Cidade
da Praia, 10 mar (Lusa) - O Instituto Camões está a coordenar um projeto para
desenvolver a modernização administrativa nos Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste e aproximar o cidadão da administração
pública, disse hoje a presidente da instituição.
Ana
Paula Laborinho falava hoje à agência Lusa na Cidade da Praia no quadro de uma
visita técnica de 24 horas a Cabo.
Segundo
a presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, o projeto,
delegado pela União Europeia e com supervisão técnica da Agência de
Modernização Administrativa (AMA) de Portugal, vai apostar no desenvolvimento
da governação eletrónica nos institutos e serviços públicos de Cabo Verde,
Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e
Timor-Leste.
"Evidentemente
que não vai resolver todos os problemas nos diferentes países, na medida em que
estão em diferentes estádios de desenvolvimento em termos de governação
eletrónica", reconheceu Ana Paula Laborinho, destacando o nível mais
avançado na governação eletrónica de Cabo Verde, país onde o projeto está
instalado.
"Isto
revela que Cabo Verde está num ponto muito mais avançado em termos de
governação eletrónica e outros países estão a caminhar para lá. Este projeto
pretende introduzir melhorias no sistema e, eventualmente, fazer o ponto da
situação nas áreas que forem identificadas para cada um dos países em termos de
prioridades para o desenvolvimento", reforçou.
"Cabo
Verde terá um papel importante, tendo em conta o seu desenvolvimento em matéria
de governação eletrónica. Mas a sua experiência também permite dizer o quão
importante é para os países de África e Timor Leste também próprios avancem
neste sentido", prosseguiu.
Durante
a sua estada em Cabo Verde ,
Ana Paula Laborinho visitou várias entidades, incluindo o Núcleo Operacional da
Sociedade de Informação (NOSi), que tem desenvolvido o sistema de governação
eletrónica e que desperta o interesse de vários países.
Nas
declarações à Lusa, a presidente do instituto Camões disse que outro objetivo
do projeto, que terá a duração de três anos, é fazer os países desenvolverem
projetos de inovação, como forma de internacionalizar a língua portuguesa.
"Para
a internacionalização de uma língua é preciso inovação", sustentou,
dizendo que as questões de governação eletrónica são também de cidadania, uma
vez que ajudam a aproximar os Governos dos cidadãos e facilitar a vida dos
cidadãos.
Ana
Paula Laborinho disse também "quanto mais próximo os Governos estiverem
dos cidadãos, mais desenvolvimento revelam e, do ponto de vista da democracia,
revelam os seus avanços. E é isso que todos queremos", salientou.
No
próximo mês de abril, indicou Ana Paula Laborinho, o comité de direção reúne-se
para aprovar os projetos de cada país e os seus respetivos orçamentos, para
depois avançar com a sua concretização.
Ana
Paula Laborinho veio a Cabo Verde à frente de uma missão técnica, que integrou
também o presidente da AMA, Paulo Neves, e quadros do Camões - Instituto de
Cooperação e da Língua.
RYPE
// EL
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