sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

POLÍCIA DOS EUA IMPUNE DECRETOU CAÇA AOS NEGROS E MATA QUE SE FARTA




EUA Polícia mata homem desarmado no estado do Arizona

Um polícia caucasiano matou a tiro um homem negro não armado no Arizona, informaram as autoridades na quinta-feira, numa altura em que continuam os protestos em Nova Iorque por casos similares.

O incidente ocorreu quando o agente estava a investigar uma atividade relacionada com droga no exterior de uma loja de conveniência.

O agente da polícia assumiu que o suspeito, de 34 anos, levou a mão esquerda ao bolso para sacar de uma arma, na sequência de uma luta na quarta-feira em Phoenix.

Mais tarde veio a ser descoberto que a vítima, Rumain Brisbon, só tinha comprimidos no bolso.

"O polícia acreditou ter sentido o cabo de uma arma, enquanto agarrava a mão do suspeito no bolso", disse em comunicado o departamento da polícia de Phoenix.

"O agente foi incapaz de manter o controlo sobre a mão do suspeito durante a luta. Temendo que Brisbon tivesse uma arma no bolso, disparou duas vezes, atingindo Brisbon no peito".

O suspeito foi socorrido por paramédicos, mas morreu no local. O agente não ficou ferido.

Marci Kratter, um advogado que representa a família, disse: "Há inúmeras testemunhas que vão desafiar a versão do agente sobre o que aconteceu".

"Isto foi uma tragédia sem sentido. Ele estava desarmado e não representava nenhuma ameaça para ninguém. Queremos levar o caso até às últimas consequências", afirmou ao jornal Arizona Republic.

O incidente ocorreu numa altura em que continuam as manifestações em Nova Iorque após uma série de casos similares.

Um grande júri decidiu na quarta-feira não acusar um polícia branco da morte por asfixia de um negro não armado em Nova Iorque, um incidente que remonta a julho passado.

Esta decisão ocorreu uma semana depois de um grande júri ter decidido não acusar um polícia branco pela morte a tiro, em agosto, de um adolescente que não armado, em Ferguson, no estado do Missouri.

A indignação da cidade de Ferguson, no Missouri, com a decisão de um júri que ilibou o polícia que matou o jovem negro Michael Brown, estendeu-se a 170 cidades em 37 estados norte-americanos, com milhares de pessoas a saírem para as ruas no final de novembro.

Depois da morte do adolescente Michael Brown, outro caso ocorrido em novembro -- o de Tamir Rice, rapaz de 12 anos morto a tiro por um agente quando brincava com uma réplica de uma arma --, voltou a agitar as tensões raciais nos Estados Unidos.

Lusa, em Notícias ao Minuto

ONU preocupada com "padrão" discriminatório nos EUA

Um grupo de seis especialistas independentes das Nações Unidas denunciaram hoje a possibilidade existência de um padrão de impunidade sobre a brutalidade exercida contra cidadãos afro-americanos nos Estados Unidos.

"A decisão (dos jurados) deixou muitos com a legítima preocupação sobre a existência de um padrão de impunidade quando as vítimas do uso excessivo da força são de origem afro-americana ou de outras comunidades minoritárias" declara a relatora especial sobre as minorias da ONU, Rita Izak, em comunicado.

Os protestos intensificaram-se esta semana em muitas cidades dos Estados Unidos após ter sido conhecida a decisão dos jurados do tribunal de Staten Island (Nova Iorque) que não processou um polícia branco que matou um cidadão afro-americano desarmado, Eric Garner, com uma arma de estrangulamento proibida pelo regulamento policial.

A decisão sobre o caso Eric Garner acontece uma semana depois de o Júri do Tribunal de St Louis (Missouri) ter decidido ilibar o polícia branco que matou a tiro o jovem negro Michael Brown, que se encontrava desarmado, facto que provocou enorme indignação e violentos protestos em todo o país.

Os relatores recordam que estes casos "deram origem a uma onda de manifestações nos Estados Unidos contra o que é considerado por muitos na comunidade afro-americana como assassínios ilegais e novos exemplos de uma força letal usada de forma desproporcionada contra jovens afro-americanos.

Por outro lado, o relator especial sobre as formas contemporâneas de racismo, Mutuma Ruteere, recordou que a polícia é responsável por constantes práticas discriminatórias.

"Os afro-americanos têm dez vezes mais possibilidades de ser mandados parar por agentes de tráfego que uma pessoa branca. Além do mais, existem numerosas queixas que indicam que os afro-americanos estão a ser afetados de forma desproporcional pelo uso letal da força. Estas práticas devem ser erradicadas", sublinhou Ruteere.

"Os casos Michael Brow e Eric Garner juntam-se à prevalência de uma antiga discriminação contra os afro-americanos, especialmente no que diz respeito ao acesso à Justiça e práticas policiais", disse à Mireille Fanon Mendes France, presidente do Grupo de Especialistas sobre Pessoas de Descendência Africana.

Maina Kiai, autor do relatório sobre o direito à manifestação, disse, por outro lado, que os manifestantes devem indignar-se, mas sem violência.

"Entendemos que há muitas pessoas que se sentem frustradas sobre uma decisão injusta. Mesmo assim, é fundamental que atuem dentro da lei e que não permitam que a situação provoque ainda mais violência", sublinhou Kiai.

Finalmente, o relator especial sobre execuções extrajudiciais, Christof Heynes, destacou que só a lei internacional permite o uso letal da força e apenas quando é "absolutamente" necessário.

"As leis de muitos Estados norte-americanos são muito mais permissivas do que a lei internacional e criam um ambiente onde não existem limites suficientes ao uso da força. Estas leis deviam ser revistas", defendeu.

Além dos casos no Missouri e em Nova Iorque, registam-se os recentes acontecimentos no Arizona onde um polícia branco matou a tiro um homem negro.

O agente estava a investigar uma atividade relacionada com droga no exterior de uma loja e assumiu que o suspeito, de 34 anos, levou a mão esquerda ao bolso para sacar de uma arma.

Mais tarde veio a ser descoberto que a vítima, Rumain Brisbon, tinha comprimidos no bolso e encontrava-se desarmado.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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