Eleições
Gerais
Organizações
da sociedade civil moçambicanas alertaram, esta quinta-feira, sobre o risco de
um agravamento de violência, depois da divulgação dos resultados eleitorais de
15 de Outubro corrente.
O
alerta foi lançado por quatro organizações da sociedade civil, nomeadamente,
Centro de Integridade Pública (CIP), Parlamento Juvenil, Liga Moçambicana dos
Direitos Humanos (LDH) e Fórum das Rádios Comunitárias (Forcom), numa
conferência de imprensa promovida para apelar à “Tolerância Zero à Violência
Eleitoral, Impunidade e Inoperância dos Órgãos Eleitorais e de Justiça”.
“Importa
frisar que o cenário de violência já registado leva-nos a antever uma situação
de proporções muito graves de violência após a divulgação dos resultados, se
por ventura um dos concorrentes não reconhecer os resultados, alegadamente por
motivos de fraude”, disse Alice Mabota, presidente da LDH, dando voz à
preocupação da sociedade civil.
As
quatro organizações frisam que “o período eleitoral em África já nos mostrou
que, quando mal gerido, pode originar um clima de violência”, recordando casos
recentemente registados na Costa do Marfim, Quénia e Zimbabwe, para alertar que
Moçambique pode estar a caminhar para um cenário similar.
Numa
retrospectiva dos incidentes mais graves ocorridos na presente campanha
eleitoral, a sociedade civil recordou oito casos considerados graves que
tiveram lugar nas províncias de Gaza (na sua maioria) e Nampula,
responsabilizando as autoridades eleitorais e da polícia de terem agido com
descaso, favorecendo a violência.
Violência
na campanha manchou processo eleitoral
O
presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) reconhece que os casos
de violência registados durante a campanha eleitoral em curso são a mancha que
vai marcar o processo eleitoral e alertou para o possível aumento da tensão
antes da votação. “Foram incidentes feios e maus que serviram para manchar este
processo muito bonito, que todos pretendíamos que fosse. O povo moçambicano não
quer mais situações de instabilidade, de violência. As pessoas não querem ver e
viver violência”, afirmou Abdul Carimo, durante um encontro com líderes
religiosos moçambicanos. “Alguns militantes dos partidos políticos não
compreendem e entram em actos de vandalismo puro. Aquelas imagens (de
violência) não são só transportadas para todo o povo moçambicano, mas também
para o estrangeiro, e fica-se com a imagem negativa de que o povo moçambicano é
violento, quando são três ou quatro incidentes”, lamentou Carimo.
O
País (mz)
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