segunda-feira, 23 de junho de 2014

China: Jornal oficial critica ambição democrática de Hong Kong




Pequim, 23 jun (Lusa) - O diário Global Times, controlado pelo Governo chinês, criticou hoje um referendo informal sobre reforma democrática em curso em Hong Kong, classificando o 'teste' como uma "farsa ilegal".

Desde sexta-feira que a população de Hong Kong tem votado num referendo informal que pede aos residentes para escolherem um de três métodos de votação para o próximo chefe do Executivo de Hong Kong, em 2017, num movimento que até ao início da manhã de hoje tinha mobilizado 700.000 eleitores.

Para o Global Times, os organizadores do referendo são influenciados pelo ocidente e "os apoiantes no exterior sobrestimaram o efeito de uma farsa ilegal".

"Nem o Governo central, nem o Governo de Hong Kong vão admitir os resultados da pesquisa", refere o Global Times.

Para o jornal, "seria ridículo" determinar o futuro da reforma democrática de Hong Kong através de um referendo e a utilização do voto eletrónico foi classificada como "ridícula" salientando que a organização tem uma "mentalidade de jogo".

O líder do Governo de Hong Kong é atualmente designado por um comité eleitoral de 1.200 pessoas e Pequim aceita, em 2017, uma eleição universal de um candidato que "passe na prova" do mesmo comité, um sufrágio 'semi-universal' já que nenhum candidato o pode ser sem o aval do comité controlado por Pequim.

Apesar de o referendo não ser vinculativo, os ativistas pró-democracia da Região Administrativa Especial chinesa pretendem vincar a sua posição e desde o início que o movimento pró-democracia que organiza a votação, "Occupy Central", considera que uma elevada taxa de participação iria demonstrar a determinação de Hong Kong em conquistar o "verdadeiro" sufrágio universal para a Região Administrativa Especial chinesa.

O voto universal direto é inaceitável para Pequim.

Em Hong Kong estão registados 3,47 milhões de eleitores.

A implementação do sufrágio universal para a eleição do chefe do executivo, em 2017, e para o Conselho Legislativo em 2020, figura como o grande "cavalo de batalha" da ala pró-democrata da antiga colónia britânica.

JCS (DM) // JMR - Lusa

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