Mais
de 130 trabalhadores do fisco estarão sob investigação por consultar dados
fiscais de contribuintes famosos, cujos nomes estão compilados numa "lista
VIP". "Inaceitável", diz sindicato.
O
Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos revelou hoje que recebe diariamente
contactos de trabalhadores do fisco a pedirem ajuda, após serem notificados por
consultar os dados de "contribuintes" famosos. A pressão sobre os
funcionários que acedem a dados de personalidades mais conhecidas da opinião
pública terá aumentado nos últimos dois meses, desde a altura em que foi
consultada a informação fiscal do primeiro-ministro: desde dezembro, foram
abertos mais de 30 processos e mais de uma centena de trabalhadores do fisco
foi chamada a apresentar justificações, conta a TSF. A situação, diz o sindicato, é inédita, mas
tornou-se recorrente desde que surgiu "uma notícia sobre o
primeiro-ministro e a Tecnoforma".
Paulo
Ralha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, esclarece que a
pressão não está restrita aos casos em que são consultados dados do
primeiro-ministro e se estende a outros nomes de políticos e banqueiros ou
grandes empresários. Os funcionários são chamados mesmo quando a consulta que
fazem é ordenada pelo superior hierárquico e "no âmbito de uma
fiscalização mais vasta". Neste momento, haverá mais de 130 trabalhadores
na mira da Autoridade Tributária devido à pesquisa de nomes conhecidos.
À
rádio, Paulo Ralha revelou ainda que há "fortes sinais de que existe uma
espécie de lista VIP de contribuintes especiais": numa formação para 300
inspetores do fisco, ficou explícito que "todos os nomes dessa bolsa que
fossem acedidos levariam à chamada do funcionário para que se
justificasse". Para o sindicato, esta esta lista VIP existe mesmo,
considerando "inaceitável" a compilação de nomes por criar uma
espécie de "portugueses de primeira e de segunda".
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