Pai
acusa polícia de Nampula de proteger o agente que disparou sobre o filho
Adina
Suahele (Nampula) – Voz da América
A
família de Domingos António, morto por um agente policial, decidiu mover um
processo-crime contra o Estado moçambicano no qual pede justiça e
indemnização. Um mês após o incidente fatal, a Voz da América sabe que a
procuradoria provincial ouviu algumas testemunhas, mas continua a tentar
descobrir o que de facto aconteceu a 11 de Abril.
Zacarias
António, pai do jovem assassinado, denuncia, no entanto, a polícia por
continuar a esconder o paradeiro do agente que cometeu o que ele considera
de "crime". António entende com isso que o Estado quer proteger o
agente e deixar a família sem qualquer direito.
Domingos
António, conhecido por Tchitcho, foi baleado quando se encontrava a jogar
bilhar na sua zona de residência com seus amigos.
Na
altura, dois agentes da polícia o abordaram, alegando tratar-se de um
cadastrado perigoso e que, por isso, teria de os acompanhar.
Como
os agentes não tinham qualquer mandado de prisão, o pai conta que Domingos
António, como desconhecia as causas da ordem policial, interpelou os agentes
sobre a detenção, tendo sido de imediato baleado por um dos polícias.
A
família de Tchitcho diz contar apenas com o apoio jurídico da Liga Moçambicana
dos Direitos Humanos, mas duvida que a justiça será feita.
Entretanto,
Tarcisio Abibo, jurista e delegado regional norte da Liga Moçambicana dos
Direitos Humanos, acredita que a família poderá ganhar a causa e que o autor do
crime será responsabilizado.
Abibo
critica também a policia por uso excessivo da forca e da arma de fogo, facto
que, segundo ele, é contra o artigo 40 da Constituição da Republica.
A
VOA falou com a porta-voz da polícia em Nampula Sizi Panguene
que, sem gravar entrevista, disse não poder falar sobre o processo por
desconhecer também o paradeiro do agente da polícia que atirou contra Domingos
António.
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