, todo tipo de coisa terrível aconteceria. Por exemplo, “você não será mais capaz de aquecer sua casa”… Se isso terá sucesso ou não, dependerá da capacidade de organização dos movimentos populares.
 
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