Entre
as pastas governamentais assumidas pelas mulheres figura a das Forças Armadas
Lassana
Casamá – Voz da América
O
novo Governo da Guiné-Bissau conta com seis mulheres em lugares cimeiros da
governação. Saúde, Educação, Justiça, Família e Coesão Social, Tesouraria e nas
Forças Armadas.
O
número, em si, diz muita coisa, se se levar em conta, o histórico da participação
das mulheres na política e nos órgãos decisores considerando-as como meras
espectadoras e instrumentos de conquistas eleitorais.
Uma
mentalidade que ainda permanece na sociedade guineense, apesar do reconhecido
papel de algumas organizações femininas em mudar este quadro. É caso, por
exemplo, da Rede Nacional de luta contra a Violência no Género e na Criança
(RENLUV – Guiné-Bissau), cuja Presidente, Aissatu Camará Injai, congratula-se
com o facto do recém-formado governo ter na sua estrutura seis figuras
mulheres, tendo, por isso, dado mérito político ao Primeiro-ministro, Domingos
Simões Pereira, e ao Presidente da República, José Mário Vaz. Para Camará
Indjai, o que se fez, é uma justiça de oportunidade.
A
Presidente da RENLUV Guiné-Bissau lembrou também que a luta que se tem travado
contra a discriminação das mulheres nos órgão de decisão, não visa promover a
incompetência, mas sim, abrir oportunidades às mulheres à altura de assumir
responsabilidades colectivas e governativas, tal como os homens.
De
referir que entre seis pastas governamentais assumidas pelas mulheres, figura a
das Forças Armadas. Trata-se da Tenente-coronel, Cadi Seidi, formada em
medicina pediátrica. Era Directora do Hospital Militar Sinoguineense, cargo do
qual foi exonerada há cerca de um ano. Hoje, é ela quem tem a responsabilidade
de interpretar, no terreno, a política e visão estratégica do Governo sobre o
sector das Forças Armadas.
Uma
missão, por muitos, considerada muito complexa, tendo em conta o carácter
melindroso que o sector da defesa guineense representa de momento. Um momento
que está a ser marcado pelo imperioso processo da reforma no sector.
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