sexta-feira, 6 de março de 2015

Garimpeiros "agridem e matam" pelo ouro no centro de Moçambique




Na reserva transfronteiriça de Chimanimani, não há barreiras que impeçam os garimpeiros zimbabueanos de passar para território moçambicano. A administradora da reserva diz que há confrontos bastante violentos.

A prática de garimpo ilegal é comum na reserva transfronteiriça de Chimanimani, situada a cerca de 200 quilómetros da cidade de Chimoio, no centro de Moçambique. A reserva tem cerca de 640 quilómetros quadrados, em que garimpeiros moçambicanos e zimbabueanos disputam a extração de ouro.

Com frequência, há confrontos, segundo a administradora da reserva, Cândida Lucas. Os garimpeiros zimbabueanos entram em território moçambicano e atacam os moçambicanos.

"Assistimos à distância a uma grande violência. Eles chegam a matar. Porque quando aparecem os zimbabueanos e o moçambicano tenta resistir, eles juntam-se. Quem decide ficar é maltratado. É o salve-se quem puder."

Lucas conta ainda que os fiscais da reserva também já foram agredidos ao impedir a prática ilegal de garimpo.

Garimpeiros zimbabueanos não aceitaram gravar entrevista com a DW África. Referiram apenas que a parte da reserva onde há mais ouro está no lado do Zimbabué.

Nova força especial

A administradora da reserva de Chimanimani espera que, com uma nova força especial no terreno, a violência possa diminuir.

"Eu tenho muita esperança de que vamos melhorar esta situação do garimpo com a vinda da nova força, que vem ajudar os parques e reservas a intervir nas áreas do garimpo e outras", diz Cândida Lucas.

Na semana passada, três garimpeiros morreram e 80 foram detidos na sequência de confrontos com a polícia moçambicana, durante uma operação que visava impedir a extração ilegal de ouro.

Na foto: Montanhas de Chimanimani

Arcénio Sebastião (Beira) – Deutsche Welle

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