terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

CAMPANHA DA CRUZ VERMELHA TIMORENSE AJUDA A PREVENIR DENGUE

 


Díli, 18 fev (Lusa) - Os voluntários da Cruz Vermelha de Timor-Leste ocupam duas vezes por semana os bairros de Díli para combater o dengue, numa luta que se faz essencialmente pela mudança de mentalidade das pessoas e pela partilha de informação.
 
Parceiros do Ministério da Saúde timorense, às terças e quinta-feira os jovens voluntários, a maior parte dos quais estudantes universitários, dedicam as manhãs a bater às portas das pessoas para ensinar como se previne o dengue, que desde outubro já provocou dois mortos.
 
Desta vez o destino foi Metiaut, em Díli, na praia da Areia Branca. No local, os coordenadores da campanha dirigem-se ao chefe de suco para pedir autorização para iniciar a prevenção. A eles juntam-se elementos do Ministério da Saúde.
 
"A limpeza do ambiente é o mais importante para prevenir o dengue", explicou à agência Lusa Adelita Soares, 24 anos, estudante de química na Universidade Nacional de Timor-Leste e coordenadora dos voluntários em ações no terreno.
 
Díli é dos 13 distritos do país o mais afetado pela doença, entre outubro e janeiro já foram assinalados 267 indivíduos com dengue.
 
Dos restantes distritos, o maior número de casos detetados, segundo a Cruz Vermelha de Timor-Leste, ocorreram em Baucau com 10 casos e Bobonaro com 08.
 
Às pessoas, os voluntários da Cruz Vermelha dão repelentes para mosquitos, insistem na necessidade de usar mosquiteiro e colocam desinfetantes em poços, sanitários públicos e zonas onde existe água parada.
 
"Dizemos às pessoas para limparem as casas e para se prevenirem das picadas de mosquito. Damos informação básica e também produtos essenciais para prevenir a doença", afirmou Adelita Soares.
 
Questionada pela agência Lusa sobre como as pessoas reagem às campanhas de prevenção, Adelita Soares afirmou que as comunidades aceitam e que "já vão tendo mais cuidado".
 
"Comparando com depois da independência, alguns já têm conhecimentos para a prevenção", afirmou José da Silva, oficial do Ministério da Saúde do departamento de combate às doenças infeciosas.
 
Mas, acrescentou o responsável, a mentalidade das pessoas continua a ser um obstáculo.
 
"A mentalidade das pessoas", disse quando questionado pela Lusa sobre o principal obstáculo para a prevenção e combate ao dengue.
 
"A nossa comunidade tem falta de conhecimentos sobre como se previnem as doenças. Esse fator determina o aumento do dengue", explicou, acrescentando que paralelamente à prevenção o Ministério da Saúde faz desinfestação nos bairros para matar os mosquitos.
 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o dengue transmite-se através da picadela de mosquito e os sintomas aparecem entre três e 14 dias depois de se ter sido picado.
 
Os sintomas são febre, dores musculares e de cabeça. Não há um medicamento específico para combater a doença, por isso a importância da prevenção.
 
MSE // PJA - Lusa
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana