Lisboa, 14 jan
(Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros português e o secretário
executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) concordaram hoje
na necessidade de facilitar a circulação dos cidadãos, eliminando
"empecilhos burocráticos", no espaço constituído pelos oito países
lusófonos.
"A questão da
mobilidade no espaço da nossa comunidade é um desafio enorme, mas com coragem e
com determinação podemos encontrar soluções ou portas abertas para que a nossa
comunidade possa circular no espaço" da CPLP, disse o responsável da
organização, Murade Murargy.
Para o ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que hoje visitou a sede da
organização, em Lisboa, "a CPLP deve tentar que os cidadãos possam fazer
essa circulação com maior liberdade e livres de alguns empecilhos burocráticos
hoje ainda difíceis de ultrapassar".
Numa breve
intervenção antes de o ministro assinar o livro de honra da CPLP, Murargy
sublinhou que "apesar dos constrangimentos de vária ordem, a organização
está a impor-se, tanto a nível interno como a nível internacional", disse
o secretário executivo, destacando que "pode ser feito muito mais",
nomeadamente na área económica e empresarial.
O responsável disse
que a CPLP quer "criar as bases para esta vertente da cooperação entre os
Estados-membros", através de "políticas para que os empresários
possam exercer os fluxos de investimento".
No mesmo sentido, o
ministro considerou que a comunidade "tem de alargar os seus horizontes a
uma atividade cada vez mais desenvolvida que permita criar riqueza para os seus
membros" e deu os exemplos do papel dos observadores e da assinatura de
instrumentos jurídicos que facilitem a circulação de pessoas, bens e serviços.
O secretário
executivo argumentou ainda que os cidadãos dos oito países que integram a
comunidade "aguardam que a CPLP também seja deles e que sintam que fazem
parte desta comunidade", avisando: "Senão, corremos o risco de a CPLP
se desvanecer".
"Temos de
criar um espaço para que a sociedade civil possa também participar neste projeto",
sugeriu.
Sobre a cimeira da
CPLP, que se realizará em Díli, Timor-Leste, em julho, o ministro Rui Machete
disse esperar que marque "uma progressiva expansão da língua portuguesa na
Ásia".
"Timor-Leste
tem a extraordinária oportunidade de lançar o uso da língua, de uma maneira
muito mais espalhada, e num grau de utilização cultural mais elevada",
referiu.
Murade Murargy
defendeu que será "um meio caminho para a nova visão sobre a CPLP",
que este ano cumpre 18 anos de existência, e vai marcar "a reafirmação do
compromisso político de a transformar numa organização internacional".
A CPLP é
constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
JH // JMR - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário