quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

PORTUGAL E A CPLP QUEREM FACILITAR CIRCULAÇÃO DE CIDADÃOS

 


Lisboa, 14 jan (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros português e o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) concordaram hoje na necessidade de facilitar a circulação dos cidadãos, eliminando "empecilhos burocráticos", no espaço constituído pelos oito países lusófonos.
 
"A questão da mobilidade no espaço da nossa comunidade é um desafio enorme, mas com coragem e com determinação podemos encontrar soluções ou portas abertas para que a nossa comunidade possa circular no espaço" da CPLP, disse o responsável da organização, Murade Murargy.
 
Para o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que hoje visitou a sede da organização, em Lisboa, "a CPLP deve tentar que os cidadãos possam fazer essa circulação com maior liberdade e livres de alguns empecilhos burocráticos hoje ainda difíceis de ultrapassar".
 
Numa breve intervenção antes de o ministro assinar o livro de honra da CPLP, Murargy sublinhou que "apesar dos constrangimentos de vária ordem, a organização está a impor-se, tanto a nível interno como a nível internacional", disse o secretário executivo, destacando que "pode ser feito muito mais", nomeadamente na área económica e empresarial.
 
O responsável disse que a CPLP quer "criar as bases para esta vertente da cooperação entre os Estados-membros", através de "políticas para que os empresários possam exercer os fluxos de investimento".
 
No mesmo sentido, o ministro considerou que a comunidade "tem de alargar os seus horizontes a uma atividade cada vez mais desenvolvida que permita criar riqueza para os seus membros" e deu os exemplos do papel dos observadores e da assinatura de instrumentos jurídicos que facilitem a circulação de pessoas, bens e serviços.
 
O secretário executivo argumentou ainda que os cidadãos dos oito países que integram a comunidade "aguardam que a CPLP também seja deles e que sintam que fazem parte desta comunidade", avisando: "Senão, corremos o risco de a CPLP se desvanecer".
 
"Temos de criar um espaço para que a sociedade civil possa também participar neste projeto", sugeriu.
 
Sobre a cimeira da CPLP, que se realizará em Díli, Timor-Leste, em julho, o ministro Rui Machete disse esperar que marque "uma progressiva expansão da língua portuguesa na Ásia".
 
"Timor-Leste tem a extraordinária oportunidade de lançar o uso da língua, de uma maneira muito mais espalhada, e num grau de utilização cultural mais elevada", referiu.
 
Murade Murargy defendeu que será "um meio caminho para a nova visão sobre a CPLP", que este ano cumpre 18 anos de existência, e vai marcar "a reafirmação do compromisso político de a transformar numa organização internacional".
 
A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
 
JH // JMR - Lusa
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana