O ministro dos
Transportes e Comunicações de Moçambique, Gabriel Muthisse, acusou a União
Europeia de usar o argumento da falta de segurança para colocar "uma
barreira comercial" às companhias aéreas moçambicanas, banidas de voar no
espaço europeu.
As operadoras de
transporte aéreo moçambicanas estão proibidas de entrar no espaço da União
Europeia (UE), devido a deficiências no controlo de critérios de segurança por
parte do Instituto Nacional de Aviação de Moçambique (INAC), a entidade
reguladora do setor aéreo no país.
As possibilidades
de as companhias aéreas moçambicanas serem autorizadas a entrar no espaço da UE
ficaram mais remotas com a queda na Namíbia de um avião das Linhas Aéreas de
Moçambique (LAM) em novembro, provocando a morte de todos os 33 ocupantes,
incluindo sete cidadãos de nacionalidade portuguesa.
Pronunciando-se
sobre os receios de o país ver prolongado o seu banimento do espaço aéreo, o
ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações acusou a UE de se escudar
na falta de segurança para impor uma barreira comercial.
"O que eles
estão a colocar é uma barreira comercial. Na verdade, eles é que devem estar
mais preocupados, porque hoje em dia não nos podem isolar do mundo como era
possível fazer há 20 ou 30 anos, pois hoje o mercado é bem maior e os países
têm à sua disposição um vasto leque de alternativas", disse Gabriel
Muthisse.
Muthisse apontou o
facto de as transportadoras europeias voarem para Moçambique, cuja segurança
aérea é fiscalizada pelo INAC como prova de que o banimento imposto pela UE não
se deve a questões de segurança.
"Se esta fosse
a real causa, então as companhias europeias não voariam para Moçambique, como
faz, por exemplo, a TAP, porque quem garante as condições de segurança na
navegação aérea através de mecanismos válidos de controlo é o Instituto
Nacional de Aviação Civil, o mesmo que para eles não satisfaz. Deviam ter medo
de voar para Moçambique", declarou o ministro dos Transportes e
Comunicações de moçambicano.
Para Gabriel
Muthisse, a interdição decretada pela UE não tem prejudicado as transportadoras
moçambicanas, pois as mesmas não estão proibidas de voar para outros países.
"É preciso
deixar claro que a LAM voa para onde deseja voar e, naturalmente, não voa para
onde não deseja. Quer dizer, não estamos proibidos de voar para a China, para o
Canadá, para o México ou para outro destino qualquer que nos interesse
explorar", disse Muthisse.
PMA // APN - Lusa
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