sábado, 16 de maio de 2015

FAVORES AO NOVO BANCO TERÃO RETORNO JÁ NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES?




É useiro e vezeiro os grandes bancos e grandes empresas descarregarem centenas de milhares de euros no CDS, PSD e PS para “ajudarem” a despesas nas campanhas eleitorais e o mais que não se sabe.

Desta vez é a maioria PSD/CDS que faz o favor ao Novo Banco e aprova legislação que beneficiará o Novo Banco/BES. Os donos disto tudo continuam na senda dos golpes e a beneficiarem os grandes grupos, o grande capital. É todo este “esquema” que tem destruído a democracia, a justiça, os valores em que deviam assentar os mais altos desígnios da transparência. Como classificar estes conluios se não pelo trato de associações criminosas?

O “pagamento” do Novo Banco/BES aos partidos que “compra” será já a contemplar as próximas eleições legislativas?

Redação PG

Parlamento Maioria força votação que oposição diz dar legalidade a benefícios fiscais ao Novo Banco

A maioria PSD/CDS-PP forçou hoje a votação de uma norma que a oposição diz ser uma forma de conceder "à sucapa" legalidade à atribuição de benefícios fiscais de pelo menos 85 milhões de euros ao Novo Banco.

PS, PCP e BE avocaram hoje ao plenário do parlamento uma votação de especialidade, referente a um artigo de um diploma para serviços mínimos de comissões bancárias, que aqueles partidos disseram nada ter a ver com essa matéria, mas sim com a atribuição de benefícios fiscais à banca, concretamente para dar legalidade a uma decisão relativa ao Novo Banco.

Perante as críticas da oposição a este processo e uma interpelação direta por parte de Eduardo Cabrita (PS), a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, considerou que "a dúvida não pode subsistir" e propôs o adiamento da votação, caso não fosse retirada.

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, argumentou que houve debate na generalidade, na especialidade e na avocação de hoje, não fazendo sentido retirar nem alterar a proposta, e assumiu que se Assunção Esteves submetesse essa decisão de adiamento ao plenário a maioria votaria contra, forçando a votação.

A presidente da Assembleia colocou o adiamento à votação do plenário, mas a maioria PSD/CDS-PP votou contra, com a abstenção do deputado do PSD Paulo Mota Pinto, e o artigo em questão foi votado de seguida e aprovado.

Essa proposta foi aprovada pela maioria PSD/CDS-PP, com a abstenção do deputado do PSD Paulo Mota Pinto, e os votos contra de PS, PCP, BE e PEV.

Em causa está uma alteração ao diploma dos serviços mínimos de comissões bancárias, que, de acordo com a oposição, introduz uma interpretação ao regime geral de instituições de crédito para dar cobertura legal à atribuição de 85 milhões de euros de benefícios fiscais ao Novo Banco, por despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio.

Esta matéria levou na quinta-feira o PCP a pedir a presença da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na comissão de Orçamento e Finanças.

Pelo PSD, o deputado Carlos Silva argumentou que no parlamento "nada se faz à sucapa e a martelo, tudo está bem à vista de todos os portugueses" e que se trata de "uma simples clarificação, uma simples norma interpretativa do que já existe".

"Seria muito injusto em termos públicos, tratando-se do fundo resolução compartilhado também pelo Estado, que o fundo resolução não pudesse usufruir de vantagens como qualquer empresa que está no mercado", disse, acrescentando que "o fundo de resolução é um fundo imposto pelo Estado" ao Novo Banco.

A deputada do CDS-PP Cecília Meireles afirmou que está em causa a transferência de ativos e a fiscalidade dessa transferência e que "o BES não decidiu transferir ativos para o Novo Banco, houve uma autoridade pública que o decidiu".

"Não faz sentido obrigar determinada instituição a pagar impostos por uma transferência que não faz por sua decisão, não faz visando o lucro, faz por força de uma decisão de uma autoridade pública", argumentou.

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, acusou PSD e CDS de quererem aprovar "à sucapa" a alteração para conseguirem "legalizar um perdão fiscal" de mais de 85 milhões de euros ao Novo Banco, quando não perdoa "um cêntimo" aos portugueses.

O presidente da bancada do BE, Pedro Filipe Soares, defendeu mesmo que este tipo de procedimento, que qualificou de um "abuso", constitui inconstitucionalidade e pediu atenção ao Palácio de Belém.

O deputado do PS Eduardo Cabrita, que é também presidente da comissão de Orçamento e Finanças, lamentou que o parlamento que se "prestigiou de forma singular" na comissão de inquérito ao BES seja levado pela maioria a "achincalhar a função legislativa com esta vergonha, de num diploma sobre comissões de depósitos à ordem introduzirem uma matéria que nada tem a ver comissões de depósitos à ordem".

"A maioria não pode permitir que o parlamento seja uma marioneta da incompetência técnica do Governo", disse.

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