sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Líder do Partido Trabalhista timorense detida por violação de medidas de coação




Díli, 6 fev (Lusa) - A líder do Partido Trabalhista de Timor-Leste foi detida na tarde de quinta-feira por violação de medidas de coação que lhe tinham sido aplicadas como arguida num processo-crime, disse hoje à Lusa o procurador-geral timorense.

"Foi emitido um mandado de captura de Ângela Freitas por causa da violação das medidas de coação que o tribunal tinha aprovado inicialmente", disse à Lusa José da Costa Ximenes.

Explicando que o processo está em segredo de justiça e a ser investigado, o procurador-geral disse que Ângela Freitas será ouvida por um juiz "num prazo máximo de 72 horas" desde a sua detenção.

A responsável partidária "foi acusada de vários crimes, incluindo associação criminosa e alteração do Estado democrático. A investigação ainda está a decorrer", adiantou o procurador-geral.

Pedro Aparício, advogado de Ângela Freitas disse aos jornalistas que há motivos para recurso porque o mandado de captura tem um erro na data.

"A minha cliente vai cooperar com a justiça, mas há que esperar pelas decisões do tribunal", declarou.

Nos últimos dias, Ângela Freitas apareceu em público, em declarações à imprensa timorense e alguns sítios da internet relacionados com Timor-Leste, como porta-voz do presidente do Conselho de Revolução Maubere (CRM), Mauk Moruk, atualmente alvo de uma operação de busca e captura.

Paulino Gama, ou Mauk Moruk, como é conhecido, esteve envolvido, em janeiro em incidentes com agentes policiais timorenses, em que ficaram feridos dois agentes e dois outros foram feitos reféns.

O primeiro-ministro, Xanana Gusmão, o comandante das forças de defesa, Lere Anan Timur, e o comandante das PNTL, Longuinhos Monteiro, deslocaram-se à região de Laga, onde decorreram os incidentes, tendo conseguido assegurar a libertação dos agentes.

Na zona continua um contingente de efetivos das F-FDTL e agentes da PNTL envolvidos na operação de busca e captura de Mauk Moruk.

Em dezembro passado, o Tribunal de Díli ordenou a libertação de Mauk Moruk e de outro antigo comandante timorense, José Santos Lemos (Labarik), detidos preventivamente em março de 2014 por alegada tentativa de provocar instabilidade.

Os homens foram detidos pela polícia timorense em cumprimento de uma resolução do parlamento aprovada também em março que condenava o que classificou como tentativas de instabilidade e ameaças ao Estado protagonizadas pelo CRM e pelo Conselho Popular da Defesa da República de Timor-Leste (CPD-RDTL).

Todos os envolvidos naquele processo, cerca de 20 pessoas, continuam sob Termo de Identidade e Residência até ser concluída a investigação do Ministério Público.

ASP // ARA

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