Pequim,
22 jun (Lusa) -- As autoridades chinesas "têm provas" de que os
grupos terroristas que atuam no interior do país contam com o apoio de
organizações no exterior, especialmente oriundos de países como o Paquistão e
Afeganistão.
De
acordo com o vice-presidente da Universidade de Segurança Pública da China, um
centro especializado na formação das forças de segurança do país, Li Jianhe, a
maioria das pessoas que organizam ou participam em atentados terroristas dentro
das fronteiras da República Popular "foram treinadas no exterior".
"Também
fornecem as 'ferramentas' necessárias, os conhecimentos e até financiamento
para encetarem os taques", assegurou o perito numa conferência de imprensa
no seio da terceira edição do Fórum Mundial da Paz, que decorre este
fim-de-semana na capital chinesa.
O
mesmo responsável explicou que, "atualmente não existe nenhum grupo
terrorista bem organizado dentro das fronteiras da China" e garantiu que o
Movimento Islâmico do Turquestão Oriental -- a organização a que as autoridades
chinesas atribuem a maioria dos ataques na China -- "é influenciado pela
Al-Qaida e tenta infiltrar-se no país".
Nos
últimos anos a China sofreu numerosos ataques e atentados dentro do seu
território, especialmente na região autónoma de Xinjiang, noroeste do país,
onde segundo Pequim há grupos extremistas, muitos deles dirigidos por membros
de etnia uigure que reivindicam a independência do território.
Nos
últimos cinco anos o número de vítimas relacionadas com confrontos com as autoridades
e estes grupos ou por ataques é de cerca de 400.
No
entanto, nos últimos meses alguns ataques aconteceram fora da região autónoma
de Xinjiang o que levou as autoridades a lançar uma campanha antiterrorista e a
aumentar a vigilância no país.
Li
Jianhe defendeu, por isso, maior cooperação internacional para combater o
problema, sublinhou que o Governo chinês faz o possível para acabar com
atividades terroristas e considerou que "se falhar a cooperação
internacional" não pode ser descartada a existência de grupos organizados
no interior da China.
JCS
// JCS - Lusa
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