António
Veríssimo, Lisboa
Em
breve trecho do título PORTUGUESES EXPULSOS DE TIMOR COM UMA ESTÓRIA MUITO MAL CONTADA, aqui publicado há poucas horas e no principio da ressaca da expulsão
de cooperantes portugueses adstritos à Justiça timorense podemos ler em parte
do último parágrafo: “Como não se consegue imaginar, em boa fé, que os
cooperantes expulsos possam (pudessem) fazer perigar na realidade a segurança
do Estado timorense, compete ao governo timorense vir a público dar uma
explicação cabal e correspondente à realidade. Ou então até podemos imaginar
que os magistrados e outros dos expulsos se preparavam para acusar governantes
de corrupção, de assassinatos… Sabe-se lá, de crimes graves.”
Nem
sempre o que parece é mas algumas vezes até é. Facto é que realmente a estória
da expulsão dos portugueses está muito mal contada e a versão que poderá
corresponder à realidade é que os portugueses não foram expulsos com todo o frenesim e
ansiedade por parte das autoridades timorenses por incompetências mas sim por
que perseguiam a sua vocação e obrigação de fazer justiça, atuar com justiça. Informaram
fontes que contactámos
Nem
que para isso se vissem na contingência de acusar de “crimes graves elementos
do governo timorense e outros cúmplices naquilo que consideraram indiciar
associação criminosa”. Obtivemos por informação.
De
acordo com o que apurámos foi solicitado – ou ia ser solicitado - ao Parlamento
que retirasse a impunidade aos suspeitos e eventuais criminosos. Foi aí que tudo
se complicou e parlamentares houve que “se passaram dos carretos e perderam as
estribeiras ao evocarem que tudo não passa (passava) de uma ingerência grave
contra os interesses de Timor-Leste, pondo em causa a segurança e estabilidade
do país”.
A
versão das declarações que apurámos nas nossas fontes faz sentido. Repare-se
que hoje é notícia da Agência Lusa que “PM
timorense pede ao parlamento que não levante imunidade dos membros do Governo”.
Indubitavelmente reforça as suspeitas. E diz ainda Xanana Gusmão, segundo a
Lusa: "Venho por este meio, muito respeitosamente, requerer a V. Exa. que
não seja autorizado, pelo Parlamento Nacional, o levantamento da imunidade dos
membros deste Governo até ao fim dos respetivos mandatos, nos termos do artigo
114.º da Constituição da República Democrática de Timor-Leste"
Muito
ali diz ele, o PM timorense. Mas Xanana diz mais quando “considera que o
levantamento da imunidade dos membros do seu Governo vai "perturbar o
correto funcionamento da atividade governativa, colocando em sério risco a sustentabilidade
do Governo e a governação do país".
Xanana
é conhecido por chantagens que evocam a instabilidade, a violência e
ingovernabilidade do país para que nunca se apurem verdades nem criminosos
sejam levados a tribunal e punidos. O historial é fecundo. Ele ameaça
veladamente apelando do alto da sua “cátedra” para o interesse nacional que
"apenas poderá ser salvaguardado através da estabilidade governativa e da
conclusão dos assuntos presentemente acompanhados pelos membros do
Governo".
Com
a credibilidade razoável que consideramos existirem nas informações que
obtivemos podemos adiantar que no imbróglio está envolvida a ministra das
Finanças Emília Pires, o que também é referido pela Lusa e não será novidade
para os que acompanham desde há muito o que acontece em Timor-Leste.
Com
um pouco de sorte, o que for soará. O certo é que afinal os sete portugueses expulsos
não são incompetentes mas sim competentes e não olham a quem para aplicarem os
preceitos da Justiça segundo a Constituição de Timor-Leste que, essa sim, é uma
grande ameaça às ilegalidades que têm passado impunes perante uma Justiça
contida pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão e mais uns quantos…
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