Após
boicote de fabricantes europeus, dois estados já pensam em métodos mais
''viáveis'' para a pena capital
Opera
Mundi, São Paulo
Os
estados de Missouri e Wyoming já dão indícios de que poderá haver projetos
legislativos nesse sentido. O deputado estadual Paul Fitzwater, do Missouri,
disse ter "as vítimas em mente" ao apoiar a mudança na legislação.
"As pessoas olham para os presos que vão ser executados como vítimas. Mas
as verdadeiras vítimas não têm voz porque estão mortas", disse a um jornal
local.
Um
parlamentar de Wyoming também veio a público apoiar a reinserção dos pelotões
de fuzilamento nos casos em que problemas constitucionais impedem a execução
por injeção letal.
"Um
dos motivos pelos quais escolhi pelotões de fuzilamento e não qualquer outra
forma é porque, francamente, é a opção mais barata para o poder público",
afirma o sendar Bruce Burns. "Creio que os custos de construir uma câmara
de gás são proibitivos quando considerado o número de pessoas que seriam
executadas, ou até o preço de guilhotinas."
O
estado de Utah é o único a já ter usado pelotões de fuzilamento como método de
execução. Fez isso três vezes desde 1977; e a última ocasião foi em 2010, quando
o preso Ronnie Lee Gardner voluntariamente optou pela técnica.
Os
fabricantes europeus, tradicionais fornecedores da substância usada para
executar presos de maneira indolor nos EUA, começaram a boicotar a venda da
droga por motivações morais, segundo informações do site RT. Para tentar
driblar a falta do produto, autoridades dos estados que adotam a pena capital
entraram em contato com a indústria farmacêutica dos EUA para utilizar uma
mistura não-testada de drogas disponíveis.
O
método controverso, entretanto, uma combinação de poderesos sedativos e
analgésicos, ainda precisa ser aprovado. Nos últimos dias, o debate tem sido
intenso no país após uma execução mal sucedida em Ohio no último sábado (18/01)
na qual o preso Dennis McGuire demorou 26 minutos para morrer. De acordo com a
agência AP, foi a mais longa das 53 execuções desde que o estado reinstalou a
pena capital, em 1999.
Na
foto: Sala onde é aplicada a injeção letal nos EUA; substância utilizada em
penas capitais está em falta no país
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