Um comboio
transportando carvão da multinacional brasileira Vale foi atacado na
segunda-feira por homens armados supostamente da Renamo, principal partido da
oposição moçambicana, no centro do país, afirmou hoje o ministro do Interior
moçambicano, José Mandra.
Em declarações aos
jornalistas, José Mandra indicou que o maquinista da locomotiva foi ferido no
pé durante o ataque na linha férrea de Sena, no distrito de Muanza, província
de Sofala, centro de Moçambique.
"Sim, confirmo
que houve ataque ontem por volta das 21 horas. A Renamo, de facto, disparou
contra um comboio que trazia carvão e atingiram o maquinista no pé, o
maquinista conseguiu fazer o desligamento dos restantes vagões e veio com a
locomotiva até ao Porto da Beira e foi socorrido", disse José Mandra.
Segundo o
vice-ministro moçambicano do Interior, os vagões transportando o carvão foram
depois rebocados para o distrito de Dondo, na província de Sofala.
"As forças de
defesa e segurança estão desde ontem mesmo (terça-feira) a vasculhar a zona,
para poder responsabilizar quem ousou realizar esta acção. É sempre no mesmo
sentido de desestabilizar e parar o processo do desenvolvimento do país",
declarou José Mandra.
A linha-férrea de
Sena é a principal via de escoamento do carvão extraído na província de Tete,
centro de Moçambique, pelas multinacionais envolvidas na extração mineira.
Apesar de o centro
de Moçambique estar a ser palco de confrontos entre homens armados da Renamo e
o exército moçambicano, a ferroviária tem sido poupada das escaramuças.
A tensão política e
militar no país baixou de intensidade nas últimas semanas, na sequência de
entendimentos entre o principal partido da oposição e o Governo em torno da
legislação eleitoral, mas os confrontos não cessaram completamente.
Questionado em
Maputo pelos jornalistas sobre o alegado ataque ao comboio da Vale, o chefe da
delegação da Renamo às negociações com o Governo, Saimone Macuiane, afirmou
desconhecer a ocorrência.
"A Renamo não
tem nenhuma informação sobre essa ocorrência. Sempre que acontece algo, o
Governo notifica a Renamo, o que não aconteceu", afirmou Saimon Macuiane.
Lusa, Notícias ao
Minuto
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