quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

GOVERNO PORTUGUÊS TEM FEITO QUASE TUDO PARA MATAR IDOSOS CARENCIADOS


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

No trabalho do jornal i que compilamos para o Página Global e que pode ler no título Fome em Portugal: Cada vez há mais idosos a morrer por causa de quedas e desnutrição é referida a desnutrição e as quedas que tem levado à morte muitos idosos. Quem está desnutrido passa fome, está fraco, cai, morre. Sem alimento até as árvores caem e morrem. É aquilo que tem vindo a acontecer e está a acontecer aos velhos, os mais fragilizados da sociedade a par das crianças.

Registe-se que estas mortes têm sido uma benesse para o governo de Cavaco-Passos-Portas. Os que morrem pelas causas apontadas são velhos e, por certo, velhos carenciados, ou seja: velhos que passam fome, que andam com a cabeça num zum-zum tramado. Muito provavelmente a suportarem o apoio de filhos desempregados, que perderam as suas casas e ainda os netos. É uma “ginástica do impossível” que muitos velhos conseguem fazer por algum tempo melhor ou pior. Se necessário (e é com certeza) comendo pão sem mais nada e bebendo água - se ainda não lhes foi cortado o abastecimento de água por falta de pagamento. Este método tenebroso é o abreviar da morte dos velhos pela fome e pelo desespero recheado da miséria.

Certos e incertos ignorantes da realidade descrita considerarão o referido um exagero. Pois. Então nada sabem da vida de tantos velhos em Portugal que quando acordam de um sono mal dormido têm pela frente um quotidiano assim ou ainda pior. Vidas sempre cumpridoras nos pagamentos passam a incumpridoras por receberem pensões de miséria que, como se não bastasse serem ínfimas, ainda as viram reduzidas por decisões do governo que veio para salvar bancos, grandes impérios privados, os seus correlegionários e donos, esbulhando os portugueses sem dó nem piedade. Tudo sobre a chefia cúmplice de um presidente de uma república que não o é - por mais parecer uma monarquia com um rei da devassa pública e do ostracismo a que vota os portugueses.

Jovens a fugir do país, a emigrar para fugir à fome e ao esbulho da matilha nos poderes, como no tempo do salazarismo. Velhos a morrer por causas como as referidas no artigo do jornal i dá para acreditar que foi objetivo traçado pela referida matilha ou pelo menos conclui-se que estas mortes dão sempre jeito no equilíbrio das contas da (in)Segurança Social de modo a que também por isso a viabilidade da dita (in)Segurança seja mais uma conquista do governo de Portugal com o agrado dos da UE. Não faltarão pois elogios por parte das altas instâncias da União. Mais uma razão para seguir a linha de elogios que os tenebrosos destes atuais poderes nacionais e europeus fazem uns aos outros, como numa cerimónia de lambe-cus. Pavoneando-se à custa dos povos com toda a falta de vergonha, de honestidade, de justiça e de democracia. 

Muito mais haveria a acrescentar sobre o inferno que é o quotidiano de milhares de velhos e velhas em Portugal. Assim como sobre os jovens, as crianças, aqueles que se elevaram à classe média e que agora se vêem no desemprego prolongado, na miséria, com famílias desfeitas… Tanto que havia para apontar e dizer e que a comunicação social não mostra, não aborda a fundo. Fazendo pela rama, de vez em quando, uma reportagem contida, sem aprofundar como deveria. Compreende-se. A comunicação social, os seus órgãos informativos, rádios, jornais, televisões, estão nas mãos de promíscuos e igualmente tenebrosos grupos económicos que teriam muito a perder perante o derrube do atual sistema-regime de podridão que dizem que nos governa… Bem pelo contrário, todos eles se governam desgovernando-nos. Todos eles gozando da impunidade que ditaram e reservaram para si, as elites que nos enganam, roubam e matam.

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