sábado, 4 de outubro de 2014

Moçambique: Sociedade civil alerta sobre agravamento da violência eleitoral



Eleições Gerais

Organizações da sociedade civil moçambicanas alertaram, esta quinta-feira, sobre o risco de um agravamento de violência, depois da divulgação dos resultados eleitorais de 15 de Outubro corrente.

O alerta foi lançado por quatro organizações da sociedade civil, nomeadamente, Centro de Integridade Pública (CIP), Parlamento Juvenil, Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) e Fórum das Rádios Comunitárias (Forcom), numa conferência de imprensa promovida para apelar à “Tolerância Zero à Violência Eleitoral, Impunidade e Inoperância dos Órgãos Eleitorais e de Justiça”.

“Importa frisar que o cenário de violência já registado leva-nos a antever uma situação de proporções muito graves de violência após a divulgação dos resultados, se por ventura um dos concorrentes não reconhecer os resultados, alegadamente por motivos de fraude”, disse Alice Mabota, presidente da LDH, dando voz à preocupação da sociedade civil.

As quatro organizações frisam que “o período eleitoral em África já nos mostrou que, quando mal gerido, pode originar um clima de violência”, recordando casos recentemente registados na Costa do Marfim, Quénia e Zimbabwe, para alertar que Moçambique pode estar a caminhar para um cenário similar.

Numa retrospectiva dos incidentes mais graves ocorridos na presente campanha eleitoral, a sociedade civil recordou oito casos considerados graves que tiveram lugar nas províncias de Gaza (na sua maioria) e Nampula, responsabilizando as autoridades eleitorais e da polícia de terem agido com descaso, favorecendo a violência.

Violência na campanha manchou processo eleitoral

O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) reconhece que  os casos de violência registados durante a campanha eleitoral em curso são a mancha que vai marcar o processo eleitoral e alertou para o possível aumento da tensão antes da votação. “Foram incidentes feios e maus que serviram para manchar este processo muito bonito, que todos pretendíamos que fosse. O povo moçambicano não quer mais situações de instabilidade, de violência. As pessoas não querem ver e viver violência”, afirmou Abdul Carimo, durante um encontro com líderes religiosos moçambicanos. “Alguns militantes dos partidos políticos não compreendem e entram em actos de vandalismo puro. Aquelas imagens (de violência) não são só transportadas para todo o povo moçambicano, mas também para o estrangeiro, e fica-se com a imagem negativa de que o povo moçambicano é violento, quando são três ou quatro incidentes”, lamentou Carimo.

O País (mz)

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