Partem
no dia 1 de maio do Padrão dos Descobrimentos, regressam a 30 de junho. Pelo
meio mais de 27 000 km, a distância necessária para ir à China e voltar.
A
viagem começou a ser pensada há três anos. A ideia inicial, explica Helder
Serôdio, 38 anos, técnico de manutenção de helicópteros, tinha a Mongólia como
destino mas... "Visto estarmos ali tão perto da muralha da China porque
não ir até à China?".
Não
hesitaram os amigos Nuno Pires, 44 anos, comandante da TAP e Pedro Roque, 44
anos, controlador de tráfego aéreo.
Todos
os anos fazem uma viagem de longa distância de moto. Foram confrontados com a
possibilidade de fazer uma expedição à China, conta Pedro Roque, durante a
viagem de 2014. "Estávamos precisamente no meio de uma viagem, quando
soubemos desta ideia. Ainda não tínhamos chegado a Lisboa e estávamos já
inquietos para começar a preparar a de 2015".
Nove
meses. Foi o tempo que demorou a preparar a aventura. Afinal, explica Nuno
Pires, nunca fizeram uma viagem tão longa.
"O
Pedro diz que são 27 000 km, eu já o conheço, sei que vamos fazer sempre mais,
portanto, eu arredondo sempre para os 30 000". Lisboa-Pequim-Lisboa,
com passagem por mais de 20 países. Espanha, Itália, Grécia, Turquia, Irão,
Turquemenistão, Uzbequistão, Quirguistão, China, Mongólia, Rússia (Sibéria), Cazaquistão,
Bielorrússia, Polónia, são alguns dos países que vão atravessar, bem próximo de
alguns Estados com uma situação política mais instável.
A
viagem será feita em motos de enduro. De outra forma, diz Pedro Roque, não
poderia deixar de ser. "De avião até se aproveita, preferencialmente, para
dormir, aqueles que conseguem. De mota, não. Usufrui-se de todos os quilómetros
porque é o prazer de viajar de mota, o prazer andar de mota. Basicamente é o
sorrir para o desconhecido".
Esperam
os aventureiros não ter qualquer problema com nas motas. Helder Serôdio, o
mecânico da equipa, diz que se se depararem com alguma avaria, contam com as
oficinas locais para fazer reparações, no entanto, na bagagem seguem algumas
peças. "Velas, levamos uma correia de alternador, levamos uma embraiagem,
levamos um rádio de ignição."
As
dormidas vão alternar entre unidades hoteleiras e as tendas que seguem de
Lisboa. O mais pesado de uma bagagem onde só cabe, explica Pedro Roque, o
mínimo indispensável. "Levamos os amigos e a família que fica cá e acho
que também duas t-shirts".
No
caso de Pedro, há ainda a acrescentar Pepe Brix. 30 anos, fotógrafo, publicou
recentemente um trabalho na National Geographic sobre a pesca do bacalhau a
bordo de um dos últimos bacalhoeiros portugueses.
Será
o responsável por documentar todas as incidências da viagem. Pepe, confessa,
tem muito pouca experiência com motas pelo que será o pendura de Pedro Roque. É
motivo para o slogan desta viagem da autoria de Pedro: "De costa a costa
com o Pepe às costas".
Miguel
Videira – TSF com foto
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