segunda-feira, 23 de junho de 2014

Estudantes são-tomenses na Rússia podem ser deportados




Tudo por causa da dificuldade em actualizar os passaportes. O grupo de estudantes são-tomenses que saiu do país no ano 2011, tem passaportes emitidos nos anos 2008 e 2009, cujo prazo de validade expira em 2014.

Gualupe Medeiros da Graça Acibiel, estudante são-tomense na Rússia é um exemplo. O seu passaporte foi emitido em 5 de Junho de 2008. Deixou de ter validade no dia 04 de junho de 2014.

O problema segundo os estudantes, é  que na Rússia os documentos de identificação, caso do passaporte, devem ser actualizados seis meses antes do fim da data de validade. «Se passar os seis meses, o documento perde a validade mesmo faltando ainda cinco meses para o término», explicou para o Téla Nón, Filipe Samba Muhongo, são-tomense radicado na Rússia desde a década de 90, e que tem auxiliado os estudantes são-tomenses.

Sem os passaportes actualizados, os estudantes são-tomenses, perdem o direito a assistência médica, e podem ser deportados para o país de origem, alerta Filipe Samba Muhongo. «Frequentam as aulas, mas com esta preocupação por resolver. Caso não venham a solucionar o problema, poderão perder a a assistência medica e serem deportados», confirmou.

Para já 3 estudantes são-tomenses têm os passaportes caducados. Segundo o estudante Guadalupe Medeiros da Graça Acibiel, junto aos familiares em São Tomé, propuseram a prorrogação da validade documento, que seria enviado para São Tomé.

No entanto a entidade são-tomense que emite os passaportes, fez saber aos familiares dos estudantes que a lei só permite a prorrogação do passaporte por um tempo máximo de 1 ano. Tempo que para a realidade russa equivaleria a validade para apenas 6 meses. «A entidade do Estado em são-tomense solicitou a presença dos mesmos em São Tomé, para os devidos efeitos. Mas os estudantes não têm dinheiro para se deslocarem a São Tomé», explica Filipe Samba Muhongo.

Note-se que São Tomé e Príncipe não tem representação diplomática na Rússia. O são-tomense radicado na Rússia explica que no passado, a embaixada de Angola em Moscovo, representava os interesses são-tomenses e dava apoio aos estudantes. Mas agora tudo mudou. «O país que nos dava o apoio nesta matéria, era a Embaixada de Angola. Mas segundo o cônsul Manuel Jorge, com quem falei pessoalmente, esse apoio já não é concedido», assegurou Filipe Samba.

O emigrante são-tomense na Rússia, que tem acompanhado a situação dos estudantes são-tomenses, recorda que o problema de actualização dos documentos por parte dos estudantes é antigo. Ele que no passado foi estudante são-tomense na Rússia, diz que «é um problema que não foi solucionado ainda quando estudavam aqui os actuais dirigentes de São Tomé e Príncipe».

Abel Veiga – Tela Nón (st)

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