segunda-feira, 9 de março de 2015

Associação Novo Macau critica vedação de relvado usado para protestos junto à Assembleia




Macau, China, 09 mar (Lusa) - A Associação Novo Macau pediu ao Governo que desbloqueie o acesso ao relvado junto à Assembleia Legislativa, onde foi organizado o maior protesto dos últimos 15 anos e que está vedado desde a visita do Presidente chinês, em dezembro.

Há mais de dois meses que o relvado junto à Assembleia Legislativa de Macau está inacessível ao uso público. Em dezembro, a poucos dias da visita de Xi Jinping à Região Administrativa Especial, foram erguidos tapumes em torno do relvado que, no ano passado, concentrou milhares de pessoas que se opunham a uma polémica proposta de lei que previa avultadas compensações para dirigentes políticos após aposentação.

Na altura, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) explicou que a zona estava ser alvo de trabalhos de jardinagem e que seria aberta ao público mais tarde. Atualmente, grande parte dos tapumes já foi retirada, mas foram colocadas cercas de bambu em torno de todo o relvado, indicando que este já não pode ser atravessado.

"Parece que as autoridades selaram o relvado para impedir que fosse ocupado por manifestações durante a visita de Xi Jinping. Depois da visita, o Governo quis prolongar a limitação da zona. A Associação Novo Macau acredita que o IACM tem o plano de eliminar os espaços disponíveis para protestos em massa", disse Jason Chao, membro da direção da associação.

Para o ativista não se trata apenas de limitar a liberdade de reunião e de expressão, mas também de impedir os cidadãos de usarem o relvado para atividades de lazer. "As pessoas passeiam aqui os seus cães, vêm aqui ver o fogo-de-artifício, correr, fazer várias atividades. Mas subitamente o espaço desapareceu", apontou.

A associação pede ao IACM que "seja claro sobre o projeto, remova a cerca e restabeleça o acesso do público ao relvado".

Contactado pela agência Lusa, o IACM explicou que o relvado vai estar inacessível durante vários meses - até junho continuam os trabalhos de jardinagem e depois é necessário esperar ainda algum tempo para assegurar o crescimento das plantas. Ainda não foi decidido se depois dessa fase o espaço estará aberto ao público para atividades de lazer ou se poderá acolher manifestações: "Ainda temos de pensar nisso. Talvez sim, talvez não, não temos a certeza".

ISG //

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