terça-feira, 29 de julho de 2014

A OLIGARQUIA PORTUGUESA QUE NOS PODE


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Desculpem se pronuncio e escrevo mal os efes e soam a pês. Não é defeito mas sim feitio e talvez respeito pelos que aqui vêm. Talvez nem devesse escrever nadinha, porque no título PIOR QUE ASSALTAR UM BANCO É FUNDAR UM - artigo de opinião de Ramos de Almeida, no jornal i, muito está dito. Talvez, com outras ou as mesmas palavras acabe por estar por aqui a bater mais no ceguinho sem que lhe faça mossa. Talvez.

Talvez seja ironia perguntar se Cavaco Silva e outros da oligarquia que nos pode não terá, não terão, interesses em “aplicações” no BES – Cavaco disse em tempos que sim, que tinha aplicações no BPN e ramificações, como em outros bancos. Talvez seja só ironia e curiosidade. Talvez. Pior será se viermos a constatar que quem vai pagar a desbunda dos Salgados Espíritos e Santos Ámen serão os mesmos de sempre, porque a oligarquia pode-nos sem contemplações, impondo-nos a coluna e deveres do Deve enquanto se sacia com o Haver. Talvez que estas sensações e constatações nem sejam correspondentes à realidade e tudo não passe de mau-feitio da minha parte e de outros más-línguas...

Talvez que até nem seja fundamentada a sensação de que o supervisor Banco de Portugal serve os interesses errados e diz que está tudo ou quase tudo bem nas hostes dos seus amigos banqueiros e seus bancos, quando não está. Vítor Constâncio, então governador do Banco de Portugal, assim deixou essa impressão… ou certeza. Viu-se. Vê-se. Talvez Carlos Costa, atual governador, esteja na mesma pose. Vamos ver. Vamos? Talvez.

E a Justiça. Talvez justiça. Dominada e ao serviço da oligarquia da pátria do cifrão, talvez. Os portugueses pouco nela confiam. De certeza que um sem-abrigo que se apodere indevidamente de um chocolate ou outra cousa mixuruca e lhe caia nas garras leva para contar. Mas um banqueiro com cambalachos de milhões ou um político da oligarquia com telhados de vidro e défice de transparência dos bens que adquire e possui, quase sempre, ou sempre,  safa-se. O seu mal são batatas, desde que pertença aos espíritos e aos santos dos do “arco da governação”.

E assim, talvez, neste interminável carrossel que rodopia e põe milhões de portugueses tontos, anestesiados, a oligarquia pode-nos à grande, com a certeza de que os tontos votam sempre neles e lhes entrega maiorias de facto ou manipuláveis. O que acontece há mais de trinta anos porque o rodopio é tal que a tontaria prevalece ao ponto de passar a grave cegueira.

Por favor. Não nos podam mais, desta vez com os descalabros do BES e associados - sejam insossos ou salgados. Talvez... Certo é que esta oligarquia nos pode. E pode.

Sem comentários:

Mais lidas da semana