quinta-feira, 30 de abril de 2015

Aventura. Lisboa-Pequim-Lisboa: Quatro portugueses, de mota, à conquista do oriente




Partem no dia 1 de maio do Padrão dos Descobrimentos, regressam a 30 de junho. Pelo meio mais de 27 000 km, a distância necessária para ir à China e voltar.

A viagem começou a ser pensada há três anos. A ideia inicial, explica Helder Serôdio, 38 anos, técnico de manutenção de helicópteros, tinha a Mongólia como destino mas... "Visto estarmos ali tão perto da muralha da China porque não ir até à China?".

Não hesitaram os amigos Nuno Pires, 44 anos, comandante da TAP e Pedro Roque, 44 anos, controlador de tráfego aéreo.

Todos os anos fazem uma viagem de longa distância de moto. Foram confrontados com a possibilidade de fazer uma expedição à China, conta Pedro Roque, durante a viagem de 2014. "Estávamos precisamente no meio de uma viagem, quando soubemos desta ideia. Ainda não tínhamos chegado a Lisboa e estávamos já inquietos para começar a preparar a de 2015".

Nove meses. Foi o tempo que demorou a preparar a aventura. Afinal, explica Nuno Pires, nunca fizeram uma viagem tão longa.

"O Pedro diz que são 27 000 km, eu já o conheço, sei que vamos fazer sempre mais, portanto, eu arredondo sempre para os 30 000". Lisboa-Pequim-Lisboa, com passagem por mais de 20 países. Espanha, Itália, Grécia, Turquia, Irão, Turquemenistão, Uzbequistão, Quirguistão, China, Mongólia, Rússia (Sibéria), Cazaquistão, Bielorrússia, Polónia, são alguns dos países que vão atravessar, bem próximo de alguns Estados com uma situação política mais instável.

A viagem será feita em motos de enduro. De outra forma, diz Pedro Roque, não poderia deixar de ser. "De avião até se aproveita, preferencialmente, para dormir, aqueles que conseguem. De mota, não. Usufrui-se de todos os quilómetros porque é o prazer de viajar de mota, o prazer andar de mota. Basicamente é o sorrir para o desconhecido".

Esperam os aventureiros não ter qualquer problema com nas motas. Helder Serôdio, o mecânico da equipa, diz que se se depararem com alguma avaria, contam com as oficinas locais para fazer reparações, no entanto, na bagagem seguem algumas peças. "Velas, levamos uma correia de alternador, levamos uma embraiagem, levamos um rádio de ignição."

As dormidas vão alternar entre unidades hoteleiras e as tendas que seguem de Lisboa. O mais pesado de uma bagagem onde só cabe, explica Pedro Roque, o mínimo indispensável. "Levamos os amigos e a família que fica cá e acho que também duas t-shirts".

No caso de Pedro, há ainda a acrescentar Pepe Brix. 30 anos, fotógrafo, publicou recentemente um trabalho na National Geographic sobre a pesca do bacalhau a bordo de um dos últimos bacalhoeiros portugueses.

Será o responsável por documentar todas as incidências da viagem. Pepe, confessa, tem muito pouca experiência com motas pelo que será o pendura de Pedro Roque. É motivo para o slogan desta viagem da autoria de Pedro: "De costa a costa com o Pepe às costas".

Miguel Videira –  TSF com foto

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