Tudo
por causa da dificuldade em actualizar os passaportes. O grupo de estudantes
são-tomenses que saiu do país no ano 2011, tem passaportes emitidos nos anos
2008 e 2009, cujo prazo de validade expira em 2014.
Gualupe
Medeiros da Graça Acibiel, estudante são-tomense na Rússia é um exemplo. O seu
passaporte foi emitido em 5 de Junho de 2008. Deixou de ter validade no dia 04
de junho de 2014.
O
problema segundo os estudantes, é que na Rússia os documentos de
identificação, caso do passaporte, devem ser actualizados seis meses antes do
fim da data de validade. «Se passar os seis meses, o documento perde a validade
mesmo faltando ainda cinco meses para o término», explicou para o Téla Nón,
Filipe Samba Muhongo, são-tomense radicado na Rússia desde a década de 90, e
que tem auxiliado os estudantes são-tomenses.
Sem
os passaportes actualizados, os estudantes são-tomenses, perdem o direito a
assistência médica, e podem ser deportados para o país de origem, alerta Filipe
Samba Muhongo. «Frequentam as aulas, mas com esta preocupação por resolver.
Caso não venham a solucionar o problema, poderão perder a a assistência medica
e serem deportados», confirmou.
Para
já 3 estudantes são-tomenses têm os passaportes caducados. Segundo o estudante
Guadalupe Medeiros da Graça Acibiel, junto aos familiares em São Tomé , propuseram a
prorrogação da validade documento, que seria enviado para São Tomé.
No
entanto a entidade são-tomense que emite os passaportes, fez saber aos
familiares dos estudantes que a lei só permite a prorrogação do passaporte por
um tempo máximo de 1 ano. Tempo que para a realidade russa equivaleria a
validade para apenas 6 meses. «A entidade do Estado em são-tomense solicitou a
presença dos mesmos em São
Tomé , para os devidos efeitos. Mas os estudantes
não têm dinheiro para se deslocarem a São Tomé», explica Filipe Samba
Muhongo.
Note-se
que São Tomé e Príncipe não tem representação diplomática na Rússia. O
são-tomense radicado na Rússia explica que no passado, a embaixada de Angola em
Moscovo, representava os interesses são-tomenses e dava apoio aos estudantes.
Mas agora tudo mudou. «O país que nos dava o apoio nesta matéria, era a
Embaixada de Angola. Mas segundo o cônsul Manuel Jorge, com quem falei
pessoalmente, esse apoio já não é concedido», assegurou Filipe Samba.
O
emigrante são-tomense na Rússia, que tem acompanhado a situação dos estudantes
são-tomenses, recorda que o problema de actualização dos documentos por parte
dos estudantes é antigo. Ele que no passado foi estudante são-tomense na
Rússia, diz que «é um problema que não foi solucionado ainda quando estudavam
aqui os actuais dirigentes de São Tomé e Príncipe».
Abel
Veiga – Tela Nón (st)
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