quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Portugal: CRIME DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

 


Paulo Morais: terá chegado a hora de pedir uma investigação, a toda a Assembleia, pelo crime de tráfico de influências?

Apodrecetuga

Os maiores grupos económicos portugueses dominam o Parlamento através das dezenas de parlamentares a quem garantem salários e consultadorias.

Estes deputados colocam-se na posição ambígua que decorre duma dupla representação: do povo que os elegeu e das empresas que lhes pagam.

(Quase sempre a defesa do interesse das empresas choca com o interesse de quem os elege)

Assim, quando o deputado Miguel Frasquilho aparece a defender em público o Orçamento de 2014 em nome do PSD, fá-lo porque acredita que o Orçamento é bom para o País, ou porque este favorece a Banca, em particular o Grupo Espirito Santo ao qual deve obediência, enquanto funcionário?

A discriminação continua: A promiscuidade é, infelizmente, a regra. O presidente da comissão de Segurança Social,
José Manuel Canavarro, é consultor do Montepio Geral, banco que actua na área da solidariedade.

Na saúde, sector tão sensível, o deputado Ricardo Baptista Leite, é consultor da Glintt Healthcare , empresa fornecedora de hospitais.

Na área da defesa, há interesses privados representados pelo atual presidente da Comissão de Defesa, Matos Correia, advogado no mesmo escritório que o seu antecessor na função, José Luis Arnaut, cujo principal sócio é o ex-ministro também da Defesa, Rui Pena.

Na comissão de agricultura, Manuel Issac tutela, em nome do Parlamento, um ministério que, por sua vez, influencia a atribuição de subsídios a empresas agrícolas em que detém participações.

Também Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola e accionista da Zon, está representada no Parlamento, através do deputado Paulo Mota Pinto, administrador daquela empresa de comunicações.

Os deputados supra mencionados são do PSD, com a excepção do Ministério da Agricultura, que é do (PP/CDS). Também há os do PS da oposição, que se calam.

A lista é interminável e assustadora.

Mas, mesmo assim, no debate sobre regime de incompatibilidades que há dias teve lugar no Parlamento, os deputados que transformaram a Assembleia, a casa da democracia, num escritório de negócios e favores, nem se dignaram a aparecer para se justificarem.

Para restaurar alguma higiene democrática, exige-se que os deputados promíscuos se decidam: abandonem os cargos que ocupam em empresas que recebem benesses do Estado ou saiam do Parlamento cuja dignidade arruínam.

Se o não fizerem de modo próprio, nem forem censurados pelos seus pares, terá chegado a hora de pedir uma investigação, a toda a Assembleia, pelo crime de tráfico de influências.

DESTES SENHORES NÃO SE PODE CONFIAR NO QUE DIZEM, MAS, APENAS NAQUILO QUE FAZEM!...
 


* Assembleia da República.
 
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