quinta-feira, 3 de abril de 2014

Moçambique: COMBOIO DA BRASILEIRA ATACADO POR HOMENS ARMADOS




Um comboio transportando carvão da multinacional brasileira Vale foi atacado na segunda-feira por homens armados supostamente da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, no centro do país, afirmou hoje o ministro do Interior moçambicano, José Mandra.

Em declarações aos jornalistas, José Mandra indicou que o maquinista da locomotiva foi ferido no pé durante o ataque na linha férrea de Sena, no distrito de Muanza, província de Sofala, centro de Moçambique.

"Sim, confirmo que houve ataque ontem por volta das 21 horas. A Renamo, de facto, disparou contra um comboio que trazia carvão e atingiram o maquinista no pé, o maquinista conseguiu fazer o desligamento dos restantes vagões e veio com a locomotiva até ao Porto da Beira e foi socorrido", disse José Mandra.

Segundo o vice-ministro moçambicano do Interior, os vagões transportando o carvão foram depois rebocados para o distrito de Dondo, na província de Sofala.

"As forças de defesa e segurança estão desde ontem mesmo (terça-feira) a vasculhar a zona, para poder responsabilizar quem ousou realizar esta acção. É sempre no mesmo sentido de desestabilizar e parar o processo do desenvolvimento do país", declarou José Mandra.

A linha-férrea de Sena é a principal via de escoamento do carvão extraído na província de Tete, centro de Moçambique, pelas multinacionais envolvidas na extração mineira.

Apesar de o centro de Moçambique estar a ser palco de confrontos entre homens armados da Renamo e o exército moçambicano, a ferroviária tem sido poupada das escaramuças.

A tensão política e militar no país baixou de intensidade nas últimas semanas, na sequência de entendimentos entre o principal partido da oposição e o Governo em torno da legislação eleitoral, mas os confrontos não cessaram completamente.

Questionado em Maputo pelos jornalistas sobre o alegado ataque ao comboio da Vale, o chefe da delegação da Renamo às negociações com o Governo, Saimone Macuiane, afirmou desconhecer a ocorrência.

"A Renamo não tem nenhuma informação sobre essa ocorrência. Sempre que acontece algo, o Governo notifica a Renamo, o que não aconteceu", afirmou Saimon Macuiane.

Lusa, Notícias ao Minuto

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