terça-feira, 7 de abril de 2015

Moçambique. RENAMO AMEAÇA CRIAR QUARTEL-GENERAL EM MUXÚNGUÈ




Maputo, 06 Abr (AIM) A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, ameaça criar um quartel-general general no posto administrativo de Muxúnguè, província central de Sofala, caso as suas opiniões sejam rejeitadas a nível do diálogo político.

A informação foi avançada pelo chefe da delegação do governo José Pacheco, em conferência de imprensa, no término da 100ª ronda do diálogo político, havida hoje, em Maputo.

Hoje, fomos surpreendidos pela delegação da Renamo, em sede do diálogo, quando declarou que vai estabelecer um quartel-general em Muxúnguè se o governo não aceitar as suas opiniões. Este posicionamento vai de encontro com aquilo que ouvimos do líder da Renamo nos vários discursos dele, disse o chefe da delegação do governo.

Não sei se com este quartel-general a Renamo vai tirar os seus elementos que estão nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, acrescentou.

Pacheco, que também exerce o cargo de ministro da agricultura e segurança alimentar, frisou que mesmo com estas ameaças o governo mantém-se firme no seu compromisso com a paz.

Contudo,
se a Renamo pôr a integridade física dos moçambicanos em causa e a soberania, as Forças (de Defesa e Segurança) saberão, como no passado, defender-se. O povo unido do Rovuma ao Maputo do Zumbo ao Índico saberá também defender-se. Só em situação de ataques poderão ser accionados os mecanismos de defesa, acrescentou.

Sobre a despartidarização do aparelho do Estado, o terceiro ponto da agenda do diálogo político, o ministro revelou que ainda prevalece um impasse.

O facto deve-se a insistência ada Renamo na introdução de uma cláusula que impede os servidores públicos, incluindo o Presidente da República e dirigentes por ele indicados, de realizar actividades político-partidárias durante o período laboral nas instituições do Estado.

Mas nós, mais uma vez, deixamos claro que se há um manifesto eleitoral de um partido e de um candidato ele (o candidato) não pode ser impedido de articular com o seu partido sobre a execução do seu manifesto, disse.

Por seu turno o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, distanciou-se das declarações de Pacheco sobre a intenção daquele partido da oposição instalar um quartel-general em Muxúnguè.

As
declarações do ministro Pacheco são da sua inteira responsabilidade
, disse Macuiana.

Perante a insistência da imprensa que queria saber se durante o encontro teria sido efectivamente abordada a questão do referido quartel-general, Macuiana limitou-se a responder
se não nos querem a aqui nós estaremos noutro sítio.

Refira-se que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) tomaram em 2013 a base da Renamo em Muxúnguè. Depois seguiu-se a uma série de conflitos militares entre as FDS e os homens armados daquele antigo movimento rebelde que terminaram após a assinatura do acordo de cessação de hostilidades entre o então Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

BOTSWANA RECONDUZIDA AO COMANDO DA EMOCHM

Expirado o prazo da missão da Equipa de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) alguns oficias estrangeiros regressaram aos seus de origem, nomeadamente o Botswana, Grã-Bretanha e Itália, tendo o Zimbabwe assumido a liderança deste órgão.

Contudo, segundo Pacheco, em Março o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, de formulou um novo pedido para o regresso de todos países a missão, incluindo dos Estados Unidos, este último que nunca enviar os seus oficiais.

O Botswana foi o primeiro país a responder e a regressar, tendo sido reconduzido ao comando da EMOCHM.

Que eu saiba os outros países ainda não responderam ao pedido da Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, disse Pacheco.

Criada em Outubro de 2014, a EMOCHM integra peritos militares nacionais, dos quais 35 do Governo e igual número da Renamo, e ainda 23 peritos militares estrangeiros, tendo como missão observar e monitorar a integração dos homens residuais daquele antigo movimento rebelde nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM).

Integram a EMOCHM a África do Sul, Cabo Verde, Grã-Bretanha, Itália, Portugal, Quénia e Zimbabwe. Os representantes dos Estados Unidos nunca chegaram ao país.


(AIM) ht/sg

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