Presidente
rejeita receber credenciais de embaixador do país asiático, que classifica
decisão como inaceitável e convoca diplomata de volta a Jacarta. Gesto é uma
represália do Planalto à pena de morte para brasileiros.
O
governo da Indonésia divulgou uma nota de protesto contra a decisão da
presidente Dilma Rousseff, que nesta sexta-feira (20/02), em cerimônia no
Planalto, se recusou a receber as credenciais do novo embaixador do país
asiático em Brasília.
O
gesto de Dilma foi uma retaliação diplomática à execução, em janeiro, do
carioca Marco Archer Cardoso Moreira e à manutenção da pena de morte para o
paranaense Rodrigo
Gularte. Ambos foram sentenciados à pena capital na Indonésia por tráfico
de drogas.
“A
maneira pela qual o ministro das Relações Exteriores do Brasil, de repente,
informou o adiamento da apresentação de credenciais pelo embaixador da
Indonésia designado para o Brasil, quando o embaixador já estava no palácio, é
inaceitável para a Indonésia”, diz a nota.
Segundo
o comunicado, o diplomata Toto Riyanto havia sido convidado formalmente para
apresentar suas credenciais na cerimônia no Planalto. O governo indonésio
convocou o embaixador brasileiro em Jacarta para “transmitir os termos mais
fortes possíveis de protesto para o ato hostil do governo do Brasil” e chamou
Riyanto de volta ao país.
ssim
que chegam ao Brasil, embaixadores precisam, numa cerimônia simbólica,
apresentar suas credenciais à presidente para se tornarem oficialmente os
representantes máximos de seus países. Riyanto foi ao Planalto nesta sexta,
mas, quando chegou, foi informado pelo chanceler Mauro Vieira sobre a decisão
de Dilma.
"Achamos
importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em
que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que fizemos foi
atrasar um pouco o recebimento de credenciais", afirmou Dilma.
Na
linguagem diplomática, o gesto é considerado uma dura reprimenda. E mostra o
estágio das relações com o governo indonésio, que recusou apelos da própria
presidente Dilma para que os brasileiros fossem perdoados e deixassem o
corredor da morte.
RPR/abr/ots
– Deutsche Welle
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