Pequim,
23 jun (Lusa) - O diário Global Times, controlado pelo Governo chinês, criticou
hoje um referendo informal sobre reforma democrática em curso em Hong Kong , classificando
o 'teste' como uma "farsa ilegal".
Desde
sexta-feira que a população de Hong Kong tem votado num referendo informal que
pede aos residentes para escolherem um de três métodos de votação para o
próximo chefe do Executivo de Hong Kong, em 2017, num movimento que até ao
início da manhã de hoje tinha mobilizado 700.000 eleitores.
Para
o Global Times, os organizadores do referendo são influenciados pelo ocidente e
"os apoiantes no exterior sobrestimaram o efeito de uma farsa
ilegal".
"Nem
o Governo central, nem o Governo de Hong Kong vão admitir os resultados da
pesquisa", refere o Global Times.
Para
o jornal, "seria ridículo" determinar o futuro da reforma democrática
de Hong Kong através de um referendo e a utilização do voto eletrónico foi
classificada como "ridícula" salientando que a organização tem uma
"mentalidade de jogo".
O
líder do Governo de Hong Kong é atualmente designado por um comité eleitoral de
1.200 pessoas e Pequim aceita, em 2017, uma eleição universal de um candidato
que "passe na prova" do mesmo comité, um sufrágio 'semi-universal' já
que nenhum candidato o pode ser sem o aval do comité controlado por Pequim.
Apesar
de o referendo não ser vinculativo, os ativistas pró-democracia da Região
Administrativa Especial chinesa pretendem vincar a sua posição e desde o início
que o movimento pró-democracia que organiza a votação, "Occupy
Central", considera que uma elevada taxa de participação iria demonstrar a
determinação de Hong Kong em conquistar o "verdadeiro" sufrágio
universal para a Região Administrativa Especial chinesa.
O
voto universal direto é inaceitável para Pequim.
A
implementação do sufrágio universal para a eleição do chefe do executivo, em
2017, e para o Conselho Legislativo em 2020, figura como o grande "cavalo
de batalha" da ala pró-democrata da antiga colónia britânica.
JCS
(DM) // JMR - Lusa
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